LunaSei que eu não deveria dar tanto na bola, como estou fazendo agora. Jamais iria encarar um desconhecido em qualquer lugar, mas aquele específico me dá muita curiosidade. E isso é um combustível para que eu nem perceba que estou simplesmente focada em seu olhar na pessoa e em tudo que ela esconde, pois ele é o único no qual eu não consigo entender, nem mesmo ler os seus pensamentos, mesmo que eu duvide que eu possa fazer isso realmente. Quando ele se levantou irritado, eu sabia que era por minha causa. Fiquei tão curiosa, pois nem sabia o nome dele. Aproveitei aquele momento em que a minha nova colega, tagarela, estava ao meu lado para perguntar pelo menos o seu nome. Eu viro para ela e pergunto.— Quem é aquele? Tento não apontar para ser tão descarada. Mary Ann arregala os olhos, baixa a cabeça e quase sussurrando, ela diz:— Esse é o Adrian, o filho do homem mais poderoso da cidade. Eu também diria do país, mas não quero exagerar. — Esse nome ficou ecoando em minha mente, Adr
Adrian voltou para casa de cabeça cheia. Aquele dia foi um saco, como se já não bastasse seu início da manhã.Quando pisou na escola, tudo parecia estar diferente, e mesmo estando tudo no seu devido lugar. A única coisa fora do comum foi a chegada da nova aluna. Aquela garota é realmente estranha, e conseguia o tirado sério diferente de qualquer outra garota ali. Muitas daquelas meninas já tentaram ficar com ele. Porém, com todas as suas questões familiares e até mesmo de si próprio, ele se limitava a escolher bem suas amantes. Não tinha uma boa fama, não por ser um galinha, mas por ser mal-humorado e furioso sempre. E essa fúria aumentava a todo momento. O jogo que ele mais amava, lagrosse, estava correndo riscos. Com a sua eminente transformação completa, aos 18 anos, na lua cheia, ele seria imbatível comparado aos seus colegas. Por sorte, ele já estaria formado. Mas, tudo o que Adrian queria era ser jogador de lacrosse, ir para a faculdade e ser como todos os outros garotos. M
Luna chegou em casa exausta depois de um longo dia no novo colégio. Quando a porta do carro de luxo, que fora buscá-la no colégio, se abriu, ela saiu rapidamente, bufando. Ser a aluna nova estava sendo cansativo, e aquele era apenas seu primeiro dia. Ela olhou para a fachada elegante da mansão da família e ficou ali parada, pensando em como iria suportar viver naquela cidade nova, sem ninguém que se importasse com ela ou com o que sentia.Parede que se passou dias, mas esse é só o primeiro dia. Como vou suportar passar mais tempo nesse lugar? Nessa cidade, sentindo que alguma coisa em mim, está errada?A fachada da mansão era impressionante, com seus altos pilares de mármore branco e um jardim bem cuidado que parecia uma obra de arte. As janelas amplas e os detalhes arquitetônicos sofisticados destacavam a grandiosidade do lugar. Luna respirou fundo e, após perceber que havia passado bastante tempo ali, decidiu entrar.Ao passar pela porta de entrada, de madeira maciça com entalhes d
Minha mente estava atordoada desde a noite passada. Como se já não fosse difícil de lidar depois daquela conversa. As palavras ainda ecoavam em minha mente. Quando deitei em minha cama, demorei perto no sono. Fiquei encarando o teto, esperando o sono me vencer. Mas ele demorou.Demorou bastante. E quando chegou, me levou para um mundo no qual eu não queria estar. Era sombrio, frio e assustador. Parecia que eu sentia tudo aquilo. Parecia que era real. E isso me assustava muito. Eu estava em uma floresta escura, densa, com árvores enormes, com galhos e arbustos. Ao longe, algo estava me observando, na noite escura. Eu não conseguia ver o que era. Mas não parecia ser uma pessoa. E sim, uma criatura. Uma criatura que eu não conhecia. Eu não fazia ideia do que estava encoberto nas sombras. Eu só conseguia ver seus olhos. Um intenso vermelho que me encarava. Cheguei até a ouvir a sua respiração.O urrasnado, como se fosse um cão. Muito maior do que um cão. Naquele momento, eu só pensei
PovLuna não conseguia tirar da cabeça, tudo de estranho que estava acontecendo com ela, naquele momento. Era como se o mundo ao seu redor tinha parado de girar da forma correta.Ela não entendia nada do que estava acontecendo. As luzes piscando, a raiva que sentiu naquele momento e como tudo foi embora, quando ela se acalmou.Sem falar na figura que apareceu, durante o banho. O que era aquilo? Não dá para acreditar que estou alucinando. Que adquiri a esquizofrenia da minha avó.Sim, todos sempre diziam que Anastácia, avó materna de Luna, que ela era louca. Que via coisas que não existiam, para justificar as bizarrices que ela dizia, mesmo que muitos da família soubessem da habilidade de vidência da mulher.Elisa sabia da verdade, e rezou para aquele "mal" não a alcançasse, contudo, seu medo se estendia para Luna. O que a mulher não sabia era que seu medo estava se tornando real, só que Luna não fazia ideia da herança familiar, e acreditava estar louca.Quando o motorista lhe deixou
LunaConfesso que passei muito tempo presa nas lembranças dos momentos em que adentrei este colégio, hoje pela manhã. Parece que minha vida estava virando de ponta a cabeça e eu não tinha controle nenhum sobre ela. Eu estava chateada com tudo, com os meus pais e comigo mesma. Então, do nada, Adrian esbarra em mim e eu esqueço de tudo ao nosso redor.Tive vergonha de mim mesma quando percebi que estava discutindo com o nosso garotinho preferido do colégio, na frente de todo mundo. Ainda mais daquela forma, daquele jeito e sentindo aquelas coisas que eu jamais senti. Aquela emoção. Minha vida era rodeada de coisas fúteis. De momentos nos quais eu não fazia ideia que iria guardar na memória, de tão banais que eram. Então, Adrian apareceu em minha frente e tudo simplesmente acabou como mágica. Quando pisquei os olhos, eu estava no meio do colégio, discutindo com ele. E quando fui embora, eu queria voltar para aquele momento.Era louco. Eu mal prestei atenção nas aulas de química, mesmo
AdrianLuna Vargas. Nunca a vi, nem ouvi falar, mas essa garota chegou em minha vida para mudar o rumo das coisas. Bem em um momento complicado, no qual tenho que abdicar de tudo o que mais gosto.Meu caso com a professora de química não é romântico. Nunca me envolvo com alguém, esperando despertar sentimentos. É apenas uma diversão, pois as garotas da minha idade não fazem ideia de como satisfazer um cara.Ser pego por Luna, no mesmo dia em que tivemos uma briga acalorada, na frente do colégio todo, foi uma péssima surpresa. Ela claramente me odeia, mesmo sentindo uma atração, que devo confessar que me impressiona, e se essa história chegar aos ouvidos, muito bem apurados, do meu pai, as coisas podem piorar, para o meu lado.Meu pai não é um cara ruim, ele só é muito exigente, controlador, e odeia ser contrariado. Coisa que adoro fazer. Contudo, ser o líder da alcateia significa muito, muitas responsabilidades, e se eu pisar fora da linha, ele, com certeza, irá me punir.Não já basta
A noite estava sombria, e Luna só queria respirar o ar fresco. Ela sentia que havia alguma coisa errada. Seus pensamentos estavam longe, em um garoto no qual ela dizia odiar, mas que por dentro ela sentia curiosidade e desejo. Não sabia quanto tempo ficou naquela janela, pensando em tudo o que aconteceu, na conversa que os dois tiveram em um determinado momento. Acreditou que Adrian estava ali, observando no meio dos arbustos e das árvores enormes.Com um calafrio, ela entrou, fechou a janela, sentou em sua cama e pensou no que iria fazer em seguida. Aquela cidade trouxe para ela muitas dúvidas e surpresas, na qual ela não sabia se era agradável ou não. Luna respirou fundo, decidiu que era hora de dormir. Se colocou entre as cobertas, desligou o abajur e fechou os olhos, mas o sono demorou a vir. Na verdade, quando ela finalmente conseguiu adormecer, foi sequestrada pelos seus sonhos, ou melhor dizendo, pesadelos, que a atormentavam a todo o momento. E dessa vez, parecia ainda mai