Visita Íntima [Livro Dois]
Visita Íntima [Livro Dois]
Por: Magrí Bandeira
Prólogo

Isabella

Estou deitada no sofá da sala de estar da casa do Victor quando a Letícia entra no cômodo um pouco transtornada e eu me levanto preocupada com o que pode ter acontecido.

— O Júnior está bem? - pergunto, porque agora que a irmã é praticamente a mãe do filho do Cobra, a primeira coisa que veio na minha mente é ele ter ficado doente.

— Isa, senta, por favor. - a Letícia pede tentando se acalmar e eu a olho sem entender.

— Foi algo com a nossa mãe? Pelo amor de Deus, fala logo. - grito.

— Não, graças a Deus não. Ela está bem. Mas é com o Victor... Ele foi preso. - minha irmã fala e eu sinto que perdi meu chão.

— Não! Como assim? Ele disse que estava vindo pra cá. - começo a andar de um lado para o outro sem conseguir acreditar que isso realmente está acontecendo.

— Isa, por favor, se acalma. O Cobra e o KJ, com certeza, vão dar um jeito de tentar tirar ele de lá.

— Letícia, é o Victor! Ele não vai sobreviver naquele lugar. Ele só come coisa cara, dorme em cama box com travesseiros de pena de ganso... - antes que eu pudesse terminar de falar, sou interrompida por duas presenças masculinas.

— Tá. O Victor é um playboy incubado na favela que não pensa nos gansos, mas isso não quer dizer que ele vai morrer por passar uns meses em um presídio. - KJ fala de um jeito indiferente, me surpreendendo.

— Como você fala assim do teu amigo? Que tipo de pessoa você é? - o questiono, completamente indignada.

— Tu não falou para ela, marmita? - KJ pergunta diretamente para a Letícia, que abaixa a cabeça e fica calada.

— A gente não tem nada a ver com isso, KJ. - Cobra intervém. — Deixa que o Victor resolve os problemas dele.

— Do que vocês estão falando? Eu mereço saber que porra está acontecendo. - minha voz sai levemente alterada.

— O Victor, teu namoradinho, foi preso em um quarto de motel lotado de piranhas. - KJ fala tentando controlar sua raiva e eu abro a minha boca em surpresa.

Agora tudo faz sentido.

Por isso aquele desgraçado vivia sumindo, me deixando horas e horas esperando e inventava motivos ridículos para nós brigarmos e ele ir pra farra. Até me acusar de dormir com o KJ o filho da puta me acusou.

Meu deus do céu, como eu pude ser tão burra?

Tomara que ele apodreça naquele inferno.

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