CAPÍTULO 03 – UM NOVO ESCANDALO

POV: ARCHER

— Tirem o investigador daqui! — Ordenei aos seguranças com raiva, caminhando a passos largos até Willow em meio ao salão. — Chamem uma ambulância, rápido! — Ordenei, mantendo a compostura, embora por dentro soubesse que está confusão estaria estampada em todos os jornais e após a especulação do detetive, teria uma enxurrada de conspiração em meu nome. Os seguranças arrastaram Henry para fora, enquanto eu me ajoelhava ao lado de Willow, tentando reanimá-la. Seu rosto estava pálido, ela não respondia, sua mãe se aproximou ajoelhando-se do outro lado.

— Filha? O que houve? Acorde. — Dizia Neandra Collen, a renomada cofundadora da indústria Collen. — Archer, sabe o que houve?

— Willow, querida, acorde! — Murmurei, segurando sua mão fria. O médico da festa se aproximou rapidamente, verificando seus sinais vitais.

— Ela vai ficar bem, mas precisamos levá-la ao hospital para exames mais detalhados. — Disse o médico, levantando-se e sinalizando para os paramédicos que acabavam de chegar.

Enquanto os paramédicos colocavam Willow na maca, virei-me para os convidados, tentando controlar a situação.

— A festa continua, por favor, aproveitem a noite. — Minha voz era firme, mas eu sabia que o dano já estava feito.

Horas se passaram dentro do hospital, o ambiente frio e estéril era preenchido pelo som monótono das máquinas de monitoramento. Eu permaneci ao lado da maca de Willow, revisando as notícias recém-lançadas em meu telefone, que não parava de tocar. Cada toque do aparelho era como um martelo batendo, ecoando minha frustração crescente.

— Emily, não me importa o que achem, quero que emita uma nota aos jornais inventando qualquer coisa favorável à nossa empresa para abafar este novo escândalo! — Gritei com a responsável pelo controle de mídia, minha voz reverberando pelas paredes brancas do quarto. — Para que te pago?

Neandra, a mãe de Willow, entrou no quarto com o semblante fechado, claramente indignada.

— Meu Deus, Archer, sua noiva está desmaiada e você está preocupado com escândalos da sua empresa? — Ela interveio com uma mistura de raiva e incredulidade na voz. — Não se importa com a minha filha?

Eu me virei para ela, tentando manter a calma enquanto ponderava minhas palavras.

— Sra. Neandra, é claro que me importo, mas nós dois sabemos que temos reputações para zelar e o escândalo não será somente com o meu nome, lembre-se disto. — Minha voz era firme, os olhos fixos nos dela enquanto reforçando o motivo pelo qual estávamos ali. — Willow tinha algum problema de saúde que não foi mencionado antes do acordo?

Neandra ergueu-se ferozmente, sua postura protetora, quase ameaçadora, enquanto ela se posicionava diante da filha.

— Não seja ridículo, Sr. Stone, o que está insinuando? — Sua voz era cortante, cheia de desdém. — Não queríamos o acordo, seu pai foi insistente, o casamento é conveniente a ambas as partes e infelizmente, minha adorável filha tem sentimentos por você. Sabe Deus lá os motivos para isto.

— Sr. Stone e Sra. Collen, estou com os resultados dos exames da Sra. Willow. — O médico anunciou em um tom profissional, sua voz firme contrastando com a tensão crescente no ambiente. — Receio que as notícias não sejam boas.

Dei um passo à frente, cerrando os punhos em uma tentativa de controlar a raiva crescente.

— O que quer dizer? — Minha voz saiu rouca, baixa e mortal. — O que minha noiva tem?

O médico olhou para nós, seu olhar grave e penetrante.

— Notamos no hemograma completo anomalias significativas, como um número elevado de glóbulos brancos, o que pode ser um sinal de leucemia. Além disso, no rastreio sanguíneo, identificamos que a Sra. Willow possui um tipo raro de sangue conhecido como sangue dourado. — Ele fez uma pausa, examinando nossas reações antes de continuar. — Sra. Neandra, a senhora tinha ciência disto?

Neandra hesitou, seu nervosismo evidente enquanto olhava para mim e depois para o médico, limpando a garganta antes de responder.

— Bem... Na verdade... — Ela começou a murmurar, sua voz trêmula. — Willow foi diagnosticada aos 16 anos com uma doença rara congênita no sangue. A condição é extremamente rara devido à natureza do sangue dela. Sabíamos que isso poderia levar ao desenvolvimento de várias doenças, incluindo câncer. Estávamos conseguindo lidar com a situação até este ano, quando...

— Ela começou a apresentar falhas no sistema. — Completou o médico, soltando um suspiro pesado.

Me aproximei de Neandra, apontando o dedo acusadoramente.

— Só pode ser brincadeira! Vocês esconderam isso? Quebraram a cláusula do contrato! — Minha voz aumentou de intensidade, a indignação clara. — Serão responsabilizadas por isto!

— Na verdade não, Sr. Stone. Seu pai sabia das condições de Willow. Há um anexo complementar no contrato que deixa claro que, em caso de doença ou incapacitação, vocês não podem se separar. É seu dever e obrigação fazer o possível para ajudá-la, ou encerraremos a parceria entre nossas empresas, jogando o nome do seu império na lama! — Neandra sorriu vitoriosa, dirigindo-se ao médico. — O que podemos fazer por ela, doutor?

— Sua filha precisa de transplantes de sangue e medula. Dada a raridade do sangue dela... — O médico passou as mãos pelos cabelos, pensativo. — Vamos procurar no banco de dados por doadores viáveis, mas devo ser claro que estamos buscando uma agulha em um palheiro. Menos de 1% da população possui essa tipagem sanguínea.

Minha raiva ferveu e, em um ímpeto, soco a parede, o som ecoando pelo quarto.

— Então encontre essa agulha ou ache alguém que consiga! — Gritei, me aproximando perigosamente de Neandra, meus olhos fixos nos dela com intensidade. — Não pense que a omissão dessas informações ficará impune, Sra. Neandra. Ninguém brinca comigo.

Virei as costas, minha mente já planejando os próximos passos.

— Aonde você vai? — Ela gaguejou, a voz carregada de desespero. — Willow precisa de você!

— Vou encontrar a m*****a agulha no palheiro! — Respondi sem olhar para trás, saindo do local com passos decididos.

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