Tudo por uma aposta.

— Como fiz isso? — pergunta, curiosa e intrigada.

 — Emmy, você ganhou na loteria. Salvou nossa empresa e não precisa mais trabalhar! — Bayrec parecia ter perdido a cabeça ao seu ver, mas logo a jovem ligou os pontos, ficando chateada no mesmo instante.

— Então tudo isso é só para me dizer que estou sendo demitida? — para ela era inacreditável, até mesmo a cara do seu chefe, que permanecia sem remorso.

 — Eu me esforcei muito hoje em um papel que eu nem tinha ideia de como fazer, e com um cara que nem ator era, para ser demitida?? — Emmy pergunta, exaltada

Bayrec levanta as mãos em sinal de rendição com um sorriso no rosto, um sorriso um tanto cafajeste para um cara de quarenta anos. Aquilo apenas alimentou a raiva da atriz.

  — Você não precisa mais trabalhar, porque está rica. – não vendo nada mudar nas feições de Emmy, ele continua.

 — Deixa eu lhe explicar. Você não precisa mais disso aqui! — suas mãos agora apontaram para todos os lados, parando no camarim por um breve segundo enquanto ele pensava em como encerrar logo aquela conversa, antes de se voltar para ela que carregava um olhar inabalável.

 — Você está noiva de um príncipe, o que mais quer? — Bayrec responde com um sorriso.

 — O que quer dizer com isso? — a confusão de Emmy não havia apagado sua raiva ainda.

 — Silas Davis apostou comigo que, se aparecesse uma Cinderela a altura hoje, ele se casaria com ela, me devolveria meu posto e ainda seria meu sócio. Agradecemos a você, Emmy, sentiremos a sua falta aqui. — Bayrec deixa Emmy chocada, enquanto se afasta animado.

Como ela poderia ser parte de uma aposta que só beneficiaria a uma pessoa? Ou duas? Como ela poderia pensar naquele momento?

Se virou apenas para ver o seu agora antigo chefe sumindo pelo corredor. Apertou as unhas na palma das mãos, gritou internamente, enfurecida. Sabia bem que Bayrec não ia retornar.

Emmy só queria tirar aquele figurino e ir embora, mas tirá-lo levaria tempo e só a faria ficar ainda mais irritada, ao invés disso apenas entrou no camarim, pegou suas coisas, incluindo roupas e saiu com o figurino mesmo, puxando até as luvas das mãos da assistente de palco sem nenhuma simpatia, que a pouco passava por ela.

  — Se é para ser assim, então vou levar pelo menos meu pagamento! — Emmy disse, chateada, enquanto passava por alguns de seus colegas que a olhavam chocados.

Emmy tinha saído tão enfurecida com a história de seu ex-chefe que havia achado uma forma mais fácil de demiti-la, que nem percebeu que ainda carregava o anel com um diamante gigante no dedo, ele ficava ali como uma aliança.

Apressada ela não notou que havia alguém à sua frente. Reclamava de sua vida com o vento frio que batia em seu rosto. De repente ela bateu em algo duro. Emmy se afastou para constatar que realmente era um muro, certamente fora do lugar, mas não, era o próprio sócio de Bayrec, o tal Silas.

Emmy soltou o ar o encarando, ela estava muito irritada com tudo aquilo, quis passar por ele, mas o mesmo segurou em seu braço com gentileza.

  — Podemos conversar?! — ele perguntou, a vendo encará-lo de cara fechada.

 — Claro! não tenho mais o que fazer mesmo! — respondeu Emmy, com ironia e raiva.

Silas soltou seu braço esperando alguma reação pior dela, como ir embora ou o atacar.

 — Então diga! — Emmy pediu sem paciência. A beleza dele não iria ofuscar sua memória e a fazer esquecer que ele era responsável pelo que estava passando, pois foi tudo por causa de uma aposta.

 — Me acompanhe! — Silas pediu, voltando-se para a mesma direção em que ela iria antes.

Emmy o deixou caminhar a frente para ver até onde ele iria, o vendo parar na porta de um carro luxuoso. O homem se voltou para ela abrindo a porta, a convidou com o gesto da mão para dentro do carro que estava parado embaixo da calçada.

 — Quer que eu entre aí? — Emmy perguntou descrente e ainda chateada.

Ele apenas concordou. Ela soltou o ar irritada e respondeu batendo o pé.

 — E por que eu faria isso? — semicerrando os olhos na direção dele.

Silas sorriu internamente com a pouca mudança de humor, ela era ainda mais linda irritada.

 — Porque você quer respostas! — Silas falou sério, dava para sentir a satisfação em seu tom.

Emmy bufou apertando as roupas na dobra do braço esquerdo, enquanto o outro carregava sua bolsa pequena com apenas o celular e carteira, na mão segurava suas botas. Ela se dirigiu até o carro a passos rápidos, no entanto, cuidadosos.

Silas a ajudou com o vestido assim que ela entrou, ele rodeou o carro entrando no banco do carona do lado dela com sua postura impecável que não passou despercebida. O carro começou a se mover, só então Emmy notou que ele tinha um motorista.

  “Que vida!” Ela pensou, imaginando se a vida dele era mansa mesmo ou ele trabalhava duro por tudo aquilo.

Jefer ouviu os colegas conversando sobre algo que não acreditou, então viu Bayrec retornando depois de ter sua conversa particular com sua amiga Emmy. 

 — Ela aceitou? — Louis se aproximou do seu chefe, que carregava um sorriso gigante no rosto, como sempre foi intrometida.

 — Ela não deve aceitar nada, já está feito, ele já me deu sua palavra de honra. — Surpreso, Jefer se aproximou deles.

 — Sou novamente o CEO deste lugar. — se vangloriou Carlos.

 — Onde ela está? — Jefer perguntou a eles.

 — Ela deve ter ido embora com seu príncipe, que sortuda! — a loira invejosa estava ali, afinal.

 — Se está com inveja, por que não fez o papel que era seu? — se irritou o jovem.

 — Porque já tenho uma vida, não ver? — ela olhou na direção do seu namorado loiro.

 — E Emmy também não? Nós todos temos uma vida para viver. Não cabe a ninguém desta terra dizer que não podemos ao menos isso. — Jefer se irritou, Bayrec não disse nada. Louis não teve tempo de retrucar.

Jefer saiu correndo atrás da amiga e procurou por todos os lugares, até sair do lado de fora. Chegou a tempo de vê-la dentro do carro do desconhecido que lhe empurraram como noivo, agora estava ainda mais preocupado.

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