Capítulo 3

Usando todas as economias que tinha, Jade decidiu mudar de cidade, optando por morar em outro estado, não queria correr o risco de Henrique encontrá-la, isso é, se ele a procurasse, já que estaria ocupado com a filha recém nascida e a amante de resguardo, assim ela pensou na época.

Decidiu recomeçar do zero, disposta encontrar um trabalho tão bom ou um cargo melhor do que o que ocupava antes, mas ao descobrir a gravidez pensou ser difícil conseguir um emprego formal, por isso, Jade decidiu por em prática o que tinha aprendido nos anos que morou com a sua avó, costurar. Aos poucos ela conseguiu montar uma pequena confecção que crescia gradativamente, e atualmente a sua marca lhe dava uma boa lucratividade.

Na manhã seguinte, depois de passar quase toda a noite em claro, Jade acorda com alguém em sua cama, fazendo festa.

— Mamãe, é hoje que vamu viaja? — Nicolas pergunta animado.

— Hummmm... ainda não está na hora de acordar rapazinho.

— Tá sim mamãe, eu já domi muito e a mamãe também.

— Dorme um pouco mais aqui com a mamãe...

— Eu tô com fomi — Isso faz Jade abrir os olhos e o olhar — Acho que eu nem papei onti...

— Jantou sim, só não quis comer tudo, mas agora eu sei o motivo, queria dormir para chegar logo hoje.

— Mamãe, eu qué viaja de vião, deve selegal.

— Vamos tomar um banho, comer alguma coisa e depois vamos para o aeroporto, aí você vai ver vários aviões.

— Eba!!!! — Nicola b**e palmas ainda mais eufórico.

Jade estava tomando o seu café da manhã na companhia de Nicolas quando o seu telefone toca "Camila"

— Estava pensando em você — Jade atende rindo — Já estava estranhando sua demora em ligar.

— Jade, ontem não tive tempo nem de respirar, não sei se você sabe, o seu pai deixou o cargo dele vago e parece que a pessoa que está fazendo o trabalho dele fez uma pequena bobagem, e acredite ou não, essa empresa esta um pandemônio.

— Isso não é problema meu...

— Infeliz amiga, agora é, ontem o seu nome foi citado na reunião feita de urgência. Conhecem o seu potencial e sabem o quanto é competente na área de logística, e a sugestão foi te convidar para assumir a vaga do seu pai.

— Nunca, eu quero mesmo é me livrar dessas ações, estou disposta a vendê-las por qualquer preço.

— Não seja boba, sabe que essas ações são suas por direito, confesso que não entendo o motivo de não ter se aproximado do seu pai, ele era um bom homem.

— Minha mãe também foi uma boa mulher.

— Não vou discutir com você sobre isso, mas sobre as ações da empresa, se não as quer, pense em Nicolas, afinal de contas a empresa é do pai dele.

— Nunca mais diga isso, nunca mais — Jade responde olhando para Nicolas que comia despreocupado suas frutas.

— Me desculpe, Jade, é que as vezes acho que você deveria contar sobre a criança.

— Já conversamos sobre isso...

— Sabe muito bem que ele não se casou com aquela mulher, ela apenas trabalha aqui na empresa, e vivem em pé de guerra...

— Quantas vezes eu preciso te dizer que não estou interessada em saber sobre ele, quantas vezes?

— Me desculpe — Camila prefere mudar de assunto — Mas me diz, já arrumou suas coisas? Vou trabalhar hoje até a hora do almoço, depois vou buscar vocês no aeroporto.

— Estamos indo para o aeroporto, Nicolas quer ver os aviões decolarem.

— Queria ver a felicidade dele, imagino o quanto está ansioso.

— Muito, você nem pode imaginar.

— Agora preciso desligar, tenho serviço me esperando.

Ao encerrar a ligação, Camila quase cai da cadeira, há quanto tempo ele estava ali? Se pergunta, olhando para alguém que a olhava sério.

Henrique estava indo ao setor de logística tentar resolver o problema que causaram na empresa quando resolve pedir ajuda a Camila em relação a Jade, ela seria a única que poderia convencer Jade a aceitar o cargo que seria oferecido a ela, mas ao se aproximar escuta ela falando ao telefone sobre ir buscar alguém no aeroporto, ele sempre soube que ela é Jade mantinham contato, mesmo Camila negando, dizendo que nunca mais tinha a visto.

Jade estava para voltar a qualquer momento, a esperavam para a assembleia geral que já estava marcada e Camila, com certeza, sabia a data de sua chegada à cidade. Ele a olha e pelo semblante assustado ele percebe que não era com qualquer pessoa que estava ao telefone.

Não era novidade ver Henrique sério, geralmente ele estava sério ou esbravejando com Sofia pelos corredores da empresa, mas Sofia parecia não se importar em ser humilhada. Quanto mais ele a humilhava, mas ela implorava por atenção, com a intenção de monstrar a todos que entre eles existia um relacionamento amoroso, mas poucos acreditavam nessa história, visto que Henrique a tratava mal na frente de qualquer um e era nítido o seu desprezo por ela.

— Com quem estava falando? — Henrique pergunta sem fazer rodeios deixando Camila pálida.

— Uma... uma amiga — Camila responde sem muita firmeza — Você não conhece — Ela não esperava por essa pergunta, desde quando Henrique passou a se interessar com quem os seus funcionários falavam ao telefone?

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