POV: ARCHER
— Desgraçado! — gritei, a raiva explodindo de dentro de mim. — E minha mãe? O que você fez com ela?
Fiz menção de avançar, mas antes que pudesse dar um passo, ele puxou o gatilho e disparou. A bala atravessou meu ombro, a dor cortante me fez recuar, tropeçando para trás enquanto um gemido de dor escapava dos meus lábios. Pressionei a mão contra o ferimento, tentando conter o sangue que fluía, mas minha visão começou a embaçar.
Philipe apenas sorriu, a arma ainda apontada para mim, seu prazer em me ver sofrer evidente em cada linha de seu rosto.
— Por que não a matei? — ele repetiu, como se estivesse ponderando a questão antes de responder. — Porque ela era mais útil viva. Sua mãe acreditava nas mentiras que eu contei, me ajudou a manter a facha
POV: AVRILAbri os olhos lentamente, sentindo uma tontura se espalhar enquanto cada fibra do meu corpo latejava de dor. Um gemido suave escapou dos meus lábios ao perceber um corpo grande e volumoso ao meu lado. Olhei ao redor, vendo as paredes brancas do quarto e os aparelhos ao meu redor, e só então percebi que estava em um quarto de hospital. Ao lado, Archer dormia profundamente em uma cama grande, larga o suficiente para parecer quase uma cama de casal.Passei a mão pela cabeça, sentindo o latejar insistente e a dor ainda fresca, e as lembranças vieram como um lampejo.— Ethan! — murmurei, com o coração acelerando ao empurrar os lençóis para longe e abrir a parte frontal da roupa de hospital, observando o curativo onde a faca havia me perfurado. O ferimento estava coberto com gaze limpa e firmemente presa, mas a visão ainda era um choque. &mda
POV: AVRILArcher me olhou de lado, a exaustão pesando em seus olhos, mas sem nunca perder aquele toque de carinho.— Então é verdade? — perguntei, ainda tentando organizar as lembranças confusas da discussão na floresta, que pareciam desfocadas, cobertas pela dor da pancada que ainda me fazia a cabeça latejar. — Aquele homem realmente não era seu pai?— Não. Ele era o irmão gêmeo do meu pai, Philipe — disse Archer, a voz embargada, enquanto seus olhos refletiam a tristeza profunda que o fazia desviar o olhar. — Ele confessou ter matado meu verdadeiro pai, meu avô e Luka. Felizmente, Cooper conseguiu gravar tudo, e usaremos isso como prova para limpar o meu nome.— Quem diria que o investigador acabaria se aliando a você — comentei com um sorriso fraco, sentindo o peso de tudo aquilo. Puxei o rosto de Archer para q
POV: ARCHERAlgum tempo depois de termos alta do hospital, rodeamo-nos de nossa pequena família, encontrando conforto e alegria em cada momento juntos. Minha mãe, aos poucos, começou a melhorar, e logo seu sorriso voltou a iluminar seu rosto, especialmente quando o pequeno Nicolas surgia com suas gracinhas que encantavam a todos. Eu e Avril nos recuperamos completamente e estávamos aproveitando cada segundo de nossa vida lado a lado, com uma nova intensidade e gratidão.Retomei meu trabalho no império, e a imprensa cobriu de perto o caso envolvendo Philipe. Com a ideia brilhante de Avy, lançamos uma série em formato de podcast, onde eu pude contar minha versão dos fatos diretamente ao público. A estratégia teve um impacto positivo: reconquistar a confiança da opinião pública, fortalecer a imagem da empresa e atrair novos apoiadores e clientes de interesse.
POV: AVRILO espelho emoldurava o reflexo de uma noiva, e a imagem quase parecia uma ilusão. Minha mãe sempre dizia que o casamento era o momento mais próximo da magia que a realidade nos permitia viver, e naquele instante, enquanto eu olhava o vestido branco rendado, tão perfeito contra minha pele, senti a verdade de suas palavras. O tecido suave caía delicadamente, moldando meu corpo e se espalhando em uma cauda longa, enquanto o véu fluía como uma névoa fina, adornado com minúsculas pérolas que cintilavam sob a luz.A porta do quarto se abriu suavemente, e meu pai entrou. Nossos olhares se encontraram, e por um segundo ele parou, como se tentasse absorver aquele momento. Seus olhos se encheram de um brilho que eu conhecia bem, um misto de orgulho e emoção que transbordava sem palavras.— Você está... — ele começou, ma
POV: ARCHERQuando a vi caminhando em minha direção, senti meu coração parar por um instante. Tudo ao redor pareceu se silenciar, como se o próprio tempo tivesse decidido nos dar aquele momento. Lá estava minha Avy, os olhos dela presos aos meus, uma conexão intensa e profunda que só nós compartilhávamos. Ela estava deslumbrante, mais do que eu poderia descrever, e naquele momento, eu soube que estava prestes a me casar com a mulher que sempre amei. A mulher que, mesmo nos momentos mais difíceis, me deu forças, mesmo quando, por fraqueza ou medo, eu a havia afastado.Ao lado dela, meu sogro caminhava com o semblante carregado de emoção. Ao chegar ao altar, ele encontrou meu olhar e, em um gesto silencioso, assentiu, como se me confiasse o maior tesouro de sua vida, pedindo apenas que eu cuidasse dela. Repeti o gesto, prometendo que nada nem ninguém jam
POV: AVRILA noite parecia envolta em uma aura quase mágica enquanto Archer me carregava para fora do salão, a brisa noturna trazendo um frescor que contrastava com o calor crescente entre nós. O mundo ao nosso redor foi desaparecendo conforme nos afastávamos, e a antecipação do que viria a seguir fazia meu coração bater ainda mais rápido.Ao chegarmos ao nosso quarto, Archer abriu a porta e me colocou no chão com a delicadeza que só ele tinha. No entanto, seus olhos, escuros e intensos, me diziam que esta noite seria tudo, menos delicada. Ele fechou a porta, e imediatamente o ambiente ao nosso redor se transformou em um espaço só nosso, onde nada mais existia além de nós dois.Eu sorri, caminhando lentamente em direção ao espelho, desfazendo o cabelo que ainda estava parcialmente preso, e Archer permaneceu ali, obser
POV: AVRILDespertei no meio da noite com um resmungo suave vindo do quarto ao lado. Ainda sonolenta, estendi a mão para o lado e senti o calor de Archer ao meu lado, seu sono tranquilo e profundo. Sentei-me devagar, tentando entender o que tinha ouvido. Era um som baixo, como um murmúrio distante, mas o suficiente para despertar o instinto materno em mim. Levantei-me da cama, puxando o robe sobre os ombros e caminhando em silêncio até o quarto de Noah.Quando entrei, a visão me fez parar, o coração acelerando em uma batida tensa e aflita. Neandra estava ali, inclinada sobre o berço de Noah, os braços envolvendo meu filho em um aperto estranho e possessivo. Seu rosto estava parcialmente oculto pela sombra, mas pude ver o brilho febril em seus olhos, uma intensidade que eu nunca havia presenciado antes. Ela sussurrava palavras desconexas, como se estivesse em um diálogo com outra pessoa.<
POV: ARCHERAnos se passaram, estava em meio ao jardim da nossa nova casa, construída exatamente como sonhamos, eu e Nicolas brincávamos com arminhas de água junto à fonte, rindo e disparando jatos para todos os lados. O som das risadas de meu filho enchia o ar, e a alegria do momento parecia transformar cada canto daquele lugar em um pedaço de paraíso. Foi então que vi Avril se aproximando devagar, seus olhos brilhando de amor e admiração enquanto nos observava. Não resisti e, com um sorriso travesso, peguei uma das arminhas e apontei para ela, atirando água de surpresa.— Archer! — exclamou ela, fingindo estar irritada e tentando desviar do jato, mas com um sorriso nos lábios. — Você me molhou!— Quem mandou espionar a nossa brincadeira? — respondi com um sorriso provocativo, mas ao ver a expressão pensativa