Tudo em apenas uma noite.

— Eu não ligo! — Emmy fingiu não se importar, continuando onde havia parado. 

As pontas de seus dedos foram de encontro com o anel, estava preste a desliza-lo para fora de seu anelar, quando ouviu novamente a voz de Silas.

  — Eu deixarei de ser sócio de Bayrec, e todos eles perderão o emprego. A empresa vai à ruína. — Silas estava sério.

Não estava feliz com aquilo, mas não queria casar com alguém que sua mãe escolhesse para ele, como nos séculos passados, por mais que achasse que seu método não fosse agradável, que não houvesse alguém como ela para o fazer perder uma aposta, considerava agora a melhor opção.

Emmy levantou a cabeça para encontrar seus olhos. Ele não estava mentindo ou mesmo blefando, afinal, ele poderia fazer aquilo, tinha todo poder que precisava. Sua mão se afastou daquela em que o anel decorava seu dedo no momento seguinte, ele havia seguido o gesto, se entreolharam por alguns minutos, ambos permaneceram em silêncio enquanto pareciam vasculhar a alma um do outro através de seus olhos.

Finalmente Emmy desviou os olhos dos dele, trocando para o motorista que permanecia concentrado no seu trabalho. Ela enrijeceu um pouco quando pensou sobre seu casamento com um completo desconhecido, que supostamente era um príncipe de verdade.

  

“Como isso pôde acontecer comigo? Em um dia normal de trabalho essa bagunça se instala na minha vida. E eu caí nela como um peixe cai em uma rede em alto mar.” Ela pensou, pressionado os olhos por alguns segundos.

Silas não era o único culpado, afinal, não sabia quem tinha tido a brilhante ideia de fazer uma aposta. Mas acreditava que fosse obra de Bayrec, pois era aquele que mais ganharia.

Sentia-se como se estivesse sendo vendida e nada poderia fazer para contornar a situação, a não ser destruir a vida de dezenas de pessoas, ao qual ela viu quão grande foram os seus esforços para chegar onde estavam e permanecer de pé.

 "Para que adiar o inevitável?" Pensou consigo mesma.

 — Tudo bem. Eu me casarei com você! — Emmy olhou novamente dentro de seus olhos azuis, que já a observava antes, por motivo desconhecido.

O carro parou em frente a um hotel luxuoso, Emmy não perguntou. Afinal, ela tinha que conhecer o seu noivo antes de tudo. Antes que Silas fizesse qualquer coisa ela sai do carro, sem esperar nem mesmo o motorista abrir a porta para ela. Encarou o grande hotel com uma entrada luxuosa, mais de vinte andares e seguranças dos dois lados da porta de vidro bem iluminada.

 — Por que me trouxe aqui? — perguntou Emmy, segurando os lados do vestido enquanto se aproximava da calçada, Silas segurava a sacola com suas coisas.

  — Venha! — a chamou, oferecendo o braço desocupado a ela.

— Se não vai me dizer, eu apenas agradeço, mas não preciso disto! — disse decidida, olhando no fundo de seus olhos, como se o enfrentasse.

Emmy não se sentia confortável em andar de braços entrelaçados com um completo estranho, era um noivo que ganhara de bandeja, parecia rápido demais. Silas baixou o braço.

  — Pois bem, então me acompanhe! — ele respeitou sem nenhuma objeção.

Emmy apenas concordou o acompanhando, ele não representava perigo, então, não via mal algum em conhecê-lo. Assim que ela entrou acompanhando Silas, as atenções de todos se voltaram para eles, alguns murmúrios foram ouvidos, Emmy fingia não ligar para tudo aquilo, talvez assim ela conseguisse sobreviver mais aquele dia.

Sillas entrou no elevador vazio apesar de haver pessoas esperando por ele também, mas ninguém se atreveu a entrar, a não ser Emmy e um homem alto vestido de preto com um ponto no ouvido direito, seria ele seu segurança?

Aqueles que ficaram fora cochichavam a todo momento, se perguntando se ela era uma princesa por causa das roupas, até as portas se fecharem silenciando o ambiente em que eles estavam. Silas havia apertado o botão da cobertura, Emmy mordeu as bochechas já se sentindo deslocada, contudo, ela não havia ido tão longe para retirar sua máscara assim tão fácil, devia seguir com a farsa de durona a todo custo.

Assim que o elevador abriu Emmy teve que apertar os lábios para não fazer um grande "O" com a boca e não passar por ridícula. O Hall era maior que seu apartamento, os móveis caros o suficiente para apenas um deles pagar um ano de seu aluguel, o chão brilhava apesar da cor acinzentada, a escada um pouco mais ao fundo era um branco intenso com o corrimão de vidro. Emmy não teve coragem de dizer uma só palavra sobre a maravilha que era seu espaço, a partir daí apenas observou.

 — Venha, troque de roupa, relaxe e depois conversamos com calma. — a atriz pensou ser razoável.

 Silas subiu as escadas depois que notou que Emmy esperava para segui-lo. Ela não parecia confiar muito, o julgamento não cabia a ele, mas gostava de saber que ela não confiava em todos facilmente.

Ele parou em frente a uma porta no início do corredor, havia apenas duas portas demonstrando que o espaço dentro deles seria imenso.

 — Pode ficar aqui! — ele diz, antes de devolver a sacola com suas coisas, deixando-a sozinha, mostrando que não invadiria seu espaço.

Sem perder tempo entrou no quarto; era imenso, como ela havia imaginado. Havia um sofá de quatro lugares, uma poltrona moderna, uma mesinha, uma repartição com livros, dentre outros objetos que Emmy não deu muita atenção. Também havia uma enorme cama com uma magnífica colcha de cor vinho, no centro quarto um tapete da cor cinza. No meio da parede havia as grandes portas de vidros que dava para a sacada com cortinas brancas ao fundo, do lado esquerdo tinha outra porta, ao lado direito estava a repartição do closet e o banheiro ao qual seria o único que ela conhecia naquela ocasião, para tomar um banho e relaxar um pouco. 

  Colocou a sacola na cama enquanto tirava os saltos, para em seguida se livrar do vestido.

Emmy retirou a tiara da cabeça desmanchando o coque, seus cabelos castanhos claros caem como cascatas em suas costas, sentiu-se livre, sorriu e se dirigiu ao banheiro luxuoso de um quarto à altura.

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