Fomos de carro até a boca de fumo para pegar o malote e para o meu azar quem estava lá era o Cobra.
Mano, logo o Cobra, o cachorrinho da Letícia, mais conhecido como o meu cunhado querido. Óbvio que ele ia surtar com o fato de eu querer ir com o KJ para entregar o malote pro Fábio.
— Sério mesmo? Vocês perderam a noção do perigo ou o quê? Tu jura que eu vou deixar você levar a Isabella nesse corre, KJ? Mas nunca. - Cobra afirma. — Se alguma coisa acontecer com essa menina, a Letícia corta o meu pau fora.
— Não vai acontecer nada, brother. A Isabella já foi em umas missões escondidas com o Victor. - KJ mente e eu aceno com a cabeça afirmativamente.
Uma mentirinha de vez em quando, não faz mal a ninguém, não é mesmo?
— O Victor vai perder o pau assim que a Letícia souber que ele te levou para fazer coisas ilegais. - meu cunhado fala me encarando com a cara fechada e balançando a cabeça negativamente e eu solto uma gargalhada nervosa.
— Se duvidar, a própria Isabella corta o pau do Victor e ainda fatia em pedacinhos. - Kj fala rindo e o Cobra fica com uma expressão facial como se tivesse sentindo a dor do membro dele sendo fatiada.
— Não tenha dúvidas que eu faria isso e com muito gosto. - confirmo sua teoria com um sorriso sombrio no rosto.
— Então tá. Falando sério, podem ir, mas se a Letícia souber que vocês foram juntos nesse corre, vocês vão falar que eu não sabia de porra nenhuma, porque se sobrar pro meu lado, eu mato os dois. - Cobra ameaça.
Era hilário ver como a minha irmã conseguiu dominar ele e hoje em dia, os dois têm um relacionamento amoroso bem saudável. Só o ciúme e possessividade que continuam nos mesmos níveis de antigamente, mas isso é em ambos.
A Letícia mal pode ver alguém olhando para o Cobra, que já pula no pescoço dele e o beija, independente do local que estão, para deixar bem claro que ele tem dona. Se adianta? Não muito, porque tem mulher que além de puta, é talarica pra caralho. Porém, ao contrário do Victor, o Cobra é fiel e nem se interessa por outra garota que não seja a namorada dele. Sorte a dela, porque eu ainda sinto dores do peso dos meus chifres que o meu ex namorado colocou na minha cabeça.
— Relaxa. Ela não vai saber. - falo, tentando o acalmar.
— É o KJ, Isa. Ele mesmo vai falar a verdade sem a Letícia perguntar, porque esse filho da mãe não sabe esconder nada dela. Né, X-9 do caralho? - Cobra fala com raiva e eu olho para os dois sem entender ao que ele está se referindo.
— Já pedi desculpas por aquela mancada, cara. - KJ responde e me puxa pelo braço para fora dali.
— Ué, gente. Do que vocês estavam falando lá dentro? - pergunto, super curiosa, assim que saímos da boca.
— Nada demais. Isso já faz um tempão. O Cobra que é rancoroso demais. - KJ responde e eu decido não insistir na pergunta, mesmo querendo saber o que havia acontecido.
Entramos em um carro diferente do que tínhamos ido para praia, em total silêncio e o KJ dá partida.
— Eu estou com fome. Podemos parar para comer? Meu estômago está roncando. - reclamo, depois de alguns minutos.
— A gente come depois de entregar o malote. - ele responde simples e eu reviro os olhos.
— Fazer coisas ilegais não é nada divertido, KJ.
— Oxe, tu achava que íamos para um festival de pizza? - ele pergunta rindo.
— Não, mas sinto que vou morrer se não comer nos próximos vinte minutos. - exagero no drama.
— Pega um chocolate aí no porta luvas, come e cala a boca, Minotaura.
— Nossa senhora, quanta delicadeza da sua parte, meu rei. Tudo bom contigo? - pergunto em tom de brincadeira e abrindo o porta luvas para procurar o chocolate, mas o que encontro é uma carteirinha no nome de Joyce Cardoso para fazer visitas íntimas para o Victor.
Não acredito nisso. Logo a Joyce, Victor? Essa menina sempre rondou ele. Vivia me copiando, tentando ser eu, como se isso fosse fazer o meu namorado notar ela.
Juro que se eu cortasse meu cabelo no zero, no outro dia, a garota também estava careca. Cheguei até pensar em falar que comia merda só para ver ela comendo.
Mas nunca me rebaixei ao nível subterrâneo dela, porque é aquele ditado que a Letícia sempre fala "o ícone cria e o lixo copia".
— Achou a barra de chocolate? - KJ pergunta e tira atenção da estrada para olhar para mim e me ver com a carteirinha da Joyce nas minhas mãos. — Porra, eu não acredito que deixaram isso aí.
— Você ajudou ele nisso, KJ? - o questiono completamente indignada.
— Claro que não, Isabella. O Victor pediu para outro parça fazer essa parada ai, eu não tenho nada a ver com isso.
— Está no seu carro, garoto. Você acha que sou idiota?
— Esse carro não é só meu. A gente usa para as missões. O cara deve ter esquecido aí. Eu nunca ia trair a sua confiança. - KJ se defende.
— Mas você sabia, certo?
— Tinha noção que isso aconteceria, mas não queria ser o porta voz da notícia ruim. Desculpa ter deixado tu descobrir dessa forma. - ele se desculpa.
— Tudo bem. No fundo, eu também sabia que isso aconteceria. O Victor não ia ficar meses preso sem transar com alguém. - bufo em frustração.
— A Joyce nunca vai chegar aos seus pés. Ele só escolheu ela para te afetar, porque sabe que você odeia essa rata.
— E eu só queria deixar claro que não odeio ela gratuitamente, KJ. Eu tentei ao máximo relevar todas as atitudes dela, mas até a minha biografia do Instagram essa garota copiou. Só não colocou que namorava, porque nem os namoros virtuais dela duram muito tempo.
— Eu sei. Sou homem, mas não sou burro. Todo mundo percebeu que ela tentava ser igual a você para chegar perto do Victor. - KJ me tranquiliza.
— Quem passou vergonha foi ela, porque assim como só existe um RBD que é o mexicano, só existe uma Isabella Oliveira. - completo e nós dois rimos.
— Chegamos. - meu amigo avisa e só assim percebo que já estamos no nosso destino.
Saímos do carro, sem o malote, porque o KJ disse que tínhamos que ter certeza que a barra estava limpa para antes de fazer o pagamento dos policiais e fomos andando até uma casa verde, com portão preto e com uma faixada nada chamativa.
Traficantes sabem serem inteligentes e disfarçar quando precisam.
KJ toca campainha e logo o Fábio, o policial gostoso, aparece com um outro homem e ambos me olham com desejo dos pés a cabeça.
— Nem pensem nisso. O Cobra mata os dois. - KJ fala e eu sorrio sem graça, mas a verdade é que estava adorando a situação.
Espero que o KJ comente com o Victor como sou desejada por outros homens e que ele perdeu um mulherão da porra.
Entramos na casa e eu e o Fábio não paramos de trocar olhares sugestivos. De vez em quando o KJ me encarava com o olhar repreendedor pela nossa atitude ousada e eu fingia que não via.Estávamos sentados em sofás de dois lugares, um de frente para o outro, eu ao lado do KJ e o Fábio ao lado do seu amigo da polícia, bonitinho, mas não tanto quanto o principal.— E aí Fábio, vamos lá fora pegar o teu pagamento, né? - KJ pergunta, claramente incomodado com o fato de eu estar tendo a atenção de um homem que não seja o Victor.— Faz o favor de acompanhar o KJ, Matheus. Vou esperar aqui dentro . - Fábio pede para o seu amigo e eu seguro o riso ao ver cara de desagrado do KJ.KJ e Matheus saem e eu fico a sós com o policial bonitão que a Gabriela e a Letícia tanto falavam. Agora, o olhando mais de perto, eu entendia o motivo do Cobra ter tanto ciúmes dele. Fábio é um homem muito bonito. Qualquer mulher renderia-se aos
Chegamos no morro e eu pedi pro KJ me levar na lanchonete para comermos, porque eu estava morrendo de fome. Mais uma hora sem colocar nada na minha boca e com certeza, eu cairia dura no chão.Quando chegamos no local, encontramos a Joyce com algumas amigas dela sentadas em uma mesa e eu bufei de raiva.Que azar da porra!— Ignora, Minotaura. Essas mandadas escrotas só querem causar pra ter a atenção que tu tem dos teus amigos sem precisar fazer esses showzinhos todos que elas fazem para aparecer. Sem postura demais, na moral. - KJ sussurra próximo ao meu ouvido e eu confirmo com um aceno de cabeça.Fomos até o balcão e pedimos quatro hambúrgueres, uma coca cola de dois litros e duas porções grandes de batatas fritas, porque se não for para comer até o bucho ficar cheio, eu nem saio de casa.Escolhemos uma mesa bem longe da qual a Joyce estava, para evitar brigas, mas não adiantou muito.
Acordei com o meu celular tocando e queria matar o filho da puta que ousa me acordar às onze horas da madrugada, mas ao olhar para tela, vejo que é o mesmo número que o Victor me mandou mensagem e automaticamente sorrio.Se ele está me ligando, é porque sente saudades de mim, certo?Decido não atender, porque primeiro queria falar com a Letícia sobre o que ela acha de eu ir visitar o meu ex namorado na cadeia.Querendo ou não, minha irmã já tem uma grande experiência com esse lance de ir fazer visitas íntimas para presidiário e talvez, só talvez, saiba me dar um bom conselho sobre o que devo fazer.Suspiro profundamente e me espreguiço na cama e logo em seguida, me levanto e vou até o banheiro.Ao me olhar no espelho, percebo que estou com olheiras bastante aparentes emba
Letícia— Quem você pensa que é para pedir para a minha irmãzinha ir em um presídio para visitar o seu irmão, Cobra? Não, não, não! - afirmo. — É ela quem tem que decidir isso, coração, e não a gente. - ele fala com a voz suave, tentando me convencer. — Cobra, não. Eu não vou deixar... Isso é muita humilhação por um cara que sequer merece. - cruzo os braços e o encaro completamente decidida. — O Victor a traiu. Isso foi uma puta de uma sacanagem.— Me deixem a sós com a minha irmã, por favor. - Isabella pede com educação. — Nós vamos nos entender sozinhas. Não precisamos de interferência de outras pessoas.— Beleza,
KJQuando o Cobra e a Letícia começaram a se beijar na minha frente, quase se comendo, eu vi que era hora de sair fora da cozinha e ir no quarto da Isabella para ver como ela tava. Tô preocupadaço com a mini marmita, porque apesar dela ser afrontosa na frente de todo mundo, já tinha percebido que ela é muito sensível. Uma vez ela chorou por eu ter comido o último pedaço de pizza. Tudo bem que ela disse que foi pela TPM, mas passei a pegar mais leve com o que eu falava e fazia. Odeio ver mulher chorando. É o meu ponto fraco.— Ei, minotaura! - bato duas vezes na porta. — Entra. - ouço sua voz chorosa e giro a maçaneta.
KJQuando eu dei por mim, a Isabella já tava me beijando com vontade e tesão. Uma das minhas mãos estava puxando seu cabelo e a outra estava apertando a sua cintura.Não sei que porra eu tava fazendo, mas meu pau tava duro demais para eu conseguir pensar. Sabia que existia a possibilidade de eu morrer, mas seria muito errado negar sexo selvagem pra uma mina gostosa como a Isabella. Se eu morresse, pelo menos, morreria feliz e esvaziado.De repente, Isabella sobe no meu colo e aumenta a intensidade do nosso beijo, nossas línguas se tocavam ao mesmo tempo que nossos lábios se chocavam com força. Ela roçava seu corpo no meu e caralho, como eu quero foder ela.
IsabellaMinha nossa senhora da falta de dignidade, o que eu fui fazer da minha vida? Eu quase transei com o melhor amigo do Victor e o meu cunhado ainda flagrou essa porra.Que deus tenha misericórdia da minha alma de putiane.Resolvo ligar pro Victor e dizer que vou ir sim vê-lo. Preciso resolver minha vida logo de uma vez e só conseguiria isso o encarando face a face.Pego meu celular, destravo e vou até as chamadas perdidas e ligo para o número que havia me ligado mais cedo.— Fala. - uma voz diferente do Victor soa do outro lado da linha.Por essa a idiota não esperava.Eu esqueci completamente que o celular é dividido entre vários presos.— Ah, oi. Eu queria falar com o Victor. Você po
Depois que fiz as comidas que o Victor gosta e separei alguns itens de higiene e limpeza que ele poderia precisar, eu resolvi dormir um pouco para descansar e acordei horas depois.Me levanto, vou até o banheiro e tomo um banho quente demorado e aproveito para pensar um pouco e relaxar.Eu ainda não sei o que fazer e muito menos o que falar quando estiver na frente do Victor. Planejar nunca fez meu estilo, mas confesso que tenho medo de fraquejar e deixar ele me manipular ou medo dele me dizer que tudo não é como eu estou pensando e eu acreditar nas suas mentiras. Minha cabeça está uma bagunça e eu não sei o que esperar, a única certeza que tenho é de que preciso ir vê-lo, querendo ou não.Ele ainda é meu namorado, ainda é o homem que eu amo e o meu primeiro amor, é tudo muito confuso e complicado, mas a gente precisa conversar.Ainda mais depois da burrada que fiz com o KJ, que aliás não atendeu minhas ligaçõ