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Sentindo algo pelo desconhecido.

O tal príncipe não vestido de príncipe, e sim como um homem de poder, cheio de negócios lucrativos, ofereceu a mão para Emmy segurar como sinal de cavalheirismo enquanto fazia seu papel. Emmy lhe entregou sua mão esquerda enluvada, era uma ação normal em cima dos palcos, com seus colegas, mas com ele, era inédito, isso poderia explicar porque ela se sentiu nervosa com algo corriqueiro.

 Reprimindo seus sentimentos como as boas atrizes que considerava dignas de admiração, ela se manteve plena por fora, por mais que estivesse sentindo coisas estranhas. Ele segurou quase nas pontas de seus dedos, se curvou um pouco e beijou por cima de sua luva; no dorso da sua mão.

 Ela viu seus lábios aparentemente macios pousarem ali, pressionando levemente, por mais que fosse por cima da luva, ela quase podia sentir o calor que aquele pequeno contato teria se não houvesse nenhum impedimento. Emmy fez uma saudação um pouco diferente, segurou com a mão livre um pouco do comprimento do vestido, baixou um pouco a cabeça sem deixar de olhar aquele homem nos olhos, que percebeu agora ser um azul bem claro. Era hipnotizante.

Por baixo do vestido ela estava dobrando um pouco os joelhos para se abaixar levemente.

O homem sorriu genuíno. O único contato que tinham agora era dos seus dedos segurados pelos dele, por trás de seus lábios meio rosados haviam dentes perfeitamente alinhados. Mas o sorriso durou meros segundos, dando lugar a um rosto inexpressivo. Causando curiosidade na jovem atriz, nenhum homem que ela conhecesse carregava aquele mistério e compostura.

Ele a conduziu para o meio do palco, mantendo apenas aquele pouco contato de seus dedos segurando os seus, enquanto ela ainda segurava os tecidos pesados do vestido com a outra mão. Os passos e postura de ambos eram perfeitos, ela, por muito treinamento e costume por fazer papéis semelhantes àquele. Já ele, devia ser pela posição que exigisse tal postura, o deixando acostumado a ponto de nem perceber como realmente tinha o comportamento de um príncipe.

O som de uma música clássica soou no fundo do palco com os maestros que também trabalhavam ali. Os batimentos de Emmy indicavam que ela estava ansiosa, mesmo fazendo aquilo constantemente na frente de muitas, o clima que surgiu a puxou para ele como um ímã. O “príncipe” soltou a mão de Emmy sob seus olhos, eles estavam próximos.

 — Senhorita! — chamou sua atenção com sua voz calma, grossa e meio rouca, que fez Emmy quase perder o foco por alguns minutos.

Para ele, bastava ouvir a voz dela e descobrir como ela era, sua história, a forma que usava suas palavras, o som de sua voz... seus pensamentos.

 — Vossa alteza! — disse ela, apresentando leveza e doçura ao mesmo tempo.

 — Me daria a honra? — sua voz fez seu interior aquecer em ansiedade.

 — Uma dança? — não era apenas o papel naquele momento, ela quase esqueceu que deveria falar algo.

 — Seria um imenso prazer se me aceitar.  — seu tom era tão calmo, parecia alisar sua pele, seu perfume era macio e instigante.

Ela deu-lhe um sorriso tímido, em resposta quando abaixou levemente a cabeça e dobrou os joelhos devagar em sinal de reverência e aceitação. Emmy não tinha palavras quando a sentia debaixo dos olhos dele que não deixavam seu rosto.

Ele ergueu a mão direita na altura do ombro, próximo a seu próprio corpo, onde ela fez o mesmo com sua direita, as palmas de suas mãos se tocaram, eles as deixam assim, apenas no contato de suas palmas, olhares presos. Silas tinha a mão esquerda atrás das costas, deixando o cotovelo e braço a vista enquanto dava um passo para ficar um ao lado do outro, sem deixar o contato ser interrompido. 

Um passo atrás e outro ao lado, trocaram para as palmas esquerdas e repetiram os passos, voltando a postura inicial fazendo mais uma vez a ação para retornar, trocando olhares por baixo de suas máscaras. Emmy parecia calma por fora, mas, por dentro não tinha muita ideia do que estava fazendo, no fundo, ela estava nervosa, incerta sobre a dança, seria a mesma que havia visto nos filmes?

O príncipe e ela deixaram suas mãos se afastarem um pouco. Antes que a mesma baixasse sua mão, ele se aproximou, sempre mantendo contato visual, colocou sua mão na cintura dela, os corpos a uma distância razoável, ela sentiu o calor mesmo que ele apenas mantivesse o toque ali, ela não soube como agir.

 — Deixe-me guiá-la! — pediu suavemente. 

Obediente Emmy deixou sua mão cair, deixando as mãos longe do próprio corpo para não o tocar, era contra regras tocar o parceiro sem permissão, principalmente em público. Foi o que a atriz encontrou como explicação.

Novamente a mão dele esquerda foi parar perto da lombar do mesmo, cotovelo e braço amostra, a direita estava em sua cintura. Ele deu passos para o lado, a guiando a acompanhar apenas sentindo seu toque como apoio, parecia uma boneca dançando como ele queria, em sincronia perfeita, a fez girar quando deslizou devagar o toque para fora da sua cintura a indicando aquilo. Emmy estava em sintonia com ele. 

Retornou, agora ele subiu um pouco a mão para o centro de suas costas, estavam mais próximos, a mão escondida surgiu, vindo por baixo de sua direita para levantá-la, fazendo suas palmas se encontrarem quando sua parceira ergueu a mão, a esquerda dela tocou seu ombro, cotovelo alto e palma por cima do seu ombro, o tecido de sua roupa era macio, ela não se apoiou nele, não podia. Ele era responsável por mantê-la reta e segura.

Um passo para frente, outro para trás, quando um se afastava outro se aproximava, assim também seguiam para um lado, saindo do lugar até girar juntos lentamente, ele a girou deixando-a livre de seu toque na cintura, segurou nas pontas de seus dedos, escondendo a mão, a fez voltar, repetiu os passos e a direções dos toques.

Emmy não ousou quebrar o contato visual. Ele que até então não fez diferente, deixou seus olhos analisarem seu rosto agora um pouco mais próximo ao dele, ainda mantendo uma distância segura um do outro, isso não impediu Silas de notar a sua beleza.

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