Entramos na casa e eu e o Fábio não paramos de trocar olhares sugestivos. De vez em quando o KJ me encarava com o olhar repreendedor pela nossa atitude ousada e eu fingia que não via.
Estávamos sentados em sofás de dois lugares, um de frente para o outro, eu ao lado do KJ e o Fábio ao lado do seu amigo da polícia, bonitinho, mas não tanto quanto o principal.
— E aí Fábio, vamos lá fora pegar o teu pagamento, né? - KJ pergunta, claramente incomodado com o fato de eu estar tendo a atenção de um homem que não seja o Victor.
— Faz o favor de acompanhar o KJ, Matheus. Vou esperar aqui dentro . - Fábio pede para o seu amigo e eu seguro o riso ao ver cara de desagrado do KJ.
KJ e Matheus saem e eu fico a sós com o policial bonitão que a Gabriela e a Letícia tanto falavam. Agora, o olhando mais de perto, eu entendia o motivo do Cobra ter tanto ciúmes dele. Fábio é um homem muito bonito. Qualquer mulher renderia-se aos seus pés. Um puto de um gostoso desses na cama deve fazer um estrago do caralho na pepeca. Jesus tenha pena da minha.
— Então, já fez a carteirinha para visitar o maridinho na prisão? - Fábio pergunta com o tom de voz debochado.
Que péssimo jeito de puxar assunto.
— Não sou dessas, meu caro. Não irei fazer nenhuma visita íntima ao Victor. - respondo simples, tentando fingir que a sua pergunta não me afetou.
— Você e a sua irmã são tão lindas, parecem inteligentes e com um futuro brilhante pela frente. Como vocês acabaram sendo mulheres de bandidos? - seu tom de voz completamente sarcástico entra nos meus ouvidos e eu o olho incrédula com a falta de empatia e de noção.
Se o Cobra ao menos sonhasse que ele estava falando desse jeito comigo, ele o quebraria na porrada.
— Você parece um policial tão honesto e honroso. Como acabou recebendo proprina dos nossos maridos bandidos? - rebato, na mesma altura e ele gargalhada exageradamente alto.
— Na polícia, ou a gente entra no esquema de corrupção ou se fode lá dentro tentando fazer a diferença. Eu escolhi a opção mais fácil tal como você e a Letícia. - Fábio levanta-se do sofá e vem na minha direção. — Vocês tiveram escolha ao se tornar mulheres de traficante ou foram obrigadas? Você gosta da vida que tem?
— Vivemos com o Cobra e o Victor por livre espontânea vontade, obrigado pela preocupação. Eu fiz uma escolha ruim, admito. Mas a minha irmã está muito feliz com o marido dela. - Fábio parece extremamente desapontado com o que falo e eu me pergunto se ele sente algo pela Letícia.
— Fico feliz por ela e sinto muito por você, Isabella.
— Obrigada, mas já estou bem com tudo isso. - minto.
— Eu nunca faria o que o Victor fez com você. Sabe, trair uma mulher tão bonita. Tem que ser um cara extremamente burro para cometer esse erro. - Fábio senta-se ao meu lado e coloca uma de suas mãos na minha coxa.
— Olha, eu acho que você está confundindo as coisas, eu e o Victor terminamos há pouco tempo, então eu não tenho interesse em me relacionar com nenhum outro homem nesse momento. Estou curtindo a vida de assexuada e estou feliz sem o sexo oposto. - tento me afastar, mas ele me puxa pela cintura e começa a subir a sua mão na minha coxa, causando arrepios involuntários na minha pele e logo em seguida, sua boca está muito próxima ao meu pescoço.
Eu preciso resistir, não posso fazer isso agora, mas é tão bom meu Deus, socorro.
— Que porra é essa, caralho? - KJ entra, inesperadamente, na sala de estar, nos flagrando e eu fico com o rosto vermelho de vergonha.
— Foi ele que deu em cima de mim, mas eu cortei a onda dele na mesma hora. - falo e me levanto rapidamente e vou até o KJ.
— Sei! Tô de olho em você, dona Isabella. - KJ me encara com os olhos semi cerrados e eu sorrio nervosa.
— Se você não quer, eu respeito. Não posso te obrigar a ter bom gosto e querer um homem que serve a lei. - Fábio fala rindo e eu arqueio minha sobrancelha e faço uma cara de puro deboche na sua direção.
— Tá, homem da lei. Toma aqui tua grana por ser cria de um dos maiores traficantes do país. - KJ entrega o malote para ele e o Fábio sorrir sem graça.
— De qualquer jeito, eu ainda sou mais honesto que você, Cobra, Victor... - Fábio insiste em falar, enquanto conferia se o seu dinheiro sujo estava certo.
É muita cara de pau, minha nossa senhora.
— Sim, Fábio. Você é tão honesto quanto o Lula. - respondo com ironia.
— Não fala mal do mano Lula ou a gente termina a nossa recém parceria aqui, Minotaura. - KJ ameaça e eu sei que ele está falando sério.
— Foi mal, esqueci que você tem um político de estimação. - brinco.
— Pronto! Corre feito e agora nós já vamos nessa. - KJ avisa e me puxa com força para fora daquela casa.
***
— Tu tem que tomar cuidado com as suas decisões na hora da raiva, Isa. A Marmita perdeu o cabaço com o Victor em um momento que estava mal e bolada com o Cobra. Não faz a mesma fita. Não mete o louco igual a sua irmã. - ele pede.
Por alguns instantes, sorrio abertamente e com total sinceridade, por ter alguém, além dos meus parentes, que se preocupa comigo.
— Juro que terei mais cuidado com as minhas decisões a partir de agora. - prometo com sinceridade.
— Ótimo, eu não quero tu sendo mal comida por um bolsominion cu azul. - KJ fala e eu arregalo os olhos.
Fábio é tão bonito, mas ao mesmo tempo tão burro.
Misericórdia.
Não quero mais não.
— Ah, não. Sério mesmo? Gente, pelo amor de Deus, tem o Ciro Gomes. Como que alguém olha para outro político que não seja aquele sugar daddy gostoso? - falo, indignada.
— Sei lá. Talvez nem todo mundo seja chegado em múmias vivas que nem tu. - meu amigo responde rindo alto da própria piada sem graça.
— Que fique claro que só você está rindo, porque fazer piada com o meu futuro presidente é uma blasfêmia. Dá licença, KJ.
— Essas minas de hoje em dia tem fetiche em pau mole, papo reto. - KJ fala e dá partida no carro rumo ao morro.
Então, essa foi a minha primeira missão bandida e não foi tão emocionante quanto pensava que fosse. A melhor parte foi o Fábio me querendo, mas, infelizmente, eu não podia ficar com ele.
Além dele ter um péssimo gosto para escolher políticos, isso seria um desastre gigantesco dentro da minha família, porque o Cobra iria surtar.
Melhor seria evitar problemas.
Chegamos no morro e eu pedi pro KJ me levar na lanchonete para comermos, porque eu estava morrendo de fome. Mais uma hora sem colocar nada na minha boca e com certeza, eu cairia dura no chão.Quando chegamos no local, encontramos a Joyce com algumas amigas dela sentadas em uma mesa e eu bufei de raiva.Que azar da porra!— Ignora, Minotaura. Essas mandadas escrotas só querem causar pra ter a atenção que tu tem dos teus amigos sem precisar fazer esses showzinhos todos que elas fazem para aparecer. Sem postura demais, na moral. - KJ sussurra próximo ao meu ouvido e eu confirmo com um aceno de cabeça.Fomos até o balcão e pedimos quatro hambúrgueres, uma coca cola de dois litros e duas porções grandes de batatas fritas, porque se não for para comer até o bucho ficar cheio, eu nem saio de casa.Escolhemos uma mesa bem longe da qual a Joyce estava, para evitar brigas, mas não adiantou muito.
Acordei com o meu celular tocando e queria matar o filho da puta que ousa me acordar às onze horas da madrugada, mas ao olhar para tela, vejo que é o mesmo número que o Victor me mandou mensagem e automaticamente sorrio.Se ele está me ligando, é porque sente saudades de mim, certo?Decido não atender, porque primeiro queria falar com a Letícia sobre o que ela acha de eu ir visitar o meu ex namorado na cadeia.Querendo ou não, minha irmã já tem uma grande experiência com esse lance de ir fazer visitas íntimas para presidiário e talvez, só talvez, saiba me dar um bom conselho sobre o que devo fazer.Suspiro profundamente e me espreguiço na cama e logo em seguida, me levanto e vou até o banheiro.Ao me olhar no espelho, percebo que estou com olheiras bastante aparentes emba
Letícia— Quem você pensa que é para pedir para a minha irmãzinha ir em um presídio para visitar o seu irmão, Cobra? Não, não, não! - afirmo. — É ela quem tem que decidir isso, coração, e não a gente. - ele fala com a voz suave, tentando me convencer. — Cobra, não. Eu não vou deixar... Isso é muita humilhação por um cara que sequer merece. - cruzo os braços e o encaro completamente decidida. — O Victor a traiu. Isso foi uma puta de uma sacanagem.— Me deixem a sós com a minha irmã, por favor. - Isabella pede com educação. — Nós vamos nos entender sozinhas. Não precisamos de interferência de outras pessoas.— Beleza,
KJQuando o Cobra e a Letícia começaram a se beijar na minha frente, quase se comendo, eu vi que era hora de sair fora da cozinha e ir no quarto da Isabella para ver como ela tava. Tô preocupadaço com a mini marmita, porque apesar dela ser afrontosa na frente de todo mundo, já tinha percebido que ela é muito sensível. Uma vez ela chorou por eu ter comido o último pedaço de pizza. Tudo bem que ela disse que foi pela TPM, mas passei a pegar mais leve com o que eu falava e fazia. Odeio ver mulher chorando. É o meu ponto fraco.— Ei, minotaura! - bato duas vezes na porta. — Entra. - ouço sua voz chorosa e giro a maçaneta.
KJQuando eu dei por mim, a Isabella já tava me beijando com vontade e tesão. Uma das minhas mãos estava puxando seu cabelo e a outra estava apertando a sua cintura.Não sei que porra eu tava fazendo, mas meu pau tava duro demais para eu conseguir pensar. Sabia que existia a possibilidade de eu morrer, mas seria muito errado negar sexo selvagem pra uma mina gostosa como a Isabella. Se eu morresse, pelo menos, morreria feliz e esvaziado.De repente, Isabella sobe no meu colo e aumenta a intensidade do nosso beijo, nossas línguas se tocavam ao mesmo tempo que nossos lábios se chocavam com força. Ela roçava seu corpo no meu e caralho, como eu quero foder ela.
IsabellaMinha nossa senhora da falta de dignidade, o que eu fui fazer da minha vida? Eu quase transei com o melhor amigo do Victor e o meu cunhado ainda flagrou essa porra.Que deus tenha misericórdia da minha alma de putiane.Resolvo ligar pro Victor e dizer que vou ir sim vê-lo. Preciso resolver minha vida logo de uma vez e só conseguiria isso o encarando face a face.Pego meu celular, destravo e vou até as chamadas perdidas e ligo para o número que havia me ligado mais cedo.— Fala. - uma voz diferente do Victor soa do outro lado da linha.Por essa a idiota não esperava.Eu esqueci completamente que o celular é dividido entre vários presos.— Ah, oi. Eu queria falar com o Victor. Você po
Depois que fiz as comidas que o Victor gosta e separei alguns itens de higiene e limpeza que ele poderia precisar, eu resolvi dormir um pouco para descansar e acordei horas depois.Me levanto, vou até o banheiro e tomo um banho quente demorado e aproveito para pensar um pouco e relaxar.Eu ainda não sei o que fazer e muito menos o que falar quando estiver na frente do Victor. Planejar nunca fez meu estilo, mas confesso que tenho medo de fraquejar e deixar ele me manipular ou medo dele me dizer que tudo não é como eu estou pensando e eu acreditar nas suas mentiras. Minha cabeça está uma bagunça e eu não sei o que esperar, a única certeza que tenho é de que preciso ir vê-lo, querendo ou não.Ele ainda é meu namorado, ainda é o homem que eu amo e o meu primeiro amor, é tudo muito confuso e complicado, mas a gente precisa conversar.Ainda mais depois da burrada que fiz com o KJ, que aliás não atendeu minhas ligaçõ
VictorCara nem boto fé que a Isabella tá aqui. Achei que eu nunca mais ia ver ela, papo reto, ela tá com tanto ódio de mim depois de todas as merdas que foram falar para ela ao meu respeito que eu estava conformado que tinha perdido o amor da minha vida por causa de uma fita errada.— Me escuta. Antes de qualquer coisa, só me escuta. - peço.— Eu estou aqui para isso, Victor. Ouvir o que você tem a me dizer e depois ir embora e nunca mais voltar nesse lugar. - Isabella fala firme e eu sinto meu coração apertar só de pensar na possibilidade dela nunca mais ficar comigo.— Não fala isso, porra. Eu não fiz nada de errado, amor. Eu juro. - falo com sinceridade.— Amor? - ela pergunta dando uma risada irônica.— Sim. Você é o meu amor. - me aproximo dela e a mesma anda para atrás até