Vendaval Njord

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Resumo
Índice

Bluey é uma leedwee, um ser descendente das antigas fadas. Diferente dos seus antepassados, leedwees são fracos, não possuem poderes e são completamente indefesos. Apesar de ser muito bem tratada, Bluey presencia a crueldade para com a sua espécie pelos humanos, a qual eles devem servir até o fim da vida. Certo dia Bluey descobre ter um poder antigo que faz dela um dos seres mais poderosos do mundo, e então ela decide que é hora de fazer algo.

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Queda (Prólogo)
Enderson Corduroy há muitos séculos escreveu sobre Gaia, a fada-mãe, criadora do mundo, poderosa, onipotente, que gerou seus filhos, as fadas, a partir de seu cristal mágico, conhecido como Omnistone. Corduroy também escreveu sobre Tyr, a humana, fraca, desprezível, só mais uma dentre milhões de outros escravos gigantes, conhecidos como humanos, os servos dos semelhantes de Gaia.O conto mais famoso envolvendo as duas relata como a fraca Tyr subjugou a fada-mãe, libertando a humanidade depois de 200 anos de escravidão, antes de ser assassinada por Gaia. Depois disso, Gaia, fraca e cambaleante, desapareceu, abandonando seus filhos, deixando-os sem poderes.Quando Gaia criou o mundo, ela também criou dois cristais a partir do Omnistone. Um deles era bonito, brilhante e multicolorido, este guardando os poderes e a essência vital das fadas que Gaia criou. Este cristal permitia que as fadas manip
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Bluey
Eu vi meu humano quando abri os olhos pela primeira vez. Estávamos em seu berço e ele dormia serenamente ao meu lado. Foi o meu primeiro dia de vida, mas eu já sabia que aquele garotinho de finos cabelos negros, bochechudinho e de nariz achatado era o meu humano.    Me aproximei devagar, meio desengonçada. Estendi minha mão para tocar seu rosto, mas hesitei, temendo acordá-lo. Para falar a verdade, eu estava com muito sono e acabei adormecendo ali mesmo. Na manhã seguinte despertei com o som do meu humano chorando. Lembro que ver ele triste assim me partiu o coração. Sua mãe logo veio, o tirou do berço e o pôs em seu colo, me ignorando por um momento, mas logo sorriu e estendeu o braço para que eu pudesse subir na palma de sua mão e me levantou até a altura dos seus olhos - Oi pequenina. Não se preocupe, logo aprenderá a voar - vi sobre seu ombro esquerdo um pequeno homenzinho de cabelo e vestes verdes, olhos puxados, orelhas pontudas e medindo mais ou meno
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O Edifício Branco
O dia letivo de Kris fora perfeitamente normal. Ele teve prova de matemática. Eu, acompanhada dos leedwees das outras crianças, esperei do lado de fora da sala de aula, pois não nos era permitido dar dicas durante os testes. Kris tirou 850 de 1000.Ainda que tivesse ficado feliz com as felicitações que recebera de seus colegas e professores, a pessoa de quem Kris mais gostava não havia aparecido na escola: sua melhor amiga Meg. Talvez por estar doente, ou por algum outro motivo. Kris não se preocupou muito. Meg faltava às aulas vez ou outra, mas ela sempre dava algum bom motivo, apesar de eu sempre achar que ela se ausentava o suficiente para chamar a atenção de alguma autoridade da escola.¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤-Bluey, você se lembra qual a cor do corante que a mamãe pediu pra gente comprar? - perguntou Kris.-Lembro sim. Ela pediu corante azul marinho, mais especificamente da marca Akuaberry. - Respondi ao mesmo tem
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Recuperação no aniversário
Meu corpo estava quase completamente curado quando chegamos em casa. Eu já conseguia falar normalmente, mas ia demorar um pouco até que minhas plumas crescessem de modo que eu pudesse voar sem problemas.De todas as partes do corpo de um leedwee, ossos e plumas eram os que mais custavam tempo para se regenerar. Claro, o tempo levado para a cura completa variava de leedwee para leedwee.Apesar da dor excruciante que senti, eu estava aliviada por Kris estar são e salvo, não só porque isso significava que eu ficaria bem, mas também pelo fato de que ver meu amo sofrendo me partia o coração, sentimentalmente falando.O que aconteceu no beco foi algo que só vi em filmes de ação: labaredas de fogo gigantes que surgiam do nada destruindo um prédio inteiro, causando pânico nas pessoas.Kris esteve perto da morte, e eu de virar cinzas, porém fomos salvos por uma misteriosa rajada de vento que desviou o fogo mortal. Os membros do jornal daquela noite estavam tratando aq
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Meghann Cobalto
Meghann Cobalto, ou simplesmente Meg, era uma menina baixinha, magra e loura de 10 anos. Tinha o rosto salpicado de sardas, lábios finos e rosados e olhos azuis. Em sua bochecha direita ela ostentava uma cicatriz vermelha em forma de lua crescente. Como sempre, ela estava sorrindo quando Kris se aproximou. Nas costas ela levava sua mochila lilás e nos braços um embrulho verde na forma de paralelepípedo, envolto em um laço vermelho. Havia nele um selo com os dizeres: "Para Kris, de Meg e Júpiter".Meg mal esperou Kris chegar e correu para abraçá-lo com um dos braços, o outro segurando o presente. Quando o ônibus escolar partiu os dois foram se sentar juntos.-Parabéns aniversariante! - disse eufórica - 10 anos! Enfim conseguiu me alcançar! Aqui - disse erguendo o embrulho. Kris sorriu recebendo o presente.-Você não devia, Meg. Não precisava.-Não ouse dizer o que posso ou não fazer! Vamos, abra! - disse a jovem, os olhos brilhando.Meu amo desatou o laç
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A Pista das Argolas
Eu não costumava conversar muito durante as aulas. Ainda que nós leedwees não precisássemos prestar atenção no que era explicado pelos professores, eu fazia questão de aprender tudo para auxiliar Kris nas tarefas de casa. Contudo não nos era permitido dar dicas durante provas, tanto que nessas ocasiões os professores nos mandavam para uma saleta que ficava na própria sala de aula. Entrávamos por uma portinhola em um espaço de cerca de dois metros cúbicos onde havia mini poltronas e versões em miniatura de jogos de tabuleiro para passarmos o tempo. Foi numa dessas ocasiões que conheci as corridas de leedwees. Kris tinha 5 anos na época e estava ocupado com um teste sobre cores e formas, enquanto isso fiquei num canto com os acompanhantes dos outros alunos. Eu conhecia a maioria dos presentes, mas não mantinha conversa com nenhum. Eu estava simplesmente sentada perto
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A História de Meg
-Cara, Bluey foi incrível! - anunciou Meg, em pé gesticulando excitada, para quem quisesse ouvir no ônibus - Ela voou tão depressa pela pista que eu a perdi de vista! Nunca vi nenhum leedwee ser tão veloz assim! Nem mesmo no campeonato continental!Senti meu rosto corar, envergonhada, o sentimento foi genuinamente meu, pois Kris estava olhando sorridente para Meg, feliz por minha vitória e ligeiramente aliviado por ter se livrado da surra que receberia caso eu fosse derrotada.Júpiter pairava sobre sua humana com a cara amarrada de sempre, apesar de estar completamente indiferente às palavras dela.-E o Arnon Trox... - continuou Meg - Tinham que ver a cara do idiota! Vou gravar aquela expressão ridícula naquela cara inchada para sempre! - o sorriso de Meg de repente se desfez, e uma expressão de tristeza e indignação tomou o lugar. Ela parecia ter se lembrado do que Arnon fizera a Jujuba por ter perdido a corrida - Babaca insensível - murmurou.Não pude deixa
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O Castigo da Escrava
Assim que Kris retornou a sua casa, mostrou aos pais o livro que ganhara de Meg, e contou como eu venci Jujuba na corrida, sem comentar que provavelmente voltaria para casa bem machucado caso eu perdesse.Após o jantar, Kris subiu para o quarto, arrancou a cobertura de plástico que envolvia o livro novo, sentindo aquele cheiro característico de papel e tinta de impressora, e pôs-se a ler deitado de bruços na cama."Enderson Corduroy (402-436) nasceu na cidade de Kruster, no território de onde atualmente é Neander. Não se sabe muito sobre a vida de Corduroy, mas estima-se que ele escreveu seu único livro, Contos de Fadas, em algum momento entre 420 e sua morte. Corduroy nunca chegou a publicar pessoalmente seu livro, o manuscrito foi encontrado décadas após seu falecimento. Contos de Fadas não é um livro particularmente bem escrito, mas atualmente é considerado um marco por ser um dos primeiros livros da história da humanidade e, até onde se sabe, o primeiro a retratar Ty
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Freya
 Acordei numa saleta, a mesma onde todos os leedwees ficavam em dias de prova. Conforme eu fiquei sabendo depois, Arnon acertou em mim e em Jujuba um chute tão forte que desmaiei. Kris correu desesperadamente para pegar a mim e a Jujuba, e não viu Arnon chegando para socá-lo no rosto. Meg ficou tão horrorizada que não conseguiu fazer nada.Eu estava deitada num dos mini sofás da saleta, me recuperando. Logo descobri que Arnon me presenteara com o braço esquerdo e 2 costelas quebradas. A concussão em minha cabeça já havia sarado. Jujuba descansava no outro sofá. Ligeiramente mais ferida do que eu, ela ainda estava desacordada, sendo cuidada por meia dúzia de leedwees dos colegas de Kris. Através da portinhola da saleta pude ouvir a aula acontecendo normalmente. Espiei pela fresta da abertura e, para o meu desagrado, Arnon Trox estava em sua carteira, a cara amarrada. Kris do outro lado da sala, tinha um curativo na bochecha esquerda. Os leedwees me contaram que
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Fadas
-Ela já está assim há 2 horas! Você deveria ter atirado uma somnum menor! - disse uma voz estranha. -Não tive escolha, eram muitas crianças humanas! - disse uma voz mais familiar. -Calem a boca, ela está acordando! - ralhou uma terceira voz. Lentamente abri meus olhos. Minha visão turva avistou três borrões coloridos que pareciam me encarar. Levei as mãos ao rosto e esfreguei os olhos, como se tivesse acabado de despertar de uma longa noite de sono. Ainda morosa, olhei para os lados, os olhos semiabertos, procurando por Kris. Pensei estar no quarto dele, mas quando minha visão se tornou nítida descobri que eu não poderia estar num lugar mais distinto do quarto da minha criança. Com o susto, caí do lugar onde estava sentada. Procurei à minha volta por algo que pudesse explicar por que eu me encontrava num lugar que parecia uma caverna sem saída. Antes de despencar, eu estava sentada numa cadeira que parecia ter sido esculpid
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