Chegamos ao fim da história de Jade e Henrique. Agradeço a todos que chegaram até aqui. Deus abençoe a todos. Outubro 2024
Jade estava em seu quarto arrumando uma pequena mala, pensou que esse dia fosse demorar mais a chegar, mas ali estava ela, se preparando para voltar para a cidade de onde saiu prometendo a si mesma nunca mais voltar. Ela guarda as roupas com cuidado e calma, não estava com pressa, tudo o que mais queria é que as horas demorassem a passar e que ela não precisasse voltar para uma cidade onde só lhe trazia más recordações. Jade suspira desanimada guardando a última peça de roupa na bagagem e depois disso ela fecha a mala. Ela se senta na cama e permite que a sua memória volte ao passado, mesmo que esse passado ainda a fizesse sofrer. Quatro anos haviam se passado desde que ela pegou um ônibus e foi para outro estado, acreditando que a distância a fizesse esquecer de acontecimentos que quase a destruíram, mas ali estava ela, revivendo em pensamentos toda aquela dor. Saber que o seu pai era quem a obrigava a voltar, a fazia se sentir ainda mais revoltada pois, foi perda de tempo deix
Depois de dar um beijo no filho, Jade volta para o seu quarto, ela já estava com tudo organizado, havia feito um planejamento e sabia exatamente o que iria fazer e como. Decidida a ficar apenas o tempo necessário para resolver as questões inadiaveis, levava pouca coisa, se tudo corresse como planejado logo estaria de volta. Seus planos era colocar a casa e o apartamento que lhe foi deixado à venda, os imóveis alugados continuariam alugados, quanto as ações da empresa estava disposta a vender e, se ninguém se interessasse em comprar, seria capaz de fazer uma doação, apenas para se livrar de algo que a ligasse a Henrique. Aguiar, seu pai, não apenas assumia um cargo importante na empresa, mas era um dos acionistas da empresa de Henrique, por isso ela foi convocada para uma assembleia geral, e nessa assembleia ela ofereceria as suas ações. Na verdade, Jade torcia para que alguém a procurasse antes, e lhe fisesse uma proposta, as venderia por qualquer valor, o importante era se livrar
Usando todas as economias que tinha, Jade decidiu mudar de cidade, optando por morar em outro estado, não queria correr o risco de Henrique encontrá-la, isso é, se ele a procurasse, já que estaria ocupado com a filha recém nascida e a amante de resguardo, assim ela pensou na época. Decidiu recomeçar do zero, disposta encontrar um trabalho tão bom ou um cargo melhor do que o que ocupava antes, mas ao descobrir a gravidez pensou ser difícil conseguir um emprego formal, por isso, Jade decidiu por em prática o que tinha aprendido nos anos que morou com a sua avó, costurar. Aos poucos ela conseguiu montar uma pequena confecção que crescia gradativamente, e atualmente a sua marca lhe dava uma boa lucratividade. Na manhã seguinte, depois de passar quase toda a noite em claro, Jade acorda com alguém em sua cama, fazendo festa. — Mamãe, é hoje que vamu viaja? — Nicolas pergunta animado.— Hummmm... ainda não está na hora de acordar rapazinho.— Tá sim mamãe, eu já domi muito e a mamãe tamb
Henrique percebe o nervosismo de Camila e decide investigar mais um pouco, tentando descobrir ser Jade a pessoa com quem ela falava ao telefone.— Essa sua amiga é a médica que vai te atender? — Ela o olha sem saber o que responde — Disse ontem que precisava sair mais cedo hoje para ir a uma consulta, eu escutei você falando com alguém, mas como ouvi você falando agora ao telefone que vai buscar alguém no aeroporto, me pergunto se é a médica — Por todo esse questionamento Camila não esperava. — Não... não — Camila arruma as coisas de sua mesa visivelmente nervosa — Essa minha amiga está vindo passar alguns dias comigo, como ela não é daqui, vou buscá-la no aeroporto e ela irá comigo na consulta, é só isso — Camila tenta ser o mais natural possível.— Você sempre foi péssima em mentir — Henrique ajeita a manga do paletó — Traga a declaração do médico amanhã, eu mesmo quero ver.— Sim senhor — Camila responde revirando os olhos, sem se preocupar de não ter nenhuma declaração para apre
Quando Henrique conheceu Sofia, ela lhe ofereceu tudo que ele gostava entre quatro paredes, mas ouvir ela dizer que Jade não sabia o agradar na cama o deixou irado, pois não era verdade, Jade era perfeita demais para ele, foi isso que ele constatou quando se viu sem ela. Depois de quatro longos anos ele ainda pensava em Jade, sentia uma imensa saudade daquela que soube o conquistar com o seu jeito simples e inseguro. Sentia a falta dela em tudo o que faziam juntos, como jantar aos risos, passear de mãos dadas, dançarem colados, mesmo quando era só os dois eles dançavam em um clima bem romântico. Sentia falta da respiração dela em seu pescoço quando dormiam juntos e a falta dela pela manhã quando ele dormia em seu apartamento, ou ela no dele. Nunca pensou sentir tanta a falta de alguém, e era muito dificil continuar sem ela, era como se lhe faltasse algo, e o que mais lhe doía era saber ter sido ele quem a fez ir embora. Henrique sonhava reencontrá-la para lhe pedir perdão e lhe
Henrique permanecia em sua sala, andando de um lado para o outro, atormentado pelas lembranças do passado e com a possibilidade de ser Jade a amiga com quem Camila falava ao telefone e que estava chegando. Depois de um tempo sem conseguir se concentrar no trabalho e se sentindo angustiado com a sua desconfiança, Henrique decide dar uma de detetive, primeiro ele liga para o setor onde Camila trabalhava e descobre que ela estava saindo para o almoço. Em uma atitude impensada ele também sai, cancelando todos os seus compromissos na parte da tarde. Decidido a descobrir quem era a tal amiga, Henrique resolve seguir Camila, mas iria de taxi, qualquer taxista a seguiria de perto por um bom dinheiro, e assim aconteceu, até ele ser deixado no aeroporto. Ele demora um pouco para encontrá-la entre as pessoas, mas ao vê-la de longe se mantém atento, ela estava sentada despreocupada e ele a observa com cuidado para não ser visto e nem perdê-la de vista. Quase uma hora depois ele a vê falando
Elas vão embora rindo de qualquer coisa, como se a vida fosse só flores. Não era a primeira vez que Jade voltava a cidade, ela tinha ido ao enterro do pai, mas preferiu assistir a cerimônia de longe, de que adiantava ir no velório dele se quando ele estava vivo ela nunca aceitou falar com ele? Esse foi o motivo de preferir que todos acreditassem que ela não tinha ido. Ela não ficou na cidade, preferiu ir embora no mesmo dia e voltar quando se sentisse mais confortável. — Eu as vezes penso em como seria se eu aceitasse falar com ele, mas me sentia traindo a memória da minha mãe, quando pensava nessa possibilidade — Jade confessa a amiga quando já estavam no apartamento de Camila. — Jade, eu acho que você deveria ter dado uma chance ao seu pai, eu confesso que gostava muito do senhor Aguiar. — Agora é tarde, mas eu não me arrependo, eu sei o quanto a minha mãe foi infeliz. — Como eu já te disse antes, seu pai era uma boa pessoa, eu não conheci a sua mãe, mas o seu pai sim, e se q
No dia marcado para a assembleia geral na empresa de Henrique, Jade se arruma com esmero, queria estar confiante e segura ao enfrentar aquele que pensou nunca mais ver. Ela tinha escolhido a dedo o vestido que usava, não queria que as pessoas pensassem que a velha Jade ainda existia. Todos que ela conhecia estariam presentes, inclusive o senhor Jaime, pai de Henrique, que sempre a elogiou por sua dedicação ao trabalho, nunca duvidando de sua capacidade de crescer profissionalmente. Jade havia acordado cedo, para que antes de se arrumar pudesse deixar Nicolas no hotelzinho, que tinha lhe garantido dar a ele os alimentos que ele precisava comer. Ao voltar para o apartamento Jade tomou um banho demorado, e depois de secar os cabelos ela vestiu o vestido que ela mesma havia confeccionado, era preto, justo e com uma fenda na frente, era de mangas, mas com um detalhe, um dos ombros ficava a mostra, tendo um detalhe na manga. Nos pés, uma sandália altíssima na cor vinho, e se preocupou ta