14.

O céu ainda era escuro quando Lilly despertou. A luz tênue da manhã filtrava-se pelas cortinas de seu quarto, mas ela já estava desperta há algum tempo, os olhos abertos, encarando o teto. A ligação da noite anterior ainda ecoava em sua mente. Cada palavra, cada tom de voz do outro lado da linha havia deixado uma marca. Sua mãe estava desesperada — as dívidas estavam se acumulando, e o seguro de vida do pai, inexistente, não aliviaria a situação.

Lilly se sentia como um nó mal amarrado: presa entre o passado e o presente, entre a família e a nova vida que estava construindo com esforço. Era jovem, sonhadora, mas agora o peso da realidade lhe dobrava os ombros.

Levantou-se com o rosto sério e foi até o banheiro, onde lavou o rosto com água fria. Precisava manter a compostura, especialmente diante de Emily. A menina não merecia mais preocupações.

Desceu para a cozinha e encontrou a governanta organizando a mesa do café. Sorriu para ela, como se estivesse tudo bem. Era uma máscara que já
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