Camila perguntou:— Vendas internacionais?— Sim. Esses dois livros estão no topo das vendas de livros eletrônicos e edições físicas no Sudeste Asiático.Camila ficou atônita:— Não sabia que esses livros tinham sido lançados fora do país…— Fiz uma estimativa. Nos últimos anos, A Arma Letal e A Escola Abandonada geraram, no mínimo, um valor de…Júlia levantou uma mão para indicar.Gustavo chutou:— Meio milhão?— Pai, pense maior.— Cinco milhões?Júlia balançou a cabeça:— Cinquenta milhões? E isso é uma estimativa conservadora.Gustavo arregalou os olhos, sem palavras.Júlia sentou-se ao lado de Camila e segurou sua mão suavemente:— Mãe, sei que você deve estar sentindo muitas coisas agora, mas o passado já ficou para trás. Com o fim desse contrato, esses dez anos de vínculo com a editora Rosália terminaram. O mais importante agora é recuperar o tempo perdido. Sei que mais do que o prejuízo financeiro, o que mais te machuca é ver suas obras esquecidas. Quantos dez anos uma escritor
Esses anos, ela sonhou repetidamente com a possibilidade de suas obras de suspense serem publicadas novamente. Discutiu isso inúmeras vezes com Rosália, que sempre encontrava uma desculpa para evitar o assunto. Agora, de repente, alguém aparece e diz:— Suas obras podem ser publicadas.E mais.Pedro disse com seriedade:— Se você concordar, vamos solicitar o ISBN imediatamente, além de contactar a gráfica e os meios de comunicação para preparar a divulgação. Depois, seguiremos com a diagramação, impressão, publicidade e lançamento. O processo todo deve levar, inicialmente, cerca de dois meses para ser concluído.Ele fez uma pausa antes de continuar:— Quanto aos direitos autorais e a divisão de lucros futuros, pensamos em uma proposta inicial, mas, claro, você pode revisar e dar suas sugestões. Estamos abertos para ajustar conforme necessário.Pedro claramente estava preparado. Os valores oferecidos de royalties e a porcentagem de participação nos lucros eram bem atrativos. Além dis
Júlia e Gustavo estavam sentados no café, do lado de fora da cafeteria, separados por uma parede de vidro. Mesmo sem conseguir ouvir a conversa, dava para notar que Camila passava por uma montanha-russa de emoções. Primeiro estava confusa, depois séria, e por fim, com uma expressão de desculpas. A conversa não parecia estar indo bem.Pedro já estava de pé, pronto para ir embora, quando, de repente, Camila levantou a cabeça e disse algo. Foi como se Pedro tivesse sido aceso por uma fagulha; seu rosto iluminou-se completamente. Ele se sentou de volta e os dois voltaram a conversar.Dessa vez, Camila falava muito mais, e sua expressão, antes hesitante, parecia ganhar uma nova energia.Quando a reunião terminou, Pedro levantou-se novamente e estendeu a mão:— Sra. Camila, que nossa parceria seja um sucesso.Dessa vez, Camila não hesitou. Levantou-se e apertou a mão dele:— Obrigada. Na verdade, se você tivesse mostrado os textos revisados desde o início, a conversa teria sido muito mais t
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava
André perguntou:— Está com dificuldade de encontrar o lugar? Vou sair para ajudar...Notando a expressão nada boa do Rafael, André finalmente se tocou:— Epa! Rafael, Júlia ainda não… voltou, né?Já se passaram mais de três horas.Rafael deu de ombros:— Voltar? Você acha que terminar é brincadeira?Disse isso e passou por ele, sentando-se no sofá.André coçou a cabeça, “ sério mesmo? Será que foi de verdade dessa vez?”Mas logo balançou a cabeça, achando que estava pensando demais.Rafael pode até conseguir terminar de verdade, mas Júlia…Nenhuma mulher no mundo poderia aceitar terminar, mas ela não aceitaria. Isso é um fato reconhecido por todos.Bruno Rocha, sempre gostando de caos, cruzou os braços e sorriu:— Rafa, como você está sozinho? Você disse três horas, agora passou um dia.Rafael sorriu:— Perdi a aposta, qual vai ser a punição?Bruno levantou a sobrancelha: — Hoje vamos mudar o jogo, nada de bebida. Você vai ligar para a Júlia e, na voz mais doce, dizer: Desculpa, eu e
Rafael havia bebido demais na noite passada. André, o provocador, insistira em estender a festa pela madrugada.Quando Rafael finalmente chegou à sua mansão, levado pelo motorista, o céu já estava clareando.Embora estivesse exausto e prestes a desabar na cama, ele se obrigou a tomar um banho rápido. Talvez assim Júlia não brigasse com ele, pensou meio sonolento.Quando acordou, foi a dor que o fez abrir os olhos.Ele segurou o estômago e tentou se levantar da cama.— Estou com dor de estômago! Jú...Ele parou de repente ao perceber que ela não estava lá.Rafael franziu a testa. Bem, parece que ela estava levando a sério dessa vez. Vou ver quanto tempo ela aguentaria, pensou.Mas, onde estava o remédio?Rafael vasculhou a sala inteira, mas não encontrou a caixa de primeiros socorros. Ele ligou para Ana.— O remédio para o estômago? Está na caixa de remédios. — Disse Ana.Rafael sentiu uma pontada de irritação:— E onde está a caixa?Ana respondeu imediatamente:— No armário do quarto,
— Rafael, o que houve?André olhou para o homem bebendo silenciosamente e se aproximou de Bruno.Assim que entrou, Rafael estava com uma cara fechada. A animação da turma diminuiu.— Foi bloqueado, né? — disse Bruno, conhecendo a situação e querendo provocar.Rafael ficou ainda mais irritado ao ouvir isso.Ele bateu o copo na mesa de vidro, afrouxando o colarinho da camisa com uma mão, mostrando impaciência.Rafael disse com raiva:— Já falei para não mencionar ela. Não entenderam?Bruno não disse mais nada.O ambiente ficou tenso, quem estava cantando parou e os outros ficaram em silêncio, sem coragem de falar.André se engasgou com a bebida. Júlia estava falando sério dessa vez?Lucas Santos, um pouco bêbado, perguntou baixinho a André:— A Júlia voltou?André balançou a cabeça, sem coragem de falar a verdade, apenas murmurando que não sabia.Lucas entendeu que Júlia ainda não voltou.O barman trouxe mais bebida, e alguém sugeriu:— Vamos jogar Verdade ou Desafio?Todos entenderam a