Emmy não pôde esconder a frustração que a arrebatou quando o viu sair da cama. Silas sorriu. — Desculpe, mas se é para ir devagar não posso ficar desse jeito com você! — foi sincero quando a viu suspirar derrotada, mesmo querendo esconder o seu sentimento quando rolou na cama.— Espero não tornar isso um costume. — falou Silas se referindo há como ela o deixou, antes de se dirigir ao banheiro.Com o rosto contra o travesseiro ela tentava esconder sua vergonha, quando ficou tão atrevida? Antes de conhecê-lo nem se atreveria a mentir sobre sua personalidade e agora ela fazia papéis e incorporava com tanta facilidade que a tornava outra pessoa. Seria mesmo culpa da atuação?"É ele. Ele que me faz ficar assim. Desde o primeiro instante que nos encontramos naquele palco, já me sentia diferente, curiosa, um desejo estranho de o conhecer se apoderou de mim... Ele é a causa desta mudança!" Emmy pensou se virar para olhar o teto.Ele parecia tomar outro banho naquele momento, ela não teria ta
Emmy ficaria ainda mais longe do que já estava, o que ela iria passar Adelaide jamais poderia entender e teria dificuldade para ajudar.Emmy abraçou a mãe assim que rodeou a mesa. Ela agradeceu baixinho pela força que a mãe estava passando. — O que eu faria sem você? Muito obrigada. — sussurrou. — Desde quando acontece abraços em família que eu não sou convidado? — perguntou André descendo as escadas junto a Silas que vinha mais atrás, totalmente vestido com sua roupa formal.Emmy soltou sua mãe limpando abaixo dos olhos por ter quase chorando de verdade. Assim que olhou para os dois que se aproximava notou a preocupação no rosto de Silas, ele com certeza havia flagrado a cena anterior, pois era sempre muito observador.A atriz tinha medo de gostar de conhecê-lo, de ver que ele era atencioso.— Só estou emocionada com vocês aqui! — Emmy disfarçou com uma meia verdade, mesmo vendo que seu noivo não tinha sido comprado com aquilo.Silas retirou o smartphone do bolso do paletó antes de
— Sim, acabei de chegar. Está me procurando? — Silas perguntou confuso.— Peça para me deixarem subir, preciso falar com você! — Emmy pareceu profissional na intenção de não responder nenhuma pergunta.Não só pela observadora, também por se tratar de um assunto novo para ela.Silas concordou, em poucos segundos o telefone da recepção tocou e Emmy pode ouvir claramente o que a pessoa do outro lado falou, o fone era alto o suficiente, mesmo que ela ainda estivesse com o celular no ouvido.— Peça para minha noiva subir! — disse a voz do outro lado.A recepcionista olhou para Emmy, confusa, até entender o recado com choque.— Sim, senhor! Ela logo estará aí! — respondeu antes dele desligar. Emmy tirou o celular do ouvido o desligando, olhou mais uma vez para a recepcionista que estava pálida e sorriu automaticamente, normalmente ela não agiria assim mais havia realmente gostado de ter ouvido ele a chamar de noiva para alguém além de seus pais.Se afastou da jovem e pegou o elevador até
— Tudo bem! Apenas entre ao meu lado! — viu Emmy concordar.Mal passaram pela recepção todos pararam para os observar, as mulheres tinham muitas expressões, inveja, surpresa, dentre outras. Os homens admiração, surpresa e inveja pela beleza da noiva a qual era muito atraente.Assim que as portas do elevador fecharam Emmy pode relaxar um pouco por estar apenas ela, seu noivo e os dois seguranças. — Acho que isso não foi uma boa ideia! — falou Emmy, olhando para Silas— Concordo! — respondeu ele, olhando a imagem de sua noiva refletida pelo reflexo das paredes de metais. Lá estava o ciúme.Sua calça preta colada, com uma blusa verde, curta, pouco solta, um casaco jeans que mais parecia moldado ao seu corpo e um salto alto preto fechado, além dos cabelos castanhos médios soltos com uma parte na frente do corpo e outra não. Roubava a atenção de qualquer um, deixando Silas enciumado por lembrar como ela chamou a atenção de todos em meros segundos de sua passagem."Ela é uma atriz, beleza
Silas se dirigiu rapidamente para lá, a encontrando com o dedo sangrando perto do fogão.Preocupado se pôs ao seu lado, capturando aquela mão que tinha a pele pouco aberta.— Como isso aconteceu? — perguntou, olhando o dedo cortado levemente na ponta.— Uma das minhas especialidades! — respondeu Emmy tentando tirar aquela expressão meio escura em seu rosto além da preocupação.Silas a puxou para a pia, onde ligou a torneira, pondo seu dedo embaixo da água corrente.— Não foi profundo. — disse enquanto limpava seu dedo.— Mesmo assim, você se machucou. Deve tomar mais cuidado! — falou sério.Emmy não quis dizer mais nada, pois era óbvio que ele não estava para brincadeiras, o pequeno acidente não era o grande motivo, apenas o deixou nervoso. Silas soltou sua mão devagar, foi até o armário, abriu a porta de cima tirando de lá o kit de primeiros socorros que Emmy nem sabia que existia na própria casa. — Eu o deixei aí por recomendação de sua mãe! — respondeu ainda sério. Tirou apenas um
Como ele já havia avisado, eles passaram em uma loja bem cara antes do aeroporto. Emmy teve que levar seis vestidos, um escolhido por ela e os outros por Silas. Teve também que ir com um deles, um azul claro, de comprimento longo, tecido de seda com rendas nos braços até chegar às mãos, seus cabelos tiveram que ir soltos, pois ambos não queriam chamar atenção, mesmo sendo impossível no caso deles.Assim que chegaram ao aeroporto milhares de flash os atingiram, os seguranças que os acompanhavam os protegiam dos curiosos e dos repórteres, além dos fotógrafos. Sem responder nenhuma das perguntas que lhes foram feitas, eles foram para a área em que um jatinho privado os esperava ligado.Emmy contou dez seguranças que nunca tinha visto antes, além dos três que raramente via. Adentraram o espaço e só então ela pôde relaxar um pouco quando já estava acomodada ao lado de Silas. Os demais estavam sentados na parte de trás.— Como é sua família? — Emmy perguntou nervosa por já estar sentindo o
Emmy não podia prestar atenção a tudo.— É um grifo. — ouviu seu noivo dizer.O olhou para questionar.— Grifo? Tipo... aquela criatura mitológica? O que representa? Silas deu um meio sorriso, seu interesse era genuíno. — Muitas coisas. Justiça, luz, autoridade divina, até mesmo a morte e o renascimento. Também pode se dizer que representa poder, força, dignidade e proteção. Depende muito de como o ver. — lhe transmitiu um olhar carinhoso.Os olhos dela brilharam em maravilha, fascinada se voltou novamente para a janela do carro.Logo pôde ver um vasto jardim separado por murta; arbustos verdes que faziam pequenos muros de um lado a outro seguindo a rota dos carros, terminando em uma distância segura das escadas do palácio. "Certamente há viuvinhas (trepadeiras, que podem virar um caule lenhoso quando adulta) por trás do palácio, em algum lugar." Pensou, apaixonada. As janelas do palácio eram altas e fechadas por vidros que chamavam atenção de longe, portas largas nas varandas com
Ela era magra sem exagero, pele parda e aparência de índia, se é que fosse possível. Cabelos negros, lisos, neste momento estavam lá trançados, com uma pequena parte escapando perto das orelhas. Olhos vivos e negros, sobrancelhas finas, nariz pequeno, lábios médios um pouco mais que rosados. Ela trajava um vestido médio, branco colado, de mangas até os cotovelos e uma sandália fechada de salto médio, da cor bege.— Minha Lady, sou Ângela, sua camareira. — ela se apresentou espreitando a imagem de Emmy.A recém Lady apenas concordou, aceitando sua apresentação e palavras antes de negar, não precisava de nada.— Só irei separar o vestido de hoje à noite! — disse Ângela já se dirigindo ao closet.Tirou de lá um vestido quase tão pesado quanto aquele que vestiu para a encenar a peça em que conheceu Silas. Um par de saltos o acompanharam, quando Emmy achou que havia acabado, a camareira dirigiu a penteadeira, abrindo uma das gavetas de cima, tirando de lá uma caixa pequena com algumas joi