POV: ARCHER
— Tirem o investigador daqui! — Ordenei aos seguranças com raiva, caminhando a passos largos até Willow em meio ao salão. — Chamem uma ambulância, rápido! — Ordenei, mantendo a compostura, embora por dentro soubesse que está confusão estaria estampada em todos os jornais e após a especulação do detetive, teria uma enxurrada de conspiração em meu nome. Os seguranças arrastaram Henry para fora, enquanto eu me ajoelhava ao lado de Willow, tentando reanimá-la. Seu rosto estava pálido, ela não respondia, sua mãe se aproximou ajoelhando-se do outro lado.
— Filha? O que houve? Acorde. — Dizia Neandra Collen, a renomada cofundadora da indústria Collen. — Archer, sabe o que houve?
— Willow, querida, acorde! — Murmurei, segurando sua mão fria. O médico da festa se aproximou rapidamente, verificando seus sinais vitais.
— Ela vai ficar bem, mas precisamos levá-la ao hospital para exames mais detalhados. — Disse o médico, levantando-se e sinalizando para os paramédicos que acabavam de chegar.
Enquanto os paramédicos colocavam Willow na maca, virei-me para os convidados, tentando controlar a situação.
— A festa continua, por favor, aproveitem a noite. — Minha voz era firme, mas eu sabia que o dano já estava feito.
Horas se passaram dentro do hospital, o ambiente frio e estéril era preenchido pelo som monótono das máquinas de monitoramento. Eu permaneci ao lado da maca de Willow, revisando as notícias recém-lançadas em meu telefone, que não parava de tocar. Cada toque do aparelho era como um martelo batendo, ecoando minha frustração crescente.
— Emily, não me importa o que achem, quero que emita uma nota aos jornais inventando qualquer coisa favorável à nossa empresa para abafar este novo escândalo! — Gritei com a responsável pelo controle de mídia, minha voz reverberando pelas paredes brancas do quarto. — Para que te pago?
Neandra, a mãe de Willow, entrou no quarto com o semblante fechado, claramente indignada.
— Meu Deus, Archer, sua noiva está desmaiada e você está preocupado com escândalos da sua empresa? — Ela interveio com uma mistura de raiva e incredulidade na voz. — Não se importa com a minha filha?
Eu me virei para ela, tentando manter a calma enquanto ponderava minhas palavras.
— Sra. Neandra, é claro que me importo, mas nós dois sabemos que temos reputações para zelar e o escândalo não será somente com o meu nome, lembre-se disto. — Minha voz era firme, os olhos fixos nos dela enquanto reforçando o motivo pelo qual estávamos ali. — Willow tinha algum problema de saúde que não foi mencionado antes do acordo?
Neandra ergueu-se ferozmente, sua postura protetora, quase ameaçadora, enquanto ela se posicionava diante da filha.
— Não seja ridículo, Sr. Stone, o que está insinuando? — Sua voz era cortante, cheia de desdém. — Não queríamos o acordo, seu pai foi insistente, o casamento é conveniente a ambas as partes e infelizmente, minha adorável filha tem sentimentos por você. Sabe Deus lá os motivos para isto.
— Sr. Stone e Sra. Collen, estou com os resultados dos exames da Sra. Willow. — O médico anunciou em um tom profissional, sua voz firme contrastando com a tensão crescente no ambiente. — Receio que as notícias não sejam boas.
Dei um passo à frente, cerrando os punhos em uma tentativa de controlar a raiva crescente.
— O que quer dizer? — Minha voz saiu rouca, baixa e mortal. — O que minha noiva tem?
O médico olhou para nós, seu olhar grave e penetrante.
— Notamos no hemograma completo anomalias significativas, como um número elevado de glóbulos brancos, o que pode ser um sinal de leucemia. Além disso, no rastreio sanguíneo, identificamos que a Sra. Willow possui um tipo raro de sangue conhecido como sangue dourado. — Ele fez uma pausa, examinando nossas reações antes de continuar. — Sra. Neandra, a senhora tinha ciência disto?
Neandra hesitou, seu nervosismo evidente enquanto olhava para mim e depois para o médico, limpando a garganta antes de responder.
— Bem... Na verdade... — Ela começou a murmurar, sua voz trêmula. — Willow foi diagnosticada aos 16 anos com uma doença rara congênita no sangue. A condição é extremamente rara devido à natureza do sangue dela. Sabíamos que isso poderia levar ao desenvolvimento de várias doenças, incluindo câncer. Estávamos conseguindo lidar com a situação até este ano, quando...
— Ela começou a apresentar falhas no sistema. — Completou o médico, soltando um suspiro pesado.
Me aproximei de Neandra, apontando o dedo acusadoramente.
— Só pode ser brincadeira! Vocês esconderam isso? Quebraram a cláusula do contrato! — Minha voz aumentou de intensidade, a indignação clara. — Serão responsabilizadas por isto!
— Na verdade não, Sr. Stone. Seu pai sabia das condições de Willow. Há um anexo complementar no contrato que deixa claro que, em caso de doença ou incapacitação, vocês não podem se separar. É seu dever e obrigação fazer o possível para ajudá-la, ou encerraremos a parceria entre nossas empresas, jogando o nome do seu império na lama! — Neandra sorriu vitoriosa, dirigindo-se ao médico. — O que podemos fazer por ela, doutor?
— Sua filha precisa de transplantes de sangue e medula. Dada a raridade do sangue dela... — O médico passou as mãos pelos cabelos, pensativo. — Vamos procurar no banco de dados por doadores viáveis, mas devo ser claro que estamos buscando uma agulha em um palheiro. Menos de 1% da população possui essa tipagem sanguínea.
Minha raiva ferveu e, em um ímpeto, soco a parede, o som ecoando pelo quarto.
— Então encontre essa agulha ou ache alguém que consiga! — Gritei, me aproximando perigosamente de Neandra, meus olhos fixos nos dela com intensidade. — Não pense que a omissão dessas informações ficará impune, Sra. Neandra. Ninguém brinca comigo.
Virei as costas, minha mente já planejando os próximos passos.
— Aonde você vai? — Ela gaguejou, a voz carregada de desespero. — Willow precisa de você!
— Vou encontrar a m*****a agulha no palheiro! — Respondi sem olhar para trás, saindo do local com passos decididos.
POV: ARCHER— Quais são as chances disso? — Exclamei indignado, pegando o papel que meu amigo de confiança havia me apresentado. — Tem certeza disso?— Sim, senhor. Localizei apenas duas pessoas com a tipagem sanguínea compatível com a de sua noiva, mas somente uma é viável para a doação — respondeu ele, coçando o queixo. — E não é o idoso de 75 anos, isso posso garantir!— Não estou com humor para suas piadas hoje, Jasper! — Joguei os papéis sobre a mesa, inclinando a cabeça para trás, sentindo a frustração se acumulando. — Só pode ser brincadeira.— Qual o problema da jovem ser a doadora? Ela me parece saudável, além de ser extremamente linda — brincou ele, divertido. Soquei a mesa com força, provocando um tremor que percorreu seu corpo. Jasper ergueu uma sobrancelha, intrigado, inclinando-se para frente para sussurrar: — É alguma amante sua? Você a conhece?— Ela é a mãe do meu filho! — Senti o peso de minhas palavras lembrando do pequeno altar memorial que havia criado, naquele dia
POV: AVRILFechei a cafeteira com um suspirando, mantendo as mãos na persiana enquanto tentava acalmar minha mente, meu peito queimava com a raiva intensa que carregava desde aquele dia. O dia em que disse ao meu namorado que tanto amava que estava grávida, o dia que tudo virou de cabeça para baixo, o término, o acidente levando a perca do meu bebê. Eu o amaldiçoei desde aquele dia, praguejei ao vento desejando que ele sofresse toda dor que me causou!Caminhei até a mesa onde ele estava sentado, aguardando-me em silêncio com as mãos cruzadas e o corpo relaxado no banco. Sentia seus olhos acompanhando cada movimento meu. Sentei-me à sua frente, encarando-o com o semblante fechado, desejando voar em seu pescoço! Notei sua feição séria; Archer parecia mais rígido e tenso do que da última vez que nos vimos. Seu corpo estava mais volumoso, os músculos delineados sob o terno caro. Seus cabelos castanhos claros estavam penteados com elegância, e seus olhos azuis profundos e enigmáticos não pe
POV: AVRIL— Por que está fazendo isso comigo, Archer? — segurei seu punho, apertando com a cabeça baixa pensativa. — Eu não mereço isso.— Não, realmente não merece..., mas não tenho escolhas — suspirou ele, soltando-se do meu aperto e saindo da cafeteria, deixando-me imersa em meus pensamentos diante daquela papelada ridícula. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, lavando a raiva contida em meu peito.Fiquei em silêncio, olhando a papelada e a pasta à minha frente, sem reação. Toda a proposta era ridícula, mas aquela cláusula em específico me tirou completamente o chão. Puxei para olhar, coçando os olhos pesados e vermelhos. Aquele idiota seguiu a vida sem olhar para trás, pouco se importando com os danos que havia me causado e agora isto? Aparece sugerindo que eu me passe como sua esposa substituta e seja a doadora principal de sua noiva!— Vá para o inferno, Archer Stone, não terá nada de mim além de meu desprezo! — exclamei em meio ao silêncio rangendo os dentes furiosa. Quando ouvi
POV: ARCHERSuspirei ao ouvir a linha vazia do outro lado, olhando para o relógio. Era tarde da noite e a voz de Avril soava rouca e fria. Por que isto me incomodava? Sou o culpado por suas maiores dores, foi eu quem pedi para me odiar e dei motivos para isto.Virei o copo de uísque, sentindo o calor da bebida descer pela garganta. Ainda trabalhava naquele maldito relatório, encontrando muitas brechas nas informações internas, o que me levava a crer que ele tinha ajuda interna e que minha equipe não era tão confiável quanto eu pensava. Suspirando, fui até o guarda-roupa e peguei roupas leves, algo casual para vê-la. Com as chaves nas mãos, saí apressado.— Archer? — chamou minha sogra, saindo do quarto médico de minha noiva. — Vai sair?— Tenho assuntos para resolver — respondi secamente, continuando a caminhar rapidamente.— A essas horas? — Ela veio atrás de mim como uma sombra. — Nestas roupas?Parei e me virei para encará-la, meus olhos faiscando de impaciência.— Sra. Neandra, pel
POV: AVRIL— Por que eu assinaria este maldito contrato e salvaria sua adorável noiva? — torci o nariz ofegante, abrindo e fechando as mãos nervosa. — Ela teria sorte de se livrar de você.— Morrendo? — questionou ele, frio, sem tirar as mãos dos bolsos. Arregalei os olhos, surpresa. — Porque é o que vai acontecer se você não aceitar ser doadora dela.— E a culpa seria de quem? — gritei, dando um soco em seu peito rígido como rocha, sem que ele se movesse. — Não é uma responsabilidade minha, não vou aceitar aqueles termos, não dessa forma... Não te pedir para voltar, estou indo bem sem você.— Não, você não está. Estão afogados em dívidas! — retrucou Archer, ignorando meu segundo soco em seu peito como se não provocasse nada nele. — O dinheiro vai ajudar sua família.— Ah, então está sendo benevolente por ter sido um grande imbecil comigo? Falha minha, grande CEO Stone! — gesticulei dramaticamente, colocando a mão sobre o peito. — Muito obrigada por sua caridade financeira, mesmo após
POV: AVRILMadrugada adentro, revisava o contrato, rasurando algumas cláusulas e acrescentando as minhas próprias. A cada termo alterado, sentia uma sensação de poder crescente. Quando finalmente terminei, ergui o papel, folheando pela última vez o contrato. Suspirei e deixei escapar um leve sorriso vitorioso:— Se for para conviver com o diabo, que seja sob minhas regras! — murmurei para mim mesma. O relógio ao lado da cabeceira da cama despertou, chamando minha atenção para o novo dia. Esfreguei os olhos cansados e fui tomar um longo banho.A água quente ajudou a aliviar a tensão acumulada. Após o banho, passei maquiagem suficiente para esconder as olheiras da noite em claro. Vesti minha melhor roupa social e saltos médios, querendo estar apresentável para enfrentar o império Stone.Com uma última conferida no espelho, forcei um sorriso nos lábios sofridos que haviam sido mordidos enquanto eu revisava cada página do contrato. O batom vermelho aveludado escondia as feridas que os infl
POV: ARCHERA reunião estava no início, e levei o relatório, questionando cada déficit de informações que pessoalmente havia verificado.— Senhor Archer, este é o departamento do Sr. Jasper. Já interfonamos em sua sala para que pudesse participar da reunião — respondeu uma das acionistas do comitê.— E por que ele não foi comunicado sobre a reunião mais cedo? Meu tempo é precioso e não deve ser desperdiçado por incompetência de funcionários — esbravejei, vendo-os tremer receosos.— Eu... Senhor... Sinto muito, senhor... — gaguejou ela, nervosa.— Prossiga o adendo enquanto ele não chega — ordenei, ignorando-a e abaixando os olhos para repassar mais uma página. Quando a porta se abriu e se demorou aberta, ergui os olhos, paralisando nos dela, ali parada, me encarando com audácia.Avril estava elegantemente vestida, em um conjunto social casual que exalava sofisticação e charme. A camisa branca de tecido fino tinha alguns botões abertos, revelando sutilmente um decote em V, que realçava
POV: ARCHERAo final da reunião, reuni a papelada espalhada sobre a mesa, enquanto os acionistas e parte do comitê saíam da sala. Jasper permaneceu, com um sorriso divertido estampado em seu rosto e olhos brilhando de curiosidade.— Diga logo. — Exclamei, erguendo os olhos para ele com impaciência.— Ela é mais intensa pessoalmente do que por foto, devo confessar. Porque, de todos que conheço, ela foi a única corajosa o suficiente para jogar papéis na sua cara! — Seu sorriso se alargou ainda mais, evidenciando sua diversão. — Agora sei por que se apaixonou por ela.— Você a conduziu até aqui, sabia quem ela era, por que fez isto? — Cerrei os punhos me aproximando de Jasper ameaçadoramente, ele parecia pequeno ao meu tamanho.— Pensei que a havia convidado para vir aqui, nunca imaginei que era uma invasão. — Respondeu ele revirando os olhos. — As pessoas vão perguntar quem é ela.— Diga que é uma prima distante. — Respondi, dando de ombros enquanto me levantava para sair. Jasper correu