Capítulo 2
Na mesa de café da manhã.

Rafael perguntou para Ana:

— Cadê a sopa de feijão?

Ana respondeu:

— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?

Rafael repetiu:

— Sopa para o estômago?

Ana explicou:

— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.

Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:

— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.

Ana respondeu:

— Esse pote estava vazio. Só tenho este.

Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:

— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.

Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.

Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava de mau-humor de repente?

Na casa de Patrícia Cardoso.

— Acorde, acorde. — Disse Patrícia.

Júlia rolou na cama sem abrir os olhos e disse:

— Não me perturbe, deixa eu dormir mais um pouco…

Patrícia já fez a maquiagem e está escolhendo uma bolsa:

— Já são quase oito horas. Você não vai voltar para fazer o café da manhã para o Rafael?

Júlia às vezes dormia na casa de Patrícia, mas sempre voltava antes do amanhecer para preparar a sopa para Rafael, que tinha problemas de estômago.

Patrícia ficava sem palavras com isso.

Por que Rafael não pede comida para entrega, se é tão complicado? Está claro que ele tem esses hábitos porque Júlia sempre atendeu a todos os caprichos dele!

Júlia ainda estava deitada:

— Não vou voltar. Terminamos.

Patrícia disse calmamente:

— E quantos dias você vai ficar de fora dessa vez?

Júlia não disse nada.

Patrícia continuou a dizer:

— Então durma à vontade. O café da manhã está na mesa. Eu vou para o trabalho e, à noite, não preciso que você faça minha comida. Ah, e se você for embora, por favor, feche a janela do terraço.

Júlia acordou com fome. Comeu um sanduíche que Patrícia fez e olhando o sol brilhante lá fora, ela não lembrava a última vez que acordou naturalmente.

Após almoçar e trocar de roupa, Júlia foi direto ao banco.

Primeiro, ela sacou o cheque de cinquenta milhões. Sempre é melhor ter o dinheiro na mão.

Depois, foi a outro banco:

— Quero falar com o gerente de relacionamento. Vou depositar dez milhões.

O gerente conseguiu uma taxa de juros decente. Júlia exigiu mais de acabou conseguindo.

Com a mesma estratégia, ela visitou mais dois bancos, depositando dez milhões em cada um, conseguindo taxas de juros cada vez melhores.

Saindo do último banco, ela agora tinha cartões de três bancos, trinta milhões em depósitos e um fundo rotativo de vinte milhões. Uma fortuna!

Ela pensou que foi uma boa separação, afinal.

Ela passou por um salão de beleza movimentado e decidiu entrar. Fez uma assinatura de dois mil reais para ter prioridade no atendimento.

Júlia estava sentada em frente ao espelho, olhando para seus longos cabelos ondulados, ela finalmente se sentiu livre para fazer uma mudança.

A Cabeleireira falou:

— Seu cabelo é lindo, parece de boneca.

Júlia sorriu e pediu:

— Corte curto, alise e pinte de preto, por favor.

Uma boneca pode ser bonita, mas ainda é apenas um brinquedo. Ela não queria mais ser isso.

Ela saiu do salão sentindo-se leve e arejada.

Passou por uma loja de Zara, comprou uma camiseta branca e um jeans, e saiu vestida com eles.

Caminhando, chegou à entrada da Universidade B, onde viu estudantes entrando e saindo de bicicleta sob o sol do entardecer.

Um Estudante falou:

— Victor, aqui! O que todos estão fazendo aqui?

Outro Estudante disse:

— Vamos visitar a Professora Larissa, então…

Victor Carvalho disse:

— Com tanta gente, o hospital não vai deixar todo mundo entrar. Dois representantes do curso de Bioinformática podem ir comigo.

Bioinformática… Professora Larissa…

Júlia se aproximou rapidamente:

— Quem está doente?

Ele gaguejou um pouco ao olhar para a garota limpa:

— A Professora Larissa.

Júlia disse:

— Larissa Neves?

Victor assentiu.

Júlia perguntou em qual hospital ela estava. E ele disse que a Professora estava no Hospital Central.

Victor perguntou:

— Você é de qual curso? Também é aluna da Professora Larissa?

Júlia já estava longe, deixando Victor falando sozinho.

De volta ao apartamento, Júlia não conseguia se acalmar.

A Professora que sempre brigava com ela estava doente agora?

Ela abriu a lista de contatos e encontrou o número de Joana Duarte, mas hesitou em ligar.

Ela tinha abandonado o mestrado para ficar com Rafael, sacrificando sua carreira pela chamada ‘Amor’.

Certamente, a professora estava decepcionada com ela.

Quando Patrícia chegou em casa e viu Júlia, ela ficou surpresa e disse:

— Júlia, você não voltou para casa?

Júlia Ferreira respondeu:

— Está me expulsando?

Patrícia explicou:

— Engraçado, você está aguentando bem desta vez. Da última vez, não durou meia hora antes de voltar correndo quando Rafael ligou.

Júlia não quis dizer mais:

— Tem sopa na panela, sirva-se.

Patrícia foi logo servir uma tigela de sopa, e enquanto tomava, falou:

— Rafael tem sorte de ter alguém que faça sopa para ele todo dia.

Júlia falou:

— Lave a louça depois, vou dormir.

— Você não vai voltar para ele? — Perguntou Patrícia.

Júlia fechou a porta do quarto sem responder.

Na mesma noite, na Vila dos Remédios.

O assistente disse no telefone:

— Sr. Rafael, o banco confirmou que foi a Srta. Ferreira que sacou o cheque de cinquenta milhões hoje ao meio-dia.

Rafael desligou o telefone e olhou para a cidade iluminada.

Ele pensou no que Júlia estava planejando agora?

Se ela pensava que essa era uma forma de reconciliação, estava muito enganada. Ele não voltaria em sua decisão.

Rafael ligou o telefone:

— André, quer sair para beber?

Meia hora depois, Rafael entrou no bar, e André o recebeu com um sorriso:

— Rafa, todos estão aqui, só esperando por você. O que vamos beber hoje?

Rafael entrou sem responder, enquanto André olhava para a porta.

Rafael falou:

— Por que está parado aí?

André perguntou:

— Júlia está no carro?

Rafael franziu a testa.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo