Cidade de “FT”, 20 de janeiro, segunda-feira.
Acordou quando faltavam dez minutos para as oito horas, segundo lhe informou a enfermeira.
Ela, por sinal, lhe aplicara uma injeção e colocara o soro; porém não quis lhe dizer mais nada. Insistiu. No entanto, ela se mostrou irredutível. Ordens, havia dito.
O médico também nada revelou.
Permaneceu deitado, tomando soro e repleto de curiosidade.
Curiosidade!
A pergunta que lhe veio à mente era uma só: o que havia acontecido?
Cidade de “FT”, 20 de janeiro, segunda-feira.
Só foi saber das novidades
CRUCIFICADO de JODERYMA TORRES "CRUCIFICADO", de Joderyma Torres. Publicado no excelente site BUENOVELA, em setembro de 2021. Livro de ficção. Qualquer semelhança com a vida real é apenas coincidência. Inventei tudo isso, meu. Juro. Eheheheh. Obra dedicada &agrav
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. Às 8h35min, terminou o relatório, imprimiu e deu uma lida, fins corrigir possíveis erros. Assassinato! Um homem matou a ex-esposa → a facadas → e fingiu que nada tinha acontecido. Chegou a ir ao enterro, o vagabundo, numa ousadia e desfaçatez sem limites. Mas seus dias de glória logo chegaram ao fim. Após sete dias de investigações, descobriu → no local do crime → marcas de sapatos que coincidiam com as de um par usado pelo homem. Sapatos encontrados, por incrível que pareça, debaixo da cama dele. Além disso, seguindo orientação de uma filha descon
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. De volta ao segundo andar e à sua mesa, sentou-se, respirou fundo e deu uma lida no dossiê. Primeira parte → as análises do médico legista. A grosso modo, mostrava a hora provável da morte de “Ameba”. O dia. Os motivos: sede, asfixia etc. As substâncias ingeridas. O sangue. As impressões digitais. A surra que o sujeito levou, antes de morrer. As costelas quebradas como prova. O fato de ter permanecido cinco ou seis dias na cruz. O fato de ter sido crucificado num lugar e, após a morte, ter sido deixado no local onde foi encontrado. Fim de papo. Talvez pudesse achar um caminhão baú → repleto de sangue → na casa do ta
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. Estacionou o Corsa verde do lado direito da rua, diante da pensão. Olhou o relógio: 10h50min. Saiu do veículo e não pôde deixar de notar o cume do famoso morro do Palmor, a cerca de oitocentos e cinquenta metros dali. Morro reconhecidamente violento, apesar das constantes incursões da polícia. Na verdade, aquele bairro, em si, era violento. Sem perder tempo, abriu o portãozinho de entrada, percorreu a rampa de cimento, que dividia o pátio gramado, subiu os quatro degraus de madeira e parou na varanda, diante de um portão de ferro → fechado, naquele momento. Pensão pintada de vermelho fosco. Percebeu que havia um corredor, atr&aac
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. Uma mulata bonita e sexy, que devia ter entre trinta e trinta e cinco anos, o recebeu. Ela → que tinha acabado de fazer o almoço → o convidou para entrar. O quarto era limpo e organizado. Dividido ao meio por uma folha de compensado, que servia de parede. Uma mesa → com suas quatro cadeiras → separava a “cozinha” da “sala”. Viu o fogão → com três panelas em cima →, o buffet e a geladeira do lado de lá; o sofá e a televisão do lado de cá. No meio, a mesa. Viu também a “parede” de compensado, que com certeza escondia o “quarto” onde o casal dormia. Mônica reforçou as palavras da dona Judite. O Nestor era um bom vizinho e n&a
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. Após o almoço → bife com fritas → seguiu para a rua Marselhantes. Fez um rápido reconhecimento, até notar → no meio do percurso, do lado direito da rua → um letreiro enorme e luminoso, que dizia:“BOATE RASPUTIN” Na mosca! Suas análises e deduções se confirmaram. Obviamente que o “Ameba” só podia ter conhecido a mulher do vestido preto ali, entre generosas doses de cerveja. Casa pintada de amarelo escuro, com dois pavimentos. As duas portas → a grande e a pequena →, localizadas no térreo, estavam fechadas. No andar de cima, uma sacada. Estaci
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. O bairro “FT-4.56”, zona leste, próximo da praia, era nobre e repleto de belas mansões, uma maior e mais extravagante que a outra. Os prédios luxuosos completavam o requinte de riqueza do lugar. A rua Galdino Serpp → com aproximadamente oitocentos metros de extensão → era larga e discreta. Não tinha saída, pois terminava num muro, atrás do qual via-se um matagal. Rua absolutamente deserta. Enigmática! Sombria! Não gostou dela → nem um pouco. Contou dez grandiosas mansões ao longo da via → cinco de cada lado →, todas com
Cidade de “FT”, 13 de janeiro, segunda-feira. Foi recebido por uma mulher branca, alta, magra, com peitos fenomenais e tatuagens. Usava um longo vestido preto. Seria ela?, indagou para si mesmo, profundamente surpreso. → Ana? → ousou perguntar, após refazer-se do choque. → Sim. Sou eu mesma. Entre, policial. Obedeceu, completamente desnorteado. Entrou numa sala enorme, de teto alto. Tudo ali era extremamente limpo e luxuoso. A estante. O tapete. Os sofás. As poltronas. O bar. O lustre, com suas doze lâmpadas. O piso de ladrilho. As cortinas. As luzes. A mesinha-de-centro. Ela. → Sente-se. Quer