Usando todas as economias que tinha, Jade decidiu mudar de cidade, optando por morar em outro estado, não queria correr o risco de Henrique encontrá-la, isso é, se ele a procurasse, já que estaria ocupado com a filha recém nascida e a amante de resguardo, assim ela pensou na época.
Decidiu recomeçar do zero, disposta encontrar um trabalho tão bom ou um cargo melhor do que o que ocupava antes, mas ao descobrir a gravidez pensou ser difícil conseguir um emprego formal, por isso, Jade decidiu por em prática o que tinha aprendido nos anos que morou com a sua avó, costurar. Aos poucos ela conseguiu montar uma pequena confecção que crescia gradativamente, e atualmente a sua marca lhe dava uma boa lucratividade. Na manhã seguinte, depois de passar quase toda a noite em claro, Jade acorda com alguém em sua cama, fazendo festa. — Mamãe, é hoje que vamu viaja? — Nicolas pergunta animado. — Hummmm... ainda não está na hora de acordar rapazinho. — Tá sim mamãe, eu já domi muito e a mamãe também. — Dorme um pouco mais aqui com a mamãe... — Eu tô com fomi — Isso faz Jade abrir os olhos e o olhar — Acho que eu nem papei onti... — Jantou sim, só não quis comer tudo, mas agora eu sei o motivo, queria dormir para chegar logo hoje. — Mamãe, eu qué viaja de vião, deve selegal. — Vamos tomar um banho, comer alguma coisa e depois vamos para o aeroporto, aí você vai ver vários aviões. — Eba!!!! — Nicola b**e palmas ainda mais eufórico. Jade estava tomando o seu café da manhã na companhia de Nicolas quando o seu telefone toca "Camila" — Estava pensando em você — Jade atende rindo — Já estava estranhando sua demora em ligar. — Jade, ontem não tive tempo nem de respirar, não sei se você sabe, o seu pai deixou o cargo dele vago e parece que a pessoa que está fazendo o trabalho dele fez uma pequena bobagem, e acredite ou não, essa empresa esta um pandemônio. — Isso não é problema meu... — Infeliz amiga, agora é, ontem o seu nome foi citado na reunião feita de urgência. Conhecem o seu potencial e sabem o quanto é competente na área de logística, e a sugestão foi te convidar para assumir a vaga do seu pai. — Nunca, eu quero mesmo é me livrar dessas ações, estou disposta a vendê-las por qualquer preço. — Não seja boba, sabe que essas ações são suas por direito, confesso que não entendo o motivo de não ter se aproximado do seu pai, ele era um bom homem. — Minha mãe também foi uma boa mulher. — Não vou discutir com você sobre isso, mas sobre as ações da empresa, se não as quer, pense em Nicolas, afinal de contas a empresa é do pai dele. — Nunca mais diga isso, nunca mais — Jade responde olhando para Nicolas que comia despreocupado suas frutas. — Me desculpe, Jade, é que as vezes acho que você deveria contar sobre a criança. — Já conversamos sobre isso... — Sabe muito bem que ele não se casou com aquela mulher, ela apenas trabalha aqui na empresa, e vivem em pé de guerra... — Quantas vezes eu preciso te dizer que não estou interessada em saber sobre ele, quantas vezes? — Me desculpe — Camila prefere mudar de assunto — Mas me diz, já arrumou suas coisas? Vou trabalhar hoje até a hora do almoço, depois vou buscar vocês no aeroporto. — Estamos indo para o aeroporto, Nicolas quer ver os aviões decolarem. — Queria ver a felicidade dele, imagino o quanto está ansioso. — Muito, você nem pode imaginar. — Agora preciso desligar, tenho serviço me esperando. Ao encerrar a ligação, Camila quase cai da cadeira, há quanto tempo ele estava ali? Se pergunta, olhando para alguém que a olhava sério. Henrique estava indo ao setor de logística tentar resolver o problema que causaram na empresa quando resolve pedir ajuda a Camila em relação a Jade, ela seria a única que poderia convencer Jade a aceitar o cargo que seria oferecido a ela, mas ao se aproximar escuta ela falando ao telefone sobre ir buscar alguém no aeroporto, ele sempre soube que ela é Jade mantinham contato, mesmo Camila negando, dizendo que nunca mais tinha a visto. Jade estava para voltar a qualquer momento, a esperavam para a assembleia geral que já estava marcada e Camila, com certeza, sabia a data de sua chegada à cidade. Ele a olha e pelo semblante assustado ele percebe que não era com qualquer pessoa que estava ao telefone. Não era novidade ver Henrique sério, geralmente ele estava sério ou esbravejando com Sofia pelos corredores da empresa, mas Sofia parecia não se importar em ser humilhada. Quanto mais ele a humilhava, mas ela implorava por atenção, com a intenção de monstrar a todos que entre eles existia um relacionamento amoroso, mas poucos acreditavam nessa história, visto que Henrique a tratava mal na frente de qualquer um e era nítido o seu desprezo por ela. — Com quem estava falando? — Henrique pergunta sem fazer rodeios deixando Camila pálida. — Uma... uma amiga — Camila responde sem muita firmeza — Você não conhece — Ela não esperava por essa pergunta, desde quando Henrique passou a se interessar com quem os seus funcionários falavam ao telefone?Henrique percebe o nervosismo de Camila e decide investigar mais um pouco, tentando descobrir ser Jade a pessoa com quem ela falava ao telefone.— Essa sua amiga é a médica que vai te atender? — Ela o olha sem saber o que responde — Disse ontem que precisava sair mais cedo hoje para ir a uma consulta, eu escutei você falando com alguém, mas como ouvi você falando agora ao telefone que vai buscar alguém no aeroporto, me pergunto se é a médica — Por todo esse questionamento Camila não esperava. — Não... não — Camila arruma as coisas de sua mesa visivelmente nervosa — Essa minha amiga está vindo passar alguns dias comigo, como ela não é daqui, vou buscá-la no aeroporto e ela irá comigo na consulta, é só isso — Camila tenta ser o mais natural possível.— Você sempre foi péssima em mentir — Henrique ajeita a manga do paletó — Traga a declaração do médico amanhã, eu mesmo quero ver.— Sim senhor — Camila responde revirando os olhos, sem se preocupar de não ter nenhuma declaração para apre
Quando Henrique conheceu Sofia, ela lhe ofereceu tudo que ele gostava entre quatro paredes, mas ouvir ela dizer que Jade não sabia o agradar na cama o deixou irado, pois não era verdade, Jade era perfeita demais para ele, foi isso que ele constatou quando se viu sem ela. Depois de quatro longos anos ele ainda pensava em Jade, sentia uma imensa saudade daquela que soube o conquistar com o seu jeito simples e inseguro. Sentia a falta dela em tudo o que faziam juntos, como jantar aos risos, passear de mãos dadas, dançarem colados, mesmo quando era só os dois eles dançavam em um clima bem romântico. Sentia falta da respiração dela em seu pescoço quando dormiam juntos e a falta dela pela manhã quando ele dormia em seu apartamento, ou ela no dele. Nunca pensou sentir tanta a falta de alguém, e era muito dificil continuar sem ela, era como se lhe faltasse algo, e o que mais lhe doía era saber ter sido ele quem a fez ir embora. Henrique sonhava reencontrá-la para lhe pedir perdão e lhe
Henrique permanecia em sua sala, andando de um lado para o outro, atormentado pelas lembranças do passado e com a possibilidade de ser Jade a amiga com quem Camila falava ao telefone e que estava chegando. Depois de um tempo sem conseguir se concentrar no trabalho e se sentindo angustiado com a sua desconfiança, Henrique decide dar uma de detetive, primeiro ele liga para o setor onde Camila trabalhava e descobre que ela estava saindo para o almoço. Em uma atitude impensada ele também sai, cancelando todos os seus compromissos na parte da tarde. Decidido a descobrir quem era a tal amiga, Henrique resolve seguir Camila, mas iria de taxi, qualquer taxista a seguiria de perto por um bom dinheiro, e assim aconteceu, até ele ser deixado no aeroporto. Ele demora um pouco para encontrá-la entre as pessoas, mas ao vê-la de longe se mantém atento, ela estava sentada despreocupada e ele a observa com cuidado para não ser visto e nem perdê-la de vista. Quase uma hora depois ele a vê falando
Elas vão embora rindo de qualquer coisa, como se a vida fosse só flores. Não era a primeira vez que Jade voltava a cidade, ela tinha ido ao enterro do pai, mas preferiu assistir a cerimônia de longe, de que adiantava ir no velório dele se quando ele estava vivo ela nunca aceitou falar com ele? Esse foi o motivo de preferir que todos acreditassem que ela não tinha ido. Ela não ficou na cidade, preferiu ir embora no mesmo dia e voltar quando se sentisse mais confortável. — Eu as vezes penso em como seria se eu aceitasse falar com ele, mas me sentia traindo a memória da minha mãe, quando pensava nessa possibilidade — Jade confessa a amiga quando já estavam no apartamento de Camila. — Jade, eu acho que você deveria ter dado uma chance ao seu pai, eu confesso que gostava muito do senhor Aguiar. — Agora é tarde, mas eu não me arrependo, eu sei o quanto a minha mãe foi infeliz. — Como eu já te disse antes, seu pai era uma boa pessoa, eu não conheci a sua mãe, mas o seu pai sim, e se q
No dia marcado para a assembleia geral na empresa de Henrique, Jade se arruma com esmero, queria estar confiante e segura ao enfrentar aquele que pensou nunca mais ver. Ela tinha escolhido a dedo o vestido que usava, não queria que as pessoas pensassem que a velha Jade ainda existia. Todos que ela conhecia estariam presentes, inclusive o senhor Jaime, pai de Henrique, que sempre a elogiou por sua dedicação ao trabalho, nunca duvidando de sua capacidade de crescer profissionalmente. Jade havia acordado cedo, para que antes de se arrumar pudesse deixar Nicolas no hotelzinho, que tinha lhe garantido dar a ele os alimentos que ele precisava comer. Ao voltar para o apartamento Jade tomou um banho demorado, e depois de secar os cabelos ela vestiu o vestido que ela mesma havia confeccionado, era preto, justo e com uma fenda na frente, era de mangas, mas com um detalhe, um dos ombros ficava a mostra, tendo um detalhe na manga. Nos pés, uma sandália altíssima na cor vinho, e se preocupou ta
Jaime pretendia conversar com Jade a sós, tentaria convencê-la a assumir o cargo que lhe foi oferecido. Tinha ciência que o problema dela era com Henrique, e era compreensivo, afinal quando tudo aconteceu, foi o primeiro a condenar o filho pelo que fez, e as coisas só amenizaram quando ele conheceu Eduarda e Sofia que os conquistou, ele e a esposa. Sofia sempre foi uma jovem alegre, um pouco extravagante, mas eles aprenderam a gostar dela. — Não tenho interesse em ler relatórios de uma empresa a qual não desejo fazer parte — Jade se levanta elegantemente — E se alguém quiser comprar as minha ações é só entrar em contato. Deixarei o meu cartão com a secretária do senhor Henrique — Ao ser tratado por Jade de forma tão formal, tem vontade de dizer que para ela, ele nunca seria o senhor Henrique. — Jade... — Henrique a chama, tentando chamar a sua atenção mas é ignorado. — Tenham um bom dia — Jade sai da sala ignorando os olhares de todos. Ela deixa o cartão com a secretária, dizen
Henrique sem responder, empurra Sofia até a mesa dela dando ordem para que ela pegue a bolsa dela, quando ela faz isso, já um pouco temerosa ele sai a arrastando pelos corredores da empresa, chamando a atenção de todos. Sofia tentava se soltar das garras dele, implorando que ele a soltasse, mas era como se Henrique estivesse cego pelo ódio, ela andava aos tropeços, mas ele pouco se importava. Ele chama o elevador e grita pelos seguranças, que não demoram a aparecer. — Leve esse lixo e a ponha na rua, a partir de hoje ela não põe mais os pés nessa empresa. — Henrique, eu sou a mãe da sua filha, não pode fazer isso comigo — Sofia implorava desesperada — Henrique, me desculpe, mas é que eu fiquei com ciúmes... Henrique, por favor... Quando o elevador chega os seguranças a empurram para dentro, já que Sofia se negava a entrar, enquanto isso, Henrique se mantém parado como uma estátua esperando as portas do elevador se fecharem, seu rosto era feito pedra, sem nenhuma emoção Quand
Henrique não esperava que o seu pai fosse perguntar sobre o assunto, já tinha tido coragem de se abrir com ele, mas daí explicar o que seria BDSM, já era demais. — Pai, não vou entrar em detalhes com o senhor, mas para que possa entender, BDSM são práticas sexuais com uma dose de crueldade e violência, incluindo o sadomasoquismo, dominação e submissão, entre outras práticas, mas tudo o que eu fazia era com a permissão dela, por ela também gostar. — Sofia era uma prostituta? É isso que está me dizendo? — Ela gostar desse tipo de prática não a faz uma prostituta, éramos livres. Sofia era livre para ficar com quem quisesse, nunca me preocupei com isso, não tínhamos sentimentos um pelo outro, como eu disse antes, era apenas sexo. — Você transava com uma pessoa assim sem preservativo? — Eu penso que não, mas preciso confessar que as vezes eu ficava tão alucinado que não posso dar certeza se usava, mas na maioria das vezes com certeza eu usava. — Você realmente estava louco,