Aquele dia parecia está sendo um pesadelo para Dalila que chorava em frente ao túmulo de sua mãe, ninguém conseguia explicar o que havia acontecido para que ela morresse tão repentinamente. Dalia sempre foi uma mulher cheia de vigor e saúde, mas, de repente, caiu doente.
Dalila cuidou de sua mãe, enquanto via ela definhar e os médicos dizerem que ela estava muito mal e que não havia mais jeito para ela, mesmo que ela pensasse que poderia ser mentira, mas o que uma menina de quinze anos pode fazer?
A menina mesmo tão jovem, já é tão bela quanto sua mãe era, aparência delicada e cabelos dourados com pares de olhos que mais pareciam dois topázios, ela é alta e magra de forma esbelta, não tinha muitas curvas, sua maior qualidade era a sua inteligência, Dalia a criava com valores e respeitos que uma moça deve ter por ela mesma, apesar da figura delicada, ela tinha boas habilidades com musica e até mesmo sabia lutar e usar bem seu corpo ao seu favor, ainda assim isso não significava muito para uma menina que maculava seu pai e que o respeitava acima de tudo, o que será que pode acontecer quando ela descobrir que talvez ele não seja o que ela pensa?
— Não se preocupe, você ainda tem a mim, eu prometo mantê-la segura. — declarou Aurélio, seu pai, um homem de estatura mediana e expressão fria, ele não parecia ser muito velho, nem mesmo os fios brancos lhe apareciam, mas apenas por vaidade, amava cuidar da aparência, mas isso também tinha outros motivos que Dalila mal imaginava enquanto ele mentiu e fingia afeto encarando ela com dureza.
Naquele mesmo dia após voltar do enterro Dalila saiu do carro e cambaleou até o portão sentindo a cabeça doer, após longos minutos chorando, ela nem percebe quando Aurélio para ainda ao portão observando outro carro que estava a algum tempo estacionado,
Ele espera Dalila entrar em casa e sinaliza para o carro de onde imediatamente sai uma mulher grávida de mais ou menos sete meses, Aurélio de forma cortês lhe estende a mão e lhe convida a entrar, ambos seguem para o escritório furtivamente onde conversam.
Ele não estava nem um pouco comovido com a recente morte de sua esposa.
Ele havia vendido a sua própria filha e um homem chamado Deméter, senador da cidade e que estava concorrendo a vaga de governador, mas ninguém sabia sobre sua verdadeira identidade.
Deméter também era nada mais nada menos que o capo da máfia, amigo do Don que usava a sua posição no meio político para se beneficiar e beneficiar a máfia.
Esmeralda como se chamava a amante de Aurélio, aparentava ser bastante antipática, além de manter constantemente sua postura arrogante.
Dalila havia se isolado em seu quarto ainda chorando seu luto enquanto Aurélio planeava o que fazer com ela e se era viável vendê-la, para esmeralda que parecia sentir ódio de uma menina ingênua de quinze anos, a melhor era opção era mandá-la para um albergue ou jogá-la na rua, seus pensamentos era de que algo ruim acontecesse a menina de forma que ela sofresse ainda mais.
— Quando eu vou poder vir morar aqui? Tenho que aguentar essa menina por quanto tempo? — Pergunta impaciente enquanto acaricia a barriga de sete meses.
— Não se preocupe, não tenho nada a temer com Dalila é só uma menina, você já pode entrar na casa se estiver confortável com isso.
— Por deus! É ela que não deveria estar confortável aqui, afinal eu vou ter dois filhos seu e tenho mais direito que qualquer outra pessoa.
— Não se preocupe, já negociei e a vendi a um homem na cidade, ela não vai ficar muito tempo nas minhas mãos.
— Que ela tenha uma vida miserável como nunca sonhou na vida, assim como a mãezinha miserável dela,
Aurélio suspira indiferente as palavras de Esmeralda, apesar de ter sentido com a morte de Dalia, não era o suficiente para que ele se comovesse, nem mesmo parecia que ele já havia amado a sua esposa e filha um dia, tudo aquilo havia acabado quando ele conheceu esmeralda.
Aurélio seguiu furtivamente com esmeralda até a porta do quarto de Dalila e a observou furtivamente, a garota de pele pálida e delicada, corpo comprido e magro estava aninhada na cama abraçada ao urso de pelúcia que sua mãe lhe dera em sua infância. Havia adormecido profundamente, era evidente que havia chorado bastante até cair no sono, pois seu nariz e bochechas estava vermelho e seu rosto úmido.
— Ela ainda tem uma vida tão boa. — Lamenta esmeralda insatisfeita.
— O tempo que ela ficar aqui, você terá liberdade para fazer o que quiser. — Sugere ele indiferente a fazendo esticar um sorriso de orelha a orelha.
Aurélio finalmente se retirou da casa e seguiu viagem deixando sua amante
na casa dela, casa que ele mesmo havia comprado com o dinheiro que desviava de sua esposa, finalmente partiu para mansão de Deméter, o secreto comprador de Dalila.— Senhor Aurélio, o senhor Deméter lhe espera no escritório. — Um dos empregados atende-o, em seguida o conduziu para dentro da grande mansão. Seguiram no mesmo andar por um corredor largo iluminado por candelabros, poderia facilmente passar um carro ali, mal sabia ele que por esse mesmo corredor havia uma entrada secreta que leva até uma prisão subterrânea onde o cruel Deméter tortura criminosos.
— Pode entrar! — Avisou, fazendo o empregado estremecer ao ouvir a voz do seu senhor. Virou-se enquanto abria a porta dando passagem a Aurélio que mantinha uma postura imponente.
— Boa tarde, Deméter. — Cumprimentou o homem sério sentado em sua poltrona atrás da mesa observando-o, deixando claro seu mau-humor.
— Então Aurélio, sente-se. Vamos falar de negócios hoje? — Começou a articular enquanto usa uma caneta para massagear o queixo, observando Aurélio com desconfiança.
— Sim. — Concordou quase estremecendo com o olhar intimidador de Deméter.
— Soube que hoje foi o enterro de Dália, como está a criança?
— Como esperado, sofrendo a perda da mãe. A deixei dormindo em casa, a coitada está desolada. Não foi fácil a sua perda.
— Nunca é, posso imaginar como se sente. Estou feliz que você concordou em me vender a criança, mas não muito satisfeito por saber que você quer retê-la até seus dezoito anos.
— Senhor… Entenda bem, é minha filha, eu sou o responsável. Se eu simplesmente entregar uma criança a você, não acha que vão desconfiar de mim? Podem até pensar que posso ter arquitetado a morte da minha amada esposa só para vender a criança.
— Não me interessa o que pensariam de você, mas se quer esperar, eu aceito o trato!
— O que pensa em fazer quando tiver a garota em suas mãos?
— Cuidar dela! Não tenho interesse de homem naquela coisinha pálida, eu só quero cuidar dela e dar uma vida digna. — Quando ouviu isso Aurélio engoliu em seco perdendo a completa vontade de entregar-lhe a garota.
— Bom… Você parece ser bastante generoso.
— Sim. — Concordou apertando um botão em sua mesa e no mesmo instante entrou um mordomo trazendo uma bandeja em mãos com algumas folhas de papéis. — Aqui estão os documentos de transferência, eu serei o seu tutor responsável e como você exigiu somente quando ela tiver dezoito anos.
— Isso — Confirmou animado lendo cada linha do contrato. — Mas… — fez como se tivesse encontrado algo errado. — O senhor não poderia aumentar esse valor? — perguntou inseguro.
— Aumentar?
— Sim, o senhor quando me pediu a guarda disse que pagaria qualquer valor que fosse, mas aqui só tem três milhões.
Naquele momento uma risada grave ecoou pela sala, até o mordomo deixou transparecer um discreto sorriso que logo desapareceu, enquanto Aurélio se sentia desconfortável.
— E quanto você quer?
— Escute bem, aquela garota é bonita e bem cuidada, julguei que seria mais generoso afinal mostrou tanto interesse por ela.
— Sim! Eu quero negociar aquela pequena a qualquer custo então me diga, quanto? — Perguntou o intimidando com seu olhar penetrante inclinando-se em seus cotovelos.
— Dez milhões… Senhor. — Balbuciou as palavras rapidamente desviando o olhar.
— Oh!… Que modesto, pensei que pediria uns cem milhões. Manuel, retifique o contrato, altere o valor para dez milhões e entregue a esse homem.
— Obrigado, senhor!
— Penso que após ela ficar de maior possa casá-la com meu único filho.
— Pode ser uma boa ideia. — Balbucia inseguro.
Deméter ainda estava curioso, Aurélio havia lhe entregue Dalila tão facilmente e logo após a morte da mãe dela que tornava isso ainda mais suspeito.
Mas a sua desculpa era a mesma de sempre, não ter condições de sobreviver com aquela menina, por ser um homem pobre.
Mas Aurélio não sabia que Deméter já tinha conhecido a mãe de Dalila, e quando Deméter comentou sobre tal fato ele ficou surpreso, então pensou que tal motivo dele querer Dalila seja por causa disso.
Capítulo 2 o jantar com Deméter O acordo foi firmado, a intenção de Aurélio era que Deméter viste a menina apenas quando fosse o momento de levá-la, que seria daqui a dois anos. — Agora que o acordo está firmado, quero que ainda amanha organize um jantar na sua casa. — Por que quer a ver tão rápido? — Pergunta com desconfiança. — Quero apenas dar uma olhada no produto e ter uma conversa breve com ela, afinal tenho direito, não voou levá-la, mas no acordo não diz nada que só devo a vê-la daqui a dois anos. — Está bem. — Concordou desconfiado, Deméter então fez sinal indicando a porta e o mordomo que ficara em pé próximo a ele quase imperceptível o conduziu até a saída. — Bom, amanhã vou finalmente saber quanto parecida ela é com Dália. — Comentou sozinho com um sorriso torto estampado no rosto. Enquanto isso a futura esposa de Aurélio se encontra secretamente com um homem jovem em sua casa, e ele parece está bem alterado enquanto conversa com a mesma. — Você ainda vai querer con
Cap.3 — Volto em alguns minutos. — Falou olhando apreensivo para Deméter. Aurélio queria ficar e ouvir o que ele queria falar com a menina, mas não tinha coragem de retrucar e ficar para ouvir.— Agora que ele saiu, me conte, ele está cuidando de você? — Perguntou com total atenção esperando que ela criasse um pouco de confiança.— Ele é meu pai, senhor, como poderia ele não cuidar de mim? — Falou rapidamente, pois tinha medo de contar a verdade a um desconhecido.— Não sei, só estou pensando demais. Espero que ele cumpra sua palavra até o prazo...— Que prazo? — Perguntou confusa.— Não é nada de mais, não houve nenhuma mudança após sua mãe... Você sabe — Tentou novamente arrancar-lhe algo, mas o que podia fazer Deméter? Ele não parecia uma pessoa em quem se pudesse confiar pelo contrário tudo nele gritava perigo. Dalila sentia medo de contar qualquer coisa a ele, já que ele era amigo de seu pai poderia contar-lhe sobre o que ouviu.— Por que está tão interessado em assuntos relacio
Cap.4 encontro na boutique 3 semanas depois — Deixe a menina sair um pouco, venho observando-a e ela não faz nada de errado. — Pediu por telefone. — Eu vou lhe transferir determinado valor, mande-a comprar algo na butique.— Sim, senhor. — Concordou incomodado já que queria manter Dalila presa. Após a visita de Deméter, seu pai estava de bom humor então não havia maus tratos ou atitudes rigorosas, Dalila por sua vez vivia na biblioteca ou lendo no jardim nos fundos da casa debaixo da sacada do quarto do pai onde ele podia a observar e policiar tudo que ela estaria lendo. O velho seguiu silencioso até o quarto da menina que se penteava de forma delicada, enquanto buscava entre os frascos vazios de perfume desapontada. Dalila era bastante vaidosa e vivia se arrumando, seus grandes e espertos olhos de cor quartzo admiravam sua beleza em frente ao espelho, realmente era uma jovem com aparência alegre e delicada. Sorriu com seus lábios finos e levemente rosados em aprovação ao que via,
Cap.5 o dia que o inferno iniciou.Seu pai estava na sala sentado com os pés descansando sobre a pequena mesa de apoio com o jornal na mão quando Dalila disparou pela escada a fim de esconder todas as sacolas.— Quanto privilégio uma jovem garota pode ter, sabia que não precisava dar dinheiro a essa medíocre. — Resmungou demonstrando seu total incômodo. — Bom, ao menos vou ligar para dizer que o pouco limite foi um mal-entendido e agradecer pelos presentes. — Dizia enquanto discava o número.— Onde ela está? — Perguntou atendendo imediatamente.— Já chegou em casa.— Não conseguir chegar a tempo de vê-la, meu filho não estava muito animado com a ideia de conhecer a garota. — Então o senhor não a viu? — Perguntou curioso se levantando enquanto olhava em direção as escadas com os olhos em chamas de fúria.— Não, infelizmente quando cheguei ela havia ido embora.— Está bem.— Podemos marcar outro dia, no momento não estou com tempo, mas quero vê-la novamente.— Ok, até mais. — Desligou
cap.6Abriu a porta para que Esmeralda entrasse quando Dalila o avistou vindo em sua direção após fechar a porta de esmeralda, ela rapidamente abriu a porta do carro e entrou evitando sua ajuda, ele apertou os lábios em um sorriso divertido e voltou ao volante, a sua animação era aparente e nem mesmo ele entendia o porque da tal emoção.— Onde a senhorita esmeralda quer ir? — perguntou-a ao se sentar ligando o carro, enquanto buscava a garota pelo retrovisor, mas ela se mantinha encolhida atrás do banco do motorista.— Me leve ao centro, tem muitas lojas de bebês conhecidas — Pediu gentilmente, Dalila a olhou furtivamente e estranhou aquele olhar como se o conhecesse.— Então ao centro! Chegaram ao centro em quase meia hora, Vittorio andava ao lado de esmeralda sempre tão próximo, aquilo deixou Dalila com uma pulga atrás da orelha, porém não deu importância, seja o que fosse, ela agia como se não fosse da sua conta.Dalila diminuiu os passos, a fim de não ouvir nada do que conversava
Cap.7Após o nascimento dos bebês passaram-se três meses, não foram os melhores meses porém não foram conturbados como pensou que seria, apesar de não se alimentar direito e seus estudos terem sido realmente excluídos da sua vida. Ainda assim havia a biblioteca lugar no qual não era proibido frequentar, pelo menos ali.Aquele lugar era seu ponto de equilíbrio. Com a iluminação limitada, ar seco, uma grande mesa de leitura e uma luminária para dar melhor iluminação ao local onde as páginas iriam ser lidas, Dalila deitava-se sobre a mesa e relaxava em meio aos livros amontoados ao seu redor que eram lidos um por um gradativamente.Já fazia tempo que ninguém entrava na biblioteca, o cheiro de mofo às vezes era trazido pelo ventilador e mesmo que Dalila cuidasse do local ela não conseguia fazer isso com a frequência que precisava, além disso, o seu pai demitiu a maioria dos empregados deixando apenas a pobre Monalisa.Dalila por sua vez também foi obrigada a cuidar da grande casa, então a
Cap.8 Vittorio ganha a confiança de AurélioSua respiração era pesada e os pés descalços congelavam, mas ela continuava a correr incansavelmente, sabia que seu pai lhe maltrataria mesmo que não tivesse feito nada de errado.Conseguiu chegar até um posto de gasolina, mas não havia ninguém, mal parecia estar funcionando, a lojinha antiga estava fechada e o frio já estava sendo torturante até avistar um banheiro ao lado da loja.Porta pichada, a fechadura parecia não funcionar para trancar mas ela mal se importou apenas entrou, sua visão foi tomada pelas varias divisórias dos banheiros com as portas quebradas, as paredes minadas, limo acumulado, da pia não caia água, algumas nem tinham mais torneiras. Dalila andava pausadamente pelo chão úmido e grudento com crosta grossa, tinha certeza que esse lugar estava abandonado, mas não se importava apenas queria encontrar uma divisão que pudesse se esconder por alguns minutos até seu pai desistir.— Estou falando sério, eu vi uma garota entrar a
Cap.9 aceito o trabalhoAmbos os homens saíram do quarto e seguiram em silêncio pelo corredor, rapidamente Monalisa passou levando uma bacia com água e pano entrando no quarto de Dalila ainda enrolada no sobretudo, dormindo.Após molhar o pano começou ao menos limpar o rosto sujo da garota sem segurar o remorso e o asco, ela não sabia bem o que acontecera, mas torcia para que ela não estivesse machucada em meio a todo aquele sangue respingado.— Queria conversar com o senhor...? — Inquiriu seu nome.— Vittorio.— Senhor Vittorio! Fico feliz em te conhecer e me sinto agradecido por salvar a menina.— Qualquer um o faria. — Disse frívolo, enquanto acompanhava Aurélio que demonstrava desconforto com a presença forte que esse homem transmitia de impetuosidade.— Sim, mas foi o senhor que fez, acredito que seja segurança ou algo assim? — Perguntou curioso ao entrar no escritório.— Sim, eu sou segurança às vezes.— Sinto que você é alguém confiável, eu poderia solicitar seus serviços nessa