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CAPÍTULO 05 – PROPOSTA INDECENTE

POV: AVRIL

Fechei a cafeteira com um suspirando, mantendo as mãos na persiana enquanto tentava acalmar minha mente, meu peito queimava com a raiva intensa que carregava desde aquele dia. O dia em que disse ao meu namorado que tanto amava que estava grávida, o dia que tudo virou de cabeça para baixo, o término, o acidente levando a perca do meu bebê. Eu o amaldiçoei desde aquele dia, praguejei ao vento desejando que ele sofresse toda dor que me causou!

Caminhei até a mesa onde ele estava sentado, aguardando-me em silêncio com as mãos cruzadas e o corpo relaxado no banco. Sentia seus olhos acompanhando cada movimento meu. Sentei-me à sua frente, encarando-o com o semblante fechado, desejando voar em seu pescoço! Notei sua feição séria; Archer parecia mais rígido e tenso do que da última vez que nos vimos. Seu corpo estava mais volumoso, os músculos delineados sob o terno caro. Seus cabelos castanhos claros estavam penteados com elegância, e seus olhos azuis profundos e enigmáticos não perdiam um movimento meu, transmitindo uma intensidade. O maxilar marcado complementava seu perfil de CEO arrogante. Archer possuía uma postura poderosa e dominante, reflexo de sua posição de liderança no império. Ou, como gostava de pensar, o perfil do próprio diabo!

— Terminou de contemplar? — indagou ele em um tom levemente divertido.

— Não seja estúpido. Estou me perguntando o que o poderoso CEO do império Stone faz em meu humilde café depois de tudo? — Esbocei um sorriso forçado, revirando os olhos com desdém em sua direção.

— Não revire os olhos para mim, Avy! — Ressoou Archer com a voz rouca e autoritária com os olhos semicerrados.

— Não me chame de Avy! — Fechei os punhos franzido o cenho e mostrando o dedo para ele. —  E reviro os olhos quantas vezes eu quiser, tem sorte de ainda poder estar sentado confortável aí e não saindo a base da vassourada.

— Deve estar sendo uma tortura se controlar. — Dando de ombros, ele olhou em volta de forma relaxada. — Aqui continuar igual, sempre gostei deste lugar.

— O que você quer aqui? Não basta o que você e sua família me fez? — O cortei ríspida e direta.

— Você não respondeu minhas mensagens, não me deixou... — ele começou a dizer, mas ergui a mão, silenciando-o.

— O que você quer? — Cruzei os braços, mantendo uma expressão desafiadora. Um sorriso brincou em seus lábios.

— Vejo que sua personalidade também continua a mesma — disse Archer, olhando para a porta trancada. Ele caminhou até ela, abriu-a, e um homem entrou, entregando-lhe uma pasta antes de sair, nos deixando a sós novamente.

— E você me parece o mesmo babaca idiota com quem tive o desprazer de me envolver — repliquei, franzindo a boca e inclinando o queixo em direção às suas mãos. — O que é isso?

— Na época, você não pensava assim — provocou Stone, voltando a sentar-se à minha frente e empurrando o contrato em minha direção. — Como disse, Avril, tenho uma proposta para você.

Puxei os papéis, lendo o título atípico, e franzi ainda mais o cenho, confusa.

— Contrato de doadora do Sangue Dourado? — murmurei, intrigada, virando a página e lendo o início do contrato. — Você só pode estar de brincadeira, é sério? Onde estão as câmeras?

— Não sou conhecido pelo meu humor — respondeu ele com desdém, ereto em uma postura rígida. — Por favor, continue lendo.

Olhei para o contrato, incrédula, e então de volta para Archer. A seriedade em seus olhos era inegável. Continuei a leitura, cada linha revelando a profundidade da situação e o quão desesperado ele estava.

— Espera, deixei-me ver se eu entendi bem... Você aparece aqui após anos, depois de nosso término conturbado para dizer o mínimo, propondo que eu seja uma doadora para salvar essa tal de Willow? Quem é ela? — perguntei torcendo o nariz com uma careta confusa sem o fitar.

— Minha noiva! — respondeu ele. Ergui os olhos em choque com a revelação.

— Sua noiva? — Exclamei alto impactada. Archer apenas assentiu, avaliando-me em silêncio.

Baixei os olhos para percorrer o restante das cláusulas absurdas daquele documento:

Cláusula 1.º: Tornar-se doadora de sangue, medula óssea e órgãos regenerativos para a Sra. Willow Collen, sempre que necessário, sem recusar.

Cláusula 2.º: Manter-se saudável com uma dieta rigorosa estabelecida pela equipe médica responsável pelo caso.

Cláusula 3.º: Realizar check-ups frequentes conforme necessidade estipulada pelos médicos do caso ou exigências do Sr. Archer Stone.

— Você só pode ter enlouquecido com esta proposta ridícula, além de vir me procurar. —ponderei enquanto lia o restante dos parágrafos, passando pelos termos de confidencialidade e cláusulas uma mais absurda que a outra. — Aqui diz que além de doadora, teria que me passar por sua noiva em público durante sua recuperação, como substituta...

Explodir em gargalhadas com seu nível de cara de pau e audácia, Archer continuou sério sem ceder a compostura.

— Qual a graça? — Indagou ele friamente.

— Qual graça não seria? Anos atrás planejávamos nosso casamento, nos preparamos para o nosso noivado e hoje você aparece aqui todo engravatado e sério, com um contrato ridículo desses. — Sequei os cantos dos olhos que haviam marejado pelas risadas. — Ah, carma é realmente uma merda, não é?

Suspirando, ele se inclinou para frente apontando para ponta do contrato.

— Vá para a página de valores, Avril. Cobrirei todos os seus custos, além de pagar uma remuneração pelas suas doações e prestações de serviços — disse ele, com frieza, seu olhar vazio era um choque.

— Você está me pagando para ser o seu fantoche e o de sua noiva, é isso? — gritei, sentindo a raiva pulsar em minhas veias quando parei na pior cláusula de todas. — Você só pode ter enlouquecido para me propor algo tão absurdo, sem um pingo de consideração pelo que já tivemos...

Archer permaneceu em silêncio por um momento, seu olhar fixo no meu, sem demonstrar nenhuma emoção.

— Avril, sei que isso parece insensível, mas é a única forma que encontrei para salvar a vida da minha noiva. Não te procuraria se... — disse ele, interrompendo a frase quando ergui o documento em sua direção, mostrando a cláusula.

— Sr. Stone? — Chamei sua atenção com a voz calma, levantando-me lentamente, rasgando o contrato na sua frente e jogando os pedaços em seu rosto. — Você se tornou um homem pior que o seu pai, quero que você se dane e enfie a sua proposta onde o sol não b**e!

Archer permaneceu em silêncio por um momento, os pedaços de papel caindo lentamente ao seu redor. Seus olhos azuis estavam intensos enquanto puxava uma pasta ao seu lado. Ele estendeu a papelada do banco, revelando vários débitos no nome da minha família, incluindo os problemas de meu pai com jogos e dívidas exorbitantes. Mordi os lábios por dentro, tentando conter o nó que se formava na minha garganta.

— Onde conseguiu tudo isto? — indaguei em um sussurro.

— Sou um babaca idiota com muito poder, Avril Fox. Recomendo que leia a cópia do contrato que está dentro desta pasta, leve um tempo para considerar o acordo e então entrarei em contato — respondeu Archer, levantando-se e ajeitando a gravata. Ao passar ao meu lado, ele parou. — Apesar de tudo, fico feliz em ver que esteja bem.

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