7.

Quando James estacionou o carro na garagem, Emily saltou do banco de trás animada, correndo para dentro de casa. Ele a seguiu com passos mais lentos, sentindo o peso do dia de trabalho ainda sobre seus ombros. Assim que entrou, o cheiro delicioso de comida recém-preparada invadiu seus sentidos, despertando uma sensação de conforto que ele não experimentava há muito tempo.

— Você está cozinhando? — Ele perguntou ao ver Lilly na cozinha, de avental, retirando uma pizza do forno.

Lilly se virou para encará-lo, um sorriso leve nos lábios.

— Sim. Emily disse que adorava pizza caseira, então achei que seria uma boa ideia. Espero que não se importe. — respondeu, colocando a travessa sobre a bancada.

James observou-a por um momento. O avental um pouco sujo de farinha, os cabelos presos de qualquer jeito, o brilho nos olhos ao falar de Emily… Tudo nela parecia transmitir uma calma que ele não estava acostumado a ter em sua casa.

— Desde que não tenha colocado veneno na massa, acho que podemos jantar. — Ele disse com um leve tom de ironia, arrancando uma risada baixa de Lilly.

— Nada disso. Só ingredientes de primeira. — Ela retrucou, divertida.

Emily surgiu na cozinha no mesmo instante, animada.

— Está pronto? Estou morrendo de fome! — A menina exclamou, correndo até a mesa.

Lilly serviu os pedaços de pizza, e os três se sentaram para jantar. A conversa foi leve, principalmente entre Lilly e Emily. A menina contava detalhes do seu dia na escola, falando sobre seus amigos e suas atividades favoritas. James apenas ouvia, apreciando em silêncio a maneira como Lilly conseguia fazer Emily se abrir tão facilmente.

— Lilly, você pode me contar uma história antes de dormir? — Emily pediu, olhando para ela com expectativa.

Lilly sorriu e assentiu.

— Claro, qual você quer ouvir?

— Você pode escolher! Mas quero uma história bonita. — Emily disse, animada.

James olhou para a filha e, por um momento, lembrou-se de Suzana. Era ela quem costumava contar histórias para Emily antes de dormir, a voz doce embalando a menina até que seus olhos pesassem. A lembrança apertou seu peito, mas ele a afastou rapidamente.

— Terminou, Emily? — perguntou, tentando soar neutro.

— Sim! — Ela sorriu e pulou da cadeira. — Vou tomar banho para ouvir minha história!

A menina saiu correndo escada acima, e James se levantou da mesa logo depois.

— Obrigado pelo jantar. — disse a Lilly, antes de se afastar para seu escritório.

Ela apenas sorriu em resposta, começando a limpar a cozinha.

James se jogou na poltrona do escritório, passando as mãos pelo rosto. Sua mente estava inquieta. Lilly não fazia parte dos planos. Sua presença trazia uma leveza que ele não sabia se queria. Ele fechou os olhos por um instante, tentando organizar seus pensamentos.

Quando decidiu ir para seu quarto, sentiu-se impulsionado a verificar Emily. Caminhou silenciosamente até a porta do quarto da filha e a entreabriu com cuidado.

A visão diante dele fez seu coração apertar.

Emily dormia profundamente, abraçada a Lilly, que também cochilava com um livro aberto sobre o colo. As duas respiravam tranquilamente, um quadro de paz que ele há muito não via dentro daquela casa.

Por um breve momento, ele ficou ali parado, observando. O calor no peito era perigoso. Era algo que ele não queria sentir. Algo que ele prometera não permitir novamente.

Sem fazer barulho, fechou a porta devagar e afastou-se. Lilly estava trazendo algo de volta para aquela casa. Algo que ele não sabia se era capaz de aceitar.

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