POV: AVRILMadrugada adentro, revisava o contrato, rasurando algumas cláusulas e acrescentando as minhas próprias. A cada termo alterado, sentia uma sensação de poder crescente. Quando finalmente terminei, ergui o papel, folheando pela última vez o contrato. Suspirei e deixei escapar um leve sorriso vitorioso:— Se for para conviver com o diabo, que seja sob minhas regras! — murmurei para mim mesma. O relógio ao lado da cabeceira da cama despertou, chamando minha atenção para o novo dia. Esfreguei os olhos cansados e fui tomar um longo banho.A água quente ajudou a aliviar a tensão acumulada. Após o banho, passei maquiagem suficiente para esconder as olheiras da noite em claro. Vesti minha melhor roupa social e saltos médios, querendo estar apresentável para enfrentar o império Stone.Com uma última conferida no espelho, forcei um sorriso nos lábios sofridos que haviam sido mordidos enquanto eu revisava cada página do contrato. O batom vermelho aveludado escondia as feridas que os infl
POV: ARCHERA reunião estava no início, e levei o relatório, questionando cada déficit de informações que pessoalmente havia verificado.— Senhor Archer, este é o departamento do Sr. Jasper. Já interfonamos em sua sala para que pudesse participar da reunião — respondeu uma das acionistas do comitê.— E por que ele não foi comunicado sobre a reunião mais cedo? Meu tempo é precioso e não deve ser desperdiçado por incompetência de funcionários — esbravejei, vendo-os tremer receosos.— Eu... Senhor... Sinto muito, senhor... — gaguejou ela, nervosa.— Prossiga o adendo enquanto ele não chega — ordenei, ignorando-a e abaixando os olhos para repassar mais uma página. Quando a porta se abriu e se demorou aberta, ergui os olhos, paralisando nos dela, ali parada, me encarando com audácia.Avril estava elegantemente vestida, em um conjunto social casual que exalava sofisticação e charme. A camisa branca de tecido fino tinha alguns botões abertos, revelando sutilmente um decote em V, que realçava
POV: ARCHERAo final da reunião, reuni a papelada espalhada sobre a mesa, enquanto os acionistas e parte do comitê saíam da sala. Jasper permaneceu, com um sorriso divertido estampado em seu rosto e olhos brilhando de curiosidade.— Diga logo. — Exclamei, erguendo os olhos para ele com impaciência.— Ela é mais intensa pessoalmente do que por foto, devo confessar. Porque, de todos que conheço, ela foi a única corajosa o suficiente para jogar papéis na sua cara! — Seu sorriso se alargou ainda mais, evidenciando sua diversão. — Agora sei por que se apaixonou por ela.— Você a conduziu até aqui, sabia quem ela era, por que fez isto? — Cerrei os punhos me aproximando de Jasper ameaçadoramente, ele parecia pequeno ao meu tamanho.— Pensei que a havia convidado para vir aqui, nunca imaginei que era uma invasão. — Respondeu ele revirando os olhos. — As pessoas vão perguntar quem é ela.— Diga que é uma prima distante. — Respondi, dando de ombros enquanto me levantava para sair. Jasper correu
POV: AVRILHesitei por um momento antes de responder. O som ambiente estava movimentado e agitado dentro do hospital enquanto eu aguardava a assistente social me chamar para conversarmos.— Não é da sua conta onde estou. — Retruquei rispidamente. — Se quer falar sobre as cláusulas, pode fazer isso agora.— Prefiro discutir isso pessoalmente. — Insistiu ele, tentando manter a calma em sua voz. — Precisamos ajustar alguns pontos, e é melhor fazermos isso cara a cara.Soltei um suspiro audível antes de concordar relutantemente.— Te envio o endereço do local do próximo encontro! — Respondi bruscamente, sendo chamada para a sala, desligando na cara dele antes que pudesse refutar.Segundos depois, enviei a mensagem, determinada a fazê-lo me encarar naquele local. Queria obrigá-lo a enfrentar o que me fez passar, quer o poderoso CEO quisesse ou não.— Sra. Fox, fico feliz que tenha vindo. Por favor, sente-se. — Disse Magda, a assistente social que conhecia há um longo período e que vinha me
POV: ARCHERParei o carro na lateral do acostamento, na área destinada a veículos com problemas. Desci caminhando lentamente em direção ao local onde Avril estava. Ela estava de costas, olhando fixamente para o ponto onde seu carro havia perdido o controle e descido o barranco, sendo detido por uma árvore de raízes grossas.— Estou aqui, Avril! — disse com uma voz grave e imponente. Ela se virou lentamente em minha direção, não pude deixar de notar o seu semblante triste e abatido. — Por que me fez vir até aqui?— Te traz memórias? — Provou ela, dando de ombros e torcendo as mãos nervosamente. Seus dedos entrelaçavam-se e desenlaçavam-se, mostrando sua inquietação. Meu olhar desceu sutilmente, avaliando-a de cima a baixo, captando cada detalhe de sua postura e expressão.— Analisei seus termos. Há algo mais que queira acrescentar? — arqueei uma sobrancelha, desviando o olhar para o barranco novamente. A lembrança do acidente era vívida, impossível de esquecer.— Sim, quero que dobre o
POV: AVRIL— Vamos, por aqui. — disse ele, passando por mim com a postura arrogante e séria, guiando-me pela varanda da casa até umas cadeiras de madeira dispostas ao redor de uma pequena mesa de centro feita do tronco de uma árvore. — Sente-se, eu já volto.— Mas... — resmunguei, cruzando os braços emburrada, enquanto o via desaparecer para dentro da casa. Em minutos, Archer retornou com um bule e xícaras, colocando-os sobre a mesa e servindo-se calmamente.— Você quer? — perguntou o CEO, olhando-me de canto.— Não, obrigada. Não quero correr o risco de ser envenenada! — respondi com sarcasmo, apesar de sentir um fio de verdade em minhas palavras. — Que lugar é este? Estamos sozinhos?— Era a casa de verão do meu avô. Um local isolado onde ele trazia Luka e eu para fugirmos um pouco da pressão do império. — Archer colocou o contrato sobre a mesa e empurrou-o em minha direção. — Aqui está a contraproposta.Puxei os papéis, suspirando, e olhei em volta. Uma brisa gostosa acariciou meu r
POV: AVRIL— Isto é inaceitável, Archer! Você não pode estar falando sério. Já estou doando tudo o que precisam! — Passei as mãos freneticamente pelos cabelos, agitada. — Não vou envolver um inocente nesta transação.— Avril, é necessário. O bebê poderá salvar de vez a vida de Willow. Usarão as células-tronco do cordão umbilical dele. Com a tipagem sanguínea rara, ela terá mais chances de recuperação. — refutou Archer, caminhando de um lado para o outro. Não havíamos percebido o tempo passar, e agora já estava escuro. Estávamos na varanda, em um debate caloroso sobre cláusula por cláusula. — Eu sei que isso soa doloroso. — continuou ele.— Não, isso soa absurdo! — gritei, batendo na mesa e se levantando de repente, apontando o dedo para ele. — Tem ideia do que está me pedindo? Acha mesmo que eu entregaria um filho meu a você?— O filho não será seu, Avril. Você apenas será uma barriga de aluguel! — gritou ele de volta, socando a coluna da varanda. — O óvulo será de Willow e o esperma..
POV: AVRIL— Ai, seu ogro! — reclamei, acariciando o traseiro, pronta para levantar-me.— Avril Fox, fique quieta aí ou juro que vai se arrepender! — esbravejou Archer ferozmente. Seu peito subia e descia com a respiração nervosa, e eu me calei, ficando imóvel. — Por que com você sempre tem que ser assim?— Você quer um contrato comigo? Farei você se arrepender amargamente por cada segundo de passarmos juntos! — declarei como se estivesse em uma guerra, levantando-me e ficando de frente para ele. — Mude os termos.Archer me olhou intensamente, seus olhos escuros refletindo uma mistura de raiva e frustração. Por um momento, fiquei sem saber se ele iria explodir em fúria ou ceder às minhas exigências.— Não, este termo fica. Prorrogo o prazo. — Refutou ele, ainda batalhando comigo.— Não vou dar um filho a vocês! — Cruzei os braços, determinada.— Cansei de ser bonzinho com você, Avril. — Um cintilar perigoso cruzou os seus olhos, fazendo um frio percorrer minha espinha e meu corpo estre