Capítulo Nove

KJ

Quando eu dei por mim, a Isabella já tava me beijando com vontade e tesão. Uma das minhas mãos estava puxando seu cabelo e a outra estava apertando a sua cintura.

Não sei que porra eu tava fazendo, mas meu pau tava duro demais para eu conseguir pensar.

Sabia que existia a possibilidade de eu morrer, mas seria muito errado negar sexo selvagem pra uma mina gostosa como a Isabella. Se eu morresse, pelo menos, morreria feliz e esvaziado.

De repente, Isabella sobe no meu colo e aumenta a intensidade do nosso beijo, nossas línguas se tocavam ao mesmo tempo que nossos lábios se chocavam com força. Ela roçava seu corpo no meu e caralho, como eu quero foder ela.

— Ninguém pode saber disso, KJ. Isso é só sexo e nada mais que isso. Depois, a gente vai fingir que isso nunca aconteceu e nossa amizade vai continuar normalmente, ok?

— Sexo sem compromisso? Meu tipo favorito de sexo. - falo e ela sorri.

Sabia que a Isa tava falando sério, porque ela é gamada no Victor e tudo bem pra mim ser só mais uma foda. Eu gosto de sexo casual. Não existe nada melhor que transar com uma garota e no outro dia, ela não esperar que eu ligue ou aja como um princípe encantado. Odeio essas emocionadas que ficam no meu pé depois de uma noite comigo. Não tenho paciência pra mimimi.

Claro que não iludo nenhuma garota, porque sou safado, mas não sou puto, sempre deixo claro que as minhas reais intenções, ou melhor, a falta delas.

— Isso é tão errado, KJ.

— Pra caralho, mas não consigo parar.

Agarrei a nuca da Isabella para mais perto de mim e mordi seu lábio inferior e ela gemeu entre o beijo.

— Pode me tratar como uma puta na cama e me bater, porque eu gosto.  - ela sussurra no meu ouvido e se eu tinha alguma dúvida que queria foder  essa boceta hoje, não tenho mais. — Pode me xingar também.

Isabella movia seus quadris em cima do meu colo e eu a tirei de cima de mim e a joguei, com uma certa brutalidade, em cima da cama e fiquei por cima dela.

— Tu tem certeza que quer continuar? - pergunto olhando nos seus olhos. — Não quero tu malzona depois, toda arrependida.

— Eu... - antes que ela pudesse responder, somos interrompidos.

— Sai de cima da Isabella, KJ. - ouço a voz do Cobra atrás de mim e me levanto depressa.

Tá, agora tô morto. Foi bom conhecer vocês.

— Não é isso que tu tá pensando, irmão. A gente não ia fazer nada demais. - minto na maior cara de pau.

— Desce, KJ. Me espera lá embaixo.

— Cobra, fui eu quem provoquei. A culpa é minha. - Isabella intervém ao meu favor e eu a agradeço mentalmente.

— Tá tudo bem, Isa. Só quero trocar uma idéia com o KJ. - Cobra fala aparentemente calmo e dá um sorriso amistoso para ela.

— Depois a gente se fala. - dou um beijo na bochecha da Isa e saio do quarto.

Olha, eu sei que nunca fui muito inteligente, mas tentar transar com a Isabella com a Letícia e Cobra no mesmo lugar e ainda com a porta destrancada superou qualquer outra estupidez que já fiz.

Encontro a Letícia sentada no sofá da sala de estar enquanto mexe no celular e a consciência já começa a ficar pesada.

Horrível essa parada de pensar com a cabeça de baixo, porque só depois tu se lembra das pessoas que poderia ter magoados.

— Ei, o que foi? Tá pálido. - Letícia pergunta e eu sorrio sem graça.

— Tenho que te contar uma parada, mas acho que tu vai fazer ficar pistola comigo. É que eu tava... - começo a falar a verdade, mas sou interrompido.

— Ele tava se metendo demais no namoro do Victor e da Isabella. Aí eu dei uns toques que amigo de verdade tem que saber a hora de parar e se afastar. - Cobra fala dando uns tapinhas fortes pra caralho no meu ombro.

— É isso. Bom, casal vinte. Eu já tô indo nessa, porque tenho uns corres para fazer. Até depois. - falo e vou andando em direção a saída e abro a porta depressa e quando estava na calçada ouço o Cobra me chamar e olho para trás já esperando um tiro.

— Pensa bem no que tu tá fazendo, KJ. A nossa amizade é desde moleque. O Victor tem uma consideração por você que não tem por mais ninguém, nem por mim que sou irmão dele e tu tava praticamente comendo a mina dele. Talaricagem é pouco pra definir a tua atitude há poucos minutos atrás. - Cobra fala, surpreendente, calmo e eu sinto vontade de chorar, mas me controlo. — Na próxima vez, eu não vou tá lá para impedir de você perder seus dois melhores amigos, porque tu pode ter certeza que a Letícia também não vai te perdoar por se aproveitar da irmã dela em um momento difícil.

Talvez um tiro doesse menos que essas verdades.

— Não foi minha intenção, Cobra. Eu...

— O Victor não sou eu, KJ. Eu perdoei aquele vacilo dele tirar a virgindade da Letícia, mas tu sabe que se ele souber disso, vocês dois estão mortos. Tu quer ver a Isa morta e a Letícia sem a irmã?

— Claro que não pô.

— Então, porra. Tá achando que isso aqui é Disney para você fazer tudo errado e ter um final feliz com a mulher do teu parceiro? Preciso te lembrar que ela ainda tá no nome dele?

— Já entendi, Cobra. Eu vacilei. Vacilei feio e isso não vai se repetir.

— Espero mesmo, KJ, porque muitas pessoas iriam sair feridas se vocês ficassem juntos.

Tudo culpa do meu pau que não sabe se controlar.


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