POV: AVRIL— Isto é inaceitável, Archer! Você não pode estar falando sério. Já estou doando tudo o que precisam! — Passei as mãos freneticamente pelos cabelos, agitada. — Não vou envolver um inocente nesta transação.— Avril, é necessário. O bebê poderá salvar de vez a vida de Willow. Usarão as células-tronco do cordão umbilical dele. Com a tipagem sanguínea rara, ela terá mais chances de recuperação. — refutou Archer, caminhando de um lado para o outro. Não havíamos percebido o tempo passar, e agora já estava escuro. Estávamos na varanda, em um debate caloroso sobre cláusula por cláusula. — Eu sei que isso soa doloroso. — continuou ele.— Não, isso soa absurdo! — gritei, batendo na mesa e se levantando de repente, apontando o dedo para ele. — Tem ideia do que está me pedindo? Acha mesmo que eu entregaria um filho meu a você?— O filho não será seu, Avril. Você apenas será uma barriga de aluguel! — gritou ele de volta, socando a coluna da varanda. — O óvulo será de Willow e o esperma..
POV: AVRIL— Ai, seu ogro! — reclamei, acariciando o traseiro, pronta para levantar-me.— Avril Fox, fique quieta aí ou juro que vai se arrepender! — esbravejou Archer ferozmente. Seu peito subia e descia com a respiração nervosa, e eu me calei, ficando imóvel. — Por que com você sempre tem que ser assim?— Você quer um contrato comigo? Farei você se arrepender amargamente por cada segundo de passarmos juntos! — declarei como se estivesse em uma guerra, levantando-me e ficando de frente para ele. — Mude os termos.Archer me olhou intensamente, seus olhos escuros refletindo uma mistura de raiva e frustração. Por um momento, fiquei sem saber se ele iria explodir em fúria ou ceder às minhas exigências.— Não, este termo fica. Prorrogo o prazo. — Refutou ele, ainda batalhando comigo.— Não vou dar um filho a vocês! — Cruzei os braços, determinada.— Cansei de ser bonzinho com você, Avril. — Um cintilar perigoso cruzou os seus olhos, fazendo um frio percorrer minha espinha e meu corpo estre
POV: ARCHERAo subir as escadas, fui direto para o quarto e bati a porta com força. Avril Fox sabia exatamente como tirar qualquer homem da racionalidade, e sua teimosia me deixava louco de raiva.— Que inferno! — praguejei, indo para o banheiro. Peguei as toalhas dobradas das prateleiras e entrei no chuveiro. A água quente era uma desculpa para aquecer o corpo, mas, na verdade, eu esperava que ela aliviasse a tensão que Avril me causava. — Essa cláusula também não facilita.Encostei a testa no azulejo frio, fechando os olhos enquanto ponderava a situação como um todo. A imagem do rosto lindo de Avril, zangada e determinada, preenchia minha mente. Sua roupa, levemente transparente por causa da chuva, fazia meu corpo vibrar de desejo. Avril não tinha noção de sua própria beleza e intensidade.— Teimosa... — sussurrei com um leve sorriso, lembrando do tempo em que namorávamos. — Isso nunca muda.Saí do banho e me troquei rapidamente, indo para a sala. Lá, encontrei Avril sentada no chão,
POV: AVRILFiquei remoendo aquela cláusula enquanto secava os cabelos com o secador que encontrei na gaveta da pia. Cada palavra do contrato ecoava em minha mente, criando uma tempestade de dúvidas e medos. Vestida com um roupão, caminhei até o guarda-roupa, onde encontrei uma seleção de roupas femininas e masculinas. Peguei um suéter e uma calça de ginástica, sentindo-me um pouco mais preparada para enfrentar Archer Stone. A ideia de ser barriga de aluguel era insuportável, e eu sabia que não poderia prosseguir com aquilo. Ele teria que compreender.Desci as escadas com determinação, mas ao chegar à porta da cozinha, parei, arqueando as sobrancelhas ao ver Archer estagnado no lugar. A panela fervente transbordava, derrubando água no fogão. Corri para desligar o fogo, chamando sua atenção distante.Algumas alfinetadas depois
POV: ARCHERAvril empalideceu, seu semblante endurecendo enquanto seus olhos se arregalavam, como se o mundo ao redor tivesse congelado com aquele telefonema. Até sua respiração parecia suspensa, como se o ar se recusasse a entrar.— O que isso significa? — Ela perguntou, lançando-me um olhar furtivo antes de se levantar apressadamente. Seus passos ecoaram pela escada, e a porta se fechou com um estrondo.Ficou claro que era algo que ela não queria que eu soubesse. Virei a taça de vinho, sentindo o peso da tensão entre nós. Éramos dois estranhos, apesar de toda a história que tínhamos. O que teria acontecido conosco se tivéssemos continuado juntos desde a faculdade? Talvez tivéssemos tido um filho, eu o ensinaria a ser um homem empoderado ou uma garota forte. O sexo da criança parecia irrelevante se fosse de Avril Fox; pelo me
POV: AVRIL— O café de vocês até que é um muquifo agradável. — A voz masculina do outro lado da linha soou fria e desdenhosa, como se estivesse falando de algo insignificante.Um arrepio percorreu minha espinha, o pressentimento de que algo muito errado estava acontecendo. Archer me encarava, mas eu não conseguia sustentar seu olhar. Sem pensar duas vezes, corri escada acima, apertando o telefone contra o ouvido. Eu sabia que aquela ligação não trazia boas notícias.A voz do outro lado me fez estremecer, um misto de ironia e ameaça explícita. Eu conhecia bem aquele tom.— Avril Fox, há quanto tempo. — Ele disse com uma familiaridade assustadora.— Sr. Corand? — Meu coração disparou, e minha mão socou a porta do quarto antes de eu começar a caminhar de um lado para o outro. — Por que está me ligando? Onde conseguiu meu número?— Ora, Avril, seu pai é meu cliente mais antigo. É fácil conseguir acesso a você através dele. — A risada dele era debochada, como se isso fosse algo trivial.—
POV: AVRIL— Não está muito cedo para suas alfinetadas? — Retruquei, torcendo o nariz e revirando os olhos. — A propósito, que horas são?— Um pouco mais que sete da manhã. — Respondeu ele, colocando as coisas na mesa com uma tranquilidade que me irritava. — Sente-se, o café está servido!Passei por ele, pegando um copo d’água e ignorando completamente o que ele havia preparado.— Onde estão os papéis do acordo? Preciso partir e, se não quer ficar sem carro, levante-se logo e vamos!Archer me observou, encostado na cadeira, com um olhar divertido.— Você é uma mulher sem coração, sabia? — Disse, tombando a cabeça de lado. — Não se priva um homem de um bom café.Minha paciência estava no limite.— Olha aqui, já perdi tempo demais com você negociando. Preciso ir embora. Me dê o contrato e vamos logo! — Minha voz saiu mais alta do que pretendia, nervosa, ele empurrou a cadeira com os pés.Ele, no entanto, entrelaçou as mãos e ergueu o queixo em um gesto desafiador.— Sente-se, tome o seu
POV: ARCHER— Volta aqui com o meu carro... Alô, merda! — Gritei, com o nome Avril queimando em meus lábios quando ela abruptamente desligou a ligação. Meu coração martelava no peito, uma mistura de raiva e incredulidade pulsando em cada batida. — Não acredito que você fez isto.Cocei as têmporas, tentando controlar a tempestade que rugia dentro de mim. Era quase impossível de acreditar que eu, o grande CEO do império Stone, havia acabado de ter meu carro roubado. E não por qualquer um, mas pela minha ex-namorada, aquela mulher esquentada que sempre soube como me tirar do sério. O espaço vazio onde meu carro deveria estar parecia zombar de mim, um lembrete cruel do que acabara de acontecer.Meu rosto estava contorcido, a raiva fervendo sob a superfície, enquanto o choque ainda se fazia presente em cada célula do meu corpo. A calma, que eu tanto prezava em situações de crise, havia me abandonado por completo. Sentia o sangue fervendo em minhas veias, cada músculo tenso, pronto para exp