O filho do alfa e a feiticeira prometida
O filho do alfa e a feiticeira prometida
Por: Danny Veloso
capítulo 1

Luna

Não foi do meu agrado, vir para essa cidade. Não sou muito de reclamar por bobagens, como as outras garotas da minha idade. Na verdade, muitos diriam que não tenho a idade que tenho, pois sou bem mais avançada em muitos aspectos, contudo, meus 17 anos me prendem aos meus pais, o que me traz a North Walland.

A cidade não é tão pacata quanto imaginava, contudo, tem alguma coisa aqui que me faz sentir-me mal. Não sei como explicar. É como se uma energia saísse de mim e atravessasse meu corpo. Um sussurro em meu ouvido que causa calafrios.

Contudo, meus gostos estão fora do roteiro que meus pais montaram, sem me avisar. Chegamos há algumas semanas e hoje é meu primeiro dia de aula em uma das escolas mais bem-conceituadas no país. Pelo menos isso é uma coisa boa.

O problema é... bem... como posso dizer... só tem gente babaca. New West é, sim, renomada, contudo, é a escola dos ricaços. É onde os filhos dos grã-finos estudam, e como todo filho mimado, são cheios de arrogância.

Claro, não sou boa peça. Também tenho um pouco de cada coisa, mas, pelo menos, não saio por aí pisando em todos para conseguir o que quero, ou manter uma aparência de superior.

Nesse exato momento, encaro o prédio enorme, clássico, parecendo um castelo antigo, com todas as suas características, só que muito bem cuidado e caro.

É uma bela imagem. Transborda elegância, contudo, as pessoas que conversam, passam e, alguns, me encaram, não me agradam em nada.

Obvio que eles se conhecem uns aos outros, sou a única estranha aqui, então, serei o alvo de atenção por um bom tempo, contudo, graças a Deus, não faço o tipo tímida.

Agarrada aos meus cadernos de desenho, com minha bolsa nas costas, e um uniforme, no qual escolhi vestir a calça, ao invés da saia sugestiva, avanço entre eles.

Devo confessar que estou um pouco ansiosa. Ser novata é um saco, mas vou fazer isso de cabeça erguida e sem vergonha. Mesmo que muitas das meninas, da minha idade, me olhem com desdém, ou inveja.

Antes mesmo de colocar meu pé no primeiro degrau, minha trilha sonora, em meu fone de ouvido, toca algo que me deixa mais relaxada, mesmo que meu estilo musical não seja o costumeiro dessa gente. Gosto de algo mais dark, melancólico e algumas vezes, mais festivo, que transita em uma sonoridade calma, no meio dela.

Respiro fundo e passo pela entrada, observando a parte de dentro da enorme escola, que já na entrada se revela não muito diferente do lado de fora. Escadas enormes nos levam para os andares de cima, e calculo que tem uns cinco andares, que distribui as salas, deixando o térreo com o salão de festa.

Eu poderia dizer que essa seria a pior experiência de toda a minha vida. Vim para uma nova cidade, com pessoas estranhas, uma sensação estranha. Ainda mais dentro de uma escola com tantas pessoas no qual se importam mais com a quantia que têm em suas contas, com a moral e os bons costumes. Bem, bons costumes para eles é aparentar ter uma vida feliz, correta, sendo que na realidade eles não suportam uns aos outros.

Eu deveria ter pena? Talvez. Mas, ao notar os olhares dos meus novos colegas de escola, logo esse pensamento se esvazia da minha cabeça.

Eu não me importo com nenhum deles. Posso parecer arrogante? Sim, prepotente, talvez.

Mas, não posso me julgar, ainda mais agora e aqui. Se eles podem ser, porque eu não?

Afinal, diferente deles, eu não os olho dos pés à cabeça e os julgo por uma roupa que usa, pela fofoca alheia sobre a vida dos seus outros colegas.

Eu não me importo com nada disso, a não ser com os meus estudos. Quero ingressar em Oxford e cursar letras. É algo que veio de berço, eu diria.

Bem, da parte da minha mãe, já do meu pai, um grande empresário, ele deseja que eu faça administração, para tomar a liderança da empresa quando for maior e quando ele decidir se aposentar finalmente.

Eu não me vejo nesta posição, acho que nunca vou me ver. Odeio ser a líder de algo no qual eu não tenho paixão alguma, negócios, isso não faz muito a minha praia.

Gosto mais do meu canto, no fundo da biblioteca, lendo um livro clássico ou um mistério, no qual fico engajada até o último capítulo, para descobrir se tudo aquilo que eu imaginei realmente vai acontecer.

Respiro fundo, ao finalmente voltar à minha realidade. Eu não queria fazer isso, mas uma garota, de cabelos curtos, óculos, fundo de garrafa, vestindo o terninho, que é o slogan desta enorme escola, aparece em minha frente, balbuciando alguma coisa, no qual eu tento ler pelos seus lábios.

Porém, como não consigo compreender tudo, porque ela fala bastante rápido, acabo tendo que desligar a minha playlist e tirar o fone dos meus ouvidos.

E assim que eu faço isso, sua voz estridente, bem irritante, adentra os meus ouvidos, me fazendo se arrepender com tudo. Acredito que esta garota esteja aqui para me recepcionar.

Eu entrei no meio do ano, isso não é muito comum, mas como meu pai decidiu se mudar para cá de última hora, sem o meu consentimento, minha matrícula teve que vir para esta instituição, para que eu não perdesse nada em nenhum ano da minha fase de estudos.

- Me desculpe, eu não ouvi e nem entendi nada do que você quis dizer. - Eu comunico, a garota que no mesmo instante deixou seus ombros caírem, me olhou incrédula, mas desfaçou, dando um sorriso tímido, e novamente começou a tagarelar. - Eu estava dizendo que me chamo Mary Ann, sou a pessoa que vai recepcionar você, te mostrar cada detalhe desse colégio...

Continua...

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