Novanta­sette

Damiano saiu da casa rapidamente, dirigindo como se fosse a última coisa que precisava fazer na sua vida.

Ele nunca dirigiu tão rápido assim, e sentia que quanto mais o tempo passava, mais ele precisava chegar ao seu destino.

Logo, a adrenalina diminuiu, e ele se manteve mais tranquilo enquanto segurava o volante com toda a firmeza.

Era o fim. O fim de um ciclo que durou uma eternidade, onde ele serviu apenas como um fantoche sem qualquer utilidade maior do que cumprir as ordens de seu pai.

Ele não se sentiu mal. Não havia tristeza, mágoa, nada.

Somente alívio.

Alívio em pensar que tudo estava encerrado, e que agora ele e sua irmã poderiam viver em paz, do jeito que mereciam desde que eram crianças.

Ter a vida que sempre imaginavam.

De todas as formas, essa realidade ainda parecia muito distante quando imaginada.

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