POV: ARCHER
Anos se passaram, estava em meio ao jardim da nossa nova casa, construída exatamente como sonhamos, eu e Nicolas brincávamos com arminhas de água junto à fonte, rindo e disparando jatos para todos os lados. O som das risadas de meu filho enchia o ar, e a alegria do momento parecia transformar cada canto daquele lugar em um pedaço de paraíso. Foi então que vi Avril se aproximando devagar, seus olhos brilhando de amor e admiração enquanto nos observava. Não resisti e, com um sorriso travesso, peguei uma das arminhas e apontei para ela, atirando água de surpresa.
— Archer! — exclamou ela, fingindo estar irritada e tentando desviar do jato, mas com um sorriso nos lábios. — Você me molhou!
— Quem mandou espionar a nossa brincadeira? — respondi com um sorriso provocativo, mas ao ver a expressão pensativa
POV: AVRIL— Você está terminando comigo? — Gritei, chamando a atenção de todos no campo da faculdade. — Que brincadeira de mau gosto é essa?— Pare com o escândalo, Avril. Você sabe que não posso me envolver em polêmicas. — Ele coçou os olhos, olhando preocupado ao redor. — Vamos conversar em um lugar mais reservado, está bem?— Não! Quero que você me diga o motivo pelo qual simplesmente quer terminar comigo... E o nosso plano de fugir e construir nossa vida juntos? — Comecei a andar de um lado para o outro, tentando conter as lágrimas que se acumulavam em meus olhos. — Que droga, é porque estou grávida, não é? Você vai ser um desses bilionários babacas que abandona a pobre namorada da faculdade grávida.— Você sabe que não sou assim! — Cerrando os punhos, ele me puxou pelo braço até o estacionamento, que estava vazio naquele horário em que deveríamos estar em aula. — Meu pai descobriu sobre a gente, ameaçou destruir sua vida e sua família, eu não posso permitir.— Então enfrente-o, n
POV: AVRILOs sons ao fundo eram um turbilhão confuso de ruídos. Forcei meus olhos a se abrirem, sentindo o sangue pulsando em minha cabeça e percebendo, com dificuldade, que estava de cabeça para baixo dentro do carro. Um líquido quente escorria pela minha testa, seu odor ferroso invadindo minhas narinas. Ao meu lado, o som do vidro sendo puxado bruscamente com as mãos chamou minha atenção. Olhei para o lado e lá estava o maldito responsável por minha dor e mágoa.— Eu vou te tirar daqui Avril... Você vai ficar bem! — Ele disse, enquanto meus olhos se fechavam novamente.Ao longe, ouvi alguém o repreendendo.— Senhor, precisa se afastar para que possamos fazer nosso trabalho. Ela está presa nas ferragens e perdendo muito sangue. Vamos tirá-la rapidamente. — A voz masculina e profissional soou autoritária.— Senhor Stone, precisamos tirá-lo daqui agora. Daqui a pouco os jornalistas estarão aqui, e não podemos permitir que se envolva em escândalos. — Alguém falou firmemente. — Ela ficar
POV: ARCHER— Senhoras e senhores, é com imenso prazer que recebemos a todos os convidados aqui esta noite em nossa empresa. Este é um marco muito importante para o nosso império Stone, e somos gratos por cada um de vocês fazerem parte dessa história. Chamaremos ao palco o homem por trás do nosso sucesso, que não só elevou nosso faturamento, mas também trouxe prestígio ao nosso legado. Aplausos para o renomado CEO, senhor Archer Stone.O salão se encheu com os sons dos aplausos frenéticos. Subi ao palco com uma postura ereta, aproximando-me do microfone. Os convidados estavam eufóricos, aguardando o pronunciamento que faria naquela noite, o motivo pelo qual havíamos organizado a maior festa já vista em Seattle, enchendo as manchetes dos jornais.— Boa noite! — Ressoei firme, com o tom gélido ao qual estavam acostumados. — Obrigado a todos por estarem presentes. Como mencionamos no convite, esta festa vai além das comemorações por nossos grandes ganhos financeiros.Todos riram animados.
POV: ARCHER— Tirem o investigador daqui! — Ordenei aos seguranças com raiva, caminhando a passos largos até Willow em meio ao salão. — Chamem uma ambulância, rápido! — Ordenei, mantendo a compostura, embora por dentro soubesse que está confusão estaria estampada em todos os jornais e após a especulação do detetive, teria uma enxurrada de conspiração em meu nome. Os seguranças arrastaram Henry para fora, enquanto eu me ajoelhava ao lado de Willow, tentando reanimá-la. Seu rosto estava pálido, ela não respondia, sua mãe se aproximou ajoelhando-se do outro lado.— Filha? O que houve? Acorde. — Dizia Neandra Collen, a renomada cofundadora da indústria Collen. — Archer, sabe o que houve?— Willow, querida, acorde! — Murmurei, segurando sua mão fria. O médico da festa se aproximou rapidamente, verificando seus sinais vitais.— Ela vai ficar bem, mas precisamos levá-la ao hospital para exames mais detalhados. — Disse o médico, levantando-se e sinalizando para os paramédicos que acabavam de c
POV: ARCHER— Quais são as chances disso? — Exclamei indignado, pegando o papel que meu amigo de confiança havia me apresentado. — Tem certeza disso?— Sim, senhor. Localizei apenas duas pessoas com a tipagem sanguínea compatível com a de sua noiva, mas somente uma é viável para a doação — respondeu ele, coçando o queixo. — E não é o idoso de 75 anos, isso posso garantir!— Não estou com humor para suas piadas hoje, Jasper! — Joguei os papéis sobre a mesa, inclinando a cabeça para trás, sentindo a frustração se acumulando. — Só pode ser brincadeira.— Qual o problema da jovem ser a doadora? Ela me parece saudável, além de ser extremamente linda — brincou ele, divertido. Soquei a mesa com força, provocando um tremor que percorreu seu corpo. Jasper ergueu uma sobrancelha, intrigado, inclinando-se para frente para sussurrar: — É alguma amante sua? Você a conhece?— Ela é a mãe do meu filho! — Senti o peso de minhas palavras lembrando do pequeno altar memorial que havia criado, naquele dia
POV: AVRILFechei a cafeteira com um suspirando, mantendo as mãos na persiana enquanto tentava acalmar minha mente, meu peito queimava com a raiva intensa que carregava desde aquele dia. O dia em que disse ao meu namorado que tanto amava que estava grávida, o dia que tudo virou de cabeça para baixo, o término, o acidente levando a perca do meu bebê. Eu o amaldiçoei desde aquele dia, praguejei ao vento desejando que ele sofresse toda dor que me causou!Caminhei até a mesa onde ele estava sentado, aguardando-me em silêncio com as mãos cruzadas e o corpo relaxado no banco. Sentia seus olhos acompanhando cada movimento meu. Sentei-me à sua frente, encarando-o com o semblante fechado, desejando voar em seu pescoço! Notei sua feição séria; Archer parecia mais rígido e tenso do que da última vez que nos vimos. Seu corpo estava mais volumoso, os músculos delineados sob o terno caro. Seus cabelos castanhos claros estavam penteados com elegância, e seus olhos azuis profundos e enigmáticos não pe
POV: AVRIL— Por que está fazendo isso comigo, Archer? — segurei seu punho, apertando com a cabeça baixa pensativa. — Eu não mereço isso.— Não, realmente não merece..., mas não tenho escolhas — suspirou ele, soltando-se do meu aperto e saindo da cafeteria, deixando-me imersa em meus pensamentos diante daquela papelada ridícula. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, lavando a raiva contida em meu peito.Fiquei em silêncio, olhando a papelada e a pasta à minha frente, sem reação. Toda a proposta era ridícula, mas aquela cláusula em específico me tirou completamente o chão. Puxei para olhar, coçando os olhos pesados e vermelhos. Aquele idiota seguiu a vida sem olhar para trás, pouco se importando com os danos que havia me causado e agora isto? Aparece sugerindo que eu me passe como sua esposa substituta e seja a doadora principal de sua noiva!— Vá para o inferno, Archer Stone, não terá nada de mim além de meu desprezo! — exclamei em meio ao silêncio rangendo os dentes furiosa. Quando ouvi
POV: ARCHERSuspirei ao ouvir a linha vazia do outro lado, olhando para o relógio. Era tarde da noite e a voz de Avril soava rouca e fria. Por que isto me incomodava? Sou o culpado por suas maiores dores, foi eu quem pedi para me odiar e dei motivos para isto.Virei o copo de uísque, sentindo o calor da bebida descer pela garganta. Ainda trabalhava naquele maldito relatório, encontrando muitas brechas nas informações internas, o que me levava a crer que ele tinha ajuda interna e que minha equipe não era tão confiável quanto eu pensava. Suspirando, fui até o guarda-roupa e peguei roupas leves, algo casual para vê-la. Com as chaves nas mãos, saí apressado.— Archer? — chamou minha sogra, saindo do quarto médico de minha noiva. — Vai sair?— Tenho assuntos para resolver — respondi secamente, continuando a caminhar rapidamente.— A essas horas? — Ela veio atrás de mim como uma sombra. — Nestas roupas?Parei e me virei para encará-la, meus olhos faiscando de impaciência.— Sra. Neandra, pel