Silas soltou uma risada anasalada antes de pôr seu suco. Emmy optou por suco de maracujá com bolo de leite, talvez assim ela se sentisse calma perto daquele homem influente em todos os sentidos. Para dificultar sua partida rápida, o bolo derretia em sua boca a fazendo querer mais. — Se está tão bom assim, então devo provar. — disse Silas, que não deixou de observá-la.Emmy semicerrou os olhos automaticamente pedindo posse do bolo, fazendo ele sorrir genuíno. Sem se preocupar levantou o braço tirando um pedaço com uma colher, levando a sua boca no segundo momento.Emmy desviou os olhos para se concentrar em qualquer coisa que não fosse ele, mas o mesmo não valia para Silas, cada movimento dela era observado, a colher deslizando para fora de seus lábios carnudos e macios de forma lenta enquanto ela fechava os olhos para apreciar o gosto, seu rosto demonstrando satisfação com o ato, o pedaço derretendo em sua boca.Silas apertou o copo de suco tentando não pensar em nada, apesar de não
— Não. Eu não te entendo. Por que acha que eu ia entender que ele é bonito? Rico eu entendo, mais a outra parte... nem mesmo noivo eu entendo, eu não sou gay Emmy! — falou Jefer sério — Eu sei, eu sei. — suspirou, olhando para os lados para constatar que ninguém os escutava.— Eu tive que passar a noite na cobertura com ele. — confessa, vendo Jefer se alertar. — Não é assim. Ele meio que me enganou. — ela tenta amenizar. — Te convidou para cobertura e te enganou? Como assim? Você não entrou sabendo que estava entrando?! — Jefer ironizou descrente. — Você dificulta minha vida, amigo! — falou séria, tentando contornar a situação que estava causando.— Ele me disse que era apenas para conversarmos depois que eu trocasse de roupa, relaxasse, entende? — Emmy quase implorou no olhar. — E por que você não pediu para ele te levar para casa, relaxava lá e conversava?! — Jefer comentou. — Porque eu não queria que ele soubesse onde moro, eu nem o conheci ainda! — Emmy respondeu de imediato
— Eu sei que está chateada com tudo isso. Mas estaremos aí para conversar se quiser. — tentou confortá-la. — Ah, que horas vocês chegam? — perguntou interessada. — Já estamos de saída. Como sabe, sua mãe acha que pode levar a casa. — gargalhou ele, a relembrando o quanto ela sentia falta de ouvir sua risada. — Isso é ótimo, estarei esperando! — Emmy sentiu-se verdadeiramente feliz.A conversa foi curta, mas a saudade só dobrou de tamanho por saber que em poucos minutos eles estariam a caminho. Emmy desligou a chamada se sentindo boba, havia até esquecido que estava no trem. Guardou o celular no bolso do casaco jeans antes de perceber que estava sendo observado. O cara sentado à sua frente, agora a analisava com curiosidade e interesse.Emmy não pôde se importar, pois notou pela janela do trem que quase perdeu sua parada. Correu para a porta mais próxima assim que o trem parou, devia se apressar agora. O que antes era uma viagem para entrega dos currículos agora era apenas para co
— Não fique tão surpreso. — pediu Adelaide. — Não somos tão exigentes — completou André, o dando um abraço de lado a qual ele quase não retribuiu por ainda sentir-se deslocado.Adelaide quis acompanhar a filha até a cozinha para guardar algumas coisas que haviam trazido. Silas e André ficaram na sala conversando. — Vejo que está bem vestido. Está vindo de alguma reunião importante ou evento? — André perguntou inocente.Silas entendeu todos os significados daquelas palavras, o sentimento de estar deslocado não o abandonou, pois sempre usava aquelas roupas no seu dia a dia, sempre estava resolvendo algo importante. Também se sentiu um pouco envergonhado, o que o surpreendeu, ele não se sentia envergonhado desde a infância quando a Rainha Laís, sua mãe, o pegava aprontando. Isso tudo somente por alguém achar que ele estava dormindo na casa de Emmy? Silas limpou a garganta para disfarçar antes de responder. — Não. Costumo me vestir assim, estou sempre resolvendo coisas importantes.
— Tomara que não seja urgente... — começou seu pai, chamando a atenção dela. — Não tivemos tempo de conhecê-lo de verdade. — terminou mirando bem a filha. Seu pai estava curioso quanto a eles, eram muito diferentes um do outro se fosse considerar a classe social. — É sempre assim. Ele vive trabalhando, a toda hora. — fingi frustração com o fato. — Se continuar assim, se tornará preocupante. — Adelaide deixou vagamente no ar.Sem compreender as palavras da mãe ela fez o prato de Silas, apesar de não saber nada sobre ele, ela contava com a sorte para acertar a mistura dos sabores no seu prato, de forma que não ficasse acoplado uma coisa à outra. Sempre lembrando que ele era um príncipe, alguém da realeza não comeria qualquer coisa, olharia bem para o prato antes de provar, a imagem contava muito, às vezes até mais que o sabor.Assim que ela terminou a preparação do seu prato pôde se sentir relaxada, sem querer demonstrar a pressão que estava sob ela, naquele simples ato. — Algum pr
Ambas as mulheres tinham suas atenções voltadas para ele. — Mulheres demoram para se sentirem mais belas, mesmo que já sejam. — disse o pai de Emmy, fazendo-a abrir um sorriso bonito assim como sua mãe pelo elogio. Mas serviu para o propósito logo depois. Eram seis e trinta quando a campainha soou pela terceira vez aquele dia. Emmy se apressou em descer para não atrasar os pais.— Alguns segundos, atrasada. — falou André olhando a hora no relógio de pulso. Ele tentava a todo custo não estragar a felicidade da filha por mostrar o quanto seria difícil manter seu relacionamento com um príncipe, queria apenas a felicidade dela.— Pai! — Emmy o chamou frustrada.Silas olhou-a por inteiro. Ela trajava um vestido rosa púrpura de alças grossas com o comprimento acima dos joelhos, o tecido abraçava sua cintura fina, destacando seu quadril e busto que tinha um decote canoa na frente, chamando atenção para sua pele exposta.Silas limpou a garganta quando notou que Emmy atuava novamente como
Caminhou à toalete apressada, assim que entrou se dirigiu a uma das cabines, entrou ali para espairecer. Fez sua higiene, estava nervosa, logo saiu da cabine, se olhou no grande espelho não reconhecendo sua postura refletida, não era ela mesma, era a imagem que mostrava a todos aquela noite, aquela que apresentou a Silas desde o primeiro momento.Suas mãos seguraram as bordas do mármore da pia gigante. "Não perca sua identidade. Seja autêntica, nem que isso signifique mostrar o que queres esconder. A força vem das adversidades. A vitória é o descanso após as lutas constantes." Disse a si mesma enquanto mirava seus olhos atentos.Queria carregar a mesma determinação que expos aquelas palavras. Conseguiria continuar? Erguer sempre a cabeça não seria pisar nela mesma?Seus dedos apertaram a superfície dura e fria, respirou fundo encarando aquela imagem criada por ela mesma. Segundos depois a imagem se dissipou ante seus olhos.— Sou apenas eu. — murmurou sozinha.Retirou as mãos de onde
— Filha. Sabemos quando está inventando uma desculpa, passamos um ano e alguns meses sem nos ver, mesmo assim ainda a conhecemos há vinte e três anos. — revelou André, muito paciente.Emmy sorri nervosa, querendo sustentar a mentira, mas sua mãe completou antes dela. Os lábios que haviam se separado para arranjar outra desculpa voltaram a colocar em um sorriso envergonhado. — Você está noiva, isso é a realidade. Estamos no século vinte um, Emmy, sabemos como as coisas acontecem hoje em dia. Então não precisa expulsar seu noivo às onze da noite por nossa causa, deixe que ele descanse, amanhã podemos aproveitar mais da sua companhia. É perigoso ir a esta hora! – Adelaide deixou Emmy sem argumento. Pela cara séria que sua mãe trazia parecia uma ordem e não um pedido. — Mais mãe... ele tem seguranças, não precisamos nos preocupar com isso... — olhou para o lado, Silas tinha os olhos estreitos na sua direção, queria saber até onde ela iria. "Ela realmente se importa? Mencionar meus se