Ambas as mulheres tinham suas atenções voltadas para ele. — Mulheres demoram para se sentirem mais belas, mesmo que já sejam. — disse o pai de Emmy, fazendo-a abrir um sorriso bonito assim como sua mãe pelo elogio. Mas serviu para o propósito logo depois. Eram seis e trinta quando a campainha soou pela terceira vez aquele dia. Emmy se apressou em descer para não atrasar os pais.— Alguns segundos, atrasada. — falou André olhando a hora no relógio de pulso. Ele tentava a todo custo não estragar a felicidade da filha por mostrar o quanto seria difícil manter seu relacionamento com um príncipe, queria apenas a felicidade dela.— Pai! — Emmy o chamou frustrada.Silas olhou-a por inteiro. Ela trajava um vestido rosa púrpura de alças grossas com o comprimento acima dos joelhos, o tecido abraçava sua cintura fina, destacando seu quadril e busto que tinha um decote canoa na frente, chamando atenção para sua pele exposta.Silas limpou a garganta quando notou que Emmy atuava novamente como
Caminhou à toalete apressada, assim que entrou se dirigiu a uma das cabines, entrou ali para espairecer. Fez sua higiene, estava nervosa, logo saiu da cabine, se olhou no grande espelho não reconhecendo sua postura refletida, não era ela mesma, era a imagem que mostrava a todos aquela noite, aquela que apresentou a Silas desde o primeiro momento.Suas mãos seguraram as bordas do mármore da pia gigante. "Não perca sua identidade. Seja autêntica, nem que isso signifique mostrar o que queres esconder. A força vem das adversidades. A vitória é o descanso após as lutas constantes." Disse a si mesma enquanto mirava seus olhos atentos.Queria carregar a mesma determinação que expos aquelas palavras. Conseguiria continuar? Erguer sempre a cabeça não seria pisar nela mesma?Seus dedos apertaram a superfície dura e fria, respirou fundo encarando aquela imagem criada por ela mesma. Segundos depois a imagem se dissipou ante seus olhos.— Sou apenas eu. — murmurou sozinha.Retirou as mãos de onde
— Filha. Sabemos quando está inventando uma desculpa, passamos um ano e alguns meses sem nos ver, mesmo assim ainda a conhecemos há vinte e três anos. — revelou André, muito paciente.Emmy sorri nervosa, querendo sustentar a mentira, mas sua mãe completou antes dela. Os lábios que haviam se separado para arranjar outra desculpa voltaram a colocar em um sorriso envergonhado. — Você está noiva, isso é a realidade. Estamos no século vinte um, Emmy, sabemos como as coisas acontecem hoje em dia. Então não precisa expulsar seu noivo às onze da noite por nossa causa, deixe que ele descanse, amanhã podemos aproveitar mais da sua companhia. É perigoso ir a esta hora! – Adelaide deixou Emmy sem argumento. Pela cara séria que sua mãe trazia parecia uma ordem e não um pedido. — Mais mãe... ele tem seguranças, não precisamos nos preocupar com isso... — olhou para o lado, Silas tinha os olhos estreitos na sua direção, queria saber até onde ela iria. "Ela realmente se importa? Mencionar meus se
Não poderia mandá-lo dormir no sofá, pois ali dentro não tinha um, também não se sentiria confortável em pedir tal coisa. Desligou a luz do quarto deixando apenas o abajur ligado e se pôs debaixo dos lençóis, não queria ver como ele sairia do banheiro, tinha certeza que não seria engravatado como entrou.O tempo parecia lento demais, o sono não vinha e os minutos corriam...A porta do banheiro abriu revelando um Silas desconhecido, Emmy não resistiu a curiosidade e olhou. Seus cabelos estavam bagunçados pôr os ter tentado secar com a toalha a pouco tempo. Gravata, camisa e paletó haviam sumido. Seu tronco estava exposto, demonstrando o quão definido era, a sombra e pouca luz revelando o abdômen, peitoral demarcado e músculos prendendo a atenção dela. Com apenas a luz do abajur e do banheiro sua imagem ficou mais sexy.Demonstrando como seria complicado para ambos resistir a atração que sentiam naquela noite.Emmy desviou o olhar assim que percebeu que ele a encarava. — Pode pôr suas
O calor do seu corpo pareceu aquecer o dela não tão quente, as borboletas no estômago surgem em Emmy, ela sentiu sua pele exposta colada à sua um pouco coberta. Ele pôde sentir todo o seu corpo, suas coxas mal cobertas, seus seios protegidos apenas pelo tecido fino do vestido de seda e todo o resto que o interessava.A mão de Emmy desceu um pouco abaixo do pescoço, devia aproveitar aquele momento já que ele parecia disposto a tudo. Se sentiu liberta, apesar da sensação estranha no início de sua barriga causando um pouco de eletricidade, era tudo tão novo, desde a aproximação, a sua presença no seu quarto, o toque de suas mãos que ela sabia que iriam querer ultrapassar as barreiras que ela tanto protegeu, até às próprias ações, reações dela e desejos.Silas a virou devagar ficando por cima dela, suas coxas ficaram presas pelas pernas dele, o beijo cessou, suas respirações estavam mais ruidosas e pesadas. — Me diga logo se quer parar. — Silas falou com a voz rouca, causando arrepios n
Emmy não pôde esconder a frustração que a arrebatou quando o viu sair da cama. Silas sorriu. — Desculpe, mas se é para ir devagar não posso ficar desse jeito com você! — foi sincero quando a viu suspirar derrotada, mesmo querendo esconder o seu sentimento quando rolou na cama.— Espero não tornar isso um costume. — falou Silas se referindo há como ela o deixou, antes de se dirigir ao banheiro.Com o rosto contra o travesseiro ela tentava esconder sua vergonha, quando ficou tão atrevida? Antes de conhecê-lo nem se atreveria a mentir sobre sua personalidade e agora ela fazia papéis e incorporava com tanta facilidade que a tornava outra pessoa. Seria mesmo culpa da atuação?"É ele. Ele que me faz ficar assim. Desde o primeiro instante que nos encontramos naquele palco, já me sentia diferente, curiosa, um desejo estranho de o conhecer se apoderou de mim... Ele é a causa desta mudança!" Emmy pensou se virar para olhar o teto.Ele parecia tomar outro banho naquele momento, ela não teria ta
Emmy ficaria ainda mais longe do que já estava, o que ela iria passar Adelaide jamais poderia entender e teria dificuldade para ajudar.Emmy abraçou a mãe assim que rodeou a mesa. Ela agradeceu baixinho pela força que a mãe estava passando. — O que eu faria sem você? Muito obrigada. — sussurrou. — Desde quando acontece abraços em família que eu não sou convidado? — perguntou André descendo as escadas junto a Silas que vinha mais atrás, totalmente vestido com sua roupa formal.Emmy soltou sua mãe limpando abaixo dos olhos por ter quase chorando de verdade. Assim que olhou para os dois que se aproximava notou a preocupação no rosto de Silas, ele com certeza havia flagrado a cena anterior, pois era sempre muito observador.A atriz tinha medo de gostar de conhecê-lo, de ver que ele era atencioso.— Só estou emocionada com vocês aqui! — Emmy disfarçou com uma meia verdade, mesmo vendo que seu noivo não tinha sido comprado com aquilo.Silas retirou o smartphone do bolso do paletó antes de
— Sim, acabei de chegar. Está me procurando? — Silas perguntou confuso.— Peça para me deixarem subir, preciso falar com você! — Emmy pareceu profissional na intenção de não responder nenhuma pergunta.Não só pela observadora, também por se tratar de um assunto novo para ela.Silas concordou, em poucos segundos o telefone da recepção tocou e Emmy pode ouvir claramente o que a pessoa do outro lado falou, o fone era alto o suficiente, mesmo que ela ainda estivesse com o celular no ouvido.— Peça para minha noiva subir! — disse a voz do outro lado.A recepcionista olhou para Emmy, confusa, até entender o recado com choque.— Sim, senhor! Ela logo estará aí! — respondeu antes dele desligar. Emmy tirou o celular do ouvido o desligando, olhou mais uma vez para a recepcionista que estava pálida e sorriu automaticamente, normalmente ela não agiria assim mais havia realmente gostado de ter ouvido ele a chamar de noiva para alguém além de seus pais.Se afastou da jovem e pegou o elevador até