5.

Lilly ajudou Emily a entrar no banheiro e a menina começou a falar sem parar sobre a escola, os amigos e as atividades que gostava de fazer. Enquanto lavava o cabelo de Emily com cuidado, Lilly ria das histórias exageradas que a garotinha contava.

— E então, a professora disse que meu desenho era o mais bonito! — Emily disse, orgulhosa.

— Aposto que sim! Você parece ser muito talentosa. — Lilly sorriu, enxaguando os fios castanhos da menina.

Depois do banho, Lilly ajudou Emily a se vestir, escolhendo um vestido azul claro e um casaquinho combinando. A menina parecia animada por ter alguém ali para ajudá-la, e Lilly percebeu o quanto Emily sentia falta de uma presença mais próxima no dia a dia.

Quando desceram as escadas, a governanta já as esperava na porta.

— O motorista já está pronto para levá-las. — informou, entregando a mochila de Emily para Lilly.

— Motorista? — Lilly franziu o cenho.

— Sim, o senhor Carter deixou um carro à sua disposição para que possa levar e buscar Emily quando necessário. — A governanta apontou para um carro preto estacionado na entrada, com um motorista à espera.

Lilly piscou algumas vezes, surpresa com a comodidade inesperada. Não estava acostumada com esse tipo de luxo, mas resolveu não questionar. Pegou a mão de Emily e seguiu até o carro.

No caminho até a escola, Emily pediu para que colocassem músicas animadas, e logo as duas estavam cantando e rindo juntas. Lilly percebeu como pequenos momentos como aquele faziam Emily brilhar de felicidade, e isso aqueceu seu coração. Quando chegaram, a menina se despediu com um abraço apertado e correu para encontrar os amigos.

Lilly voltou para casa sentindo-se mais à vontade, e resolveu explorar a mansão um pouco. Os corredores eram extensos e bem decorados, com móveis refinados e quadros de paisagens elegantes. Ao passar por uma sala mais reservada, notou uma estante cheia de porta-retratos. Aproximou-se, curiosa, e viu diversas fotos de família.

James aparecia ao lado de uma mulher linda, de sorriso radiante. Em algumas imagens, ele segurava um bebê – claramente Emily. Era impossível não notar a felicidade estampada em seus olhos. Mas o que mais chamou a atenção de Lilly foi como James parecia completamente diferente do homem frio e distante que ela conhecia agora. Naquelas fotos, ele era alguém apaixonado, realizado.

— Suzana era uma mulher encantadora. — A voz da governanta soou atrás dela, fazendo-a se virar.

— Suzana... — Lilly murmurou, olhando para a foto novamente.

— Esposa do senhor Carter. Emily se parece muito com ela. — A governanta se aproximou e ajeitou um dos porta-retratos. — Eles eram uma família feliz. James a amava profundamente.

Lilly notou a maneira como a governanta falava com um tom nostálgico, quase triste.

— O que aconteceu com ela? — Lilly perguntou, hesitante.

A governanta abriu a boca para responder, mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouviu-se uma chamada vinda de outra parte da casa.

— Preciso ver isso. — ela disse, lançando um olhar rápido para Lilly. — Mas, um dia, talvez você descubra.

E com isso, ela saiu, deixando Lilly sozinha diante das fotografias. Lilly ficou olhando para as imagens por mais alguns minutos, pensando em como aquela família fora tão feliz e em como tudo parecia ter se desfeito com a morte de Suzana.

Ela suspirou, sentindo uma pontada de compaixão por James e Emily. Por trás da frieza de James, havia um homem que já amara intensamente. E agora, Emily crescia sem a presença da mãe e com um pai distante, perdido em seu trabalho.

Decidida, Lilly prometeu a si mesma que faria de tudo para trazer mais alegria para aquela casa novamente.

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