Às vezes ela esquecia que Ângela era sua assistente e não apenas uma amiga fofa. Suspirando puxou a pasta que Ângela pôs sobre a mesa, girou para si e abriu. Os planos dos próximos dias não eram nada bons para sua vida pessoal, todavia, para o profissional era perfeita… sem tempo livre, não que ela reclamasse de trabalho, mas agora realmente sentia falta do seu príncipe, bastava lembrar dele um momento se quer, que o resto parecia chato, os minutos se tornavam horas, as horas… um dia, o dia… parecia não ter fim. — Vamos acabar logo com isso! — bufou já sentindo seu espírito pesado. Este estava realmente entediado.Ângela ficou surpresa com sua reação após observar a sua agenda, entretanto reconheceu, ser princesa em tempo integral mesmo não estando com sua nação, sendo atriz e tendo que dividir a atenção do marido príncipe com todos, deveria ser desgastante.Ela sorrir querendo alegrar Emmy. — A vossa alteza gosta de roteiros, sim? — perguntou mesmo sabendo da resposta, aquilo fez
Ângela resistiu a curiosidade até escutar a voz de Emmy no banco de trás.— Josh, pode parar aqui! — Emmy pediu calmamente.Silas franziu o cenho confuso. Assim que o carro parou ela continuou.— Vocês podem pedir comida italiana? — Emmy pediu.Josh não reclamou, concordou e saiu do carro.— Ângela! Escolha o melhor prato para nós! — pediu novamente. Seu tom era simpático, até carinhoso, fazendo sua assistente entender o significado rapidamente.Não demorou nada para que Ângela saísse do veículo também. — Irei mandar para o apartamento, e... Obrigado, Lady Emmy. Vossa alteza…! — ela agradeceu, vendo Emmy sorrir e Silas amenizar o olhar, só então fechou a porta.Silas olhou para esposa interessado. — Um encontro? — Um encontro. Nós também precisamos de um! — falou ela, já deslizando para fora do banco de trás. Silas sorrir fazendo o mesmo após abrir a porta do carro, estava levemente surpreso, Emmy o impressionava cada dia mais. Sentando no banco do motorista, ele pôs o cinto mant
Antes...Os corredores estavam vazios, Emmy escutava o barulho de seu salto em todo lugar enquanto se dirigia a sala de seu marido, em plena dez horas da noite. Ele estava demorando mais do que o normal, então ela decidiu buscá-lo e fazer uma surpresa.Assim que chegou a porta, pôde ouvir vozes lá dentro, era a voz de Silas e uma mulher, cuja Emmy não reconhecia a voz. Franzindo o cenho, ela sentiu um pouco de amargura, quem estaria com o príncipe até aquela hora?— Acho que ela não vai gostar de saber que seu marido estar, até essa hora fora de casa, não acha? — perguntou a desconhecida. O som do sorriso dele foi divertido, enquanto o barulho de saltos soou para perto dele. — Ela sabe que tenho muitas coisas para resolver, além disso, a gente ainda não terminou aquela estória. — falou ele. Ela gargalhou, um som bonito antes de respondê-lo. — Ah! Silas. Não me ponha a prova. Emmy estava sendo corroída pelo ciúme, de que estória eles falavam, e por que apenas os dois estavam ali a
Naquela noite os raios brilhosos na tempestade brilhavam lá fora, silenciosos e assustadores pela intensidade que iluminavam os céus. Seus intensos piscar por entre as cortinas brancas e portas da varanda fizeram Emmy acordar durante a madrugada, ela se sentou devagar, notando o quão rápido eram os brilhos dos raios lá fora, que se repetiam periodicamente. Virou o rosto para o lado podendo agora observar Silas dormindo profundamente, dormia com o rosto meio virado para o lado direito, contrário a ela, com suas costas sobre o colchão macio.Emmy sentiu carinho pela imagem dos seus fios negros e lisos sobre a testa, eles estavam maiores que uma franja, mas aquilo só o deixava mais belo. Sentiu vontade de alisar seu rosto, ainda levantou a mão direita, com os dedos comichando, ela os apertou antes de tocá-lo, trazendo sua mão de volta para si. Decidiu deixá-lo dormir. Retirou o lençol branco, macio e frio de seu corpo que cobria apenas o quadril do marido.Pôs os pés para fora da cama, c
Suas botas de segunda faziam barulho, enquanto ela corria. A cada curva em um novo corredor da empresa o barulho fino e alto das solas dos calçados era ouvido. Ela estava atrasada para a peça primordial, aquela que a levaria ao seu tão sonhado sucesso, caso não a fizesse, estaria fadada ao fracasso para todo o sempre, era assim que se sentia diante da situação, pois havia sido avisada que aquela seria a última peça do ano, aquela onde haveria a seleção final.Ser atriz era o sonho de Emmy desde a infância. Durante anos estudou tudo que podia para ser boa nos palcos e por trás das câmeras, por isso ela não mediria esforços para continuar com a carreira, por hora era atriz de teatro. Quase deslizando pelos corredores de forma nada elegante com suas botas, Emmy correu ao camarim torcendo para ainda ter tempo para vestir o figurino que havia sobrado, como estava atrasada não tinha mais direito de escolha, era pegar o que estivesse disponível.Passou pela porta do camarim que compartilhav
A esta altura ela se sentia como um boneco vestido de soldado que um garotinho tanto quer para si, seus olhos brilhavam cada vez mais e pareciam faróis.— Mas senhor Bayrec, sou a fera que acabou de sair do palco! — disse o jovem alto, com corpo esbelto, parecendo moldado, cabelos loiros até os ombros e olhos azuis, que realmente acabava de sair do palco com a sua Bela, também loira.Emmy apertou os olhos na direção da loira. Estava chateada. — Você que era para ser a Cinderela, não era? — Emmy perguntou para a garota à sua frente, que sorriu pequeno. — Você chegou tarde, Emmy! — Louis respondeu sincera, seu sorriso se tornou maior, parecia que ela fugia de algo com aquela troca repentina de papéis, não que Emmy quisesse ser o par do orgulhoso loiro. Era apenas por notar que as cinderelas sempre tinham cabelos loiros nas peças e as belas tinham castanhos, como os de Emmy.O casal combinava perfeitamente, eram dois loiros bonitos de olhos azuis que ainda por cima ficavam a maioria do
O tal príncipe não vestido de príncipe, e sim como um homem de poder, cheio de negócios lucrativos, ofereceu a mão para Emmy segurar como sinal de cavalheirismo enquanto fazia seu papel. Emmy lhe entregou sua mão esquerda enluvada, era uma ação normal em cima dos palcos, com seus colegas, mas com ele, era inédito, isso poderia explicar porque ela se sentiu nervosa com algo corriqueiro. Reprimindo seus sentimentos como as boas atrizes que considerava dignas de admiração, ela se manteve plena por fora, por mais que estivesse sentindo coisas estranhas. Ele segurou quase nas pontas de seus dedos, se curvou um pouco e beijou por cima de sua luva; no dorso da sua mão. Ela viu seus lábios aparentemente macios pousarem ali, pressionando levemente, por mais que fosse por cima da luva, ela quase podia sentir o calor que aquele pequeno contato teria se não houvesse nenhum impedimento. Emmy fez uma saudação um pouco diferente, segurou com a mão livre um pouco do comprimento do vestido, baixou u
Ela tinha sobrancelhas grossas e bem comportadas acima dos olhos azuis-escuros. Tinha ainda, nariz arrebitado, lábios carnudos, seu rosto era perfeito, queixo pequeno, pele perfeita, seu colo já indicava que seu corpo também era na medida certa. Talvez ele não tenha feito um negócio ruim. A mulher jovem aprendia rápido, parecia inteligente, além de carregar beleza em seu ser e voz. Emmy fingiu não se distrair com o homem lindo com quem ela dançava. Ela não poderia perder o emprego dos sonhos por se distrair com a beleza de alguém que ela nem se quer veria mais depois da peça. Emmy encorajou-se a desfazer o sentimento de ansiedade, espantou o frio na barriga, fingiu não sentir tudo, mas demonstra suavidade sem deixar de prestar atenção ao seu redor, não podia esquecer estar trabalhando, sendo observada e avaliada.Recordou-se como parte do papel, ele deveria falar algo em poucos minutos e ela só teria de responder da melhor forma possível. Somente esperava que o desconhecido soubesse