Henrique permanecia em sua sala, andando de um lado para o outro, atormentado pelas lembranças do passado e com a possibilidade de ser Jade a amiga com quem Camila falava ao telefone e que estava chegando.
Depois de um tempo sem conseguir se concentrar no trabalho e se sentindo angustiado com a sua desconfiança, Henrique decide dar uma de detetive, primeiro ele liga para o setor onde Camila trabalhava e descobre que ela estava saindo para o almoço. Em uma atitude impensada ele também sai, cancelando todos os seus compromissos na parte da tarde. Decidido a descobrir quem era a tal amiga, Henrique resolve seguir Camila, mas iria de taxi, qualquer taxista a seguiria de perto por um bom dinheiro, e assim aconteceu, até ele ser deixado no aeroporto. Ele demora um pouco para encontrá-la entre as pessoas, mas ao vê-la de longe se mantém atento, ela estava sentada despreocupada e ele a observa com cuidado para não ser visto e nem perdê-la de vista. Quase uma hora depois ele a vê falando ao telefone e sorrindo andando a passos rápidos para a portão de desembarque, e de longe Henrique a segue. Henrique estava se sentindo um idiota, mas já que estava ali, iria ver quem era a pessoa. Não demora ele vê aquela a quem descobriu amar, nessa hora o seu coração dispara de um jeito que ele nunca imaginou, sua vontade era correr até Jade e a abraçar bem forte, a saudade era tanta que chegava doer. Jade estava diferente, porém ainda mais linda. Ela sorria como se estivesse feliz e talvez estivesse por estar longe dele. Os seus olhos estavam fixo na mulher que amava, mas os seus olhos são atraídos para outra pessoa, e nessa hora ele sente as batidas do se coração falharem. Camila pega no colo um garotinho e o enche de beijos, ele sorri para ela, agarrado ao seu pescoço. Henrique fica paralisado vendo a cena, ele vê Jade se aproximar e abraçar a amiga, com a criança entre elas, Jade fala alguma coisa para a criança que nega com a cabeça se agarrando ainda mais ao pescoço de Camila. Teria Jade se casado? Ele se pergunta sentindo um incômodo com esse pensamento, mas a criança era praticamente do tamanho de Eduarda, e uma coisa que ele não podia negar, a criança se parecia com ele. Seria aquela criança seu filho? Sem saber o que pensar, e sentindo uma angústia o sufocar, fazendo com que sentisse até mesmo falta de ar, Henrique decide ir para casa dos seus pais, mas antes de se afastar, consegue tirar uma foto da criança. — O que foi Henrique, onde você vai? — A mãe dele pergunta ao vê-lo entrar em casa e subir correndo as escadas. — Ao meu quarto — Henrique ainda responde antes de chegar aos último degraus. Chegando no seu antigo quarto ele procura pelas fotos dele quando criança e não demora a encontrar uma que o fazia lembrar aquela criança. Ele abre a imagem e faz uma comparação, era incrível como nas duas fotos parecia ser a mesma criança. — Não é possível, não pode ser — Sussurra para ele mesmo. Henrique sente um misto de emoção. Ele e Jade tiveram um filho, um filho. Henrique olha mais uma vez a foto da criança, com certeza aquele menininho era seu filho, ele pensa e sorri, mas logo deixa o sorriso morrer ao pensar que Jade passou toda a gravidez sozinha, ele não estava com ela nem mesmo quando o bebê nasceu. O seu filho estava sendo criado sem pai e isso por sua culpa. Se antes ele se condenava, agora se achava caso perdido, de tão mal que se sentia. — O que eu fiz da minha vida? Que espécie de homem eu fui? Como eu pude fazer isso com Jade? Como eu pude ter sido tão desprezível — Henrique se condena, sentindo vergonha de encarar o próprio filho. Por sua vez, Camila no aeroporto fez festa ao ter o afilhado com ela, ela o agarrou tanto e beijou que o fez gargalhar. — Filho, você está pesado, vamos andando. — Vô colo da dinda — Ele responde depois de negar com a cabeça e se agarrar ao pescoço de Camila. — É claro que você vai no colo da dinda, hoje você é só meu — Camila lhe faz cócegas o fazendo se contorcer de rir em seu colo — Preciso dar almoço a Nicolas, ele só comeu uma maçã e bebeu um pouco de suco depois do café da manhã. — Vamos almoçar antes de irmos para casa, você sabe, lá em casa as panelas estão sempre guardadas, sabe como eu gosto de cozinhar. — Então vamos, pois ele não pode ficar muito tempo sem se alimentar. O almoço foi divertido, Jade preparou o prato de Nicolas com feijão, arroz brócolis e bife que ela já colocou cortadinho para ele. Sob o olhar da mãe, Nicolas comeu toda a refeição, sorrindo ao final para ganhar um beijo como a mãe fazia sempre que ele comia tudo. — Mamãe, banheru — Pela carinha, Jade sabia o que ele queria fazer. — Sua dinda vai te levar e te limpar, hoje você é só dela. Aqui está a bolsa dele, tem lenço umedecido — Camila olha para Jade com os olhos arregalados, a fazendo rir — Tô brincando — Jade continua rindo se pondo de pé com a bolsa — Vamos filho.Elas vão embora rindo de qualquer coisa, como se a vida fosse só flores. Não era a primeira vez que Jade voltava a cidade, ela tinha ido ao enterro do pai, mas preferiu assistir a cerimônia de longe, de que adiantava ir no velório dele se quando ele estava vivo ela nunca aceitou falar com ele? Esse foi o motivo de preferir que todos acreditassem que ela não tinha ido. Ela não ficou na cidade, preferiu ir embora no mesmo dia e voltar quando se sentisse mais confortável. — Eu as vezes penso em como seria se eu aceitasse falar com ele, mas me sentia traindo a memória da minha mãe, quando pensava nessa possibilidade — Jade confessa a amiga quando já estavam no apartamento de Camila. — Jade, eu acho que você deveria ter dado uma chance ao seu pai, eu confesso que gostava muito do senhor Aguiar. — Agora é tarde, mas eu não me arrependo, eu sei o quanto a minha mãe foi infeliz. — Como eu já te disse antes, seu pai era uma boa pessoa, eu não conheci a sua mãe, mas o seu pai sim, e se q
No dia marcado para a assembleia geral na empresa de Henrique, Jade se arruma com esmero, queria estar confiante e segura ao enfrentar aquele que pensou nunca mais ver. Ela tinha escolhido a dedo o vestido que usava, não queria que as pessoas pensassem que a velha Jade ainda existia. Todos que ela conhecia estariam presentes, inclusive o senhor Jaime, pai de Henrique, que sempre a elogiou por sua dedicação ao trabalho, nunca duvidando de sua capacidade de crescer profissionalmente. Jade havia acordado cedo, para que antes de se arrumar pudesse deixar Nicolas no hotelzinho, que tinha lhe garantido dar a ele os alimentos que ele precisava comer. Ao voltar para o apartamento Jade tomou um banho demorado, e depois de secar os cabelos ela vestiu o vestido que ela mesma havia confeccionado, era preto, justo e com uma fenda na frente, era de mangas, mas com um detalhe, um dos ombros ficava a mostra, tendo um detalhe na manga. Nos pés, uma sandália altíssima na cor vinho, e se preocupou ta
Jaime pretendia conversar com Jade a sós, tentaria convencê-la a assumir o cargo que lhe foi oferecido. Tinha ciência que o problema dela era com Henrique, e era compreensivo, afinal quando tudo aconteceu, foi o primeiro a condenar o filho pelo que fez, e as coisas só amenizaram quando ele conheceu Eduarda e Sofia que os conquistou, ele e a esposa. Sofia sempre foi uma jovem alegre, um pouco extravagante, mas eles aprenderam a gostar dela. — Não tenho interesse em ler relatórios de uma empresa a qual não desejo fazer parte — Jade se levanta elegantemente — E se alguém quiser comprar as minha ações é só entrar em contato. Deixarei o meu cartão com a secretária do senhor Henrique — Ao ser tratado por Jade de forma tão formal, tem vontade de dizer que para ela, ele nunca seria o senhor Henrique. — Jade... — Henrique a chama, tentando chamar a sua atenção mas é ignorado. — Tenham um bom dia — Jade sai da sala ignorando os olhares de todos. Ela deixa o cartão com a secretária, dizen
Henrique sem responder, empurra Sofia até a mesa dela dando ordem para que ela pegue a bolsa dela, quando ela faz isso, já um pouco temerosa ele sai a arrastando pelos corredores da empresa, chamando a atenção de todos. Sofia tentava se soltar das garras dele, implorando que ele a soltasse, mas era como se Henrique estivesse cego pelo ódio, ela andava aos tropeços, mas ele pouco se importava. Ele chama o elevador e grita pelos seguranças, que não demoram a aparecer. — Leve esse lixo e a ponha na rua, a partir de hoje ela não põe mais os pés nessa empresa. — Henrique, eu sou a mãe da sua filha, não pode fazer isso comigo — Sofia implorava desesperada — Henrique, me desculpe, mas é que eu fiquei com ciúmes... Henrique, por favor... Quando o elevador chega os seguranças a empurram para dentro, já que Sofia se negava a entrar, enquanto isso, Henrique se mantém parado como uma estátua esperando as portas do elevador se fecharem, seu rosto era feito pedra, sem nenhuma emoção Quand
Henrique não esperava que o seu pai fosse perguntar sobre o assunto, já tinha tido coragem de se abrir com ele, mas daí explicar o que seria BDSM, já era demais. — Pai, não vou entrar em detalhes com o senhor, mas para que possa entender, BDSM são práticas sexuais com uma dose de crueldade e violência, incluindo o sadomasoquismo, dominação e submissão, entre outras práticas, mas tudo o que eu fazia era com a permissão dela, por ela também gostar. — Sofia era uma prostituta? É isso que está me dizendo? — Ela gostar desse tipo de prática não a faz uma prostituta, éramos livres. Sofia era livre para ficar com quem quisesse, nunca me preocupei com isso, não tínhamos sentimentos um pelo outro, como eu disse antes, era apenas sexo. — Você transava com uma pessoa assim sem preservativo? — Eu penso que não, mas preciso confessar que as vezes eu ficava tão alucinado que não posso dar certeza se usava, mas na maioria das vezes com certeza eu usava. — Você realmente estava louco,
Jaime sempre gostou muito de Jade, ele a achava determinada e muito inteligente, nunca recusou um trabalho por achar difícil ou por não se achar capaz, pelo contrário, adorava um desafio. Começou a trabalhar na empresa sem experiência, mas em pouco mais de dois anos seria capaz de assumir o departamento por sua capacidade, mas na época Aguiar, o pai dela, já era o responsável pelo setor. — Como Jade ficou sabendo sobre você e Sofia? — Jaime continua as suas perguntas, queria saber ao máximo sobre a mulher que entrou na vida deles com planos bem traçados. — No dia que Eduarda nasceu eu encontrei Jade no corredor da maternidade. — Eu não sabia disso, coitada de Jade — Jaime se volta para olhar para o filho — Como Jade ficou sabendo do nascimento de Eduarda? — Eu não sei, talvez ela tenha me seguido, já que estávamos jantando e eu a deixei sozinha no restaurante para ir acompanhar o parto de Eduarda, queria cumprir minha promessa. — Confesso que pensei que você fosse mais inte
Henrique naquela noite usou a sua própria gravata para amarrar as mãos de Sofia na grade da cama, a fazendo sorrir o olhando com os olhos de pura luxúria. Mesmo sem ele a tocar, ela se contorcia gemendo sem pudor, lhe abrindo bem as pernas o fazendo morder os lábios de tanta excitação, ela demonstrava estar se deliciando por estar presa e nua na presença de um desconhecido. Ao sentir os dedos dele em sua intimidade ela pede por mais, mas ele a manda permanecer em silêncio, e assim ela faz, apenas se deliciando com aqueles dedos dentro dela.Quando lhe acariciou os seios, fez questão de lhe apertar os bicos, mas ordenou que sulortasse a dor calada, e assim ela fez, apenas mordendo os lábios e rebolando como se implorasse para ser possuída, mostrando o quanto a dor lhe dava prazer Quando lhe puxou os cabelos a beijando em seguida, Sofia correspondeu com um desejo alucinado, por isso ele lhe morde os lábios e ela sorri, ganhando um tapa não forte, mas isso a faz reclamar e lhe pedir po
Enquanto Henrique se martirizava pelo que tinha acontecido no passado e suas consequências, Jade ligava para Sebastian, o amigo por quem tinha imenso carinho. Ela tinha passado uma mensagem para ele mais cedo, quando estava indo para a empresa. — Eu nem acreditei quando recebi a sua mensagem dizendo que estava de volta — Sebastian responde animado. — Vamos almoçar juntos? Eu estou convidado, vou te esperar no restaurante de sempre, espero que ainda se lembre do endereço. — É claro que eu me lembro, será um imenso prazer almoçar com a minha amiga, de quem estou morrendo de saudade, só preciso atender uma paciente antes de sair. Sebastian era dermatologista, e tinha o seu próprio consultório, mas quando soube da chegada de Jade, ficou tão eufórico que providenciou de remarcar todos os pacientes agendados para depois do horário do almoço, não havia nenhum procedimento urgente e poderiam ser reagendados para um outro dia sem nenhum problema. Ele e Jade eram amigos desde quando er