- A bruxa primordial está aqui. - Luna estava nervosa. Seu coração batia tão rápido que mal podia respirar. - Por minha causa.O burburinho das bruxas causou ainda mais apreensão nela, que começou a suar frio. Todas sempre falam o quanto ela é poderosa, e pode destruir a primeira bruxa, mas Luna pensava no quanto essa mulher podia fazer mal, antes que ela pudesse descobrir como fazer isso.- Isso era um risco - disse a avó, a deixando perplexa. - Está Provavelmente irritada por sentir que a sua maldição foi, parcialmente, quebrada.- Vocês sabiam que ela viria atrás de mim? - Luna estava exalada. Olhou para as mulheres, que não se sentiam nenhum pouco culpadas. - Eu libertei a alcateia da prisão, mas abri uma porta para que a primeira bruxa viesse e os machucassem. O que faz de nós, melhor que ela?- Fique calma - Pediu a mulher, que amava muito sua neta, e sabia do seu potencial. Entretanto, naquele ponto, Luna começava a nutrir uma raiva, fora do comum. Isso era perigoso, pois quand
"Se for, não tem mais volta." Era o que a minha consciência dizia. Eu não sabia o que era ou como conseguia me influenciar, mas era mais forte do que eu. Sim, eu estava com medo. Medo do que seria esse livro, entretanto, eu estava em um beco sem saída, depois que o coven falou sobre não poder trazer a alma do alfa de volta, eu tinha que arranjar uma forma de trazê-lo.Minha consciência estava em divergência, uma parte dizia que: dar ouvidos a essa ideia que surgiu de um sussurro, era péssima e que as consequências disso poderiam ser irreversível. A outra parte, clamava para ser liberta, estava empolgada com a minha aceitação, e naquele instante, deu ouvido a essa parte.Minhas mãos suavam. Fui até um ponto distante daqueles que sempre vou para entrar em contato com o coven, pois achava que elas poderiam ouvir, ou saber, o que eu estava fazendo. Bem, esse era um bom exemplo do que não fazer. Se sei que será reprovado, significa que é errado.— Não importa. — Falei para mim, em voz alt
Enquanto Luna se aventurava no corredor da floresta amaldiçoada, seguindo o rastro sombrio até o Livro das Sombras, Adrian via a Alcateia, se aproximar.Eles estavam praticamente acampados em frente à Casa dos Anciãos, onde o Alfa permanecia em sua tortura demoníaca, com sua alma presa no inferno e seu corpo na terra, sofrendo os efeitos disso.Todos os dias, a cada momento, um grupo se aproximava para saber sobre o estado dele.Era como se sentissem a dor e o sofrimento dele, e isso causava muita raiva em alguns. Nathan era a rocha e a cola que unia todos eles.Apesar de suas atitudes frequentemente controversas, ele havia sido escolhido para substituir o pai.Desde o início, o homem fazia de tudo para proteger a alcateia. Houve sacrifícios. Ele tentava a todo momento parecer um homem comum e bem-sucedido.Protegia a cidade dos estranhos, montava estratégias para tornar aquele lugar o mais pacífico possível.Claro, não era possível evitar tudo. A cidade não era uma propriedade do Alf
Não sei se tomei a melhor decisão do mundo, mas... eu tinha que tentar de tudo para trazer Nathan de volta. Eu devia isso a Adrien. Seu pai estava preso no inferno, sendo torturado por um dos demônios mais perigosos e cruéis. Por minha causa. Bem, por causa de tudo. Das bruxas, da bruxa primordial. Isso realmente iria nos levar à destruição. Eu não sabia o que aconteceria depois que eu quebrasse aquela maldição. Bem, não completamente.Eles preferiram ficar como lobos, uma escolha de toda a Alcateia. Poderiam ter se libertado. Poderiam ser homens novamente. Mas acredito que, se isso tivesse acontecido, Nathan estaria completamente morto a essa altura e não parcialmente. Mas tudo isso é minha culpa. Culpa da minha linhagem. Culpa de uma mulher que se sentiu traída e cometeu o erro de simplesmente condenar todas as gerações de homens que ela achava que amava a serem lobos e estarem presos em uma cidade, sem saber o que acontece além da fronteira.Eu estou com medo. Não faz nem vinte min
Lorenzo não estava mais aguentando ser deixado de fora dos acontecimentos. Novamente, sua filha, que era uma garota boa, responsável, e que ele confiava, sumiu, e uma pulga atrás da sua orelha lhe dizia que ela estava aprontando algo.Mesmo tendo idade para decidir o que fazer e o que é certo e errado, a garota não era uma adolescente comum, e suas escolhas recentes, não foram nada comum.Ele jamais imaginou que sua filha despertaria poder e sobrenaturais, nos quais se ele aprendeu a odiar.Ele sentia um calafrio na sua espinha, só de pensar na possibilidade de alguém machucar a sua filha.— O que está fazendo? — Elisa via seu marido ir até a garagem e ir em direção ao seu arsenal. Ela odiava ter aquelas coisas em sua casa. Ironicamente, ela se casou com o caçador. — Por que precisa disso?— Porque a nossa filha, inconsequente, sumiu, e aposto que ela está procurando alguma coisa perigosa? — respondeu, raivoso.Ele sentia todas as veias do seu corpo, arder como fogo.— Lorenzo, Luna s
LunaEu já estava de saco cheio de tudo isso. Eu só queria voltar à minha vida normal. Mas, confesso que agora me sinto tão confiante que aceito algumas mudanças. Eu nunca me senti tão forte, tão determinada em fazer algo como me sinto agora. Sei que tudo isso foi para salvar Nathan do inferno, ou pelo menos a sua alma que estava lá. Mas, confesso que até estou gostando. Óbvio, ainda existiam muitas barreiras e eu estava prestes a quebrar todas elas de uma vez só.Aquela mulher se acha poderosa, se acha no direito de vir me estragar a vida das pessoas, mas ela não faz ideia do que sou capaz agora. Tenho total certeza de que apenas com um estalar de dedos posso fazer ela sumir da minha frente. Senti que seu poder estava concentrado na cabana onde está a sua neta. Aposto que ela pretende acabar com toda a Alcatel de uma vez por todas.Muito me impressiona ela ter tanto trabalho para voltar à terra só para destruir o DNA do homem que ela amou e atraiu. Isso realmente é necessário? Bem, n
Tudo parecia estar em câmera lenta. As sombras, guiados pela bruxa, naquele instante, estavam quietos. Lobos, não atacavam, apenas observando aquele momento em que Luna se via cheia de ódio e fúria. Adrian sentiu aquilo. Seus sentimentos, se mesclavam com os dela, e ele previu que algo muito ruim, ou, outra coisa tão ruim quanto, estava prestes a acontecer. Elisabete, segurava o corpo do marido, chorando, desesperada. Quando saiu de casa, não sabia que isso poderia acontecer, ou não teria permitido que ele saísse. No fundo, ela se culpava. Outra, que sentia o peso daquele momento, e se martirizava, por não proteger sua família, era a própria Luna, que com seus olhos cheios de raiva, invocou o caos, a partir do livro das sombras.Daquele momento em diante, quem estava ali, usando os poderes da feiticeira. Era o próprio caos, que se usava da raiva, para cegar a garota. Usar o livro das sombras requer uma troca, Luna só não sabia disso. — Eu só queria o Alfa e a alcateia, mas você foi
LunaMeus olhos ardiam de tanto chorar. Minhas mãos estavam dormentes, sentindo o peso que carregava. Mesmo tentando dizer a mim mesma que foi o acaso, que era uma luta contra alguém maléfica e que queria causar dor em tudo que rodeava, dentro do meu peito, eu sabia que era a minha culpa.Não sei se, eu tivesse dado ouvidos ao que minha eu de outro universo disse, teria mudado as coisas. A bruxa teria feito um acordo? Bem… isso eu nunca saberei. O que está feito, está feito, e devo aceitar a derrota. Sim, derrota. Era assim que eu me sentia. Não tinha uma vitória sobre as minhas costas. Ela foi derrotada, e eu também.Meu pai e eu nunca fomos melhores amigos, como uma família perfeita, mas havia amor, cuidado. Lembro-me do dia em que ele me ensinou a dirigir, de quando escondia as minhas falhas, para que minha mãe não me desse uma bronca. Lembro de quando estávamos reunidos na sala, assistindo a um filme. Ele, encostado ao sofá, minha mãe em suas broças, e eu, um pouco distante. Em m