Uma Esposa Para o Magnata
Uma Esposa Para o Magnata
Por: Elaine Moscardi
Isadora

O Thomas era um miserável e começou a tentar fazer da minha vida um inferno depois da morte dos meus pais, para me ter em seus braços.

Em pouco tempo de luto, fiquei sem dinheiro para pagar as despesas do apartamento, para a faculdade e até para colocar combustível no meu carro. Então pedi a Laila pra me arranjar um emprego com a família dela. Ela disse que até poderia, mas que eu jamais teria um salário que cobrisse todas as minhas despesas, e me aconselhou a vender o carro e o apartamento e me mudar para um lugar menor.

Coloquei o apartamento à venda, e com o dinheiro que consegui do carro, aluguei uma kitnet e comecei a trabalhar como assistente do pai de Laila. Três dias depois, descobri que o dinheiro do carro sumiu da minha conta, antes de eu pagar a mensalidade da faculdade.

Laila sugeriu que eu chamasse a polícia, mas sabia que isso seria inútil. Thomas era muito esperto e não teria deixado rastros. Envolver a polícia só faria com que eu parecesse louca e manchasse ainda mais a imagem dos meus pais.

Fiz o que deveria fazer. Tranquei minha matrícula na faculdade e passei a trabalhar para me manter. Ele achava que ao me roubar, eu fosse mendigar ajuda a ele, mas ele estava enganado. Tinha força para lutar pela minha vida.

Mas algo inesperado aconteceu, recebi a estranha proposta de me casar com um ricaço no papel. Aceitando, eu poderia manter o apartamento, ganharia um carro novo e um cartão para as despesas. As minhas mensalidades da faculdade dos próximos três anos também estariam pagas. Teria que passar apenas cinco anos casada, e como não tinha intenção de me casar com ninguém ou outra saída viavél para os meus problemas, não vi outra opção a não ser aceitar.

Imaginava que meu "marido" fosse um velho excêntrico que adorava fazer coisas absurdas. Enquanto ele não me tocasse, não teria problema nenhum em ser casada com alguém que eu nem conhecia e que mantinha minhas contas em dia.

Passei o ano seguinte focada nos estudos e trabalhando para recuperar o patrimônio dos meus pais. Tinha certeza de que dali eu tiraria tudo o que precisava para me vingar de Thomas e recuperar o que me pertencia.

Laila me chamava para sair ocasionalmente, mas eu não tinha tempo. Tudo o que aprendia nas aulas, colocava em prática no meu notebook. Precisava me sobressair se quisesse ter minha vida de volta. Se não conseguisse minha vingança ou recuperar meu patrimônio, nunca teria uma vida. Sabia que meu salário do estágio na Psy também seria roubado por Thomas. Fiz um teste com o cartão que meu marido me deu. Abri uma outra conta, em outro banco, com uma pequena quantia, que sumiu em menos de 20 minutos. Parecia que Thomas tinha um rastreador que avisava sempre que eu fazia qualquer coisa em meu nome.

Então, eu tinha que trabalhar duro para ser mais esperta que ele e ter minha vida de volta. E durante todo esse tempo, com minha cabeça apenas nisso, não pensei em quanto trabalho e energia teria poupado se tivesse aberto a caixa de tesouros.

Fiquei extremamente excitada com a ideia que tive. Mas me repreendi. Peguei as três caixas e coloquei na minha cama, mas não tive coragem de abrir. Me senti uma garotinha de 5 anos de novo, com medo de me decepcionar.

Deitei olhando para as caixas e acabei pegando no sono. Tinha bebido vinho demais. Meu coração estava angustiado quando acordei, mas ainda não tinha coragem de abrir as caixas.

Me levantei animada e comecei a cuidar das tarefas domésticas do apartamento. Quando casei e não precisei mais trabalhar, percebi que não gostava de ter uma pessoa mexendo nas minhas coisas. Não confiava mais em ninguém e qualquer um poderia ser um infiltrado de Thomas para me roubar os notebooks dos meus pais.

Sabia que estava sendo paranoica, mas soube por Alicia que a casa dos meus pais tinha sido vendida logo em seguida, para um homem de boa aparência. Mas antes disso, a casa tinha sido totalmente revista. Thomas contratou uma equipe para isso e também retirou o computador da casa para ser avaliado na empresa.

Eu sabia que Thomas poderia infiltrar alguém na minha casa, para roubar os notebooks dos meus pais e ter acesso ao software milionário que meu pai desenvolveu. Então era minha obrigação salvar pelo menos isso deles.

Depois de tudo arrumado, liguei para Laila perguntando qual seria o rolê da noite. Laila ficou muito animada por eu finalmente sair com ela e comemorar minha primeira semana de estágio.

Coloquei uma boa roupa e fiz uma maquiagem. Mal me reconheci num cropped vinho, calça branca e sandálias de salto. Quase não me lembrava como era me arrumar para curtir a noite. Deixei meus longos cabelos negros soltos e parti para a noite com as minhas amigas.

Depois da noitada, fui dormir na casa de Laila. Acordamos bem tarde no domingo e combinamos que comer em um restaurante seria melhor.

Saímos para almoçar depois de tomarmos banho e eu peguei uma blusa emprestada de Laila. Um cropped vinho com fios dourados não era roupa para o dia.

Como quase não bebi, combinamos que seria melhor eu dirigir, e quando entrei no estacionamento do restaurante, estávamos conversando tão animadas, que não vi o motorista dando ré para sair da vaga e trisquei levemente no carro dele.

— Ops, amiga. Acho que bati seu carro.

— Bobagem, mal encostou… — ela fala com desdém.

— Acho que o outro motorista não pensa o mesmo. — Apontei para o homem de óculos escuros que desceu com a cara amarrada, vindo em nossa direção. Laila riu largamente e descemos juntas.

— Você comprou sua carteira de motorista? Não olha por onde anda? — O homem falou em tom irritado, apontando para mim.

Até tinha achado a situação divertida por um segundo, e até achei o homem atraente, mas o tom dele me deixou irritada e fez meu sangue ferver.

— Primeiro, não coloque o dedo na minha cara. Segundo, sinto muito por ter encostado no seu carro caro. Aqui está meu cartão, o senhor pode mandar avaliar os danos e me ligar informando o valor.

— Não é uma questão de dinheiro, mocinha. Mesmo porque, acredito que se você avariasse meu carro, não teria condições de pagar. É uma questão de direção defensiva. Você tem que prestar atenção no que está fazendo, porque tem uma arma na mão e pode ceifar a vida de outras pessoas se não tiver cuidado ao dirigir.

— Você é um instrutor de autoescola por acaso? Eu sou muito cuidadosa. Eu mal encostei no seu carro e sei muito bem o que um idiota que não sabe dirigir é capaz de fazer no volante. Se não vai me cobrar o prejuízo, sai da minha frente que estou com fome

— Você é uma senhorita muito mal-educada — ele fala incrédulo.

— E você, um idiota mal-humorado. Sua mulher deve ter dormido de calça jeans para você ter essa cara de quem chupou limão.

— En plus d'être impolie, elle est grossière, impertinente et peu pratique. — Ele ficou tão nervoso que começou a falar em francês, sem nem perceber.

— Inconveniente e atrevido é você, seu idiota.

— Você fala francês? — Ele suavizou a expressão.

— Pra você ver que não sou a pobretona que você achou. Agora, cai fora!

Peguei no braço de Laila e já ia indo embora, quando ela me parou e falou:

— Me dá a chave, preciso estacionar.

Meu rosto queimou na mesma hora em que me dei conta de que desci do carro no meio do estacionamento de um restaurante de luxo e estava batendo boca com um desconhecido pra lá de sexy.

Olhei para ele, para me desculpar, e vi que ele me encarava. Antes de eu abrir a boca, ele me deu as costas e entrou no carro, arrancando assim que Laila tirou o carro dela do caminho dele.

Laila estacionou na vaga que ele desocupou, desceu do carro, apertou o alarme e falou:

— Amiga, quase molhei as calcinhas com aquele homem lindo de morrer e você coloca ele para correr?

— Não sei o que me deu. Quando ele começou a falar em direção defensiva, para mim, que perdi meus pais por causa de um idiota, surtei. Peguei pesado, não é?

— Pegou, mas deixa pra lá. Não vamos ver ele nunca mais, graças a você! Poderíamos ter pego o telefone e ganhado o almoço com ele, pelo menos. Eu não iria me importar de comer ao lado daquele Deus grego — ela brinca. Reviro os olhos para ela.

— Esqueça isso e vamos comer. Ainda preciso te deixar em casa e fazer as atividades da faculdade amanhã.

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