Duas pessoas enganadas pelo destino. Ele é como seu nome diz. Cerberus o cão do Inferno, criado sem amor, sem carinho, para ser alguém cruel, cuja a sua maior qualidade é matar. Cerberus não conhece a compaixão e por isso não demonstra para com os outros. Seu caminho se cruzará com a jovem e inocente Helena, a doce Helena viveu presa em um internato cheia de luxos e privada do mundo. A vida de Helena vira de cabeça para baixo, quando se encontra grávida e nem mesmo sabe como aquilo aconteceu, pois nem ao menos um beijo ela deu em sua vida. Cerberus se verá consumido pelo ódio, pois se tinha algo de bom, se nele havia algum sentimento bom, era o sentia por Helena. Ele jurou a si mesmo matar a criança e o pai, assim teria Helena apenas para ele, mas algo inacreditável o faz recuar. Ao olhar o pequeno menino, antes mesmo de um exame ele tem certeza. Aquela criança é filho dele. E agora será que o amor poderá surgir depois de tantos enganos, será que Helena será capaz de amar um homem que vive na escuridão? Uma história cheia de reviravoltas, e ação, que fará você suspirar.
Ler maisO silêncio do quarto de Helena era opressor, apenas interrompido pelo som das mãos dela deslizando sobre o tecido do vestido. O preto contrastava com sua pele pálida, uma escolha deliberada que simbolizava seu luto e resistência silenciosa. Diante do espelho, ela observava seu reflexo como se fosse o de uma estranha. O que via era uma mulher quebrada, forçada a seguir um caminho que nunca escolheria. Eros, sentado no berço, observava a mãe com curiosidade. Helena acariciou os cabelos do pequeno, um esforço para manter a compostura. — Vai ficar tudo bem, meu amor... eu prometo. Faço isso para que não tirem você de mim — sussurrou, mas a voz falhou, traindo sua insegurança. Enquanto isso, no hospital...Cerberus abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz branca que invadia o quarto. Ele estava confuso, como se o mundo ao seu redor fosse um borrão de memórias. Tentou se levantar, mas uma dor intensa no peito o puxou de volta para a cama. Gemeu baixo com a dor.— Fique quieto,
Os raios dourados do sol cruzavam as janelas da mansão enquanto Helena estava sentada no quarto que agora era dela e de Eros. As paredes, que antes lhe pareciam um santuário, agora eram um cárcere. Desde que Hades havia marcado a data do casamento, a tensão parecia crescer exponencialmente. Hades não perdeu tempo em impor seu domínio. Ele havia transformado a notícia do casamento em um evento público, convidando figuras influentes da sociedade e garantindo que o nome da família Olímpio permanecesse em destaque, mesmo em meio ao luto. Naquela manhã, ele a encontrou no corredor enquanto ela carregava Eros nos braços. O sorriso em seu rosto era cortante, uma mistura de crueldade e prazer em provocá-la. Helena por sua vez, tinha o coração sangrando, cogitou em voltar sozinha para o sítio que foi o ninho de amor dela e de Cerberus, mas Hera a advertiu, e se uma cobra ou outro animal perigoso aparecesse, como ela lidaria com isso?Hera pensou em mandar Apollo para o sítio e podia levar S
O cortejo fúnebre avançava lentamente pelas ruas cobertas de folhas secas, como se até o próprio mundo estivesse lamentando a morte de Cerberus. O céu cinzento e o vento gélido combinavam perfeitamente com a atmosfera carregada de tristeza. Pessoas da alta sociedade e trabalhadores da mina, todos os que tinham alguma ligação com a família, se uniram para prestar suas últimas homenagens. Mas, acima de tudo, os olhares estavam voltados para Helena e Hera, que seguiam o caixão vazio com lágrimas silenciosas.Helena parecia não sentir o chão sob os pés. A cada passo, ela lutava para manter o controle, mas a dor era insuportável. Eros estava no colo de Hera, dormindo, alheio ao caos emocional ao seu redor. Helena sentia-se como se estivesse em um pesadelo do qual não conseguia despertar. — Ele não merecia isso — ela murmurou baixinho para Hera, que caminhava ao seu lado. — Ninguém merece, minha querida — Hera respondeu, sua voz um fio de emoção contida. Ela era sempre forte, mas o luto
A casa estava mergulhada em um silêncio opressor, quebrado apenas pelos soluços baixos de Helena. Ela estava sentada no chão do quarto de Eros, segurando o bebê contra o peito, como se ele fosse a única âncora que a mantinha conectada à realidade.Os olhos estavam inchados de tanto chorar, o rosto pálido, e os lábios tremiam de exaustão e dor.— Por que ele? — ela sussurrou, olhando para o pequeno rosto de Eros. — Por que a vida tirou seu pai de nós?Eros, ainda inocente ao sofrimento ao redor, agarrou uma mecha do cabelo de Helena e balbuciou algo ininteligível, como se tentasse acalmá-la. Helena pressionou os lábios contra a testa do filho, suas lágrimas caindo na pele macia dele.— Eu não sei como vou fazer isso sem ele — continuou, sua voz baixa, cheia de dor. — Mas prometo, meu amor, vou te proteger. Ninguém vai nos separar.Helena desejara acordar do pesadelo, abrir os olhos e ver Cerberus ali ao seu lado.Na sala de estar, Hera e Hades discutiam os detalhes do enterro. O corpo
O som suave de risadas preenchia a sala de estar da mansão dos Olímpio. Hera estava sentada no sofá, os cabelos impecavelmente penteados, enquanto observava Helena brincar no tapete com Eros. O bebê ria alto ao tentar alcançar os blocos de madeira coloridos que Helena deslizava para ele. — Veja como ele está esperto, Helena — Hera comentou, sorrindo orgulhosa. — Parece que cada dia aprende algo novo. Helena sorriu, embora suas olheiras denunciassem o cansaço da maternidade. — Ele tem a energia do pai. Incansável, determinado... É como se já soubesse que veio ao mundo para conquistar. Hera sorriu, mas logo desviou o olhar, preocupada. Cerberus não saía da sua mente desde que saiu naquela manhã. Ela sabia que ele tinha passado os últimos dias indo à mina, obstinado a encontrar uma pedra preciosa para Helena. Hera admirava o gesto, mas algo sobre essa obsessão a inquietava. Na televisão, um programa qualquer passava em volume baixo. Helena ergueu Eros nos braços, rindo ao receb
Cerberus apertava a picareta nas mãos com determinação. O calor e o peso do ar na profundidade da mina tornavam cada movimento mais difícil, mas ele não se deixava abater. Estava decidido a encontrar a pedra perfeita para Helena, uma peça que simbolizasse tudo o que sentia por ela. A cada golpe contra as paredes rochosas, sua mente permanecia focada nesse objetivo. Ao seu lado, Matteo, um senhor de cabelos grisalhos e sorriso gentil, observava-o com um misto de admiração e preocupação. Matteo era experiente, um dos mais antigos ali.— Está insistindo demais, garoto. — Matteo comentou, ajustando o capacete. — A mina pode ser traiçoeira, principalmente nesse nível. Cerberus não desviou os olhos da pedra que quebrava com esforço. — Helena merece algo único. E vou encontrar. — Disse dando mais dois golpes. Ele daria um presente, uma joia a sua esposa, custe o que custar.Matteo balançou a cabeça, mas não insistiu. Ele sabia que alguns homens só aprendiam da maneira difícil.Assim que M
O som do portão principal rangendo ao se abrir foi o primeiro sinal de que Cerberus havia chegado. Ele tinha um trabalho. Achar a pedra mais bela do mundo para Helena. Apollo o levava, mas não voltou a morar no sítio, seu amigo estava socializando bem, até com os outros trabalhadores conversava sem problemas. Faltava aprender a dirigir...Helena estava na cozinha, embalando Eros em um leve balanço enquanto cantava uma melodia suave. O sítio havia se tornado um refúgio de paz para os dois, algo que ela jamais imaginara que Cerberus, com sua aura intensa jamais pensou que teria, paz e uma família.Ele entrou pela porta principal com passos firmes, ainda vestindo as roupas de trabalho cobertas por poeira e suor. Seus ombros largos pareciam mais tensos do que o habitual, resultado de mais um dia na mina.— Voltei. — Ele anunciou, a voz grave ecoando pela casa.Helena sorriu para ele, inclinando a cabeça ao notar os sinais de cansaço em seu rosto.— Bem-vindo de volta. Eros acabou de adorm
A casa estava silenciosa quando Cerberus passou pela porta, com exceção de um som baixo vindo da sala de estar. Apollo estava sentado no sofá, de pernas cruzadas, uma taça de vinho descansando em sua mão, provavelmente servido a pedido de Hera. O olhar dele foi imediatamente para Cerberus, analisando-o como sempre fazia, como se estivesse esperando descobrir algo que ninguém mais sabia.— Finalmente, você voltou — Apollo comentou, o tom casual mascarando sua curiosidade. — Como foi a visita à empresa?Cerberus ainda tinha a roupa um pouco suja, tomaria um banho antes de qualquer coisa.Hades abriu dois botões do paletó e encarou Apollo. Era uma promessa velada de que também se livraria dele.— Fomos à mina. — Cerberus respondeu. — Foi bom.Apollo franziu o cenho, colocando a taça na mesa de centro com cuidado. — Só na mina? E a empresa? Não visitaram os escritórios da família ou falaram com os supervisores?— Não. Hades queria que eu visse como tudo funciona na base. Achei interess
Na mina, o ambiente era sufocante e escuro, iluminado apenas por refletores instalados em pontos estratégicos. O som constante de máquinas ecoava, misturado ao ruído dos trabalhadores e ao impacto das ferramentas contra a rocha. Cerberus olhou ao redor, intrigado. — Nunca imaginei que existiria algo assim por aqui — comentou, observando os homens em ação.— Quando criança já viemos aqui...Cerberus sentiu uma pontada de tristeza, pois muita coisa sumiu de sua mente.Hades caminhava ao lado dele, com uma postura elegante que parecia destoar completamente do cenário. O terno fechado, com o capacete branco imaculado. Recebendo acenar de cabeças enquanto passava entres os trabalhadores.— É um trabalho árduo, mas é isso que mantém tudo funcionando. Ouro, diamantes, minerais raros. Isso aqui não é apenas uma mina, é poder. Cerberus se aproximou de uma área onde dois homens trabalhavam arduamente, levantando grandes pedaços de pedra. Um deles parecia jovem demais para aquele trabalho,