Victor
Tava chegando no morro bolado, fui resolver uns corres no asfalto com os vermes e o que era pra ser uma porra simples, só passar a grana e sair fora, virou um b.o do caralho, porque os filhos da puta estão crescendo o olho e querendo mais dinheiro.
Depois dessa guerra com o Fábio, tudo tá um caos, os caras acham que tem algum idiota aqui e tentam crescer pra cima de mim, mas aqui não tem essa. Se não tiver satisfeito com o esquema é só cair fora, onde sai um entra dez, tá ligado? Deixa esses manés achando que são os únicos policiais da cidade, não nasci ontem nesse caralho, se não quer a grana, ok, afinal tem quem queira. Policial corrupto é o que não falta.
Já tava virado pensando na falação que eu ia ouvir quando chegasse, o chá dos moleques é hoje e eu fiquei o dia todo fora então já tava ciente que a dona onça, vulgo Isabella, ia encher meu saco.
Tô felizão pô, no começo eu fiquei puto e confesso qu
Victor Não demorou muito para eu avistar a moto do Cobra estacionada próximo a um carro que bateu em uma casa velha de madeira que estava aparentemente abandonada.Não passava uma alma viva naquela pequena estrada de terra, então os gritos do Fábio eram os únicos sons audíveis mesmo que eu estivesse distante, porque o dono do morro não brinca em serviço.Acelero a moto o mais rápido possível e logo chego perto deles, vejo a Isabella inconsciente e deitada de costas no chão sujo e o KJ segurando sua mão.— Não me deixa, por favor, Minotaura. Eu te amo tanto! Porra, por que eu não disse isso mais vezes antes? - KJ repetia as mesmas palavras como se estivesse orando.Me aproximo sentindo um nó na garganta e me ajoelho do outro lado do corpo da minha mulher.Verifico seu pulso e sua respiração e percebo que ela está viva, o que é u
LetíciaANOS DEPOIS...É meio louco pensar em tudo que vivemos nesses últimos anos. Quem diria que uma luz cortada faria com que eu conhecesse o grande amor da minha vida e minha irmã caçula conheceria o amor de uma maneira um tanto que diferente. Mas a vida tem dessas coisas, sempre nos traz surpresas boas em meio ao caos.Não vou negar que foi difícil ouvir as barbaridades das pessoas da comunidade e até mesmo da minha família, que me julgavam por ser mulher de bandido e nem consigo imaginar o que a Isabella sofreu sendo ela mulher de dois traficantes, porém tudo valeu a pena para chegar no ponto que estamos hoje: Júnior um adolescente jogando videogame na sala enquanto a Alice e o Miguel estão correndo pela casa brincando de bolha de sabão mesmo já estando praticamente na pré-adolescência ainda curt
IsabellaEstou deitada no sofá da sala de estar da casa do Victor quando a Letícia entra no cômodo um pouco transtornada e eu me levanto preocupada com o que pode ter acontecido.— O Júnior está bem? - pergunto, porque agora que a irmã é praticamente a mãe do filho do Cobra, a primeira coisa que veio na minha mente é ele ter ficado doente.— Isa, senta, por favor. - a Letícia pede tentando se acalmar e eu a olho sem entender.— Foi algo com a nossa mãe? Pelo amor de Deus, fala logo. - grito. — Não, graças a Deus não. Ela está bem. Mas é com o Victor... Ele foi preso. - minha irmã fala e eu sinto que perdi meu chão.
Eu ainda tentei encontrar motivos para o Victor ter feito o que fez comigo, mas eu não consigo pensar em nada que justifique a sua traição, porque eu faço absolutamente tudo para aquele filho da puta e se ele quisesse experimentar outras vaginas, eu até iria junto, porque sou daquelas que ama um ménage.Não tem sentido ele ter mentido para mim. Nunca vou conseguir compreender e muito menos perdoar o mesmo pela sua atitude.Chorei durante horas trancada no meu quarto no dia que descobri que ele foi preso, fiquei sem comer direito durante alguns dias, porém nenhum homem vale o meu sofrimento.Quando o Victor se tocar do que fez comigo e pedir mais uma chance, eu vou olhar bem no fundo dos olhos dele e citar a pensadora contemporânea, Valesca Popozuda: valeu, muito obrigado, mas agora virei puta!Olho para o relógio que fica em cima do criado mudo ao lado da minha cama e vejo que já está tarde,
Chegamos na praia e fomos até um quiosque comprar água de coco.O atendente era gatinho e eu tentei flertar com ele, mas o KJ tratou logo de cortar as minhas asinhas e me puxou para bem longe dali.— Você viu que o moço era bonito? Eu quero pedir o número dele para praticarmos um sexo selvagem. - falo rindo.— Não no meu turno, Minotaura. - ele responde sério e eu o olho sem entender.— Então tá, né. - falo e reviro os olhos.— Quer saber, Isabella? Vai lá então, porra, mas depois não fica de mimimi quando se arrepender.— Por que eu iria me arrepender, meu bem? - pergunto, cruzando os meus braços e arqueando minha a sobrancelha direita.— Porque tu ama o Victor e mesmo que ele tenha borrado contigo, sair abrindo as pernas só pra se vingar dele não vai te fazer bem, porque só dar um pente, nesse caso, não é a solução pra tu. - KJ fala e eu tento fingir que não é
Fomos de carro até a boca de fumo para pegar o malote e para o meu azar quem estava lá era o Cobra.Mano, logo o Cobra, o cachorrinho da Letícia, mais conhecido como o meu cunhado querido. Óbvio que ele ia surtar com o fato de eu querer ir com o KJ para entregar o malote pro Fábio.— Sério mesmo? Vocês perderam a noção do perigo ou o quê? Tu jura que eu vou deixar você levar a Isabella nesse corre, KJ? Mas nunca. - Cobra afirma. — Se alguma coisa acontecer com essa menina, a Letícia corta o meu pau fora.— Não vai acontecer nada, brother. A Isabella já foi em umas missões escondidas com o Victor. - KJ mente e eu aceno com a cabeça afirmativamente.Uma mentirinha de vez em quando, não faz mal a ninguém, não é mesmo?— O Victor vai perder o pau assim que a Letícia souber que ele te levou para fazer coisas ilegais. - meu cunhado fala me encarando com a cara fechada e balançando a cabe
Entramos na casa e eu e o Fábio não paramos de trocar olhares sugestivos. De vez em quando o KJ me encarava com o olhar repreendedor pela nossa atitude ousada e eu fingia que não via.Estávamos sentados em sofás de dois lugares, um de frente para o outro, eu ao lado do KJ e o Fábio ao lado do seu amigo da polícia, bonitinho, mas não tanto quanto o principal.— E aí Fábio, vamos lá fora pegar o teu pagamento, né? - KJ pergunta, claramente incomodado com o fato de eu estar tendo a atenção de um homem que não seja o Victor.— Faz o favor de acompanhar o KJ, Matheus. Vou esperar aqui dentro . - Fábio pede para o seu amigo e eu seguro o riso ao ver cara de desagrado do KJ.KJ e Matheus saem e eu fico a sós com o policial bonitão que a Gabriela e a Letícia tanto falavam. Agora, o olhando mais de perto, eu entendia o motivo do Cobra ter tanto ciúmes dele. Fábio é um homem muito bonito. Qualquer mulher renderia-se aos
Chegamos no morro e eu pedi pro KJ me levar na lanchonete para comermos, porque eu estava morrendo de fome. Mais uma hora sem colocar nada na minha boca e com certeza, eu cairia dura no chão.Quando chegamos no local, encontramos a Joyce com algumas amigas dela sentadas em uma mesa e eu bufei de raiva.Que azar da porra!— Ignora, Minotaura. Essas mandadas escrotas só querem causar pra ter a atenção que tu tem dos teus amigos sem precisar fazer esses showzinhos todos que elas fazem para aparecer. Sem postura demais, na moral. - KJ sussurra próximo ao meu ouvido e eu confirmo com um aceno de cabeça.Fomos até o balcão e pedimos quatro hambúrgueres, uma coca cola de dois litros e duas porções grandes de batatas fritas, porque se não for para comer até o bucho ficar cheio, eu nem saio de casa.Escolhemos uma mesa bem longe da qual a Joyce estava, para evitar brigas, mas não adiantou muito.