Duas pessoas enganadas pelo destino. Ele é como seu nome diz. Cerberus o cão do Inferno, criado sem amor, sem carinho, para ser alguém cruel, cuja a sua maior qualidade é matar. Cerberus não conhece a compaixão e por isso não demonstra para com os outros. Seu caminho se cruzará com a jovem e inocente Helena, a doce Helena viveu presa em um internato cheia de luxos e privada do mundo. A vida de Helena vira de cabeça para baixo, quando se encontra grávida e nem mesmo sabe como aquilo aconteceu, pois nem ao menos um beijo ela deu em sua vida. Cerberus se verá consumido pelo ódio, pois se tinha algo de bom, se nele havia algum sentimento bom, era o sentia por Helena. Ele jurou a si mesmo matar a criança e o pai, assim teria Helena apenas para ele, mas algo inacreditável o faz recuar. Ao olhar o pequeno menino, antes mesmo de um exame ele tem certeza. Aquela criança é filho dele. E agora será que o amor poderá surgir depois de tantos enganos, será que Helena será capaz de amar um homem que vive na escuridão? Uma história cheia de reviravoltas, e ação, que fará você suspirar.
Ler maisApollo observou Hera por alguns instantes antes de tomar coragem para contar a verdade. Agora que Teseu estava morto, ele não precisava mais esconder quem realmente era.— Há algo que você precisa saber sobre mim, Hera. — Sua voz estava firme, mas carregada de emoção contida. — Eu sou filho da sua irmã.O rosto de Hera empalideceu e seus olhos se arregalaram.— O quê? — Ela murmurou, levando uma das mãos ao peito. — Isso... isso não pode ser verdade.Hera sentiu seu peito apertar. Lembrava-se com carinho da irmã e sentia em seu peito a ausência dela.— É, sim. Minha mãe foi envenenada, assim como você estava sendo. Meu pai descobriu tarde demais. Ele soube que Teseu tinha uma empregada de confiança na casa deles, alguém que poderia me colocar em perigo. Para me proteger, ele anunciou que eu morri no parto. Como eles haviam se casado com separação de bens, meu pai não tinha mais nenhum vínculo com a família Olímpio, ele cuidou de mim, me criou sozinho, como alguém humilde que era. — Ap
A manhã estava serena no sítio, o canto dos pássaros ecoava pelos campos quando um dos empregados de Hera, foi a procura de Cerberus, ele estava de folga e aproveitou para avisá-lo de algo importante. Sua expressão era pesada e preocupada.— Senhor, sua mãe… Ela não está bem. Os médicos não sabem o que é. — Ele não tinha muita informação, e Hera não podia ligar para o filho, foi uma proibição de Teseu. O sangue de Cerberus gelou. Ele não perdeu tempo e chamou Apollo, que percebeu a tensão no amigo e foi com ele sem questionar. O caminho até a casa de sua mãe pareceu interminável.Ao chegarem, encontraram Hera deitada, o rosto pálido e os olhos sem o brilho de sempre. Cerberus se ajoelhou ao lado da cama, segurando a mão dela.— Mãe… O que está acontecendo com você? Vamos ao hospital agora!Hera abriu os olhos e sorriu fraco, seu corpo podia estar dolorido, mas seu coração estava feliz de ver seu filho.Teseu, que estava no quarto, interveio de imediato.— Já providenciei um médico, e
O sol dourado refletia na superfície tranquila do lago, pintando um cenário sereno enquanto Cerberus segurava seu filho nos braços. Eros brincava com uma pequena bola colorida, rindo cada vez que seu pai fingia pegá-la antes que ele pudesse agarrá-la. Helena estava ao lado deles, observando a cena com um sorriso terno.— Ele está crescendo tão rápido… — ela murmurou, passando a mão pelos cabelos do filho.Cerberus assentiu, seus olhos fixos no bebê que segurava a bola com firmeza. Então, em um movimento desajeitado, Eros arremessou a bola para frente, fazendo-a rolar alguns metros à frente. O pequeno franziu a testa, como se entendesse que precisava buscá-la. Engatinhou rapidamente até onde a bola havia parado, agarrou-a novamente e, ao tentar voltar para os pais, apoiou-se nos próprios pés.Helena prendeu a respiração ao ver o filho hesitar por um segundo e, então, dar o primeiro passo. Um, depois outro. O menino caminhava com as perninhas ainda incertas, mas determinado a voltar par
O sol já havia se posto no horizonte quando Helena finalmente conseguiu respirar aliviada. Seu filho, Eros, estava seguro em seus braços, dormindo profundamente depois de tanto chorar. O peso da angústia que a consumia nos últimos dias se dissipava pouco a pouco, substituído por um misto de gratidão e alívio.Cerberus observava a cena com um olhar firme, mas dentro dele, a tempestade da batalha ainda rugia. Ele se aproximou de Helena e passou um braço ao redor dela, oferecendo o conforto silencioso que sabia que ela precisava.— Ele está seguro agora. — Cerberus disse, sua voz rouca pela exaustão.Helena olhou para ele, seus olhos cheios de perguntas e preocupações.— O que aconteceu? Como você o encontrou? — sua voz era suave, mas carregada de ansiedade.Cerberus suspirou e segurou uma das mãos dela.— Fomos ao endereço de seus pais, não havia nada lá, depois resolvemos seguir Hades, isso tinha o dedo dele, eu tinha certeza, ele nos levou até onde seus pais e Eros estavam. E tem mais
O motor do carro rugia enquanto Cerberus e Apollo seguiam Hades pelas ruas escuras da cidade. O silêncio dentro do veículo era pesado, carregado de tensão e fúria contida. Cerberus sentia o sangue latejar em suas veias, os nós dos dedos brancos de tanto apertar o volante. Cada curva que Hades fazia, cada luz vermelha que cruzava, só aumentava sua ansiedade. Ele não poderia falhar. Eros precisava dele.— Ele está indo para fora da cidade. — Apollo comentou, os olhos atentos ao veículo à frente. — Se ele nos levar até o bebê, precisamos agir rápido.Cerberus apenas assentiu, sua mandíbula travada. Ele não falaria muito. Não até ter seu filho de volta.Depois de vários minutos de perseguição, Hades finalmente parou em frente a um casebre isolado, rodeado por árvores secas e um vento cortante que assobiava entre as frestas da madeira velha. Ele saiu do carro e bateu na porta. A mãe de Helena atendeu hesitante, segurando o bebê nos braços.Ela olhou a criança e pensou que o destino de seu
O motor do carro rugiu quando Cerberus chegou ao sítio, freando bruscamente na entrada. Assim que saltou do veículo, seus olhos varreram o ambiente, buscando qualquer sinal de Helena ou de seu filho. A porta da casa estava aberta, e ele entrou apressado, encontrando Helena ajoelhada no meio da sala, soluçando desesperadamente.Selene tentava conte-la ou pelo menos levá-la para o sofá, mas ela não queria. Tinha o pequeno cobertor azul em seus braços.— Ele sumiu... levaram meu bebê! — a voz dela era entrecortada pelo desespero, suas mãos trêmulas apertando o cobertor contra o peito como se tentasse conter a dor avassaladora.Cerberus caiu de joelhos ao lado dela, segurando-a pelos ombros.— Helena, olhe para mim! O que aconteceu? — ele tentou manter a calma, mas sua fúria era palpável, queimando em seus olhos escuros.Selene, que estava ao lado de Helena, tentava consolá-la, mas o pânico ainda era evidente em seu rosto. Apollo entrou na sala logo depois, os olhos cravados em Selene.—
O escritório era escuro, iluminado apenas pela luz do abajur sobre a mesa de Hades. Ele girava um copo de uísque entre os dedos enquanto observava os dois visitantes à sua frente. O pai de Helena, estava inquieto, o suor escorrendo pela têmpora. A mãe dela, mantinha uma expressão tensa, os lábios pressionados em uma linha fina.— Vocês sabem por que estão aqui — Hades começou, sua voz cortante como uma lâmina afiada. O pai de Helena pigarreou, lançando um olhar para a esposa antes de falar.— Quero saber o que exatamente você espera de nós. Minha filha já está longe de você. O que mais poderia querer?Hades sorriu, inclinando-se para frente.— Dinheiro. Poder. A certeza de que Cerberus não ficará com nada. Sei da situação de sua empresa e acho que posso te ajudar. — Hades pensou que a falência do pai de Helena poderia ser muito útil.O homem desviou o olhar, seus dedos tamborilando sobre a mesa. Ele estava falido. Dívidas se acumulavam, credores batiam à porta, e essa era uma chance d
O som dos cascos do cavalo ecoava no chão de pedra enquanto Cerberus descia da carruagem. O sítio, que ele e Helena haviam construído como um refúgio de amor, estava mais uma vez à vista, trazendo um misto de emoções. A dor ainda estava presente em cada músculo de seu corpo, mas a determinação de proteger sua família superava qualquer fraqueza. — Estamos em casa — ele murmurou, ajudando Helena a descer.Foi difícil tirar Cerberus do cartório, pois ele queria a todo custo matar o irmão com as próprias mãos. Mas Helena e Hera não permitiram isso.Ela segurava Eros no colo, e o pequeno parecia fascinado pelo movimento ao redor. Hera desceu em silêncio, com uma expressão de preocupação que não conseguia esconder, enquanto Apollo caminhava ao lado de Selene, que carregava uma mala cheia de roupas e medicamentos. — Selene, leve Eros para o quarto — disse Apollo gentilmente. — Claro — ela respondeu, subindo as escadas enquanto murmurava algo para o bebê, que balbuciava feliz em resposta.
O silêncio do quarto de Helena era opressor, apenas interrompido pelo som das mãos dela deslizando sobre o tecido do vestido. O preto contrastava com sua pele pálida, uma escolha deliberada que simbolizava seu luto e resistência silenciosa. Diante do espelho, ela observava seu reflexo como se fosse o de uma estranha. O que via era uma mulher quebrada, forçada a seguir um caminho que nunca escolheria. Eros, sentado no berço, observava a mãe com curiosidade. Helena acariciou os cabelos do pequeno, um esforço para manter a compostura. — Vai ficar tudo bem, meu amor... eu prometo. Faço isso para que não tirem você de mim — sussurrou, mas a voz falhou, traindo sua insegurança. Enquanto isso, no hospital...Cerberus abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz branca que invadia o quarto. Ele estava confuso, como se o mundo ao seu redor fosse um borrão de memórias. Tentou se levantar, mas uma dor intensa no peito o puxou de volta para a cama. Gemeu baixo com a dor.— Fique quieto,