6.

James chegou cedo ao escritório, como sempre. Seu dia começou com uma reunião de diretoria, onde discutiam novas estratégias para expandir o mercado internacional da empresa. Como CEO da Carter Pharmaceuticals, sua presença era indispensável em cada decisão importante. Ele analisava relatórios, revisava contratos e respondia a e-mails, mantendo-se totalmente focado no trabalho. Ou, pelo menos, tentava.

De tempos em tempos, sua mente vagava para a imagem de Lilly. O jeito que ela sorria para Emily, a forma como sua voz suave preenchia os espaços da casa. Era irritante perceber que uma simples funcionária estava conseguindo invadir seus pensamentos dessa maneira.

— James, você tá me ouvindo? — A voz de Fabrício o tirou de seus devaneios.

James piscou e voltou a atenção para seu amigo e sócio, que o olhava com uma sobrancelha arqueada.

— Sim, claro. Você estava falando sobre a campanha do novo medicamento. — Ele tentou retomar o foco.

— Na verdade, eu estava perguntando se você quer almoçar fora hoje. Mas é bom saber que sua mente tá em outro planeta. — Fabrício riu, pegando seu paletó. — Vamos, cara. Você precisa respirar um pouco.

James suspirou, mas aceitou. Uma pausa seria bem-vinda.

Os dois foram a um restaurante sofisticado próximo ao prédio da empresa. Enquanto esperavam os pedidos, Fabrício começou a contar suas últimas aventuras, como sempre fazia. Ele era mais novo que James e levava uma vida bem diferente, cheia de festas, viagens e romances passageiros.

— E então, eu disse a ela que não estava pronto para algo sério. — Fabrício gesticulou, animado. — E sabe o que ela respondeu? “Nem eu, só queria um jantar grátis.”

James soltou um pequeno sorriso, mas não comentou.

— Você deveria se divertir mais, cara. A vida não é só trabalho e obrigações. — Fabrício tomou um gole de sua bebida e o observou com atenção. — Quando foi a última vez que você saiu com alguém? Quero dizer… realmente saiu?

James ajeitou a postura e suspirou.

— Você sabe que isso não faz parte da minha vida mais, Fabrício. Desde Suzana…

— Eu sei. — O amigo concordou, mas não desistiu. — Mas já se passaram anos. Você ainda pensa nela o tempo todo?

James desviou o olhar para a janela. Sim, ele pensava. Suzana tinha sido tudo para ele, e a ideia de seguir em frente parecia quase uma traição à sua memória.

— Nunca consegui pensar em outra mulher da mesma forma. — admitiu, por fim. — Meu foco agora é Emily e a empresa. Isso é tudo o que importa.

Fabrício balançou a cabeça, mas não insistiu. Já conhecia bem a teimosia do amigo.

— E a nova babá? — perguntou, mudando de assunto. — Emily gostou dela?

James hesitou por um instante antes de responder.

— Sim, gostou. Ela parece… competente. — disse, de forma objetiva.

Fabrício riu.

— Só isso? Competente?

James o encarou sério.

— Sim. E é exatamente assim que deve permanecer. Ela é uma funcionária, nada mais.

— Certo, certo. — Fabrício ergueu as mãos, rendido. — Mas eu te conheço, James. Se você estiver sendo perturbado por pensamentos sobre ela, melhor lidar com isso logo.

James apertou os lábios. Era exatamente isso que ele não queria admitir. Não queria lidar com nada. A última coisa que precisava era de distrações.

O almoço terminou com assuntos mais leves, e logo estavam de volta à empresa. Enquanto atravessava os corredores de mármore impecável, James repetia para si mesmo: Lilly não era nada além de uma funcionária. E era assim que sempre seria.

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