Capítulo 5
— Rafael, o que houve?

André olhou para o homem bebendo silenciosamente e se aproximou de Bruno.

Assim que entrou, Rafael estava com uma cara fechada. A animação da turma diminuiu.

— Foi bloqueado, né? — disse Bruno, conhecendo a situação e querendo provocar.

Rafael ficou ainda mais irritado ao ouvir isso.

Ele bateu o copo na mesa de vidro, afrouxando o colarinho da camisa com uma mão, mostrando impaciência.

Rafael disse com raiva:

— Já falei para não mencionar ela. Não entenderam?

Bruno não disse mais nada.

O ambiente ficou tenso, quem estava cantando parou e os outros ficaram em silêncio, sem coragem de falar.

André se engasgou com a bebida. Júlia estava falando sério dessa vez?

Lucas Santos, um pouco bêbado, perguntou baixinho a André:

— A Júlia voltou?

André balançou a cabeça, sem coragem de falar a verdade, apenas murmurando que não sabia.

Lucas entendeu que Júlia ainda não voltou.

O barman trouxe mais bebida, e alguém sugeriu:

— Vamos jogar Verdade ou Desafio?

Todos entenderam a intenção de aliviar a tensão e se animaram para o jogo.

Alguém falou:

— Desafio é ótimo, adoro!

Uma mulher entrou na sala.

Ela foi empurrada para sentar-se ao lado de Rafael. Ela era a mais requisitada do lugar, e não era a primeira vez que acompanhava Rafael.

Ela falou suavemente:

— Rafael…

E Rafael se levantou rapidamente, sem interesse:

— Divirtam-se, vou embora.

Deixou todos surpresos, especialmente a mulher que perdeu a chance de uma noite lucrativa.

Fora do bar, o motorista perguntou a Rafael para onde ir.

Após beber duas taças de conhaque, ele estava tonto. Lembrou-se da casa vazia e disse:

— Para a empresa.

Eram dez da noite, e o assistente estava prestes a sair quando viu Rafael sair do elevador.

Ele ficou surpreso:

— Sr. Rafael, o que faz aqui?

O espanto do assistente deixou Rafael ainda mais irritado.

Normalmente, a essa hora, Júlia o lembrava de ir para a cama cedo, se ele recusasse, ela brincava até ele ceder.

Rafael perguntou ao assistente:

— Você está indo embora?

— Sim, o senhor precisa de algo?

Rafael ia dizer que não, mas com o estômago doendo, ele mudou de ideia:

— Me arrume uma sopa.

Após pensar, acrescentou:

— Do melhor restaurante.

O assistente foi rápido, em vinte minutos trouxe a sopa.

Mas quando Rafael a abriu, franziu a testa e perguntou:

— Sopa de Mariscos?

O assistente respondeu que Figueira Rubaiyat é famosa por Sopa de Mariscos.

A Sopa de Mariscos era cheirosa e saborosa, mas depois de algumas colheradas, ele perdeu o apetite.

Rafael começou a sentir falta da sopa de Júlia.

Ele estava obcecado!

De volta ao apartamento depois do hospital.

Júlia acendeu a luz e ouviu gemidos. Lá estava Patrícia, estava vestida com uma camisola de seda sexy, aos beijos com um homem no sofá.

As mãos da Patrícia percorriam os músculos definidos do homem, enquanto os dois se beijavam intensamente.

Os dois estavam ocupados trocando beijos, e as marcas no pescoço dela eram bem visíveis. O clima estava bem quente, cheio de tensão e intimidade.

Quando a luz acendeu, Patrícia piscou, ficou meio confusa, e parou de beijar o homem.

Ela disse:

— Oi, Júlia, já voltou.

Júlia disse com um pouco de vergonha:

— Ah, sim… coloquem as roupas de volta, por favor.

Ela suspirou. Talvez não fosse mais conveniente morar com Patrícia. Mesmo entre amigas, a privacidade era importante.

Sem se importar com o que estava acontecendo, Patrícia ajustou as alças do pijama, vestiu o casaco e jogou o casaco do homem nele.

Com um sorriso, o homem, que ainda tinha marcas de beijos, levantou-se e disse:

— Oi, Júlia, boa noite.

Júlia respondeu conscientemente:

— Oi, Kevin.

O rapaz sorriu e foi para o quarto.

Patrícia serviu-se de um vinho, saboreando o gosto, e corrigiu o erro de Júlia:

— Esse é Steven, não Kevin.

Júlia revirou os olhos.

Patrícia notou os olhos vermelhos de Júlia e perguntou:

— Por que chegou tão tarde? Você chorou?

Júlia serviu-se de água morna, distraída:

— Fui visitar a professora Larissa no hospital.

Patrícia estudou na faculdade com Júlia e foi aluna da professora Larissa, então sabia da situação.

Ela olhou para Júlia, começando a falar, mas hesitou.

Larissa sempre favoreceu Júlia na faculdade, dando-lhe projetos e até ajudando com a dissertação, mesmo não sendo sua orientadora oficial.

Seguindo o plano da professora Larissa, se tudo corresse bem, em cinco anos Júlia se tornaria a mais jovem doutora em ciências biológicas do país.

Júlia tinha um futuro brilhante na ciência, mas decidiu largar tudo, algo que Patrícia nunca entendeu.

— Ouvi dizer que a professora está bem doente. Como ela está depois da cirurgia? — Perguntou Patrícia.

Júlia balançou a cabeça.

Patrícia riu:

— Você foi visitar e não sabe nada sobre a saúde dela?

— Eu não entrei.

Patrícia provocou, não resistindo:

— Tão medrosa assim?

Júlia piscou os olhos e ficou em silêncio.

Patrícia percebeu e lembrou-se dos alimentos que Júlia levou pela manhã, provavelmente para a professora.

Ela continuou perguntando a Júlia:

— Você vai continuar assim?

Júlia sempre foi decidida, mas agora parecia assustada demais para enfrentar Larissa.

Júlia disse com mais clareza:

— Eventualmente vou ter que vê-la. Algumas pessoas e situações não se resolvem fugindo. Patrícia, vem comigo visitar a professora?

Patrícia perguntou:

— O que você quer fazer?
Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo