POV: AVRIL
Abri os olhos lentamente, sentindo uma tontura se espalhar enquanto cada fibra do meu corpo latejava de dor. Um gemido suave escapou dos meus lábios ao perceber um corpo grande e volumoso ao meu lado. Olhei ao redor, vendo as paredes brancas do quarto e os aparelhos ao meu redor, e só então percebi que estava em um quarto de hospital. Ao lado, Archer dormia profundamente em uma cama grande, larga o suficiente para parecer quase uma cama de casal.
Passei a mão pela cabeça, sentindo o latejar insistente e a dor ainda fresca, e as lembranças vieram como um lampejo.
— Ethan! — murmurei, com o coração acelerando ao empurrar os lençóis para longe e abrir a parte frontal da roupa de hospital, observando o curativo onde a faca havia me perfurado. O ferimento estava coberto com gaze limpa e firmemente presa, mas a visão ainda era um choque. &mda
POV: AVRILArcher me olhou de lado, a exaustão pesando em seus olhos, mas sem nunca perder aquele toque de carinho.— Então é verdade? — perguntei, ainda tentando organizar as lembranças confusas da discussão na floresta, que pareciam desfocadas, cobertas pela dor da pancada que ainda me fazia a cabeça latejar. — Aquele homem realmente não era seu pai?— Não. Ele era o irmão gêmeo do meu pai, Philipe — disse Archer, a voz embargada, enquanto seus olhos refletiam a tristeza profunda que o fazia desviar o olhar. — Ele confessou ter matado meu verdadeiro pai, meu avô e Luka. Felizmente, Cooper conseguiu gravar tudo, e usaremos isso como prova para limpar o meu nome.— Quem diria que o investigador acabaria se aliando a você — comentei com um sorriso fraco, sentindo o peso de tudo aquilo. Puxei o rosto de Archer para q
POV: ARCHERAlgum tempo depois de termos alta do hospital, rodeamo-nos de nossa pequena família, encontrando conforto e alegria em cada momento juntos. Minha mãe, aos poucos, começou a melhorar, e logo seu sorriso voltou a iluminar seu rosto, especialmente quando o pequeno Nicolas surgia com suas gracinhas que encantavam a todos. Eu e Avril nos recuperamos completamente e estávamos aproveitando cada segundo de nossa vida lado a lado, com uma nova intensidade e gratidão.Retomei meu trabalho no império, e a imprensa cobriu de perto o caso envolvendo Philipe. Com a ideia brilhante de Avy, lançamos uma série em formato de podcast, onde eu pude contar minha versão dos fatos diretamente ao público. A estratégia teve um impacto positivo: reconquistar a confiança da opinião pública, fortalecer a imagem da empresa e atrair novos apoiadores e clientes de interesse.
POV: AVRILO espelho emoldurava o reflexo de uma noiva, e a imagem quase parecia uma ilusão. Minha mãe sempre dizia que o casamento era o momento mais próximo da magia que a realidade nos permitia viver, e naquele instante, enquanto eu olhava o vestido branco rendado, tão perfeito contra minha pele, senti a verdade de suas palavras. O tecido suave caía delicadamente, moldando meu corpo e se espalhando em uma cauda longa, enquanto o véu fluía como uma névoa fina, adornado com minúsculas pérolas que cintilavam sob a luz.A porta do quarto se abriu suavemente, e meu pai entrou. Nossos olhares se encontraram, e por um segundo ele parou, como se tentasse absorver aquele momento. Seus olhos se encheram de um brilho que eu conhecia bem, um misto de orgulho e emoção que transbordava sem palavras.— Você está... — ele começou, ma
POV: ARCHERQuando a vi caminhando em minha direção, senti meu coração parar por um instante. Tudo ao redor pareceu se silenciar, como se o próprio tempo tivesse decidido nos dar aquele momento. Lá estava minha Avy, os olhos dela presos aos meus, uma conexão intensa e profunda que só nós compartilhávamos. Ela estava deslumbrante, mais do que eu poderia descrever, e naquele momento, eu soube que estava prestes a me casar com a mulher que sempre amei. A mulher que, mesmo nos momentos mais difíceis, me deu forças, mesmo quando, por fraqueza ou medo, eu a havia afastado.Ao lado dela, meu sogro caminhava com o semblante carregado de emoção. Ao chegar ao altar, ele encontrou meu olhar e, em um gesto silencioso, assentiu, como se me confiasse o maior tesouro de sua vida, pedindo apenas que eu cuidasse dela. Repeti o gesto, prometendo que nada nem ninguém jam
POV: AVRILA noite parecia envolta em uma aura quase mágica enquanto Archer me carregava para fora do salão, a brisa noturna trazendo um frescor que contrastava com o calor crescente entre nós. O mundo ao nosso redor foi desaparecendo conforme nos afastávamos, e a antecipação do que viria a seguir fazia meu coração bater ainda mais rápido.Ao chegarmos ao nosso quarto, Archer abriu a porta e me colocou no chão com a delicadeza que só ele tinha. No entanto, seus olhos, escuros e intensos, me diziam que esta noite seria tudo, menos delicada. Ele fechou a porta, e imediatamente o ambiente ao nosso redor se transformou em um espaço só nosso, onde nada mais existia além de nós dois.Eu sorri, caminhando lentamente em direção ao espelho, desfazendo o cabelo que ainda estava parcialmente preso, e Archer permaneceu ali, obser
POV: AVRILDespertei no meio da noite com um resmungo suave vindo do quarto ao lado. Ainda sonolenta, estendi a mão para o lado e senti o calor de Archer ao meu lado, seu sono tranquilo e profundo. Sentei-me devagar, tentando entender o que tinha ouvido. Era um som baixo, como um murmúrio distante, mas o suficiente para despertar o instinto materno em mim. Levantei-me da cama, puxando o robe sobre os ombros e caminhando em silêncio até o quarto de Noah.Quando entrei, a visão me fez parar, o coração acelerando em uma batida tensa e aflita. Neandra estava ali, inclinada sobre o berço de Noah, os braços envolvendo meu filho em um aperto estranho e possessivo. Seu rosto estava parcialmente oculto pela sombra, mas pude ver o brilho febril em seus olhos, uma intensidade que eu nunca havia presenciado antes. Ela sussurrava palavras desconexas, como se estivesse em um diálogo com outra pessoa.<
POV: ARCHERAnos se passaram, estava em meio ao jardim da nossa nova casa, construída exatamente como sonhamos, eu e Nicolas brincávamos com arminhas de água junto à fonte, rindo e disparando jatos para todos os lados. O som das risadas de meu filho enchia o ar, e a alegria do momento parecia transformar cada canto daquele lugar em um pedaço de paraíso. Foi então que vi Avril se aproximando devagar, seus olhos brilhando de amor e admiração enquanto nos observava. Não resisti e, com um sorriso travesso, peguei uma das arminhas e apontei para ela, atirando água de surpresa.— Archer! — exclamou ela, fingindo estar irritada e tentando desviar do jato, mas com um sorriso nos lábios. — Você me molhou!— Quem mandou espionar a nossa brincadeira? — respondi com um sorriso provocativo, mas ao ver a expressão pensativa
POV: AVRIL— Você está terminando comigo? — Gritei, chamando a atenção de todos no campo da faculdade. — Que brincadeira de mau gosto é essa?— Pare com o escândalo, Avril. Você sabe que não posso me envolver em polêmicas. — Ele coçou os olhos, olhando preocupado ao redor. — Vamos conversar em um lugar mais reservado, está bem?— Não! Quero que você me diga o motivo pelo qual simplesmente quer terminar comigo... E o nosso plano de fugir e construir nossa vida juntos? — Comecei a andar de um lado para o outro, tentando conter as lágrimas que se acumulavam em meus olhos. — Que droga, é porque estou grávida, não é? Você vai ser um desses bilionários babacas que abandona a pobre namorada da faculdade grávida.— Você sabe que não sou assim! — Cerrando os punhos, ele me puxou pelo braço até o estacionamento, que estava vazio naquele horário em que deveríamos estar em aula. — Meu pai descobriu sobre a gente, ameaçou destruir sua vida e sua família, eu não posso permitir.— Então enfrente-o, n