Victoria se sentia fraca e inútil ao perceber a facilidade com que ela cedia aos toques e as desculpas intermináveis de Damiano simplesmente ao sentir suas mãos tocando seu corpo diligentemente.As mãos dele tocavam o corpo da ruiva de maneira apressada, como se estivesse ansioso para explorar cada centímetro da pele quente que ela escondia atrás das roupas que usava. O tecido fino das peças que cobriam a estrutura de Victoria não foram o suficiente para impedi-lo de ficar completamente louco ao ter a sensação de calor de sua epiderme em seu tato.Ele se sentia completamente confuso à medida que seus sentimentos se encontravam com as sensações de raiva e irritação que o consumiam momentos antes. Estar com Victoria, para ele, era como estar em uma montanha-russa. Vez ou outra, seus sentimentos eram positivos e agradáveis, e em certos momentos ele sentia como se estivesse em queda livre.A sensação de frio na barriga era cada vez mais presente à medida que trocavam toques e carícias, e
— Não quer falar comigo? — Victoria perguntou, tocando levemente as costas úmidas de Damiano, que permanecia de costas para ela.Ele fechou seus olhos ao sentir as mãos da ruiva o tocar novamente, relembrando a difícil decisão de se manter afastado do tato das suas mãos macias. Era tentador demais.Victoria não merecia que algo do tipo aconteceria no banheiro de um avião. Nem merecia que fosse com ele, como ele mesmo pensava a todo momento. Preso em um empasse com a sua própria vontade e o desejo de mantê-la longe de seus comportamentos sórdidos.— Não é isso, eu só preciso pensar. — Ele respondeu com a voz mansa e calma, escondendo todo o nervosismo que o perturbava de maneira incessante.Ela respirou fundo, tentando não se irritar com a sua familiar maneira enigmática de se comunicar, ocultando todos os pensamentos que v
Ele parou para pensar durante longos minutos, sentindo cada vez mais a necessidade de fugir daquele banheiro quanto antes. Se sentia um tolo graças ao sentimento ridiculamente adolescente que o fazia ficar com borboletas no estômago ao refletir de maneira profunda sobre o que Victoria causava em seu ser.Se sentia tão remexido, quase invadido pela sensação completamente avassaladora do ato de amá-la.— Eu… — Ele começou a falar, pausando novamente sua frase, sem conseguir se expressar com clareza.— Estou começando a ficar ansiosa e a acreditar que você está esperando o avião pousar para não precisar me responder. — Ela sorriu encarando a expressão torturada que ele exibia em seu rosto.
Tudo parecia estar normal, até que o avião finalmente pousou na Itália.Damiano não teve desconfiança alguma, assim como os seguranças que o acompanharam durante todo o voo.A funcionária que os manteve bem atendidos, também não reparou movimentação que fosse incomum a dos muitos voos que ela já havia presenciado a mando de Dominique.Porém, dessa vez, não seria um pouso tranquilo como todos os outros.A mão suada de Damiano segurava com firmeza a alça da bolsa preta, sentindo o tecido de couro contra o seu tato, levemente escorregadio enquanto descia as escadas do jatinho. Era como se o seu corpo o avisasse antes que ele pudesse perceber o como estava.Era uma noite fria, e ele definitivamente não estava vestido conforme o clima gelado que os recebeu de volta ao lugar familiar. Sua blusa branca de tecido fino e seu jeans marcado em seu corpo não o protegeram dos ventos intensos que o atingiam enquanto ele caminhava de encontro com os homens que deveriam receber a preciosa carga de Do
A feição soberba de Valentim se desfez rapidamente ao ouvir o som dos pneus do carro se chocando contra o chão em uma tentativa de frear o veículo rapidamente. Seus homens se prepararam quase a tempo, se não fosse pelo proveito que Damiano tirou em vê-los distraídos, atirando em sua direção repetidamente.Valentim conseguiu se esconder atrás de um de seus homens, o usando como escudo até conseguir entrar em seu carro blindado. Por sorte, os capangas de Dominique eram bem mais eficientes, e alcançaram o loiro antes que ele pudesse fugir.A satisfação em vê-lo sendo levado como refém era agradável, mas Damiano se sentia impotente ao se ver pela segunda vez na mesma situação. Estava completamente exposto, sem poder se proteger de maneira adequada por estar em desvantagem.Victoria correu em direção à porta após ver tudo o que acontecera, ainda confusa por não acompanhar como se deu o confronto. A visão ficou embaçada pela fumaça causada pela granada, e tudo se tornou difícil de entender
O couro que revestia o banco acolchoado do carro fazia a roupa de Victoria deslizar, jogando seu corpo de um lado para o outro à medida que Damiano não economizava ao acelerar cada vez mais em cada curva que fazia.A sensação era como a de uma montanha-russa que a todo momento parece querer jogar o seu corpo para fora do brinquedo, contribuindo para uma sensação de adrenalina quase aterrorizante.Os olhos de Damiano estavam negros como a noite, e ela podia ver em seu rosto a intensidade com que seus sentimentos negativos estavam o consumindo.— Está tentando nos matar? — a ruiva perguntou levemente irritada, notando que o mais velho conduzia o veículo com uma velocidade absurdamente alta.— Seria tão ruim? — Ele brincou sem perceber o quanto Victoria não estava disponível para o seu senso de humor sombrio.— Não é o melhor momento, Damiano. — Ela respondeu apoiando sua mão direita sobre a testa, fechando os seus olhos ao sentir a fisgada intensa que a atingiu.Ele desviou os olhos da
Victoria se enxergou em um lindo campo, com flores amarelas e azuis. O céu estava ensolarado e brilhante, com poucas nuvens que escondessem a beleza que revelava ao se mostrar tão vivo.Ela sentia seus pés descalços tocarem a grama que os causava leves cócegas em suas solas nuas, correndo em direção ao horizonte. Seu corpo se esforçava mais do que o normal, e sair do lugar parecia impossível ao sentir como se pesasse uma tonelada.Mesmo assim, ela continuou focando na imagem a sua frente, a borrada silhueta de duas pessoas que ela acreditava ser os seus pais.Não tinha como ter certeza, já que ela não conseguia enxergar claramente a forma física das pessoas à sua frente. Independente disso, ela podia dizer com certeza que eram os mesmos, já que sentia em seu coração. Ela sentia como se finalmente estivesse em casa, prestes a dar um abraço apertado em ambos e sentir o cheiro de terra em seu pai, que vivia enfiado no jardim que tanto gostava de cultivar.Por isso, era cada vez mais dese
O suor constante escorrendo em sua testa fez Victoria se sentir como se estivesse em um forno. As febres interruptas já haviam a deixado enfraquecida, e mesmo com uma das empregadas a ajudando durante o dia, os sintomas não estavam melhorando.Para a sua sorte, a mulher chamada Filipa, não se importava em demonstrar que provavelmente era uma mãe muito aplicada.Ela foi a única que se importou em visitar Victoria durante a noite, e mesmo enquanto ela dormia conferia sua febre, com a palma das suas mãos em contato com a testa exposta da mais nova. Levou bacias com água fria e ordenou que a ruiva continuasse fazendo as compressas geladas para diminuir sua temperatura, e ia regularmente ministrar os remédios que tratou de encontrar para ajudá-la.Victoria não soube dizer o que motivou a doce mulher de cabelos quase grisalhos a ajudá-la de maneira tão instintiva e preocupada, porém, estava grata, e um tanto tocada ao se lembrar de maneira tão verossímil o quanto ela a lembrava de sua queri