cap.10

Cap.10

— O que está comendo? — Perguntou Monalisa perplexa ao entrar no quarto trazendo o absorvente, Dalila parou de mordiscar o chocolate e a encarou com os olhos esbugalhados.

— Não foi você?

— Não! — Fez cara de pânico ainda de pé próxima à porta.

— Mas... Você jogou aqui na cama.

— Não foi eu, mas você parece está bem melhor.

— Sim! Engoli um desses comprimidos, agora estou bem. — Disse mais disposta e animada.

— Mas quem comprou essas coisas? — Perguntou pegando as outras duas barras restantes e a caixa do remédio aberta.

— Será que foi Auro?

— Impossível... — Foi quando lhe veio Vittorio em seu pensamento, então se sentou próxima a ela para cochichar. — Tem um homem na casa.

— Um homem?!

— Sim, parece ser o segurança, mas não sei quem é, parece que seu pai colocou ele para te vigiar.

— Como se já não estivesse ruim. — Murmurou com semblante triste.

— Não fique triste, faltam 4 meses para você fazer 18 e então poderá ir embora. — A garota suspirou desapontada.

— Para onde, mona? Como? Não sei o que fazer! — Confessou.

— Eu também não sei, eu não tenho escolha e tenho que ficar aqui. — Confessou desapontada.

— Bom... Você é tão bonita... Deveria ter encontrado alguém melhor...

— Eu sei, eu sou horrível!

— Não, meu pai é quem é, ela está te obrigando, não está? — Sussurrou, mas ela apenas silenciou então ela entendeu que não estava sendo obrigada.— Por quê?

— No começo eu não... Eu não queria, mas eu fui me apaixonando... e fui boba, me entreguei, mas ele só quer me usar!— Contou envergonhada.

— Eu ainda me sinto enojada, não acredito que as pessoas fazem aquele tipo de coisa! — Fez tremendo os ombros com repulsa.

— Diz isso porque você é virgem.

— Não, isso é realmente nojento.

— Não é, seus pais nunca falaram sobre sexo com você, além de que não tem amigos.

— Mas é tão bom... — Suspirou enquanto contava, mais uma vez Vittorio seguia pelo corredor como um fantasma.

— Eu duvido, parece ser algo extremamente nojento.

— Não! Já disse que não.— Disse divertida. — Então pensa! O toque do homem que você ama...

— Eu não amo ninguém!

— Os lábios dele tocando o seu...

— Não sei do que está falando, como posso imaginar?

— A sua mão deslizando pelo seu corpo, uhmm... As palavras carinhosas e o desejo a flor da pele tornando nossos corpos apenas um...

— Já acabou? Eu quero ir ao banheiro vomitar. — Confessou, enquanto fazia Vittorio rir do lado de fora, ao mesmo tempo com desdém por Monalisa está tendo esse tipo de conversa com ela, como se não fosse o próprio a corromper a inocência um dia.

— Vá ao banheiro tomar banho já que está melhor.— Disse animada.

— Não venha comigo! — A alertou envergonhada, às vezes Monalisa era muito grudenta, isso dava nos nervos, porém até que não era tão ruim.

Assim que seguiu para o banheiro Monalisa não a obedeceu e a seguiu, sentou-se sobre a tampa do vaso sanitário enquanto Dalila apreciava a água gelada do chuveiro ignorando a amiga, mesmo que suas intenções fossem boas, já que se sentia comovida pela garota solitária e ingênua.

— Mas então… — Começou tentando falar. — O tal moço recém-contratado ele é bem bonito.

— Bom, se pelo menos ele for solteiro, você deveria investir, como eu disse, você é muito bonita. — Monalisa ri timidamente.

— Ele não parece precisar desse emprego.

— E como ele é?

— Então, ele aparenta ter quase 30 anos é alto, elegante, corpo robusto e forte, a barba é um pouco grande ainda assim não esconde seus lábios receptivos. Eu com certeza o beijaria!

— Estou supondo que você está carente.

— Não estou! Só o achei excitante...

— Excitante? Você está se iludindo e parece mais fogo!

— Ah! Com certeza se você o vir vai ficar encantada também, porém ele nunca rir, eu ainda não vi como é seu sorriso.

— Vai ver é banguela e...

— Com certeza não! Mas uma coisa é certa: É um homem muito gentil, afinal acredito que foi ele quem trouxe esses chocolates e os absorventes.

— Será? Mas isso é tão estranho, ele começou hoje, não é?

— Sim!

— Logo verei quem é. — Comentou saindo do chuveiro desfilando pelada para fora do banheiro, mas levando um infeliz escorregão na saída.

— Que patética, a verdadeira visão do inferno! — Resmungou Monalisa ao encarar a queda da garota enquanto Dalila se levanta em segundos correndo até a sua toalha na cama corando de vergonha.

Já é meio-dia e Dalila ainda não desceu nem para o café da manhã, seu estômago foi forrado apenas por uma barra de chocolate. Vittorio, por sua vez deu uma volta ao redor pelo pomar e o fundo do quintal bem organizado até a janela da garota, olhou discretamente por uns segundos e seguiu até a cozinha onde Monalisa cozinhava.

— Foi você? — Perguntou quando ele se sentou em silêncio pegando uma maçã no sexto.

— Do que está falando, senhorita? — Fingiu de desentendido.

— Deu coisas...

— Mona! — Chamou ao entrar na cozinha em alvoroço sem perceber Vittorio — Me dá um suco... — Sua voz sumiu quando encontrou os olhos de Vittorio em sua direção, ela estava tão bonita quanto da última vez que havia visto a 2 anos, seu cabelo havia crescido, suas curvas estavam mais definidas naquele vestido médio. Logo desviaram os olhares disfarçando, Monalisa percebeu o olhar assustado de Dalila, mas não percebeu o olhar de Vittorio.

— Logo servirei o almoço, você pode se sentar aqui Dalila. — Avisou lhe apontando a cadeira próximo a ela na mesa, a cozinha ficou em silêncio sendo quebrado apenas por um pigarro de Monalisa desconfortável com a presença de Vittorio.

— Você não é filha do senhor? — Perguntou ele a Dalila que mantinha o olhar sobre Monalisa enquanto arrumava as bandejas para levar para a mesa.

— Sim!

— A cozinha não é para os empregados?

— Deve ser por isso que estou aqui.— Respondeu indiferente sem o encarar.

— Eu... Vou levar a comida e já retorno para os servir. — Avisou desconfortável seguindo para fora então Vittorio a seguiu com o olhar enquanto Dalila passou o observar.

— Não olhe agora.— A alertou para não olhar na direção da porta. — Acho que acabei de ver a garota mais linda da minha vida, mas ela é um pouco tímida.

— Monalisa? — Perguntou interessada enquanto ele havia pego uma das bandejas prateadas em cima da mesa.

— Olhe com seus próprios olhos.— Assim que ela se virou para olhar em direção a porta ele levantou o metal fino e brilhante que dava para ver o reflexo como se fosse um espelho. Naquele momento Dalila viu seu rosto e involuntariamente sorriu, ele a observava furtivamente, até que ela escondeu o sorriso se encolhendo envergonhada. Monalisa entrou no mesmo instante sem entender o que ele estava fazendo com aquela bandeja, somente a pegou de sua mão sem dizer nada e voltou ao fogão.

— Por que não chama Dalila para almoçar aqui hoje? — perguntou Esmeralda demonstrando um certo incômodo, óbvio que era ciúme, não queria a garota perto de Vittorio.

— Você mesmo pediu que ela fizesse suas refeições na cozinha.

— Sim, mas...

— A deixe ela lá! Não quero comer olhando aquela pirralha.— Assevera, enquanto corta o bife, discretamente ela faz bico e b**e o pé voltando a alimentar os gêmeos.

— Coma bem.— Falou Monalisa ternamente entregando a comida a Dalila em seguida se inclinando sobre a mesa para a observar se alimentar, ambas fizeram de conta que Vittorio não estava ali.

— Você não vai parar com essa mania mesmo? — Perguntou incomodada.

— Não posso evitar, você é muito engraçada. — Disse a garota que enchera a boca de carne, ela não se importava haver um homem ali, sabia que seria sua única refeição, já que evitaria sair do quarto e sua amiga não podia subir com comida.

— Por que diz isso? — Perguntou com a boca entupida, enquanto ele segurava o riso.

— Você come que nem um filhote de cachorrinho faminto.

— Isso porque eu sou. — Sussurrou para que Vittorio não ouvisse, mas era inútil só ela não percebia. — Você sabe que não vou comer mais nada além disso, então quero comer muito.— Continuou a falar olhando discretamente para ele que fingia não ouvir nada, mas ele conseguiu ouvir muito bem, era difícil descrever a raiva que estava nascendo daquela família.

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