Murat…— Não vai me contar qual é a surpresa? — Cecília indaga sorridente, enquanto a faço caminhar cuidadosamente, porque os seus olhos estão vendados pelas minhas mãos. Sorrio.— Tenha paciência, meu amor, já estamos chegando lá. Só mais um pouco. Mais um pouco e… chegamos.— Chegamos aonde? — Bem devagar começo a remover as minhas mãos dos seus olhos e espero ansioso pela sua reação.— Murat? — Cecília sussurra enquanto ofega devagar e um sorriso maravilhado começa a se abrir nos seus lábios bem delineados. — Ele é lindo! — Minha esposa resfolega, acariciando com dedicação os pelos marrons que tem algumas manchas brancas e o seu sorriso muito feliz parece se ampliar ainda mais. — Qual o nome dele? — Dou de ombros.— Ele não tem... ainda. Pensei que você gostaria de dar um nome para ele. — A observo pressionar os lábios por alguns instantes, enquanto franze a sua testa pensativa.— Jessé. — Ela sibila, encarando o animal com amor.— Jessé? — A fito curioso, porém, não seguro um sor
Minutos depois, estamos cavalgando devagar pelo campo e indo em direção da mansão. Entretanto, o calor do seu corpo colado ao meu me faz sentir estranho. É como se ela me queimasse, com se ardesse dentro de mim, mas é o seu perfume que me faz fechar os olhos algumas vezes e eu me pego apreciando o seu cheiro doce e suave.Não faça isso, Murat. Ela jamais será sua porque o seu coração está fechado se lembra? Nunca se esqueça disso.***— Boa noite! — Minha esposa diz após entrar na sala de jantar. Sem me conter permito que os meus olhos apreciem os seus cabelos que agora estão úmidos por causa do banho recém tomado e como se tivesse pressa o seu perfume preenche todo o cômodo, me deixando inquieto e incomodado.— Boa noite! — Me forço a dizer, enquanto a observo se acomodar em uma cadeira e em seguida ela começa a se servir. — Tomei a liberdade de escrever os seus limites para você não se sentir perdida nessa casa, Sila — declaro sem desviar os meus olhos de cima dela e no mesmo instan
SilaDurante a madrugada…— PORQUE ELE É UM ASSASSINO, OK?! Ele a matou! Ele a matou! Ele… ela… a matou!Abro abruptamente os olhos, encontrando o teto do meu quarto. Ofegante, me sento na cama e puxo o ar para tentar me acalmar. Um assassino, ele disse, mas eu não vi isso nos olhos de Jessé. Pensativa, saio da cama e vou para perto de uma janela. O meu olhar vai para direto para o estábulo do outro lado do jardim e como se fosse atraída por ele, me afasto da janela, visto um casaco quente e macio por cima da roupa de dormir, e saio do quarto.Dentro do corredor encontro a quietude da casa, além da sua escuridão e caminho cautelosa para não esbarrar em alguma coisa pelo caminho, e assim não acordar a casa inteira. Vou direto para cozinha, bebo um pouco de água e luto contra a minha vontade de sair ao encontro do animal.Não ir até o estábulo, essa é uma de suas regras. Bufo audivelmente e sem querer os meus olhos param em cima de um cesto cheio de cenouras que está em cima de um balcã
Sila— Sim, provavelmente ele esteja atrás dos arbustos. — Ela faz menção de sair, porém, lhe jogo uma interrogação.— Você conheceu a Cecília, não foi? — Ela balbucia, parece pensar no que me dizer.— Eu… a conheci.— Imagino que ela era uma mulher impressionante — comento, fazendo-a sorrir.— E ela era. Todos nessa casa a amavam.Eu sabia!— O Érõn a pertencia? — Seu sorriso se amplia.— Dona Cecília era amante dos animais e o Senhor Murat sabia disso. Por isso ele o comprou para ela.— E as escolhas dos nomes dos animais são sempre turcos, você sabe o porquê?— Por amor ao Senhor Murat. — Ela responde um tanto sonhadora.— Amor perfeito e riqueza foram as suas escolhas — sibilo.— Sabe, era lindo vê-los juntos, mas quando ela chegou aqui… — Franzo a testa.— Ela? Ela quem?— Ayla?! — A voz rígida de Murat me faz congelar e a garota imediatamente se afasta de mim. Um puxão brusco no meu braço me faz bater duramente contra o seu corpo, mas é o seu olhar furioso que me faz engolir em
Sila— Sila, abre a porta! — Murat pede do lado de fora do quarto e ansiosa, fecho os meus olhos. — Escute, se você não quiser ir para a casa da sua mãe eu entendo e está tudo bem.Está tudo bem? Chego a soltar uma respiração de alívio.— Se você quiser, podemos jantar fora. — Abro a porta imediatamente, encontrando os seus olhos negros rígidos.— Jantar fora? — Chego a ansiar por essa possibilidade.— Se você quiser.Seu eu quiser? Por Alla que espécie de pergunta é essa?!— Eu quero! — falo sem pensar duas vezes.— Ótimo! Se arrume, vou aguardá-la lá embaixo. — Fecho a porta abruptamente, abrindo um sorriso satisfeito logo em seguida. Contudo, corro para dentro do closet e escolho um vestido para essa noite, ponho os salt
SilaSeus movimentos são firmes e precisos. Uma clara encenação dos costumes turcos e logo me forço a me mexer também. Existe uma eletricidade entre nós agora. É algo que nos atrai, porém, ela não nos aproxima. Uma sensação que acelera os meus batimentos cardíacos, mas que faz o meu corpo estremecer também e quando a música termina, também paramos, porém, os nossos olhos permanecem conectados.Então do nada começo rir.— O que foi? — Ele inquire meio confuso.— Não é nada, Senhor Arslan. Eu estou só estou um pouco alegre devido o álcool, eu acho. — Em resposta, ele abre outro sorriso e o meu peito parece que vai explodir com esse simples gesto. — Que tal um brinde a essa noite? — sugiro, voltando para a mesa e começo a servir os nossos copos.— N&at
SilaNa manhã seguinte…— Oh, nossa! — resmungo dolorosamente, me sentando em uma cadeira de frente para uma mesa farta, onde o meu marido já está acomodado. Devo dizer que ele está intacto, até parece que nem bebeu o tal Raki. No ato, fecho os meus olhos para a claridade que me incomoda e apoio a minhas cabeça em minhas mãos.— Como você está? — O escuto perguntar, porém, bufo em resposta.— Meu estômago está embrulhado e a minha cabeça não para de latejar — lamento.— Eu disse que você estava exagerando. — Ele retruca divertido.Espera, divertido? Ergo a minha cabeça para olhá-lo, fazendo uma careta para a dor que retorna por conta da luz.— Eu estava curtindo um pouco da noite e você prometeu cuidar de mim, se lembra? — retruco um tanto manhosa.— Certo, Dona Sila. Beba um pouco desse suco, isso vai diminuir os seus enjoos e eu vou pedir uma aspirina pra você. — Seguro o copo que ele me estende e no ato, beberico um pouco da bebida gelada. Não demora para Murat retornar para a mesa
SilaMinutos depois…— Hum, acho que acabei cochilando — resmungo após um longo tempo em silêncio, aconchegando-me ao seu corpo e devo dizer que ainda estou sorrindo para o que acabamos de fazer.— A gente precisa conversar, Sila. — O seu tom sério demais me diz que o meu encanto se acabou e que estamos voltando para a nossa realidade agora. Calado, Murat se afasta de mim e começa a vestir as suas roupas, e eu faço o mesmo em seguida.— Sobre o que você quer falar? — pergunto mesmo sabendo do que se trata.— Sobre isso. — Ele aponta o seu indicador dele para mim. — Sei que foi gostoso, muito mesmo. Na verdade, devo admitir que foi bem melhor do que eu esperava.Não seguro um sorriso.— Mas?— Amor. — Uno as sobrancelhas. — Eu não posso te oferecer isso, Sila.Frustrada? Não, eu não estou frustrada. Ao entrar nessa casa percebi que Murat Arslan vive preso a um amor do seu passado. Isso o tem tornado um homem frio, intolerante e um tanto violento. O homem que vi sentado na minha frente