Eu ainda tentei encontrar motivos para o Victor ter feito o que fez comigo, mas eu não consigo pensar em nada que justifique a sua traição, porque eu faço absolutamente tudo para aquele filho da puta e se ele quisesse experimentar outras vaginas, eu até iria junto, porque sou daquelas que ama um ménage.
Não tem sentido ele ter mentido para mim. Nunca vou conseguir compreender e muito menos perdoar o mesmo pela sua atitude.
Chorei durante horas trancada no meu quarto no dia que descobri que ele foi preso, fiquei sem comer direito durante alguns dias, porém nenhum homem vale o meu sofrimento.
Quando o Victor se tocar do que fez comigo e pedir mais uma chance, eu vou olhar bem no fundo dos olhos dele e citar a pensadora contemporânea, Valesca Popozuda: valeu, muito obrigado, mas agora virei puta!
Olho para o relógio que fica em cima do criado mudo ao lado da minha cama e vejo que já está tarde, quase na hora do almoço, e resolvo me levantar para tomar um banho e me arrumar para fazer alguma coisa legal que me ajude a esquecer aquele cretino do meu ex namorado.
***
— Quer colar na praia comigo, Minotaura? - KJ pergunta e eu o olho com tédio.
— Por que você está me chamando de Minotaura mesmo, hein? - pergunto, com curiosidade.
— Minotauro é uma criatura mística da mitologia grega, sua burra. - ele responde e eu reviro os olhos. — Eu que sou o marginal e tu que não estudou, mereço viu.
— Isso eu sei, meu anjo. Só não entendi a referência para com a minha pessoa. - falo.
— A fita é que o minotauro é metade homem e metade touro, tá ligada? E como agora tu tem chifres... - ele explica e eu dou uma gargalhada nervosa.
— Como você é insensível, seu ridículo.
— Tá muito cedo para tirar piada contigo, Isa?
— Não. De maneira alguma. Sou uma corna consciente do meu estado atual, então não ligo para piadas internas entre amigos. - dou ênfase nas últimas palavras e pela primeira vez, o KJ não me corrige falando que é só amigo da Letícia e isso me deixa feliz.
— É isso, porque eu não ia parar de te alugar assim mesmo. - ele fala rindo.
Perdi um namorado, mas ganhei um amigo.
Alguma coisa boa tinha que acontecer depois de tudo o que aconteceu e acredito que o lado positivo dessa história seja o KJ se aproximando mais de mim.
Sempre admirei a amizade que ele tem com a minha irmã e queria um pouco desse amor de irmãos para mim também.
Mesmo a Letícia tendo muito ciúmes do seu melhor amigo, acredito que ela não vai se importar de tê-lo que dividir um pouco comigo, principalmente pelo desastre que aconteceu com o meu relacionamento amoroso.
Pelo menos é isso que eu espero.
***
— Ih, alá, claro que não. Aqui é traficante inteligente, filha, e nem tenho passagem, bota fé? O Victor rodou, porque tinha mandato de prisão contra ele. - KJ responde, dando de ombros, e eu fico mais aliviada. — E ainda foi cabaço de sair da favela mesmo sabendo que não podia, quis bater cabeça e sujou a parada.
— Tomara que tenha uma rebelião no presídio e decepem a cabeça dele. - falo com raiva e o KJ me olha sério.
— Geral ta bolado com o Victor pelo que ele fez, mas desejar a morte do mano é errado, Minotaura. Vamo só esperar a lei do retorno, talvez só um corretivo, na moralzinha, pra ficar esperto.
— Inclusive, pode ser eu mesma a fazer isso, certo? Aí se me perguntarem eu respondo: Isa não queria matar ninguém, Isa só queria machucar ou ferir gravemente. - cito uma frase da minha saga favorita.
— Nem me fala do Dobby cara, porque até hoje eu não superei a morte do carinha. Maldita JK Rowling que só apaga os melhores personagens. - KJ responde, me surpreendendo.
Nem sabia que traficantes liam e muito menos que liam Harry Potter.
Aparentemente, o KJ tem cultura. O tráfico me surpreendendo cada vez mais.
Fomos andando calmamente até chegar no carro dele e assim que chegamos perto do automóvel, KJ abre a porta do passageiro para eu entrar, porque ele é um verdadeiro cavalheiro ao contrário de certas pessoas que eu não vou citar, mas é ao Victor que eu estou me referindo.
Entro no carro e sento no banco, tratando logo de colocar o cinto de segurança, porque eu sou muito bonita para morrer de uma forma tão banal, considerando que ele adora correr como se estivéssemos no Velozes e Furiosos.
KJ dá a volta no carro e entra pela porta do motorista e instantes depois dá a partida rumo a praia.
Eu estava vestida com um biquíni da cor preta e extremamente pequeno por debaixo do short jeans e da minha camiseta rosa que na estampa está escrito "treat people with kindness" em referência ao amor da minha vida, vulgo Harry Styles, porque queria ficar com uma marquinha da hora para começar o meu grande plano de conseguir um boy lindo e rico para mostrar para o Victor que eu o superei.
Se o meu finado ex acha que vou ficar em casa chorando por causa dele, ele está redondamente enganado.
Foi como a Letícia me falou ontem à noite quando me flagrou chorando sozinha olhando umas fotos nossas no celular: "você não nasceu esse mulherão da porra para ficar sofrendo por macho escroto que não sabe controlar o pau dentro da cueca".
E era a verdade, eu precisava me valorizar e aprender a viver sem o Victor.
Vivi anos sem saber que ele existia, não vou morrer agora por abstinência daquela piroca.
Tem tanto homem nesse mundo querendo formar uma família com piranhas maravilhosas como eu. Por que eu vou chorar logo por um ridículo que não soube valorizar o que tinha nas mãos?
A vida é curta, e eu não sirvo pra ficar parada, não mesmo.
Chegamos na praia e fomos até um quiosque comprar água de coco.O atendente era gatinho e eu tentei flertar com ele, mas o KJ tratou logo de cortar as minhas asinhas e me puxou para bem longe dali.— Você viu que o moço era bonito? Eu quero pedir o número dele para praticarmos um sexo selvagem. - falo rindo.— Não no meu turno, Minotaura. - ele responde sério e eu o olho sem entender.— Então tá, né. - falo e reviro os olhos.— Quer saber, Isabella? Vai lá então, porra, mas depois não fica de mimimi quando se arrepender.— Por que eu iria me arrepender, meu bem? - pergunto, cruzando os meus braços e arqueando minha a sobrancelha direita.— Porque tu ama o Victor e mesmo que ele tenha borrado contigo, sair abrindo as pernas só pra se vingar dele não vai te fazer bem, porque só dar um pente, nesse caso, não é a solução pra tu. - KJ fala e eu tento fingir que não é
Fomos de carro até a boca de fumo para pegar o malote e para o meu azar quem estava lá era o Cobra.Mano, logo o Cobra, o cachorrinho da Letícia, mais conhecido como o meu cunhado querido. Óbvio que ele ia surtar com o fato de eu querer ir com o KJ para entregar o malote pro Fábio.— Sério mesmo? Vocês perderam a noção do perigo ou o quê? Tu jura que eu vou deixar você levar a Isabella nesse corre, KJ? Mas nunca. - Cobra afirma. — Se alguma coisa acontecer com essa menina, a Letícia corta o meu pau fora.— Não vai acontecer nada, brother. A Isabella já foi em umas missões escondidas com o Victor. - KJ mente e eu aceno com a cabeça afirmativamente.Uma mentirinha de vez em quando, não faz mal a ninguém, não é mesmo?— O Victor vai perder o pau assim que a Letícia souber que ele te levou para fazer coisas ilegais. - meu cunhado fala me encarando com a cara fechada e balançando a cabe
Entramos na casa e eu e o Fábio não paramos de trocar olhares sugestivos. De vez em quando o KJ me encarava com o olhar repreendedor pela nossa atitude ousada e eu fingia que não via.Estávamos sentados em sofás de dois lugares, um de frente para o outro, eu ao lado do KJ e o Fábio ao lado do seu amigo da polícia, bonitinho, mas não tanto quanto o principal.— E aí Fábio, vamos lá fora pegar o teu pagamento, né? - KJ pergunta, claramente incomodado com o fato de eu estar tendo a atenção de um homem que não seja o Victor.— Faz o favor de acompanhar o KJ, Matheus. Vou esperar aqui dentro . - Fábio pede para o seu amigo e eu seguro o riso ao ver cara de desagrado do KJ.KJ e Matheus saem e eu fico a sós com o policial bonitão que a Gabriela e a Letícia tanto falavam. Agora, o olhando mais de perto, eu entendia o motivo do Cobra ter tanto ciúmes dele. Fábio é um homem muito bonito. Qualquer mulher renderia-se aos
Chegamos no morro e eu pedi pro KJ me levar na lanchonete para comermos, porque eu estava morrendo de fome. Mais uma hora sem colocar nada na minha boca e com certeza, eu cairia dura no chão.Quando chegamos no local, encontramos a Joyce com algumas amigas dela sentadas em uma mesa e eu bufei de raiva.Que azar da porra!— Ignora, Minotaura. Essas mandadas escrotas só querem causar pra ter a atenção que tu tem dos teus amigos sem precisar fazer esses showzinhos todos que elas fazem para aparecer. Sem postura demais, na moral. - KJ sussurra próximo ao meu ouvido e eu confirmo com um aceno de cabeça.Fomos até o balcão e pedimos quatro hambúrgueres, uma coca cola de dois litros e duas porções grandes de batatas fritas, porque se não for para comer até o bucho ficar cheio, eu nem saio de casa.Escolhemos uma mesa bem longe da qual a Joyce estava, para evitar brigas, mas não adiantou muito.
Acordei com o meu celular tocando e queria matar o filho da puta que ousa me acordar às onze horas da madrugada, mas ao olhar para tela, vejo que é o mesmo número que o Victor me mandou mensagem e automaticamente sorrio.Se ele está me ligando, é porque sente saudades de mim, certo?Decido não atender, porque primeiro queria falar com a Letícia sobre o que ela acha de eu ir visitar o meu ex namorado na cadeia.Querendo ou não, minha irmã já tem uma grande experiência com esse lance de ir fazer visitas íntimas para presidiário e talvez, só talvez, saiba me dar um bom conselho sobre o que devo fazer.Suspiro profundamente e me espreguiço na cama e logo em seguida, me levanto e vou até o banheiro.Ao me olhar no espelho, percebo que estou com olheiras bastante aparentes emba
Letícia— Quem você pensa que é para pedir para a minha irmãzinha ir em um presídio para visitar o seu irmão, Cobra? Não, não, não! - afirmo. — É ela quem tem que decidir isso, coração, e não a gente. - ele fala com a voz suave, tentando me convencer. — Cobra, não. Eu não vou deixar... Isso é muita humilhação por um cara que sequer merece. - cruzo os braços e o encaro completamente decidida. — O Victor a traiu. Isso foi uma puta de uma sacanagem.— Me deixem a sós com a minha irmã, por favor. - Isabella pede com educação. — Nós vamos nos entender sozinhas. Não precisamos de interferência de outras pessoas.— Beleza,
KJQuando o Cobra e a Letícia começaram a se beijar na minha frente, quase se comendo, eu vi que era hora de sair fora da cozinha e ir no quarto da Isabella para ver como ela tava. Tô preocupadaço com a mini marmita, porque apesar dela ser afrontosa na frente de todo mundo, já tinha percebido que ela é muito sensível. Uma vez ela chorou por eu ter comido o último pedaço de pizza. Tudo bem que ela disse que foi pela TPM, mas passei a pegar mais leve com o que eu falava e fazia. Odeio ver mulher chorando. É o meu ponto fraco.— Ei, minotaura! - bato duas vezes na porta. — Entra. - ouço sua voz chorosa e giro a maçaneta.
KJQuando eu dei por mim, a Isabella já tava me beijando com vontade e tesão. Uma das minhas mãos estava puxando seu cabelo e a outra estava apertando a sua cintura.Não sei que porra eu tava fazendo, mas meu pau tava duro demais para eu conseguir pensar. Sabia que existia a possibilidade de eu morrer, mas seria muito errado negar sexo selvagem pra uma mina gostosa como a Isabella. Se eu morresse, pelo menos, morreria feliz e esvaziado.De repente, Isabella sobe no meu colo e aumenta a intensidade do nosso beijo, nossas línguas se tocavam ao mesmo tempo que nossos lábios se chocavam com força. Ela roçava seu corpo no meu e caralho, como eu quero foder ela.
Último capítulo