POV: AVRIL
— Você está terminando comigo? — Gritei, chamando a atenção de todos no campo da faculdade. — Que brincadeira de mau gosto é essa?
— Pare com o escândalo, Avril. Você sabe que não posso me envolver em polêmicas. — Ele coçou os olhos, olhando preocupado ao redor. — Vamos conversar em um lugar mais reservado, está bem?
— Não! Quero que você me diga o motivo pelo qual simplesmente quer terminar comigo... E o nosso plano de fugir e construir nossa vida juntos? — Comecei a andar de um lado para o outro, tentando conter as lágrimas que se acumulavam em meus olhos. — Que droga, é porque estou grávida, não é? Você vai ser um desses bilionários babacas que abandona a pobre namorada da faculdade grávida.
— Você sabe que não sou assim! — Cerrando os punhos, ele me puxou pelo braço até o estacionamento, que estava vazio naquele horário em que deveríamos estar em aula. — Meu pai descobriu sobre a gente, ameaçou destruir sua vida e sua família, eu não posso permitir.
— Então enfrente-o, não me use como desculpa... — Suspirei nervosa, secando uma lágrima teimosa. — Se terminarmos, o que espera que eu faça? Espero um filho seu, caramba!
— Há opções, Avril... — Antes que ele terminasse de falar, dei um tapa forte em sua face.
— Nem ouse cogitar isso! — Meu coração batia descompassado, sendo dilacerado pelo homem à minha frente. Ofegante, apontei o dedo, batendo em seu corpo com força. — Não me arraste para sua covardia só porque não tem coragem de enfrentar a sua família todo-poderosa. No fundo, você só não quer perder as regalias de sua herança.
— Tem razão, Avril! — Ele gritou, fungando profundamente antes de abaixar o tom. — Não posso abrir mão da empresa da família. Você sabe que sou o herdeiro principal. Devo tudo aos meus pais e, principalmente, ao meu avô. Ele morreria se soubesse que abandonei seu legado... Depois que meu irmão morreu... Você sabe da promessa que fiz a eles! — Ele se aproximou, acariciando minha face delicadamente.
Bati com força em suas mãos, tirando-as do meu rosto.
— Archer Stone, você é um completo tolo, e eu te odeio! — Gritei, socando seu corpo algumas vezes, sem que ele se abalasse, parando quando seus braços me prenderam em um forte abraço. — Se eu soubesse que isso aconteceria, nunca teria me relacionado com você. Não teria acreditado em suas falsas promessas.
— Eu sinto muito, Avril... Eu... — Suspirando, ele ergueu meu queixo, depositando um beijo doce e suave em meus lábios. — Não podemos ficar juntos. Agendei uma consulta na clínica Maia para esta tarde, para sabermos sobre as opções. Por favor, não torne isso mais difícil do que já é.
— O quê? — Limpei os lábios com raiva, empurrando-o com força para trás, vendo o segurança particular dele caminhar em nossa direção. — Você não pode me forçar!
Sai correndo em direção ao meu carro, vendo-o correr atrás de mim junto ao segurança.
— Avril, não faça nenhuma besteira. — Archer se aproximou do vidro, batendo com força. — Abra a porta do carro, vamos resolver isso juntos!
Mostrei o dedo do meio para ele e gritei:
— Vá para o inferno junto com sua família! — Liguei o carro, acelerando, quase atropelando o segurança que ficava em frente bloqueando, corria sem rumo quando o carro dele vinha em alta velocidade me perseguindo enquanto me ligava, atendi.
— Me escute, por favor... Sabe que eu te amo, droga Avril. — Ele suspirou pesadamente do outro lado da linha.
— Seu amor não é maior que suas obrigações! — Completei, sentindo a última fisgada de dor em meu peito, estilhaçando-o de vez. — Espero que seja feliz com sua escolha e me esqueça.
De repente.
— Avril? — Archer gritou, e quando ergui os olhos para frente, um caminhão vinha em minha direção.
Consegui desviar, voltando o volante com força e fazendo o carro rodopiar na pista, até bater na mureta e atravessar, levando-me a capotar barranco abaixo. Ao fundo, apenas a voz dele ecoava no ambiente do veículo:
— Avril? Avril? Fala comigo! Você está bem? — Era Archer, desesperado. — Droga, por favor, fique bem... Me perdoa...
POV: AVRILOs sons ao fundo eram um turbilhão confuso de ruídos. Forcei meus olhos a se abrirem, sentindo o sangue pulsando em minha cabeça e percebendo, com dificuldade, que estava de cabeça para baixo dentro do carro. Um líquido quente escorria pela minha testa, seu odor ferroso invadindo minhas narinas. Ao meu lado, o som do vidro sendo puxado bruscamente com as mãos chamou minha atenção. Olhei para o lado e lá estava o maldito responsável por minha dor e mágoa.— Eu vou te tirar daqui Avril... Você vai ficar bem! — Ele disse, enquanto meus olhos se fechavam novamente.Ao longe, ouvi alguém o repreendendo.— Senhor, precisa se afastar para que possamos fazer nosso trabalho. Ela está presa nas ferragens e perdendo muito sangue. Vamos tirá-la rapidamente. — A voz masculina e profissional soou autoritária.— Senhor Stone, precisamos tirá-lo daqui agora. Daqui a pouco os jornalistas estarão aqui, e não podemos permitir que se envolva em escândalos. — Alguém falou firmemente. — Ela ficar
POV: ARCHER— Senhoras e senhores, é com imenso prazer que recebemos a todos os convidados aqui esta noite em nossa empresa. Este é um marco muito importante para o nosso império Stone, e somos gratos por cada um de vocês fazerem parte dessa história. Chamaremos ao palco o homem por trás do nosso sucesso, que não só elevou nosso faturamento, mas também trouxe prestígio ao nosso legado. Aplausos para o renomado CEO, senhor Archer Stone.O salão se encheu com os sons dos aplausos frenéticos. Subi ao palco com uma postura ereta, aproximando-me do microfone. Os convidados estavam eufóricos, aguardando o pronunciamento que faria naquela noite, o motivo pelo qual havíamos organizado a maior festa já vista em Seattle, enchendo as manchetes dos jornais.— Boa noite! — Ressoei firme, com o tom gélido ao qual estavam acostumados. — Obrigado a todos por estarem presentes. Como mencionamos no convite, esta festa vai além das comemorações por nossos grandes ganhos financeiros.Todos riram animados.
POV: ARCHER— Tirem o investigador daqui! — Ordenei aos seguranças com raiva, caminhando a passos largos até Willow em meio ao salão. — Chamem uma ambulância, rápido! — Ordenei, mantendo a compostura, embora por dentro soubesse que está confusão estaria estampada em todos os jornais e após a especulação do detetive, teria uma enxurrada de conspiração em meu nome. Os seguranças arrastaram Henry para fora, enquanto eu me ajoelhava ao lado de Willow, tentando reanimá-la. Seu rosto estava pálido, ela não respondia, sua mãe se aproximou ajoelhando-se do outro lado.— Filha? O que houve? Acorde. — Dizia Neandra Collen, a renomada cofundadora da indústria Collen. — Archer, sabe o que houve?— Willow, querida, acorde! — Murmurei, segurando sua mão fria. O médico da festa se aproximou rapidamente, verificando seus sinais vitais.— Ela vai ficar bem, mas precisamos levá-la ao hospital para exames mais detalhados. — Disse o médico, levantando-se e sinalizando para os paramédicos que acabavam de c
POV: ARCHER— Quais são as chances disso? — Exclamei indignado, pegando o papel que meu amigo de confiança havia me apresentado. — Tem certeza disso?— Sim, senhor. Localizei apenas duas pessoas com a tipagem sanguínea compatível com a de sua noiva, mas somente uma é viável para a doação — respondeu ele, coçando o queixo. — E não é o idoso de 75 anos, isso posso garantir!— Não estou com humor para suas piadas hoje, Jasper! — Joguei os papéis sobre a mesa, inclinando a cabeça para trás, sentindo a frustração se acumulando. — Só pode ser brincadeira.— Qual o problema da jovem ser a doadora? Ela me parece saudável, além de ser extremamente linda — brincou ele, divertido. Soquei a mesa com força, provocando um tremor que percorreu seu corpo. Jasper ergueu uma sobrancelha, intrigado, inclinando-se para frente para sussurrar: — É alguma amante sua? Você a conhece?— Ela é a mãe do meu filho! — Senti o peso de minhas palavras lembrando do pequeno altar memorial que havia criado, naquele dia
POV: AVRILFechei a cafeteira com um suspirando, mantendo as mãos na persiana enquanto tentava acalmar minha mente, meu peito queimava com a raiva intensa que carregava desde aquele dia. O dia em que disse ao meu namorado que tanto amava que estava grávida, o dia que tudo virou de cabeça para baixo, o término, o acidente levando a perca do meu bebê. Eu o amaldiçoei desde aquele dia, praguejei ao vento desejando que ele sofresse toda dor que me causou!Caminhei até a mesa onde ele estava sentado, aguardando-me em silêncio com as mãos cruzadas e o corpo relaxado no banco. Sentia seus olhos acompanhando cada movimento meu. Sentei-me à sua frente, encarando-o com o semblante fechado, desejando voar em seu pescoço! Notei sua feição séria; Archer parecia mais rígido e tenso do que da última vez que nos vimos. Seu corpo estava mais volumoso, os músculos delineados sob o terno caro. Seus cabelos castanhos claros estavam penteados com elegância, e seus olhos azuis profundos e enigmáticos não pe
POV: AVRIL— Por que está fazendo isso comigo, Archer? — segurei seu punho, apertando com a cabeça baixa pensativa. — Eu não mereço isso.— Não, realmente não merece..., mas não tenho escolhas — suspirou ele, soltando-se do meu aperto e saindo da cafeteria, deixando-me imersa em meus pensamentos diante daquela papelada ridícula. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, lavando a raiva contida em meu peito.Fiquei em silêncio, olhando a papelada e a pasta à minha frente, sem reação. Toda a proposta era ridícula, mas aquela cláusula em específico me tirou completamente o chão. Puxei para olhar, coçando os olhos pesados e vermelhos. Aquele idiota seguiu a vida sem olhar para trás, pouco se importando com os danos que havia me causado e agora isto? Aparece sugerindo que eu me passe como sua esposa substituta e seja a doadora principal de sua noiva!— Vá para o inferno, Archer Stone, não terá nada de mim além de meu desprezo! — exclamei em meio ao silêncio rangendo os dentes furiosa. Quando ouvi
POV: ARCHERSuspirei ao ouvir a linha vazia do outro lado, olhando para o relógio. Era tarde da noite e a voz de Avril soava rouca e fria. Por que isto me incomodava? Sou o culpado por suas maiores dores, foi eu quem pedi para me odiar e dei motivos para isto.Virei o copo de uísque, sentindo o calor da bebida descer pela garganta. Ainda trabalhava naquele maldito relatório, encontrando muitas brechas nas informações internas, o que me levava a crer que ele tinha ajuda interna e que minha equipe não era tão confiável quanto eu pensava. Suspirando, fui até o guarda-roupa e peguei roupas leves, algo casual para vê-la. Com as chaves nas mãos, saí apressado.— Archer? — chamou minha sogra, saindo do quarto médico de minha noiva. — Vai sair?— Tenho assuntos para resolver — respondi secamente, continuando a caminhar rapidamente.— A essas horas? — Ela veio atrás de mim como uma sombra. — Nestas roupas?Parei e me virei para encará-la, meus olhos faiscando de impaciência.— Sra. Neandra, pel
POV: AVRIL— Por que eu assinaria este maldito contrato e salvaria sua adorável noiva? — torci o nariz ofegante, abrindo e fechando as mãos nervosa. — Ela teria sorte de se livrar de você.— Morrendo? — questionou ele, frio, sem tirar as mãos dos bolsos. Arregalei os olhos, surpresa. — Porque é o que vai acontecer se você não aceitar ser doadora dela.— E a culpa seria de quem? — gritei, dando um soco em seu peito rígido como rocha, sem que ele se movesse. — Não é uma responsabilidade minha, não vou aceitar aqueles termos, não dessa forma... Não te pedir para voltar, estou indo bem sem você.— Não, você não está. Estão afogados em dívidas! — retrucou Archer, ignorando meu segundo soco em seu peito como se não provocasse nada nele. — O dinheiro vai ajudar sua família.— Ah, então está sendo benevolente por ter sido um grande imbecil comigo? Falha minha, grande CEO Stone! — gesticulei dramaticamente, colocando a mão sobre o peito. — Muito obrigada por sua caridade financeira, mesmo após