Deveria aproveitar para relaxar por completo, mas não teria a audácia de abusar do espaço e nem das coisas que não eram suas, olhando em volta encontrou uma toalha pendurada ao lado de um grande espelho onde estava a pia de mármore bem extensa, apenas pensou em tomar uma breve ducha antes de ir embora e acabar com aquele encanto luxuoso.
Depois de ter aparecido em um hotel cinco estrelas ou mais, ao lado de um príncipe, vestida de princesa, Emmy sabia que jamais retornaria a sua pacata realidade, teria de se habituar a nova vida que estava prestes a conhecer junto a Silas.Depois de tomar um banho relaxante, decidiu ser rápida em sua visita, ou pelo menos era o que ela desejava que fosse, apenas uma visita.Emmy vestiu as mesmas roupas que havia vestido antes do traje da peça, calçou as botas e penteou os cabelos com os dedos. Deixou tudo que acompanhava o traje de Cinderela em cima da cama, pegando apenas sua pequena bolsa de colo, se dirigiu ao closet, pois não havia espelho naquela parte do quarto, vagou os olhos pelo imenso espaço com diversas portas fechadas e outra parte aberta, mostrando os ternos caros de Silas. — Ele realmente é um príncipe? — perguntou ao seu reflexo, semelhante a horas antes de sair de casa para encenar a mudança de sua vida.— Ele sabe do seu potencial! — elogiou pegando sua maquiagem na bolsa.Passou apenas a base, pó e retocou o batom quase intocado. Guardou tudo novamente, onde notou sua realidade no dedo anelar, parou para observar o anel de noivado, ela o aprecia por alguns minutos, logo saiu dali. Emmy sorriu com o pensamento de que devia uma lição a seu “noivo”, talvez fosse imaturo demais, mas ele não perguntou como era aquela que pôs o anel de noivado no dedo.Saiu do quarto com sua roupa perfeitamente limpa. Calça branca, bota branca e todo o conjunto que ela gostava de combinar. Desceu as escadas de mármore legítima, indo em direção ao hall. — Obrigado pela gentileza, pelo banho e todo o resto! — disse, assim que chegou na sala, onde ele estava sentado no sofá observando algo a sua frente com sua postura impecável.Silas a olhou de cima a baixo. Seu corpo parecia moldado, perfeito até. Assim que a olhou nos olhos notou o divertimento dela sob o seu interesse para com ela. — Deixei um presente em seu quarto! — Emmy sorriu mostrando seus dentes brancos.Silas não respondeu, apenas concordou a vendo carregar somente sua pequena bolsa de lado. Não queria se desculpar pelo que estava por vim, não tinha costume de errar, então jamais precisou se desculpar com alguém que não fosse a rainha ou rei, deixou que o silêncio se instalasse enquanto a estudava. Quase sem maquiagem ela ainda era mais linda, talvez estivesse interessado demais na mulher que acabara de conhecer, decerto fosse o melhor, assim ele não precisaria quebrar contrato antes mesmo de instituí-lo, se este fosse necessário. Emmy deu as costas indo em direção do elevador pronta para partir, o mais estranho era que ele não tinha a impedido, desconfiada ela apertou o botão do elevador na esperança dele abrir as portas, entretanto, nada aconteceu, nenhum barulho, nenhum movimento, nem mesmo o brilho nos botões apareceu.Emmy se voltou para Silas que apenas observava, agora com suas costas e cabeça descansando no encosto do sofá, parecia assistir um filme de mistério, pois ele se mantinha muito interessado no próximo passo dela. — Por que não funciona? — Emmy perguntou chateada com o elevador, mas mantendo seu olhar sobre Silas. — Porque o horário de funcionamento se encerrou a alguns minutos. — Silas falou calmo. — Como assim, horário de funcionamento? Isso não é possível, ele deveria estar acessível a qualquer hora! — Emmy demonstrou sua irritação. — Ele está acessível, só não está funcionando. — Silas apertou os lábios com divertimento a vendo fechar a cara, antes de se virar para o elevador novamente e clicar diversas vezes em todos os botões possíveis, ela não acreditava nele.A jovem atriz o fazia mostrar um lado que nem mesmo ele tinha conhecimento. — Isso não é possível, está errado! — ela falou nervosa, batendo sua mão ao lado dos botões.Decidindo acabar com sua descrença, explicou: — O hotel tem um sistema de segurança especial para mim, isso aí. — Silas olhou para o elevador, mesmo que Emmy não tivesse se virado para vê-lo sabia muito bem do que ele estava falando. — Evitar possíveis invasões! — ele conclui muito calmo.Emmy se virou para o homem apertando os dedos na própria palma, agora estava nervosa, ansiosa e com um pouco de receio, estava literalmente presa com ele aquela noite.— Não precisa ficar neste estado, sente- se aqui! — Silas bateu do seu lado esquerdo do sofá.Emmy relembrou que só estava ali por um motivo, então se aproximou dele a passos largos, o mesmo tinha que receber uma boa bronca por fazê-la acreditar que era apenas uma visita. Sua irritação estava se transformando em raiva e neste momento ela não conseguia ver tudo com clareza. Assim que se aproximou do sofá se colocou frente a ele para reclamar, com sorte o intimida, devia tentar. — Você! Você — falou se aproximando mais, sem perceber que o salto de sua bota vacilou, fazendo com que ela tomasse um impensado impulso para frente.Silas se endireitou rapidamente no sofá se preparando para segurá-la, mas o que aconteceu em seguida nenhum dos dois previu. As mãos de Emmy tocaram as costas do sofá para se segurar em algo, ficando de cada lado do pescoço de Silas, seu corpo foi atirado em cima dele e seus lábios se encaixaram.Silas ficou tão surpreso quanto Emmy, não sabia o que fazer, seus olhos percorreram o rosto dele por inteiro por meros segundos tentando pensar em alguma coisa, tudo era apenas um branco.Silas mirava seus olhos, imóvel, aquilo nunca havia acontecido com ele. De repente ele pareceu retornar aos poucos a realidade; seus lábios macios e carnudos encaixados aos dele, seus olhos azuis surpresos, fixos aos seus, o corpo que há pouco ele admirava por sua perfeição, agora estava colado ao dele, não de um jeito simples, mas de um jeito comprometedor até mesmo para sua sanidade.O momento o impedia de pensar em outra coisa a não ser na belíssima mulher em cima dele o passando calor, se continuasse daquela forma ele sentia que iria irradiar a qualquer momento. Com este pensamento Silas engoliu em seco.Parecendo se recompor com o ato quase imperceptível de Silas de apertar um pouco os dedos nas suas costas, ela afastou seu rosto rapidamente, ficando totalmente vermelha. Sua máscara tinha sido quebrada e agora ela não poderia mais colocá-la para esconder seu eu de verdade, pois aquele pequeno acidente jamais poderia ser apagado da sua mente, nem de sua vida, além do mais, era o seu primeiro beijo roubado, ao tempo que ela também tivera roubado de outro alguém, alguém que seria importante na sua vida, seu noivo, futuro marido.Emmy trouxe os braços rapidamente, outro ato impensado. Suas mãos deslizaram pelo couro do sofá fazendo com que ela voltasse a encontrar seu rosto, como Silas não havia se movido o acontecimento foi o mesmo, no entanto, desta vez fora ape
Eram oito e trinta, Emmy aumentou os olhos, surpresa por ter dormido muito, há esta hora já devia estar em seu apartamento fazendo qualquer coisa, ou mesmo procurando um novo emprego. Com isso ela pôs os pés para fora da cama, penteou os cabelos com os dedos e olhou sua aparência através da tela do celular. Seu rosto não estava amassado, ou coisa parecida, ela esperaria para lavar seu rosto em casa, queria sair dali o mais rápido possível, então pegou sua bolsa de colo pondo o celular ali, a fechando em seguida. Caminhou até a porta abrindo rapidamente. Assim que a porta foi aberta, ela deu de cara com Silas, que estava de cabeça baixa tentando ajustar seu terno ao corpo. Seus cabelos estavam bagunçados o deixando com uma aparência mais relaxada, sua camisa social tinha alguns botões abertos, os quais revelavam um pouco do seu peitoral definido. A gravata que antes estava perfeitamente posta um pouco abaixo da gola da camisa, agora não existia. Sentindo seu olhar ele levantou a cabeç
Silas soltou uma risada anasalada antes de pôr seu suco. Emmy optou por suco de maracujá com bolo de leite, talvez assim ela se sentisse calma perto daquele homem influente em todos os sentidos. Para dificultar sua partida rápida, o bolo derretia em sua boca a fazendo querer mais. — Se está tão bom assim, então devo provar. — disse Silas, que não deixou de observá-la.Emmy semicerrou os olhos automaticamente pedindo posse do bolo, fazendo ele sorrir genuíno. Sem se preocupar levantou o braço tirando um pedaço com uma colher, levando a sua boca no segundo momento.Emmy desviou os olhos para se concentrar em qualquer coisa que não fosse ele, mas o mesmo não valia para Silas, cada movimento dela era observado, a colher deslizando para fora de seus lábios carnudos e macios de forma lenta enquanto ela fechava os olhos para apreciar o gosto, seu rosto demonstrando satisfação com o ato, o pedaço derretendo em sua boca.Silas apertou o copo de suco tentando não pensar em nada, apesar de não
— Não. Eu não te entendo. Por que acha que eu ia entender que ele é bonito? Rico eu entendo, mais a outra parte... nem mesmo noivo eu entendo, eu não sou gay Emmy! — falou Jefer sério — Eu sei, eu sei. — suspirou, olhando para os lados para constatar que ninguém os escutava.— Eu tive que passar a noite na cobertura com ele. — confessa, vendo Jefer se alertar. — Não é assim. Ele meio que me enganou. — ela tenta amenizar. — Te convidou para cobertura e te enganou? Como assim? Você não entrou sabendo que estava entrando?! — Jefer ironizou descrente. — Você dificulta minha vida, amigo! — falou séria, tentando contornar a situação que estava causando.— Ele me disse que era apenas para conversarmos depois que eu trocasse de roupa, relaxasse, entende? — Emmy quase implorou no olhar. — E por que você não pediu para ele te levar para casa, relaxava lá e conversava?! — Jefer comentou. — Porque eu não queria que ele soubesse onde moro, eu nem o conheci ainda! — Emmy respondeu de imediato
— Eu sei que está chateada com tudo isso. Mas estaremos aí para conversar se quiser. — tentou confortá-la. — Ah, que horas vocês chegam? — perguntou interessada. — Já estamos de saída. Como sabe, sua mãe acha que pode levar a casa. — gargalhou ele, a relembrando o quanto ela sentia falta de ouvir sua risada. — Isso é ótimo, estarei esperando! — Emmy sentiu-se verdadeiramente feliz.A conversa foi curta, mas a saudade só dobrou de tamanho por saber que em poucos minutos eles estariam a caminho. Emmy desligou a chamada se sentindo boba, havia até esquecido que estava no trem. Guardou o celular no bolso do casaco jeans antes de perceber que estava sendo observado. O cara sentado à sua frente, agora a analisava com curiosidade e interesse.Emmy não pôde se importar, pois notou pela janela do trem que quase perdeu sua parada. Correu para a porta mais próxima assim que o trem parou, devia se apressar agora. O que antes era uma viagem para entrega dos currículos agora era apenas para co
— Não fique tão surpreso. — pediu Adelaide. — Não somos tão exigentes — completou André, o dando um abraço de lado a qual ele quase não retribuiu por ainda sentir-se deslocado.Adelaide quis acompanhar a filha até a cozinha para guardar algumas coisas que haviam trazido. Silas e André ficaram na sala conversando. — Vejo que está bem vestido. Está vindo de alguma reunião importante ou evento? — André perguntou inocente.Silas entendeu todos os significados daquelas palavras, o sentimento de estar deslocado não o abandonou, pois sempre usava aquelas roupas no seu dia a dia, sempre estava resolvendo algo importante. Também se sentiu um pouco envergonhado, o que o surpreendeu, ele não se sentia envergonhado desde a infância quando a Rainha Laís, sua mãe, o pegava aprontando. Isso tudo somente por alguém achar que ele estava dormindo na casa de Emmy? Silas limpou a garganta para disfarçar antes de responder. — Não. Costumo me vestir assim, estou sempre resolvendo coisas importantes.
— Tomara que não seja urgente... — começou seu pai, chamando a atenção dela. — Não tivemos tempo de conhecê-lo de verdade. — terminou mirando bem a filha. Seu pai estava curioso quanto a eles, eram muito diferentes um do outro se fosse considerar a classe social. — É sempre assim. Ele vive trabalhando, a toda hora. — fingi frustração com o fato. — Se continuar assim, se tornará preocupante. — Adelaide deixou vagamente no ar.Sem compreender as palavras da mãe ela fez o prato de Silas, apesar de não saber nada sobre ele, ela contava com a sorte para acertar a mistura dos sabores no seu prato, de forma que não ficasse acoplado uma coisa à outra. Sempre lembrando que ele era um príncipe, alguém da realeza não comeria qualquer coisa, olharia bem para o prato antes de provar, a imagem contava muito, às vezes até mais que o sabor.Assim que ela terminou a preparação do seu prato pôde se sentir relaxada, sem querer demonstrar a pressão que estava sob ela, naquele simples ato. — Algum pr
Ambas as mulheres tinham suas atenções voltadas para ele. — Mulheres demoram para se sentirem mais belas, mesmo que já sejam. — disse o pai de Emmy, fazendo-a abrir um sorriso bonito assim como sua mãe pelo elogio. Mas serviu para o propósito logo depois. Eram seis e trinta quando a campainha soou pela terceira vez aquele dia. Emmy se apressou em descer para não atrasar os pais.— Alguns segundos, atrasada. — falou André olhando a hora no relógio de pulso. Ele tentava a todo custo não estragar a felicidade da filha por mostrar o quanto seria difícil manter seu relacionamento com um príncipe, queria apenas a felicidade dela.— Pai! — Emmy o chamou frustrada.Silas olhou-a por inteiro. Ela trajava um vestido rosa púrpura de alças grossas com o comprimento acima dos joelhos, o tecido abraçava sua cintura fina, destacando seu quadril e busto que tinha um decote canoa na frente, chamando atenção para sua pele exposta.Silas limpou a garganta quando notou que Emmy atuava novamente como