Um investigador da polícia civil, de nome Macto, é designado para desvendar um crime. Tudo ia bem, até ele cair numa armadilha. Preso nas garras dos bandidos, Macto sofrerá terríveis dores. Conseguirá ele escapar?
Ler maisCidade de “FT”, 20 de janeiro, segunda-feira. Acordou quando faltavam dez minutos para as oito horas, segundo lhe informou a enfermeira. Ela, por sinal, lhe aplicara uma injeção e colocara o soro; porém não quis lhe dizer mais nada. Insistiu. No entanto, ela se mostrou irredutível. Ordens, havia dito. O médico também nada revelou. Permaneceu deitado, tomando soro e repleto de curiosidade. Curiosidade! A pergunta que lhe veio à mente era uma só: o que havia acontecido? Cidade de “FT”, 20 de janeiro, segunda-feira. Só foi saber das novidades
Cidade de “FT”, 20 de janeiro, segunda-feira. Subitamente, um objeto foi colocado sobre seu rosto. Macio, mas que, naquele instante, o sufocava. O que seria? Um travesseiro??? Óbvio! Um discreto e eficiente travesseiro! Não recebeu uma facada nem um tiro. E muito menos uma pancada na cabeça. Por quê? Com certeza para parecer que teria morrido de parada cardíaca. Assim procedendo, não causaria suspeitas. Sim! Era um bom plano. O delegado Haroldo → apesar de enlouquecido → ainda não tinha perdido a inteligência.&nbs
Cidade de “FT”, 19 de janeiro, domingo. Isso porque, à meia-noite, depois que a enfermeira lhe aplicou uma injeção, recebeu uma inusitada e horripilante visita. A visita do demônio! Um homem entrou na sala. Usava o jaleco branco, típico dos médicos. No pescoço, um estetoscópio. Calça jeans. Sapatos pretos. Cabeça raspada. Bigode discreto. Óculos escuros. Manteve a luz apagada. Apenas a luz do corredor iluminava o quarto. Aproximou-se da cama. → Boa noite, Macto → ele murmurou, sério. Estremeceu, ao reconhecer aquela voz! Tentou gritar, mas nada sai
Cidade de “FT”, 18 de janeiro, sábado. Não sonhou. Não teve pesadelos. A escuridão → no entanto → permanecia ao seu redor, profunda, sinistra, dominando o ambiente. Mansidão. Imobilidade. As dores diminuíram. Cidade de “FT”, 19 de janeiro, domingo. Saiu da UTI, sendo conduzido a um dos quartos. Abriu, enfim, os olhos. Pôde perceber o quarto; os aparelhos; as paredes brancas. Havia bandagens em quase todo o seu corpo. Parecia uma múmia, como nos tempos medievais. Além do mais, foi obrig
Cidade de “MJ”, 17 de janeiro, sexta-feira. Sozinho! A dificuldade de respirar aumentava. Em delírio → com o cérebro atrofiado → já não sentia mais nada, não via mais nada, não pensava em mais nada. Sentiu o tenebroso manto da morte se acercando... o tétrico manto do verdugo negro... realizando um reconhecimento... analisando as possibilidades... cheirando seu corpo... cutucando sua alma... lambendo seu espírito... num frenesi alucinado!!! E não tinha forças para lutar contra ele! Seria o fim? O fim... o fim... o fim... As dores no estômago aumentaram! Urinou novamente
Cidade de “MJ”, 16 de janeiro, quinta-feira. Acordou nas trevas! Calculou ser nove ou dez horas de uma noite de vento brando, com a temperatura na faixa dos vinte e seis graus. A fazenda às escuras. A vontade de beber água ou qualquer líquido era insuportável. Suas mãos estavam horrivelmente inchadas. O sangue lhes dava um aspecto doentio. Seu rosto... pálido! Pálido como se não tivesse uma gota de sangue sequer! Pálido e quase em pânico. Sua pele evidenciava pequenas feridas, devido às queimaduras provocadas pelo sol. Defecou na fralda. Foi obrigado a se acostumar com o fedor. 
Cidade de “MJ”, 16 de janeiro, quinta-feira. Tudo se resumiu a uma sucessão de dores. Primeiro, os pregos! Quando rasgaram sua carne → devido às marteladas → gritou tão alto que sentiu suas cordas vocais tremerem! Gritou como nunca tinha gritado em toda a sua vida! O sangue jorrava dos ferimentos. Segundo, prenderam sua cintura de encontro à cruz por uma corda de nylon. Tiraram as outras cordas. Notou que seus pés → unidos pelo gigantesco prego → estavam apoiados numa espécie de plataforma, fixada na parte inferior da cruz. Dessa forma, seu corpo era sustentado pelos pés e pela cintura, o que atrasaria em dias a sua morte.&nbs
Cidade de “MJ”, 16 de janeiro, quinta-feira. Contou dezoito pessoas na espaçosa sala. Todos usavam roupas pretas. Todos de pé. Alguns com copos de bebidas na mão. O velho Sérgio estava lá. O dono do bar Lintox. A Viviane Selly → conhecida como Branca → também. O que estava acontecendo? De repente, um homem entrou na sala. Segurava uma taça de vidro. Todos abriram passagem para ele. Sentiu o arrepio do medo corroer suas entranhas! → Boa noite, Macto. → ele disse. Homem moreno, magro e alto, que aparentava ter entre quarenta e cin
Cidade de “MJ”, 16 de janeiro, quinta-feira. Prosseguiu na missão. As dúvidas martelavam sua mente: para onde aquele C3 estaria indo? Quem estaria lá dentro? Meia hora depois, o C3 saiu da BR e começou a percorrer as ruas e avenidas. Subitamente, estava numa rua deserta → de duas faixas → e pessimamente asfaltada, com um denso matagal de ambos os lados. As luzes dos postes iluminavam a área. Vez ou outra um sítio ou fazenda surgia. Pôde ver uma das placas de identificação. Lá estava escrito: rua Miranda Hiller, do bairro “MJ-5.13”. Somente os dois carros na estrada.