Traição

TraiçãoPT

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Amanda Kraft  concluído
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10
1 Classificação
26Capítulos
5.8Kleituras
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Resumo
Índice

Barbara é chamada para resolver uma disputa de bens no Haras Appaloosa, do taciturno Nicolas, um homem amargo, abandonado pela noiva. Em meio a uma festa de casamento no haras, Bárbara se depara com o mistério que envolve o desaparecimento de Marilia e uma trama que a leva a desmantelar, com a ajuda de seu amigo promotor Fran, uma suposta quadrilha de roubo de órgãos humanos. Conseguirá Barbara salvar o Haras da ruína, libertar Marília e conquistar o coração empedernido de Nicolas?

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Mich Graf
Perfeição é pouco para descrever!!!!
2021-09-24 03:58:23
4
26 chapters
Capítulo 1
    Deus ajuda a quem cedo madruga, é o que diz o dito popular, porém, gostaria de saber quem foi o referido autor do provérbio, pois acredito que o mesmo nunca teve que se levantar de madrugada, com ressaca, tendo o toque estridente do celular a despertá-lo para sair de viagem, a TRABALHO, em pleno feriado. Aconteceu comigo naquele dia específico e só contribuiu para me deixar ainda com mais raiva de mim mesma, por não ter conseguido dizer NÃO! Talvez, esse seja o meu grande problema até hoje, não conseguir dizer não. Mas tudo bem! Acho que, de certa forma, todos os fatos estranhos, pra não dizer assustadores, que me acometeram naquela cidadezinha estavam predestinados.  Levantei trombando nos móveis. Caminhei até o banheiro para lavar o rosto em água fria e tomar um analgésico, antes de seguir viagem a uma cidade da qual nunca ouvira falar, simplesmente porque o cliente não podia vir à cidade grande. Meu querido chefe dizia
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CAPÍTULO 2
   Obviamente, sabia que estava indo para uma cidadezinha minúscula, com apenas 6.977 habitantes, segundo o último censo de 2019, porém, não estava preparada para o que encontrei pela frente. O lugar era muito pitoresco, bucólico mesmo. Parecia que estava numa daquelas cidades que só vemos em filmes. Cercada por morros, que lhe conferia um charme todo especial, encontrava-me num lugar esquecido pelo tempo. A igreja católica da cidade, na praça central, era branca, tendo uma torre com um relógio à esquerda de quem a via da rua, cercada por jardins dos dois lados. Tudo era muito limpo e arrumado. Por um segundo, pensei que poderia viver ali para sempre. Livre de toda balbúrdia de São Paulo, tráfego, enchentes, caos, etc. Acreditei que conseguiria ser feliz ali. Parei no jardim em frente à Igreja para pedir informações:— Bo
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CAPÍTULO 3
   Devo ser honesta e dizer que fui com a cara de Bia desde o começo. Com certeza teria nela uma aliada, principalmente para descobrir tudo sobre o tal do Nick e sobre a mulher misteriosa que estava atrás de sua herança. Quem sabe não acabaria descobrindo algo sobre a noiva que o abandonara?Não que estivesse interessada nele, mas informação é sempre informação, principalmente na minha área. Saímos da recepção e Bia me levou para uma construção de dois andares, pequena, porém charmosa.— Que casa linda, Bia! Vocês recebem hóspedes aqui no haras? — Perguntei curiosa.— Às vezes, quando é realmente necessário. Essa é a casa do Nick.— Eu vou ficar aqui? — Arregalei os olhos, horrorizada.— Hum-hum.— Mas, B
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CAPÍTULO 4
   Corri os olhos pelos armários da pequena cozinha à procura de algo que pudesse transformar em uma refeição decente, já que a última vez que colocara alguma coisa no estômago fora no jantar, antes de tomar quase uma garrafa de vinho. Estava com o corpo inclinado dentro da geladeira, quando ouvi aquela voz encorpada e grossa, me assustando profundamente:— O que você está fazendo? — Perguntou, me deixando vermelha, como se tivesse sido pega fazendo algo de errado.— Estou procurando algo para comer. Bia disse que eu podia me virar em sua cozinha. — Senti-me desconfortável ao ficar de frente para aquele homem alto e forte.— Você veio direto de São Paulo para cá?— Sim. Confesso que estou morrendo de fome.— Tem pão no armário de cima, e frios nos pot
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CAPÍTULO 5
   Quando cheguei à casa de Nick já estava escurecendo. Acendi as luzes e chamei por ele. Como não obtive resposta, resolvi tomar um banho bem demorado e depois, preparar algo para comer. Aquele lanchinho há muito se fora. Não que eu seja uma pessoa gulosa. Depois que terminei meu namoro com Artur, fiquei vários dias sem me alimentar direito, e foram minhas roupas que mais sentiram. Porém um mísero pão de forma com presunto e queijo, não é lá uma refeição que se preze. Precisava comer algo com mais substância. Enquanto vasculhava a cozinha a procura de arroz, Nick chegou:— O que está fazendo? — Perguntou, novamente, com aquela voz profunda.— Isso já está ficando embaraçoso! Estou tentando fazer o jantar. Posso? — Encarei-o ameaçadoramente, com uma panela na mão.
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CAPÍTULO 6
   Não queria ser pega espionando-os, porém não fui tão veloz quanto pretendia. Ao chegar ao meio da escada, ouvi a porta se abrindo e sua voz zangada quando a luz se acendeu:— Para onde você pensa que vai?— Vou pro quarto. — Respondi envergonhada.— Você também ouve conversa dos outros, além de vasculhar onde não é chamada?— Eu não tive a intenção de ouvir nada. Desci para pegar um copo de água, e estava subindo quando entrou — encarei-o desafiadoramente, enquanto ele me olhava desconfiado — Sua camisa! Você está sangrando.— Droga. — Respondeu olhando para a mancha vermelha.— Tire a blusa! Deixe-me ver. — Pedi, enquanto descia ao seu encontro.Ele retirou a blusa e tive que prender a respiração. Mesmo aqu
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CAPÍTULO 7
   A cama de repente ficou bem mais aconchegante depois daquela conversa descontraída com Nick. Uma barreira, pequena, diga-se de passagem, havia sido quebrada entre nós. Isso era fato. Ele sofrera por amor e eu também, o que de certa forma nos aproximava. Não que eu quisesse me envolver com ele, apesar do cara ser digno de ser trabalhado. Talvez fosse isso que o deixava irresistível para algumas mulheres. Não para mim, é claro! Embora, muitas vezes, enquanto rolava pela cama noite adentro, alguns pensamentos libidinosos insistiam em povoar minha mente, principalmente quando me lembrava de sua mão apertando minha perna, ao sentir dor, enquanto desinfetava seu machucado. Estava ficando quase impossível deixar de pensar nele. Porém, não queria me envolver mais do que já estava envolvida. Também não queria que ele pensasse que eu era uma garota que ca
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CAPÍTULO 8
    Ficamos muito ocupados durante o dia. Algumas vezes me encontrava com o Nick. Nossos olhos se cruzavam e sempre havia um pequeno sorriso no canto dos lábios, e o mais importante, em seus olhos também. Depois de nossa conversa na noite anterior ele até que parecia mais amigável, e eu me via cada vez mais ansiosa, desejando ficar a sós com ele. Eu sei que não devia pensar nessas coisas, já que estava indo embora, mas cada vez que o via, esse meu coração arredio, turbulento, batia descompassado. O que era um tanto insólito, depois de ter jurado nunca mais me aproximar de nenhum homem. Entretanto, o coração às vezes é feito um rio que corre para o mar. Quem pode detê-lo?No meio da tarde, uma mulher ainda jovem, bem arrumada, chegou ao escritório do Haras com uma criança — um menino de uns cinco anos ap
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CAPÍTULO 9
   Segui seu conselho. Tomei um banho mais do que demorado. Enquanto tentava me aquecer, deixei os pensamentos voltaram para o meu quase afogamento. Não me é possível explicar, mas enquanto as cenas da moça do cavalo — Marilia, com certeza — passavam diante dos meus olhos, me pus a pensar no motivo de tudo aquilo. Não senti em nenhum momento a mão dela me empurrando para o abismo. Então como fizera aquilo? Que força desprendeu de seu braço para me fazer cair no lago? Foi isso mesmo que aconteceu, ou foi minha imaginação? Repeti o momento inúmeras vezes procurando a lógica que teimava em não vir. Não havia escorregado. Tinha certeza. Simplesmente num instante estava lá e no outro caía para a morte. Seu rosto não possuía a tez morena e saudável descrita por Nick. Estava plúmbeo. De repente
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CAPÍTULO 10
   Depois daquele excesso de Nick na pista de dança, precisava de um pouco de ar fresco. A noite estava clara e as estrelas pontilhavam o céu de uma forma que jamais vemos em São Paulo. O barulho dos bichos noturnos quase era suplantado pelo som da música distante que vinha do galpão. Debrucei-me num piquete, e fiquei olhando, admirada, as estrelas. Longe das luzes da Sede, a fazenda era escura. Viam-se apenas alguns contornos clareados pela lua cheia, que enfeitavam o lugar sob o céu daquela noite. Uma leve brisa gelada acariciava minha perna, fazendo a pele se arrepiar. Além do frio, uma sensação estranha começou a percorrer meu corpo, trazendo-me o medo. Sentia, pelas costas, que estava sendo observada. No fundo, já sabia do que se tratava, porém, faltava-me coragem de olhar por sobre o ombro.Respirei fundo, tentando controlar a ansiedade que antecipa
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