cap.2

Capítulo 2 o jantar com Deméter

O acordo foi firmado, a intenção de Aurélio era que Deméter viste a menina apenas quando fosse o momento de levá-la, que seria daqui a dois anos.

Agora que o acordo está firmado, quero que ainda amanha organize um jantar na sua casa.

Por que quer a ver tão rápido? — Pergunta com desconfiança.

Quero apenas dar uma olhada no produto e ter uma conversa breve com ela, afinal tenho direito, não voou levá-la, mas no acordo não diz nada que só devo a vê-la daqui a dois anos.

Está bem. — Concordou desconfiado, Deméter então fez sinal indicando a porta e o mordomo que ficara em pé próximo a ele quase imperceptível o conduziu até a saída.

Bom, amanhã vou finalmente saber quanto parecida ela é com Dália. — Comentou sozinho com um sorriso torto estampado no rosto.

Enquanto isso a futura esposa de Aurélio se encontra secretamente com um homem jovem em sua casa, e ele parece está bem alterado enquanto conversa com a mesma.

Você ainda vai querer continuar me vendo? — Perguntou esperançosa ao homem alto e forte sentado em uma cadeira na sua cozinha.

Você engravidou de outro homem e agora quer casar com ele! — acusou rispidamente.

Você também é casado! Estamos no mesmo barco, eu preciso da condição financeira que ele tem. Alguns meses depois que as crianças nascerem podemos voltar a nos encontrarmos.

Como isso vai ser possível? — Pergunta indiferente, ele não se importava com o fato dela estar casada.

Ele pode te contratar naquela casa grande. — Falou pensativa. — Ele pode precisar de alguém para vigiar a filha dele.

Filha? — Indagou demonstrando interesse.

Sim, uma garota de quinze anos que mais parece um gato de rua.

Hum, interessante… Ouvi falar que esse falido tinha uma filha, é um assunto bastante comentado, até mesmo acreditam que ele matou a sua esposa, soube que a tal mulher era muito bonita e jovem, a filha então pode ser uma joia.

Você nunca deixa seu habito de caçador.

Não temos nada além de uma relação de corpos, mas parece que você tem antipatia por aquela menina.

Só não voou com a cara dela, nunca sentir tanta antipatia por alguém como sinto por ela.

Ela te intimida? Está com ciúmes da filha do seu futuro marido? — Perguntou Vittorio com sorriso irônico escapando pela barba mal feita.

Ele tem vinte seis anos, mas aparenta mais idade por manter uma barba tão mal feita, porém seu cabelo era bem cortado e limpo, descuidava apenas da barba, mas a sua intenção era apenas de esconder sua identidade.

Claro que não, além disso… — Parou de falar com receio de contar o que estava acontecendo na casa.

Além disso?

Nada! Então… — Falou arrastando uma cadeira para próximo dele se sentando. — Não me deixe, por favor! — Implorou o encarando com ternura enquanto desliza sua mão pelo seu rosto fazendo-o suspirar com a sensação suave.

Não vou deixar, voltamos a nos ver daqui a alguns meses. — Confirmou pegando sua mão depositando um beijo. — Agora eu tenho que ir, boa sorte com sua nova vida.

Obrigada.

Ouviu a porta bater dando-lhe um leve susto deixando-a receosa, ela tinha sentimentos obsessivos por Vittorio, e ele mesmo sendo casado mantinha casos com outras mulheres além de esmeralda.

No dia seguinte, Aurélio corria pela casa com os empregados arrumando tudo de forma impecável, sua casa era simples se comparada a mansão de Deméter, porém ainda era uma casa grande com um pouco de luxo.

Dalila estava sentada na escada encolhida no canto olhando para o salão confusa, seu pai não lhe dirigia a palavra nem mesmo lhe encarava, era como se não estivesse ali.

Suba para seu quarto! — Ordenou severamente. — Se arrume, lave esse cabelo, teremos uma visita importante hoje. — Avisou alarmado, fazendo com que ela subisse o restante dos degraus correndo quase tropeçando.

Assim que voltou ao quarto correu até o guarda-roupa e escolheu um elegante vestido azul bebê de tecido solto, não valorizava nenhuma de suas curvas, lhe daria uma aparência ainda mais delicada, bem como uma sapatilha, vestiu após um banho demorado e sua aparência era como de uma jovem princesa com poucos ornamentos, sem joias, maquiagem ou qualquer outra coisa.

Senhorita Dalila?! — Chamou a empregada sem abrir a porta, esperando que a menina lhe atendesse.

Sim, Ana?! — Respondeu timidamente com a voz suave abrindo a porta.

A senhorita está maravilhosa, seu pai avisou para que descesse agora, o convidado chegará em poucos minutos.

A senhora sabe quem é esse convidado? — Perguntou quase sussurrando, então Ana olhou ao redor como se procurasse algo e em seguida empurrou a senhorita para dentro do quarto fechando a porta a suas costas.

Não sei senhorita, mas ando ouvindo passarinhos pela casa falando sobre um tal contrato que pode ter a ver com a senhora, mas não sei mais nada. — Contou discretamente no ouvido da menina.

Está bem, provavelmente deve se tratar da herança da mamãe, já que ela é de uma família tão influente.

Mas seu pai faliu toda a sua família! Seu avô até teve um infarto e quase morreu e por isso foi tirado às pressas do país.

Sim, mas mamãe me contou umas coisas e pediu segredo.

Fique esperta menina! — Aconselhou-a apreensiva já que sabia o que realmente estava acontecendo na casa.

Dessa forma, com a menina já pronta finalmente desceram. Logo que chegou próximo a seu pai o mesmo a analisou dos pés à cabeça em silêncio, enquanto ela lhe encara confusa.

Bom… A roupa não está ruim, parece estar bem e desmancha essa cara de limão-azedo! — Ordenou puxando-a com ele para o salão a deixando de pé próximo a porta.

Mas porque tenho que ficar aqui? — Perguntou ingenuamente.

Atenda a porta, você é burra? Assim que a campainha tocar você a atende. — Explicou de forma grosseira deixando-a encabulada.

Está bem papai, entendi. — Abaixou a cabeça frustrada. Assim que a campainha tocou a garota rapidamente atendeu, no momento em que Deméter a viu mal conseguiu proferir uma palavra sequer até que viu seu sorriso gentil.

Boa tarde pequena Dália.

Dália era minha mãe… Senhor. — Respondeu envergonhada, abaixando a cabeça ao mesmo tempo, sentindo seu peito arder desejando chorar, mas segurou as lagrimas.

Sim, sua mãe e você é idêntica a ela, herdou a sua beleza excepcional. — A bajulou encantado sem conseguir desviar o olhar.

Obrigada! Então… Venha, vou acompanhá-lo até o salão. — Gaguejou mantendo seus olhos voltados para o chão sem conseguir encarar-lhe.

Primeiro! Endireite a sua postura, não demonstre submissão exacerbada como está fazendo agora. Sei que é só uma menina, mas imponha-se um pouco isso a torna mais bela. — Corrigiu lhe gentilmente.

Isso não fará diferença nenhuma para mim, vamos até o salão onde meu pai te aguarda. — Disse finalmente criando coragem fazendo-o sorrir satisfeito.

Deméter, que bom que chegou! Vejo que já conheceu minha linda filha. — Falou cinicamente fazendo Dalila lhe encarar descrente.

Sim, uma moça muito educada. — Respondeu enquanto ela observava os dois. De início Dalila o achou familiar, aquele homem pomposo e elegante não lhe era estranho.

Vamos conversar melhor no jantar. — Sugeriu, então escolheu uma cadeira propositalmente ao lado de Dalila que começou a suspeitar de toda aquela aproximação, além de que seu pai estava tão gentil e receptivo com ela.

Então, eu tenho uma adega de vinhos. — Começou seu pai a falar, indicando que deixaria os dois sozinhos.

Deméter acenou para ele ir sem que Dalila percebesse, foi o que achou, mas os olhos ligeiros viam e traduziam a situação com exatidão.

Então nos traga um bom vinho! — Sugeriu animado.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo