POV: AVRILHesitei por um momento antes de responder. O som ambiente estava movimentado e agitado dentro do hospital enquanto eu aguardava a assistente social me chamar para conversarmos.— Não é da sua conta onde estou. — Retruquei rispidamente. — Se quer falar sobre as cláusulas, pode fazer isso agora.— Prefiro discutir isso pessoalmente. — Insistiu ele, tentando manter a calma em sua voz. — Precisamos ajustar alguns pontos, e é melhor fazermos isso cara a cara.Soltei um suspiro audível antes de concordar relutantemente.— Te envio o endereço do local do próximo encontro! — Respondi bruscamente, sendo chamada para a sala, desligando na cara dele antes que pudesse refutar.Segundos depois, enviei a mensagem, determinada a fazê-lo me encarar naquele local. Queria obrigá-lo a enfrentar o que me fez passar, quer o poderoso CEO quisesse ou não.— Sra. Fox, fico feliz que tenha vindo. Por favor, sente-se. — Disse Magda, a assistente social que conhecia há um longo período e que vinha me
POV: ARCHERParei o carro na lateral do acostamento, na área destinada a veículos com problemas. Desci caminhando lentamente em direção ao local onde Avril estava. Ela estava de costas, olhando fixamente para o ponto onde seu carro havia perdido o controle e descido o barranco, sendo detido por uma árvore de raízes grossas.— Estou aqui, Avril! — disse com uma voz grave e imponente. Ela se virou lentamente em minha direção, não pude deixar de notar o seu semblante triste e abatido. — Por que me fez vir até aqui?— Te traz memórias? — Provou ela, dando de ombros e torcendo as mãos nervosamente. Seus dedos entrelaçavam-se e desenlaçavam-se, mostrando sua inquietação. Meu olhar desceu sutilmente, avaliando-a de cima a baixo, captando cada detalhe de sua postura e expressão.— Analisei seus termos. Há algo mais que queira acrescentar? — arqueei uma sobrancelha, desviando o olhar para o barranco novamente. A lembrança do acidente era vívida, impossível de esquecer.— Sim, quero que dobre o
POV: AVRIL— Vamos, por aqui. — disse ele, passando por mim com a postura arrogante e séria, guiando-me pela varanda da casa até umas cadeiras de madeira dispostas ao redor de uma pequena mesa de centro feita do tronco de uma árvore. — Sente-se, eu já volto.— Mas... — resmunguei, cruzando os braços emburrada, enquanto o via desaparecer para dentro da casa. Em minutos, Archer retornou com um bule e xícaras, colocando-os sobre a mesa e servindo-se calmamente.— Você quer? — perguntou o CEO, olhando-me de canto.— Não, obrigada. Não quero correr o risco de ser envenenada! — respondi com sarcasmo, apesar de sentir um fio de verdade em minhas palavras. — Que lugar é este? Estamos sozinhos?— Era a casa de verão do meu avô. Um local isolado onde ele trazia Luka e eu para fugirmos um pouco da pressão do império. — Archer colocou o contrato sobre a mesa e empurrou-o em minha direção. — Aqui está a contraproposta.Puxei os papéis, suspirando, e olhei em volta. Uma brisa gostosa acariciou meu r
POV: AVRIL— Isto é inaceitável, Archer! Você não pode estar falando sério. Já estou doando tudo o que precisam! — Passei as mãos freneticamente pelos cabelos, agitada. — Não vou envolver um inocente nesta transação.— Avril, é necessário. O bebê poderá salvar de vez a vida de Willow. Usarão as células-tronco do cordão umbilical dele. Com a tipagem sanguínea rara, ela terá mais chances de recuperação. — refutou Archer, caminhando de um lado para o outro. Não havíamos percebido o tempo passar, e agora já estava escuro. Estávamos na varanda, em um debate caloroso sobre cláusula por cláusula. — Eu sei que isso soa doloroso. — continuou ele.— Não, isso soa absurdo! — gritei, batendo na mesa e se levantando de repente, apontando o dedo para ele. — Tem ideia do que está me pedindo? Acha mesmo que eu entregaria um filho meu a você?— O filho não será seu, Avril. Você apenas será uma barriga de aluguel! — gritou ele de volta, socando a coluna da varanda. — O óvulo será de Willow e o esperma..
POV: AVRIL— Ai, seu ogro! — reclamei, acariciando o traseiro, pronta para levantar-me.— Avril Fox, fique quieta aí ou juro que vai se arrepender! — esbravejou Archer ferozmente. Seu peito subia e descia com a respiração nervosa, e eu me calei, ficando imóvel. — Por que com você sempre tem que ser assim?— Você quer um contrato comigo? Farei você se arrepender amargamente por cada segundo de passarmos juntos! — declarei como se estivesse em uma guerra, levantando-me e ficando de frente para ele. — Mude os termos.Archer me olhou intensamente, seus olhos escuros refletindo uma mistura de raiva e frustração. Por um momento, fiquei sem saber se ele iria explodir em fúria ou ceder às minhas exigências.— Não, este termo fica. Prorrogo o prazo. — Refutou ele, ainda batalhando comigo.— Não vou dar um filho a vocês! — Cruzei os braços, determinada.— Cansei de ser bonzinho com você, Avril. — Um cintilar perigoso cruzou os seus olhos, fazendo um frio percorrer minha espinha e meu corpo estre
POV: ARCHERAo subir as escadas, fui direto para o quarto e bati a porta com força. Avril Fox sabia exatamente como tirar qualquer homem da racionalidade, e sua teimosia me deixava louco de raiva.— Que inferno! — praguejei, indo para o banheiro. Peguei as toalhas dobradas das prateleiras e entrei no chuveiro. A água quente era uma desculpa para aquecer o corpo, mas, na verdade, eu esperava que ela aliviasse a tensão que Avril me causava. — Essa cláusula também não facilita.Encostei a testa no azulejo frio, fechando os olhos enquanto ponderava a situação como um todo. A imagem do rosto lindo de Avril, zangada e determinada, preenchia minha mente. Sua roupa, levemente transparente por causa da chuva, fazia meu corpo vibrar de desejo. Avril não tinha noção de sua própria beleza e intensidade.— Teimosa... — sussurrei com um leve sorriso, lembrando do tempo em que namorávamos. — Isso nunca muda.Saí do banho e me troquei rapidamente, indo para a sala. Lá, encontrei Avril sentada no chão,
POV: AVRILFiquei remoendo aquela cláusula enquanto secava os cabelos com o secador que encontrei na gaveta da pia. Cada palavra do contrato ecoava em minha mente, criando uma tempestade de dúvidas e medos. Vestida com um roupão, caminhei até o guarda-roupa, onde encontrei uma seleção de roupas femininas e masculinas. Peguei um suéter e uma calça de ginástica, sentindo-me um pouco mais preparada para enfrentar Archer Stone. A ideia de ser barriga de aluguel era insuportável, e eu sabia que não poderia prosseguir com aquilo. Ele teria que compreender.Desci as escadas com determinação, mas ao chegar à porta da cozinha, parei, arqueando as sobrancelhas ao ver Archer estagnado no lugar. A panela fervente transbordava, derrubando água no fogão. Corri para desligar o fogo, chamando sua atenção distante.Algumas alfinetadas depois
POV: ARCHERAvril empalideceu, seu semblante endurecendo enquanto seus olhos se arregalavam, como se o mundo ao redor tivesse congelado com aquele telefonema. Até sua respiração parecia suspensa, como se o ar se recusasse a entrar.— O que isso significa? — Ela perguntou, lançando-me um olhar furtivo antes de se levantar apressadamente. Seus passos ecoaram pela escada, e a porta se fechou com um estrondo.Ficou claro que era algo que ela não queria que eu soubesse. Virei a taça de vinho, sentindo o peso da tensão entre nós. Éramos dois estranhos, apesar de toda a história que tínhamos. O que teria acontecido conosco se tivéssemos continuado juntos desde a faculdade? Talvez tivéssemos tido um filho, eu o ensinaria a ser um homem empoderado ou uma garota forte. O sexo da criança parecia irrelevante se fosse de Avril Fox; pelo me