Perdoe-me... É você que eu amo.
Perdoe-me... É você que eu amo.
Por: Dynha Henry
Capítulo 1

Jade estava em seu quarto arrumando uma pequena mala, pensou que esse dia fosse demorar mais a chegar, mas ali estava ela, se preparando para voltar para a cidade de onde saiu prometendo a si mesma nunca mais voltar.

Ela guarda as roupas com cuidado e calma, não estava com pressa, tudo o que mais queria é que as horas demorassem a passar e que ela não precisasse voltar para uma cidade onde só lhe trazia más recordações.

Jade suspira desanimada guardando a última peça de roupa na bagagem e depois disso ela fecha a mala. Ela se senta na cama e permite que a sua memória volte ao passado, mesmo que esse passado ainda a fizesse sofrer.

Quatro anos haviam se passado desde que ela pegou um ônibus e foi para outro estado, acreditando que a distância a fizesse esquecer de acontecimentos que quase a destruíram, mas ali estava ela, revivendo em pensamentos toda aquela dor. Saber que o seu pai era quem a obrigava a voltar, a fazia se sentir ainda mais revoltada pois, foi perda de tempo deixar claro que nada que viesse dele a interessava, muito menos a herança.

A riqueza de seu pai nunca lhe fez falta, assim como a presença dele, por isso preferia não ter herdado nada, seria muito melhor que ele tivesse doado tudo em vida para uma instituição de caridade.

Mas o seu pior problema não era os bens que estava herdando, mas sim Henrique, a quem amou profundamente, mas que de nada adiantou se entregar de corpo e alma a uma relação onde não teve o menor valor, isso por ter confiado cegamente em alguém a quem amava.

Henrique a fez mudar de cidade, a fez mudar quem era para conseguir superar a dor de ter sido traida. Se antes ela não confiava muito nas pessoas, agora era praticamente impossível conquistar a sua confiança. O único que conseguiu ultrapassar a barreira da desconfiança que Jade criou para se proteger foi Augusto, talvez por ele ter provado ser diferente, mas em relação a Henrique, ela só conseguia sentir ódio e desprezo.

Agora, depois de tanto tempo, estava sendo obrigada a ir ao encontro dele, estava sendo obrigada a enfrentar aquele que havia sido o seu grande e único amor. Jade se levanta desanimada e depois de conferir mais uma vez se tudo o que iria levar estava guardado, ela vai até o quarto de Nicolas, que dormia tranquilo, com os cabelos sobre o rosto como era de costume.

Nicolas era tudo para ela, mesmo tendo nascido tão pequenino, teve um bom desenvolvimento e aos três anos era uma criança alegre e esperta, além de muito inteligente. Quando descobriu que estava grávida foi um choque, pensou não ser capaz de levar uma gravidez adiante pela tristeza que sentia, mas a criança em seu ventre foi a força que ela precisava para seguir em frente, Nicolas foi o único motivo dela não desistir de tudo.

Durante a gravidez Jade chorava dias a fio, mesmo que se odiasse por isso, mas era impossível saber que estava ali sozinha enquanto Henrique estava ao lado da mulher com quem a traiu, cuidando da filha que tiveram juntos. Seria sempre grata a Camila, que se mostrou ser uma amiga fiel e companheira, só não esteve ao lado dela em todo o tempo por morarem longe.

Não foi fácil para Jade se ver grávida e sozinha, nunca em toda a sua vida pensou em ser mãe solteira, mas ali estava ela grávida e sem nenhum apoio, mas isso não foi motivo dela desistir da criança, seu único medo era não estar preparada para ser mãe e tinha muito medo de falhar, mas Camila sempre acreditou em sua capacidade de criar e educar uma criança, e sim, Jade estava conseguindo ser uma boa mãe, podia até ser rígida algumas vezes, mas sempre pensava ser para o melhor do seu filho.

Na época, Camila ligava para ela todos os dias, diminuindo um pouco a sua solidão. Quando Nicolas nasceu Camila estava ao seu lado na sala de parto e ainda fez questão de filmar, mesmo Nicolas tendo se antecipado e, não apenas isso, para poder ajudar a amiga, Camila antecipou as férias na empresa e com Jade passou todos os dias de suas férias, fazendo coisas que nunca imaginou fazer, cuidando de um bebê recém nascido.

Nicolas nasceu com oito meses, mas mesmo assim era uma criança saudável, o seu único problema era a sua deficiência de ferro no sangue, sendo necessário ter uma alimentação adequada para que não sofresse de anemia, quando isso acontecia ele tinha que ser medicado, para ajudar na produção de glóbulos vermelhos e hemoglobina. A preocupação de Jade era por Nicolas ter o mesmo tipo sanguíneo que Henrique, um tipo raro de sangue.

Como se fosse castigo, olhar para Nicolas era ver Henrique, mas ela nunca lhe falou sobre o pai e jamais os apresentaria, estava determinada a deixar Nicolas decidir sobre o conhecer ou não quando ele tivesse idade para decidir tal coisa. Jade afasta com carinho os cabelos que caiam no rosto do filho, o olhando, ela sorri triste, por saber que a vida dele iria se parecer com a sua, seria criado longe do pai, assim ela acreditava.

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