Capítulo 6

Henrique permanecia em sua sala, andando de um lado para o outro, atormentado pelas lembranças do passado e com a possibilidade de ser Jade a amiga com quem Camila falava ao telefone e que estava chegando.

Depois de um tempo sem conseguir se concentrar no trabalho e se sentindo angustiado com a sua desconfiança, Henrique decide dar uma de detetive, primeiro ele liga para o setor onde Camila trabalhava e descobre que ela estava saindo para o almoço. Em uma atitude impensada ele também sai, cancelando todos os seus compromissos na parte da tarde.

Decidido a descobrir quem era a tal amiga, Henrique resolve seguir Camila, mas iria de taxi, qualquer taxista a seguiria de perto por um bom dinheiro, e assim aconteceu, até ele ser deixado no aeroporto. Ele demora um pouco para encontrá-la entre as pessoas, mas ao vê-la de longe se mantém atento, ela estava sentada despreocupada e ele a observa com cuidado para não ser visto e nem perdê-la de vista.

Quase uma hora depois ele a vê falando ao telefone e sorrindo andando a passos rápidos para a portão de desembarque, e de longe Henrique a segue.

Henrique estava se sentindo um idiota, mas já que estava ali, iria ver quem era a pessoa. Não demora ele vê aquela a quem descobriu amar, nessa hora o seu coração dispara de um jeito que ele nunca imaginou, sua vontade era correr até Jade e a abraçar bem forte, a saudade era tanta que chegava doer.

Jade estava diferente, porém ainda mais linda. Ela sorria como se estivesse feliz e talvez estivesse por estar longe dele. Os seus olhos estavam fixo na mulher que amava, mas os seus olhos são atraídos para outra pessoa, e nessa hora ele sente as batidas do se coração falharem. Camila pega no colo um garotinho e o enche de beijos, ele sorri para ela, agarrado ao seu pescoço.

Henrique fica paralisado vendo a cena, ele vê Jade se aproximar e abraçar a amiga, com a criança entre elas, Jade fala alguma coisa para a criança que nega com a cabeça se agarrando ainda mais ao pescoço de Camila.

Teria Jade se casado? Ele se pergunta sentindo um incômodo com esse pensamento, mas a criança era praticamente do tamanho de Eduarda, e uma coisa que ele não podia negar, a criança se parecia com ele. Seria aquela criança seu filho?

Sem saber o que pensar, e sentindo uma angústia o sufocar, fazendo com que sentisse até mesmo falta de ar, Henrique decide ir para casa dos seus pais, mas antes de se afastar, consegue tirar uma foto da criança.

— O que foi Henrique, onde você vai? — A mãe dele pergunta ao vê-lo entrar em casa e subir correndo as escadas.

— Ao meu quarto — Henrique ainda responde antes de chegar aos último degraus.

Chegando no seu antigo quarto ele procura pelas fotos dele quando criança e não demora a encontrar uma que o fazia lembrar aquela criança. Ele abre a imagem e faz uma comparação, era incrível como nas duas fotos parecia ser a mesma criança.

— Não é possível, não pode ser — Sussurra para ele mesmo.

Henrique sente um misto de emoção. Ele e Jade tiveram um filho, um filho. Henrique olha mais uma vez a foto da criança, com certeza aquele menininho era seu filho, ele pensa e sorri, mas logo deixa o sorriso morrer ao pensar que Jade passou toda a gravidez sozinha, ele não estava com ela nem mesmo quando o bebê nasceu. O seu filho estava sendo criado sem pai e isso por sua culpa. Se antes ele se condenava, agora se achava caso perdido, de tão mal que se sentia.

— O que eu fiz da minha vida? Que espécie de homem eu fui? Como eu pude fazer isso com Jade? Como eu pude ter sido tão desprezível — Henrique se condena, sentindo vergonha de encarar o próprio filho.

Por sua vez, Camila no aeroporto fez festa ao ter o afilhado com ela, ela o agarrou tanto e beijou que o fez gargalhar.

— Filho, você está pesado, vamos andando.

— Vô colo da dinda — Ele responde depois de negar com a cabeça e se agarrar ao pescoço de Camila.

— É claro que você vai no colo da dinda, hoje você é só meu — Camila lhe faz cócegas o fazendo se contorcer de rir em seu colo

— Preciso dar almoço a Nicolas, ele só comeu uma maçã e bebeu um pouco de suco depois do café da manhã.

— Vamos almoçar antes de irmos para casa, você sabe, lá em casa as panelas estão sempre guardadas, sabe como eu gosto de cozinhar.

— Então vamos, pois ele não pode ficar muito tempo sem se alimentar.

O almoço foi divertido, Jade preparou o prato de Nicolas com feijão, arroz brócolis e bife que ela já colocou cortadinho para ele. Sob o olhar da mãe, Nicolas comeu toda a refeição, sorrindo ao final para ganhar um beijo como a mãe fazia sempre que ele comia tudo.

— Mamãe, banheru — Pela carinha, Jade sabia o que ele queria fazer.

— Sua dinda vai te levar e te limpar, hoje você é só dela. Aqui está a bolsa dele, tem lenço umedecido — Camila olha para Jade com os olhos arregalados, a fazendo rir — Tô brincando — Jade continua rindo se pondo de pé com a bolsa — Vamos filho.

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