LunaEu já estava de saco cheio de tudo isso. Eu só queria voltar à minha vida normal. Mas, confesso que agora me sinto tão confiante que aceito algumas mudanças. Eu nunca me senti tão forte, tão determinada em fazer algo como me sinto agora. Sei que tudo isso foi para salvar Nathan do inferno, ou pelo menos a sua alma que estava lá. Mas, confesso que até estou gostando. Óbvio, ainda existiam muitas barreiras e eu estava prestes a quebrar todas elas de uma vez só.Aquela mulher se acha poderosa, se acha no direito de vir me estragar a vida das pessoas, mas ela não faz ideia do que sou capaz agora. Tenho total certeza de que apenas com um estalar de dedos posso fazer ela sumir da minha frente. Senti que seu poder estava concentrado na cabana onde está a sua neta. Aposto que ela pretende acabar com toda a Alcatel de uma vez por todas.Muito me impressiona ela ter tanto trabalho para voltar à terra só para destruir o DNA do homem que ela amou e atraiu. Isso realmente é necessário? Bem, n
Tudo parecia estar em câmera lenta. As sombras, guiados pela bruxa, naquele instante, estavam quietos. Lobos, não atacavam, apenas observando aquele momento em que Luna se via cheia de ódio e fúria. Adrian sentiu aquilo. Seus sentimentos, se mesclavam com os dela, e ele previu que algo muito ruim, ou, outra coisa tão ruim quanto, estava prestes a acontecer. Elisabete, segurava o corpo do marido, chorando, desesperada. Quando saiu de casa, não sabia que isso poderia acontecer, ou não teria permitido que ele saísse. No fundo, ela se culpava. Outra, que sentia o peso daquele momento, e se martirizava, por não proteger sua família, era a própria Luna, que com seus olhos cheios de raiva, invocou o caos, a partir do livro das sombras.Daquele momento em diante, quem estava ali, usando os poderes da feiticeira. Era o próprio caos, que se usava da raiva, para cegar a garota. Usar o livro das sombras requer uma troca, Luna só não sabia disso. — Eu só queria o Alfa e a alcateia, mas você foi
LunaMeus olhos ardiam de tanto chorar. Minhas mãos estavam dormentes, sentindo o peso que carregava. Mesmo tentando dizer a mim mesma que foi o acaso, que era uma luta contra alguém maléfica e que queria causar dor em tudo que rodeava, dentro do meu peito, eu sabia que era a minha culpa.Não sei se, eu tivesse dado ouvidos ao que minha eu de outro universo disse, teria mudado as coisas. A bruxa teria feito um acordo? Bem… isso eu nunca saberei. O que está feito, está feito, e devo aceitar a derrota. Sim, derrota. Era assim que eu me sentia. Não tinha uma vitória sobre as minhas costas. Ela foi derrotada, e eu também.Meu pai e eu nunca fomos melhores amigos, como uma família perfeita, mas havia amor, cuidado. Lembro-me do dia em que ele me ensinou a dirigir, de quando escondia as minhas falhas, para que minha mãe não me desse uma bronca. Lembro de quando estávamos reunidos na sala, assistindo a um filme. Ele, encostado ao sofá, minha mãe em suas broças, e eu, um pouco distante. Em m
LunaNão foi do meu agrado, vir para essa cidade. Não sou muito de reclamar por bobagens, como as outras garotas da minha idade. Na verdade, muitos diriam que não tenho a idade que tenho, pois sou bem mais avançada em muitos aspectos, contudo, meus 17 anos me prendem aos meus pais, o que me traz a North Walland.A cidade não é tão pacata quanto imaginava, contudo, tem alguma coisa aqui que me faz sentir-me mal. Não sei como explicar. É como se uma energia saísse de mim e atravessasse meu corpo. Um sussurro em meu ouvido que causa calafrios.Contudo, meus gostos estão fora do roteiro que meus pais montaram, sem me avisar. Chegamos há algumas semanas e hoje é meu primeiro dia de aula em uma das escolas mais bem-conceituadas no país. Pelo menos isso é uma coisa boa. O problema é... bem... como posso dizer... só tem gente babaca. New West é, sim, renomada, contudo, é a escola dos ricaços. É onde os filhos dos grã-finos estudam, e como todo filho mimado, são cheios de arrogância.Claro, n
E eu paro, estendendo a minha mão, e digo:- Mary Ann, muito obrigada, mas o bom de ser uma novata é descobrir as coisas sozinha, ainda mais, eu nunca venho a um lugar sem ao menos fazer umas pesquisas, então, acho que posso me virar.A garota novamente se viu decepcionada, ela deu de ombros e baixou os olhos, tristonha, falou:- Tudo bem, seria uma grande oportunidade de fazer uma amizade, pelo menos. - Ela falou essas palavras quase sussurrando, e levantou o olhar, notando o que eu havia ouvido e entendido suas palavras, ela deu um sorriso nervoso e falou. - Mas isso não significa que não podemos ser amigas, não é mesmo?Por dentro, eu desejava revirar os olhos, amizade não era uma coisa que eu gostava muito de ter, era bem isolada, não sei, desde pequena eu sou assim, parece que quando eu olho para alguém, eu sinto que essa pessoa me julga ou ela me detesta, então, eu simplesmente prefiro ficar sozinha, mas eu não iria dizer isso na frente dessa garota, ou pelo menos em voz alta,
AdrianMinha vida estava começando a mudar. E eu não estava acostumada a nada disso. Claro, desde o terço eu entendia e sabia que isso iria acabar acontecendo em algum momento. Eu só não esperava que seria tão rápido assim. Nascer nesta família, com o DNA do meu pai, estava sendo difícil, ultimamente.Mesmo que, desde sempre, essa fosse uma questão no qual me desagradavam. Eu era diferente de todo mundo, não só pela riqueza que meu pai tinha. Não só pelo poder que ele exercia nessa cidade, principalmente neste colégio. Mas porque nossa linhagem vinha de um tempo antigo. Onde éramos forçados a crescer e ser quem não desejávamos ser. Pelo menos eu. Pois todo o resto, todos os meus amigos fora do colégio, os meus tios, tias, primos e primas, durante séculos, foram amaldiçoados a se transformarem em um ser totalmente desconhecido pela humanidade. E que, nos seus piores momentos, perdia totalmente a noção. E se ligava ao seu DNA primitivo, atacando tudo e todos que tiverem na sua frente
LunaSei que eu não deveria dar tanto na bola, como estou fazendo agora. Jamais iria encarar um desconhecido em qualquer lugar, mas aquele específico me dá muita curiosidade. E isso é um combustível para que eu nem perceba que estou simplesmente focada em seu olhar na pessoa e em tudo que ela esconde, pois ele é o único no qual eu não consigo entender, nem mesmo ler os seus pensamentos, mesmo que eu duvide que eu possa fazer isso realmente. Quando ele se levantou irritado, eu sabia que era por minha causa. Fiquei tão curiosa, pois nem sabia o nome dele. Aproveitei aquele momento em que a minha nova colega, tagarela, estava ao meu lado para perguntar pelo menos o seu nome. Eu viro para ela e pergunto.— Quem é aquele? Tento não apontar para ser tão descarada. Mary Ann arregala os olhos, baixa a cabeça e quase sussurrando, ela diz:— Esse é o Adrian, o filho do homem mais poderoso da cidade. Eu também diria do país, mas não quero exagerar. — Esse nome ficou ecoando em minha mente, Adr
Adrian voltou para casa de cabeça cheia. Aquele dia foi um saco, como se já não bastasse seu início da manhã.Quando pisou na escola, tudo parecia estar diferente, e mesmo estando tudo no seu devido lugar. A única coisa fora do comum foi a chegada da nova aluna. Aquela garota é realmente estranha, e conseguia o tirado sério diferente de qualquer outra garota ali. Muitas daquelas meninas já tentaram ficar com ele. Porém, com todas as suas questões familiares e até mesmo de si próprio, ele se limitava a escolher bem suas amantes. Não tinha uma boa fama, não por ser um galinha, mas por ser mal-humorado e furioso sempre. E essa fúria aumentava a todo momento. O jogo que ele mais amava, lagrosse, estava correndo riscos. Com a sua eminente transformação completa, aos 18 anos, na lua cheia, ele seria imbatível comparado aos seus colegas. Por sorte, ele já estaria formado. Mas, tudo o que Adrian queria era ser jogador de lacrosse, ir para a faculdade e ser como todos os outros garotos. M